943. Parabéns e luvas brancas, ou Mal-entendidos II
Passava o mês de Abril de 2005. Um novo Papa tinha sido escolhido num conclave de cardeais. Um antigo membro da juventude hitleriana, tinha sido eleito Papa, realçavam alguns blogs. Outros, defenderam a sua escolha como quiseram, souberam ou puderam. Outros houve que criticaram os blogs que defenderam a escolha do Papa. Mas quando li um post, que criticava os que criticavam a escolha do Papa com o argumento de que era um antigo da juventude nazi que estava a ser eleito, resolvi comentar. Quando entro numa caixa de comentários, tenho por hábito ler os comentários já apostos. Se o meu comentário não vai acrescentar nada, abstenho-me de comentar. O que está dito não precisa ser repetido. Se por acaso leio um comentário que ele próprio também merece comentário, faço-lhe referência, sendo que, por vezes, dou por mim a comentar o comentário e não o post. Sei que isto acontece a muitos leitores de blogs e não me parece que venha nenhum mal ao mundo por isso. Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele ou, quem anda há chuva molha-se, são alguns ditados populares que fazem sentido em circunstâncias destas. Por outro lado, quem vai à guerra dá e leva. Mas há quem não goste de ver um comentário seu ser comentado. Do tipo, entre marido e mulher ninguém mete a colher. Partir de um comentário ao seu comentário para a ofensa gratuita é um passo curtinho do tipo quem não se sente não é filho de boa gente. E enchem-se de tal modo de razão que quando têm um blog, assim uma coisa pública, pegam nele e tocam a desancar no desgraçado que teve a ousadia de comentar um comentário seu. E depois, exigem-lhe um pedido de desculpas. Ora, tanto quanto me parece justo, e embora eu não tenha conhecimento que a Alta Autoridade para a Comunicação Social alguma vez tenha exigido a um blog para dar o mesmo realce que outro numa espécie de defesa do contraditório, dizia eu, parece-me justo que esse pedido de desculpas fosse feito num post deste blog com o mesmo realce com que foi feito o desancar no autor. O único quiproquó que me obstou em fazê-lo foi que a autora desse post me respondia no blog que comentei que não me conhecia de nenhum lado para me autorizar a comentar o seu comentário e que o meu blog não fazia parte das suas leituras. Sendo assim, qualquer pedido de desculpas públicas que eu fizesse cairia em saco roto, pois a presumível ofendida não o leria por aqui não vir. Mas, sendo eu um tipo que tem um conceito próprio de bons blogs, seja isso o que for, sempre considerei que o blog dessa pessoa era um blog para ler e continuar a ler mesmo após a tentativa de afronta. E, à socapa, sem dar a cara nem comentar, fui-lhe seguindo o percurso. Não tenho nenhum pejo em lhe dar os parabéns pelo aniversário do seu blog. Mas se ela pensar que isto é algum pedido de desculpas, pode tirar o cavalinho da chuva. Ela tem tanta razão quanto eu e eu não sou de dar o braço a torcer. Por outro lado, sei que ela nunca lerá este texto, atendendo ao que afirmou na época, pelo que estou deveras à vontade.
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