sexta-feira, fevereiro 13, 2004

A força das palavras de ordem

Ouvi com atenção o chumbo da AR a um voto de protesto contra a construção do Muro de Israel. Eu que nem gosto de falar de política, não porque tenha medo (ou deverei ter?), não me atentei ao significado político da coisa. A minha observação de hoje vai para alguns dos argumentos do chumbo. Um deputado do PP declara que é "contra todos os muros" e um deputado do PSD diz que este muro "põe em risco" a convivência de dois estados "lado a lado". Ora bem, parece que todos estão de acordo, contra o muro e no entanto… votaram contra.
O argumento é de que, o voto de protesto proposto apresenta "uma visão unilateral" e não contribui "para a resolução pacífica do conflito israelo-palestiniano". Cá para mim seria um texto elaborado sobre o joelho pelo BE e portanto não cientificamente preparado.

Este tipo de argumentação faz-me recuar alguns anos no tempo. Eu que nem sou de muito de ir buscar coisas antigas para as minhas notas, não deixei de me recordar de uma RG qualquer coisa, (RGA?, RGE?, AE?, RGSPASE – esta acho que eu inventei agora), que assisti uma vez no Técnico, em que todas as organizações políticas, que suportavam as organizações estudantis, estavam de acordo em marchar até à 5 de Outubro para protestar sobre a forma como os subsídios aos estudantes eram distribuídos pela Acção Social. Passamos mais de duas horas a discutir as palavras de ordem da manifestação. Às tantas, o conjunto de palavras de ordem aprovado tinha saído da proposta do MES. Acto contínuo, com o argumento de que as suas palavras de ordem eram estudadas cientificamente, o MRPP demarcou-se e não integrou a manifestação. Até me recuso a dizer quem estava a dirigir (manipular) a tal RG. Se quiserem adivinhem.

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