quarta-feira, abril 15, 2009

1413. Pavões


Tenho assistido ultimamente em Portugal a uma aristocratizante denominação de filhos e filhas (dasse que frase mais aristocrata). Ele é Beatrizes e Teresas, Marias e Antónios além de Rodrigos, Duartes, Diogos, Franciscos e Catarinas. Nada me move contra isso nem contra os pais, nem contra as crianças e também nada contra a aristocracia.

Nos Estados Unidos da América, para dar um exemplo que conheço bem, poucos serão os James que não Jimmy, os Richard que não Dick (pois!), os William que não Bill ou os Eduard que não Ted. E lá, pouco importa se o rapazinho vai ser o homem mais rico do mundo ou o presidente da república. Mesmo na nossa bem conhecida e aristocrata velha albion não é por se ser Sir que é como quem diz, ter levado umas espadeiradas no ombro dadas por HM the Queen que um Alexander não possa ser Alex.

Mas não, aqui não, nós os aristocratas de Telheiras ou da Cruz de Pau, do Pátio Bagatela ou de Azeitão, da Foz e da Maia ou de Massarelos, já não temos Toys nem Tonys, nem o tão nortenho Tono ou o carinhoso Toninho e então de Tó nem falar. Não senhor que o menino é António. E adeus Chico e Manel se quiserem alguém da vossa laia procurem por uma Bia ou uma Mimi que Manuel só procura Maria.

Pois eu, oriundo da burguesia Almadense e actualmente frequentando os mais nobres, aristocratas e senhoriais locais do Miratejo fico feliz por me chamarem de Pre e mais ainda de Prezinho. Que isso de PreDatado é coisa de certidão de nascimento. Juro pelas espadeiradas que já levei nos dois ombros. Bom, se quiserem tratem-me por Sir Pre que eu não fico chateado.

PS. Com este feitiozinho hás-de ter muitos amigos…

Foto PreDatado (aliás Sir Pre), Jardim Botânico da Madeira, 2004

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