Lunch Time Blog
Voltei ao normal. Já não era sem tempo, e hoje, como chove lá fora, houve tempo para o requinte. Aloirar, calmamente, a cebola, o alho, amolecer os pimentos, verdes e vermelhos (patrioticamente), dar-lhe um cheirinho de louro, em azeite puro de oliveira, requer tempo. Tempo, carinho e bom gosto. Juntar depois o tomate, um ou dois chilies, e deixar apurar. Direitinhas, deitar as postas de cherne e o vinho branco, reapurar o gosto q.b. Estufando calmamente, o testo no tacho, os cheiros invadindo as pituitárias mais famintas, o apetite crescendo. Depois retiramos o peixe já cozido e os cotovelos vão para o banho que se acrescenta de água para fazer caldinho. Cozidas que estão estas italianas curvas, o peixe, cá fora, invejoso de perfumes, pede para se unir. Entra no tacho com a mesma vontade que da primeira vez. Os vapores fazem o resto. Eu gosto de, no prato, polvilhar com uns grãos de pimenta-preta moídos grossos, directamente do moinho de madeira. Eu descrevi, a minha alma gémea cozinhou. Aqui a devida vénia. O vinho hoje foi branco, um Douro fresquinho, acompanhou bem. Não destoou, já não é chita.
PS. Schubert, meu lindo, eu sei que a dona te encheu de mimos antes do nosso almoço e te deu a provar um bom pedaço de peixe. Estás a progredir na carreira. Um dia destes vais dizer que ração é para gato vadio, eu sei.
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