terça-feira, junho 22, 2004

457. À minha maneira.
[Título alternativo: Apaixonadamente] *

Ontem a Sara Pais do blog desassossegada, incluiu um extracto do livro de Pedro Mexia, Fora do Mundo, Cotovia, Lisboa, 2004 em que este comenta um texto do Bruno, no avatares de um desejo, (textos aparentemente com cerca de um ano) sobre as faltas de referência dos blogueiros (bloguistas, no texto de Pedro Mexia) às suas companheiras. Do extracto retirei este pequenino sub-extracto (substrato?) “Esses bloguistas comprometidos não referem as suas companheiras por razões, penso, de boa educação, pelo menos no que à vida estritamente privada diz respeito, ou então para não cair na trivialidade ("hoje fui com a minha mulher à praia"). É possível que alguma omissão das companheiras sirva como estratégia de sedução, mas não creio que os bloguistas andem nisto numa de net-dates.”
Realmente, posso até admitir que tenho qualquer coisa de sedutor (e de convencido?). Mas net-dates não são comigo. Queres ver Maria?

Quis escrever-te um verso amor,
Onde bandeira foras e não haste,
Que suporte já és o quanto baste,
E bandeira brilha mais e tem mais cor.

Sustentas dores minhas, humores vis.
E quando em emoção me embarga a voz,
És tu que gritas (somos nós),
E como os dois num só, eu sou feliz.

Breve soneto em linhas poucas se desenha,
Um símbolo, uma arma, um brasão,
Que jeito te não falta e que maneira,

De seres haste (pois bem, não se desdenha).
Anseio dizer-te isto que manda o coração:
Eu quero fazer de ti minha bandeira.


* Desculpa Sara ter usado uma ideia tua, esta do título alternativo, mas desta vez achei que fazia sentido.

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