quinta-feira, fevereiro 26, 2009

1377. Cinco sentidos e nobre povo


Pôr um pé na rua, ou os dois, com a descontracção de quem anda a passear, aguça-nos os sentidos. É uma conversa que se ouve aqui ou ali e que nos faz rir ou até pensar, é um aroma que se descortina, seja o do rosmaninho a florir ou a de um borrego no forno que sai pela frincha da janela de uma cozinha qualquer, é a senhora da banca dos chouriços e dos queijos que, na feira, nos dá a provar um bocadinho daquele paio caseiro, assim meio a medo que a asae ande por perto, é o ar fresco da beira-mar que nos bate na cara em dia soalheiro e que nos transmite um prazer de respirar até à profundeza dos oceanos e é o que vemos por aqui e por ali, coisas boas e coisas más, uma mini-saia a passar que nos faz ficar com um torcicolo no pescoço, ou um cagalhão de cachorro no chão que nos faz dar um salto e ficar com uma entorse no tornozelo. E se eu acho, vou escrever sobre isso um dia destes, que no nosso hino nacional há tanta coisa errada na letra, essa do “Nobre Povo” deixa-me com os cabelinhos em pé. A maior das porcarias que o nosso nobre povo faz e deixa por essas ruas fora dava para escrever um milhão de posts. Ou dois!

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