terça-feira, fevereiro 03, 2009
1357. Às terças...
I. Conchas
Tu e eu, metades iguais
Do mesmo fruto
Que o mar, de paixão,
Salga.
E a concha se abre,
Bivalve moradia onde
Em teu corredor me esquivo.
E a concha se fecha
E de duas, uma só se faz.
Feita de tu e eu.
II. Jogos de salão
Cuidadoso aplica o giz azul. Boleando.
Deitou-a sobre a mesa de bilhar,
Os mamilos
Parecem-lhe dois pontos azuis no pano verde.
Os pontos no pano verde parecem-lhe mamilos azuis.
Risca a preceito o triângulo,
(como se fosse pélvico em negros reflexos de azul)
Sobre o pano verde.
O taco aponta para não falhar o embolse
(consumado)
Rasgado no pano verde.
III. Árvore de Fruto
Estremeceu quando
Um riacho de vida a invadiu.
(Estremeceram as margens quando
O rio de enchente se fez.
Fertilizam os campos de água
Encharcados. )
Nascerá o fruto de
Tão bem tratada árvore.
IV. Cio
Como um gato dissimulo-me
Por detrás das ramagens.
Aguardo-te a chegada distraída,
Confiado no silêncio do luar.
Cheiro-te a passagem de odor
Feito passaporte.
Ataco-te o cio num miado
Lancinante.
Versos: PreDatado©2009
Foto: Retirada deste site
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