Eu bem sei que há um certo jeito português para misturar comida e futebol. Quem nunca parou numa daquelas, antigamente barracas, hoje roulottes que vendem de tudo da imperial ao tintol e da bifana ao coirato? Quando eu era miúdo, o meu pai parava sempre numa dessas, aqui para o garoto uma laranjada e para mim um morangueiro se faz favor, pedia. Comia-se uma bifaninha para o estômago ficar aconchegado e já dava para a malta chegar a casa, para lanchar como deve ser e preparar o jantar. Sim, o jantar porque nesses tempos jogava-se futebol às três da tarde, os clubes iam sobrevivendo sem terem de vender a alma às televisões e aos joaquins oliveiras e mesmo assim tinham eusébios e yazaldes, manueis fernandes e nenés, jordões e vitores baptitas. E quando entravamos nas bancadas em festa, onde não havia claques organizadas mas todo o estádio era uma claque, de vez em quando bem acalorada, não era raro andar tudo à batatada, mas rapidamente apaziguada com um copo de tinto a sair do garrafão, uma rodela de chouriço ou de paio e um naco de queijo. Oferecia-se sempre ao vizinho do lado, bom proveito obrigado, vá lá prove que deste nunca comeu é lá da minha terra, fiz trezentos quilómetros para ver o meu Benfica, coma um bocado desta broa vai ver que gosta.
Pois foram estes os tempos que me vieram à lembrança, hoje que é dia de derby e enquanto picava na 1-2-3, o chouriço, o bacon, a cebola, o alho, a salsa e o coentro, o piri-piri e o toucinho gordo e depois, misturava tudo com um salpico de colorau e um copo de vinho branco e esfregava a perna do peru para depois a regar com um fio de azeite e leva-la ao forno já aquecido, foi destes tempos do copo de morangueiro e da laranjada que me lembrei. E também dos frangos e dos perus que assisti ao longo dos tempos protagonizados pelos mais diversos guarda-redes que hoje me apetece homenagear, O Costa Pereira e o Carvalho, O Zé Henrique e o Damas, O Manuel Bento e o Botelho, o Michel Preu-Homme e o Peter Schmeickel, o Quim e o Ricardo.
E por falar em peru não sei se o Paulo Bento vai pôr a jogar o Rui Patrício ou o Tiago. Mas a qualquer deles, e como bom benfiquista que sou desejo-lhe uma noite de perus. Pode ser?
Foto: Isabel Cutileiro, encontrada em Google Imagens
Pois foram estes os tempos que me vieram à lembrança, hoje que é dia de derby e enquanto picava na 1-2-3, o chouriço, o bacon, a cebola, o alho, a salsa e o coentro, o piri-piri e o toucinho gordo e depois, misturava tudo com um salpico de colorau e um copo de vinho branco e esfregava a perna do peru para depois a regar com um fio de azeite e leva-la ao forno já aquecido, foi destes tempos do copo de morangueiro e da laranjada que me lembrei. E também dos frangos e dos perus que assisti ao longo dos tempos protagonizados pelos mais diversos guarda-redes que hoje me apetece homenagear, O Costa Pereira e o Carvalho, O Zé Henrique e o Damas, O Manuel Bento e o Botelho, o Michel Preu-Homme e o Peter Schmeickel, o Quim e o Ricardo.
E por falar em peru não sei se o Paulo Bento vai pôr a jogar o Rui Patrício ou o Tiago. Mas a qualquer deles, e como bom benfiquista que sou desejo-lhe uma noite de perus. Pode ser?
Foto: Isabel Cutileiro, encontrada em Google Imagens
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