quarta-feira, abril 08, 2009

1409. Filosofia de vida



Hoje eu queria começar este post por vos abrir o apetite. Queria dizer-vos que desde há alguns tempos (para ser rigoroso, alguns dias) adoptei uma nova filosofia de vida. Por isso, para que todos vós, amigas e amigos leitores, se possam lambuzar, esta noite foi brindada com amêijoas à Bolhão Pato e camarão de Madagáscar bem acompanhados de um excelente Alvarinho. Porque de marisco hoje não exagerámos, já que as últimas análises do colesterol nos aconselhavam a que não ultrapassássemos os limites, comemos depois umas mangas importadas do Brasil, as chamadas “por via aérea”, que estavam deliciosas. Como se não bastasse (até à hora em que abri a porta do congelador ninguém tinha disfarçado um sequer singelo arroto), ainda comemos um sorvete de noz. Ah, que coisa estranha, não era deste apetite que eu vos queria falar, era mesmo da minha nova filosofia de vida. Não sei se já vos disse que dentro de meses farei 54 anos.

Na minha família, tanto quanto foi possível apurar dentro das gerações consanguíneas, a pessoa com maior longevidade foi a minha bisavó paterna-paterna, quer dizer a mãe do meu avô paterno, que morreu com 105 anos. Se eu conseguir viver outros tantos quantos os que já tenho agora, digamos 53 e meio, morrerei aos 107. Record absoluto na família, pois não houve até agora nenhum homem, tanto quanto o saibamos, que tenha sequer chegado aos 100 anos. No entanto, nem as estatísticas nem os cálculos actuariais estão do meu lado, pois a esperança de vida dos portugueses estará nos 80 anos. E vou eu me preocupar com isso? Não!

E na última frase ficou lançada a minha nova filosfia de vida. E vou eu me preocupar com isso? Não! Absoluta e determinantemente não! Nem com isso nem com coisa nenhuma. Não se admirem amigas e queridas leitoras, não se interroguem amigos e queridos leitores se este vosso escriba não mais se preocupar com nada. A esperança é a última coisa a morrer e eu até já chamei as Testemunhas de Guiness para me acompanharem nos meus próximos 53 anos e meio de vida. Mas se morrer antes acham que eu me vou me preocupar com isso? Olhem amigas e amigos, eu estou completamente fora, a partir de agora, aliás de antes de agora já não me preocupo com nada.

PS. O nosso primeiro-ministro disse hoje no Parlamento que não aceita lições de moral de ninguém. E eu bem ralado com isso. Estão a ver a minha cara de preocupado?

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