Algumas bolas fizeram e fazem, fizeram e já não fazem, não fizeram e agora fazem parte da minha vida e algumas delas da vida de todos nós. Hoje não me debruçarei exaustivamente por um tema tão aliciante sob pena de tornar a escrita redonda e seja por via de um paralelo ou quiçá de um meridiano esta ir sempre parar ao mesmo sítio. Aliás uma bola é o único objecto que faz jus ao velho e popular dito “não tem ponta por onde se lhe pegue”. Da bola e bolas que chutei desde garoto uma delas engoli. A minha médica diz-me que eu devo tentar reduzir o perímetro abdominal que é uma forma eufemística de me dizer que nem o basquetebol se joga com uma bola assim. Outras há, as de Berlim (abro aqui um parêntesis para vos dizer que nunca comi bolas de Berlim tão boas como as que comi em Berlim – eu não vos avisei que este tipo de escrita é redondo?) que se vendem na praia. Este ano tive já oportunidade de estar em praias algarvias e o som agora é quase exclusivamente Bolinha de Bérrlim, com os mais variados sotaques dos nossos irmãos brasileiros (e irmãs que aqui não mora nenhum preconceito). Por acaso também se vendem nas pastelarias, mas não é a mesma coisa (agora fiquei zon). Uma vez vi vender bolas numeradas em Tóquio. Explico. Havia umas casinhas onde se formavam longas filas – saudade de escrever bichas, mas sou lido por muito pessoal do lado de lá que não iria entender – para vender bolas de cortiça de diferentes tamanhos e numeração. Estranho negócio este, pensei eu, só pode ser coisa de orientais, voltei a pensar porque às vezes eu penso mais do que uma vez. Como o jogo a dinheiro era, talvez ainda seja, proibido no Japão fora dos casinos, o fruto do jogo clandestino era pago em bolas numeradas. Alguém nessas casinhas exercia um negócio, perfeitamente legal, de comprar bolas numeradas. E dizem que os portugueses é que são desenrascados. Por acaso eu acho que somos é uns pacóvios de primeira. Está bem que foi no século passado mas a coisa tem uns 20 a 25 anos. Andou a D. Branca a comer as papas nas cabeças de muitos portugueses com uma das maiores vigarices do século em Portugal que até deu direito a uma telenovela em horário nobre e tudo e parece que se esqueceram depressa continuando a cair no conto do vigário agora com uma D. Aurora. Ainda se fosse uma aurora boreal. Bolas que são burros. Ou serão apenas uns cabeças de abóbora muito redondinhas?
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