669. Inquietação
Não!
Hoje podes perguntar se quero, que direi não.
Não interessa o que querias que eu quisesse porque o que quer que seja, não quero.
Hoje é dia de negação.
Não me perguntes porque não quero, porque apenas sei que não.
Porquê? não sei.
Vieste calma, eu sei, mas não sei porque vieste calma.
Contrasta com a minha ansiedade, essa calma.
E eu rejeito essa calma que me enerva.
Essa calma que me não acalma, antes me inquieta.
Nunca te percebi tão calma (mesmo quando eu digo que não quero).
Nem me perguntas porque não quero?
Não perguntas, porque sabes que não perguntando
Me verás mais ansioso, ainda.
Não!
Não me vencerás pelo contraste.
Roerei as unhas, escondido.
Comerei até às pontas dos dedos e,
Quando vieres calma, perguntar-me se quero
Mostrar-tos-ei sangrando,
Para te inquietar também.
A tua serenidade enerva-me (nunca reparaste?).
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