sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Riscas

Risca – (física) Linha escura (risca de absorção) que interrompe um espectro contínuo ou linha brilhante (risca de emissão) que forma, juntamente com outras, um espectro de emissão.

Riscas – Camisa dos betos, dos yuppies e dos políticos.

Riscas – Acto de meter o bedelho. Exemplo: Tu aqui não riscas népia.

Risca – Cada uma das cores do arco-íris.

Riscado – Um tecido, acho eu. A minha mãe falava nesse tipo de pano.

Riscas – Metade das bolas do meu snooker.

Riscas – O fato que o Jorge Gabriel usa no Pátio da Alegria.

Riscas – Um monte de gravatas que tenho lá no roupeiro.

Riscas – (astrolonomia) As riscas de hidrogénio constituem um dos diagnósticos mais importantes disponíveis para o estudo das estrelas jovens de tipo T Tauri.

Riscas – (folclore) Fato de trabalho verde utilizado pelo grupo de danças e cantares do Alto Douro “Como foi referido existe uma cor predominante - neste caso, o verde. A saia é de algodão, estampada e com debrum a branco. O avental é às riscas verdes e brancas…”.

Riscas – Camisola utilizada pelos meus arqui-rivais lagartos e tripeiros.

Riscas – O meu primeiro pijama e muitos outros seguintes!!!!

E perguntais vós, porque é que este tipo está para aqui a falar de riscas? Então mas este tipo não é nada de reproduzir dicionários ou enciclopédias ou de andar para aqui a armar ao pingarelho só para dizer que sabe umas coisas e obriga-nos a ler isto tudo na horizontal como se fosse um texto às riscas. Bom, meu amigos leitores e amigas leitoras. Eu vou explicar. Isto tem tudo a ver com um post que eu li no blog da Sara. Ela escreveu sobre pijamas e referiu que actualmente os pijamas apresentam em 90% ursinhos no seu (deles, pijamas) padrão. Logo eu que não sou nada de fazer estatísticas confrontei-me com esta terrível notícia que arrasa o meu pijama ás riscas. Imaginai vós queridos e queridas que me lêem, que as outras riscas também seriam substituídas por ursinhos. Já estou a imaginar o chefe da bancada do PSD a falar com o jovem deputado Nuno Mota.

- Olá Nuno, lindos ursinhos que tem hoje na camisa.
- São riscas, senhor, são riscas.

Ou então, o meu filho, quando estamos a jogar snooker.

- Tás a ver cota. Hoje vais jogar ao pau com os ursos.

Ou ainda, a menina na rua a olhar para o céu e a dizer a lenga-lenga que a gente dizia em criança.

- Arco-da-velha vai-te daqui que as meninas bonitas estão com medo dos ursos.

Já ursos de absorção e ursos de emissão eu não estou a ver quem sejam. Mas (estou a rir baixinho), eu em vez de chamar lagartos ou andrades aos meus arqui-rivais (futebolisticamente falando, é claro) dizer-lhes na cara, sem probabilidade de ser levado a mal – vós sois uns grandes ursos.


PS. Este pêésse não é para a Sara, nem para o seu lindo blog. É que, para mim, um Post Scriptum é um fetiche. Ou um carinho. Já que não tenho um urso para dormir e o meu pijama ainda tem riscas, uso uma almofada com um PS bordado. Um dia destes conto-vos porquê.


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