Ele tinha, talvez, uns cinco anos, seis no máximo. Era o mais pequenito do grupo que pelas ruas e travessas escuras, como convêm, jogava as escondidas. Devo rectificar porque as ruas, nesse dia, não estariam assim tão escuras. A Lua-cheia tinha já dois dias passados mas o seu brilho ainda prateava as orelhas dos putos. Cabelo curto, esquivo por entre os carros, olhar inteligente. O pai que, entretanto, na esplanada tomava um whisky seguia-lhe os movimentos. O atravessar das ruas em correria desenfreada, mesmo em hora de escasso tráfego, não o deixava sossegado. As silhuetas ou as sombras longas de luar denunciavam-lhe os percursos. E quando de viés olhava o pai, denunciava-se-lhe a inquietude. O pai chamou-o, sentou-o na cadeira e manietou-o. Se continuasse, feito doido, a atravessar as ruas sem olhar para os lados ou a esconder-se fora do campo de observação dele, o pai, o vigilante, o protector, iria para casa. Por enquanto ficaria ali na cadeira. Para aprender!
Os outros detectaram-lhe a falta e indagaram-no:
- Estás de castigo?
- Não. Estou só a descansar. - Olhou para a assistência e respirou ofegante. Nós, discretamente, sorrimos. No céu, uma pequena nuvem cobriu a Lua. E fez-se sentir uma brisa.
Foto: PreDatado©2009
Os outros detectaram-lhe a falta e indagaram-no:
- Estás de castigo?
- Não. Estou só a descansar. - Olhou para a assistência e respirou ofegante. Nós, discretamente, sorrimos. No céu, uma pequena nuvem cobriu a Lua. E fez-se sentir uma brisa.
Foto: PreDatado©2009
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