934. Cinco anos depois
Há 5 anos, caía a ponte Hintze Ribeiro em Entre-os-Rios. Com a queda mais de 50 mortos. Com a queda, um ministro que na verdade não tinha nada a ver com aquilo demitiu-se. Aplaudiram todos um acto nobre. Tretas. O Jorge Coelho não tendo nada a ver com aquilo, achou por bem sair de mansinho para não ter trabalho a mexer na “merda”. Chico-espertismo. Aliás, é sempre assim com os poderosos. Lembram-se do caso do semáforo do Campo Grande? Um operário da CML, jardineiro que nas horas vagas fazia uns biscates na electricidade, foi o “grande” responsável pela morte do garoto. Só não é para rir, porque houve uma morte e um condenado. Fala-se por aí que quem está na calha para ser acusado pela queda do viaduto do IC19 é um engenheiro da ex-JAE. Recorda-me uma personagem de uma comédia brasileira que passava na TV em que ela dizia, “tudo eu, tudo eu”. Vão ser julgados os 5 culpados pela queda da ponte Hintze Ribeiro. 5 Culpados 5! Tudo técnicos. Nenhum carola. Nenhum responsável político. A questão dos areeiros caiu rapidamente no esquecimento. Não há provas, não há arguidos. Também não há nenhum responsável político. Trinta anos depois da implantação da democracia em Portugal. Não me estou a rir, morreram cinquenta e seis pessoas. Não rio com a tragédia. Mas, baixinho, por dentro, rio-me da justiça. Qual justiça?
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