segunda-feira, março 20, 2006

939. E ontem foi dia do pai

Ontem foi o dia do pai. Eu não escrevi nada neste blog que fosse uma comemoração do dia pura e simplesmente porque ontem não escrevi. Aliás ontem não fiz nada, ou melhor fiz feriado. É que sendo o dia do pai também o dia foi meu uma vez que também eu sou pai. Devem os filhos homenagear os pais neste dia porque é o dia deles, dos pais, ou devem os pais usar este dia para falar dos filhos, uma vez que eles (os pais), é que são os pais e portanto o seu próprio dia? Este dilema bloqueia-me o pensamento e desde que me lembro acho que nunca escrevi nada sobre o dia do pai. É claro que amo muito o meu pai, como tenho a certeza, pelas demonstrações do dia a dia, que os meus filhos me amam a mim. Mas escrever no dia do pai uma missiva ao meu pai sempre se me apresentou como uma impossibilidade. Por causa do dilema que supra referi. No entanto ontem como pai, pensei quão mau pai eu tenho sido. E vou confessar-vos isso com alguns exemplos. Ontem estava a ouvir um CD colocado pelo meu filho no aparelho. Tive alguma tranquilidade de espírito para lhe pergunta o nome do dito. Mas não fui capaz de lhe pedir para por o som mais alto. Outro exemplo da minha bestialidade enquanto pai é, às várias investida que ele já me fez para que eu anuía a que ele faça uma tatuagem, o não ter aproveitado o dia de ontem e como bom pai ter-lhe dito: “filho pega na trouxa e vamos lá fazer essa tatuagem. Quem sabe eu descubra alguma que goste e me tatue também”. E finalmente para demonstrar aos meus leitores que eu não mereço ter um dia do pai é a forma como trato os meus filhos em frente ao televisor. Nunca eles ouviram da minha boca a frase “toma lá o comando”.

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