Livros
Com este titulo fez Francisco J. Viegas uma postagem no dia 28. Diz o Francisco J. Viegas que por estas alturas do ano, publicou Dinis Machado, em 1977, O Que Diz Molero (eu comprei-o e li-o em 1977 e aqui, num dos meus “bons dias”, já tive oportunidade de o citar). No entanto na postagem há uma observação que me intriga. O Francisco (desculpe tratá-lo assim, mas você faz parte do meu quotidiano de leitura, é como se eu o conhecesse de há muitos anos), escreve “Autor de um livro só?”. Ora deve ter sido apenas por distracção, meu caro Francisco. E Dennis Mac Shade? A obra policial não é uma arte menor. E Dinis Machado escreveu muitos destes livros (vide colecção Vampiro). O seu a seu dono.
sexta-feira, abril 30, 2004
Amuleto
A minha amiga das florestas, diz que o meu amuleto é um trevo de quatro folhas. Ora dizem que o trevo de quatro folhas dá sorte.
Ora vamos lá por partes:
a) Se vou à pesca com um companheiro, ele pesca sempre. Eu raramente consigo trazer um peixe. Sorte: não ter de o amanhar.
b) Se estaciono em cima de um passeio, quando volto tenho uma multa. Sorte: não ter de andar à procura de moedas para por no parquímetro.
c) Se jogo não ganho nem um euro. Sorte: não ser assaltado e ficar sem esse euro.
d) A Gotinha diz no blog dela que há 11 mulheres por cada homem. Eu só tenho uma. Sorte: sem machismos gratuitos… eu só tenho um cartão de crédito.
Vou ali ao campo apanhar um trevo e já volto. O pior é se ele murcha e me sai o totoloto. Isso é que seria azar, tadinho do trevo.
A minha amiga das florestas, diz que o meu amuleto é um trevo de quatro folhas. Ora dizem que o trevo de quatro folhas dá sorte.
Ora vamos lá por partes:
a) Se vou à pesca com um companheiro, ele pesca sempre. Eu raramente consigo trazer um peixe. Sorte: não ter de o amanhar.
b) Se estaciono em cima de um passeio, quando volto tenho uma multa. Sorte: não ter de andar à procura de moedas para por no parquímetro.
c) Se jogo não ganho nem um euro. Sorte: não ser assaltado e ficar sem esse euro.
d) A Gotinha diz no blog dela que há 11 mulheres por cada homem. Eu só tenho uma. Sorte: sem machismos gratuitos… eu só tenho um cartão de crédito.
Vou ali ao campo apanhar um trevo e já volto. O pior é se ele murcha e me sai o totoloto. Isso é que seria azar, tadinho do trevo.
Bodyboard
Não sei se alguma das minhas leitoras ou algum dos meus leitores gosta de bodyboard. Ou os filhos. O Edmundo Peixeiro foi, aqui há uns anos atrás, campeão nacional e europeu de bodyboard. Actualmente ensina os outros a surfar, não está entrando em competições, o que é uma pena, mas entrou no mundo dos negócios. Hoje vai inaugurar a sua loja de bodyboard na Costa da Caparica. Chama-se Miramar, fica quase junta à praia. Para ele toda a sorte do mundo. A vocês fica aqui o meu convite para uma visitinha. Comprem lá a prancha para os putos, vá lá. A vida do mar é saudável. E o bom tempo está a chegar.
Não sei se alguma das minhas leitoras ou algum dos meus leitores gosta de bodyboard. Ou os filhos. O Edmundo Peixeiro foi, aqui há uns anos atrás, campeão nacional e europeu de bodyboard. Actualmente ensina os outros a surfar, não está entrando em competições, o que é uma pena, mas entrou no mundo dos negócios. Hoje vai inaugurar a sua loja de bodyboard na Costa da Caparica. Chama-se Miramar, fica quase junta à praia. Para ele toda a sorte do mundo. A vocês fica aqui o meu convite para uma visitinha. Comprem lá a prancha para os putos, vá lá. A vida do mar é saudável. E o bom tempo está a chegar.
Bom Dia!
Levanto a custo os olhos da página;
ardem;
ardem cegos de tanta neve.
Faz dó esta paixão pelo silêncio,
pelo sussurro do silêncio,
pelo ardor
do silêncio que só os dedos adivinham.
Cegos, também.
Eugénio de Andrade, A Paixão
Desapareceu um dos meus blogs preferidos. A minha amiga já não está na net. Ainda continuo apaixonado pelo que ela escreve. Silenciosa. Um estranho sussurro de silêncio. Um ardor. Para todas e todos os que me lêem e hoje especialmente para a Catarina os meus desejos de muito bom dia.
Levanto a custo os olhos da página;
ardem;
ardem cegos de tanta neve.
Faz dó esta paixão pelo silêncio,
pelo sussurro do silêncio,
pelo ardor
do silêncio que só os dedos adivinham.
Cegos, também.
Eugénio de Andrade, A Paixão
Desapareceu um dos meus blogs preferidos. A minha amiga já não está na net. Ainda continuo apaixonado pelo que ela escreve. Silenciosa. Um estranho sussurro de silêncio. Um ardor. Para todas e todos os que me lêem e hoje especialmente para a Catarina os meus desejos de muito bom dia.
‘Açaçinando’ a língua
No blog do bidé: “…eles mereciam é que os fiscais da câmara fossem lá ‘embriagar’ a obra…”
Ontem num café do Porto “.., eu não me meto na vida ‘alheira’ …”
Bom. eu vou ali comer uma alheira e beber uma cerveja, espero não me embriagar, e já volto.
É obra, mas também é a minha vida… o que é vocês têm com isso?
Não me digam que agora também vos apetece meter na vida ‘alheira’ e ‘embriagá-la’, não? Vá lá, façam um ‘abaixo-assassinado’, vá!
No blog do bidé: “…eles mereciam é que os fiscais da câmara fossem lá ‘embriagar’ a obra…”
Ontem num café do Porto “.., eu não me meto na vida ‘alheira’ …”
Bom. eu vou ali comer uma alheira e beber uma cerveja, espero não me embriagar, e já volto.
É obra, mas também é a minha vida… o que é vocês têm com isso?
Não me digam que agora também vos apetece meter na vida ‘alheira’ e ‘embriagá-la’, não? Vá lá, façam um ‘abaixo-assassinado’, vá!
quinta-feira, abril 29, 2004
Amizade
Uma amiga minha irá amanhã fazer uma comunicação na Universidade Lusíada. É a sua primeira “fala” no país que escolheu para fazer o seu mestrado. Provavelmente, também, o seu doutoramento (ela dirá doutorado). Hoje telefonei-lhe para lhe dar a “maior força”. Força aí Kachia, mostra o que vales, miúda (ela entenderá, garota).
Uma amiga minha irá amanhã fazer uma comunicação na Universidade Lusíada. É a sua primeira “fala” no país que escolheu para fazer o seu mestrado. Provavelmente, também, o seu doutoramento (ela dirá doutorado). Hoje telefonei-lhe para lhe dar a “maior força”. Força aí Kachia, mostra o que vales, miúda (ela entenderá, garota).
Tempo
Hoje numa conferência sobre transportes marítimos, a que assisti no Porto, uma das pessoas que fez uma comunicação foi o Comandante Jorge Semedo. Em 1973 terminei o liceu, em Almada. Eu era o sub-chefe de turma, o Semedo o chefe. Foi sempre assim desde o meu 3º ano de liceu. O Semedo o chefe, eu o sub-chefe. A escolha era por votação dos colegas. Democrática, mesmo nessa época. Hoje relembramos isso e não só (lembramo-nos por exemplo que uma, hoje proeminente, figura política do nosso país, não tomava banho depois das aulas de ginástica). Sempre se relembra algo quando se encontram velhos amigos. Amigos apenas, porque não somos velhos, ora bem. Terminamos as aulas no dia 10 de Julho de 1973. Depois foi época de exames. Eu só tive de fazer Filosofia, pois dispensei os restantes. O Semedo não sei. Hoje não falamos disso. Falamos de outras coisas e lembrámo-nos que não nos víamos desde Junho de 1973. Quase 31 anos depois voltamos a nos encontrar. É tempo!
O meu blog, faz hoje precisamente 6 meses que eu o comecei a escrever. Às vezes penso como é que arranjo temas para tanto tempo aqui na blogosfera. Tanto tempo? O que são 6 meses e o que são 31 anos? De facto não via o Semedo havia muito, mesmo muito tempo.
Hoje numa conferência sobre transportes marítimos, a que assisti no Porto, uma das pessoas que fez uma comunicação foi o Comandante Jorge Semedo. Em 1973 terminei o liceu, em Almada. Eu era o sub-chefe de turma, o Semedo o chefe. Foi sempre assim desde o meu 3º ano de liceu. O Semedo o chefe, eu o sub-chefe. A escolha era por votação dos colegas. Democrática, mesmo nessa época. Hoje relembramos isso e não só (lembramo-nos por exemplo que uma, hoje proeminente, figura política do nosso país, não tomava banho depois das aulas de ginástica). Sempre se relembra algo quando se encontram velhos amigos. Amigos apenas, porque não somos velhos, ora bem. Terminamos as aulas no dia 10 de Julho de 1973. Depois foi época de exames. Eu só tive de fazer Filosofia, pois dispensei os restantes. O Semedo não sei. Hoje não falamos disso. Falamos de outras coisas e lembrámo-nos que não nos víamos desde Junho de 1973. Quase 31 anos depois voltamos a nos encontrar. É tempo!
O meu blog, faz hoje precisamente 6 meses que eu o comecei a escrever. Às vezes penso como é que arranjo temas para tanto tempo aqui na blogosfera. Tanto tempo? O que são 6 meses e o que são 31 anos? De facto não via o Semedo havia muito, mesmo muito tempo.
Aleixo
Gosto de ir comer ao Aleixo. Na Campanhã. É um restaurante muito agradável, onde, se come muito bem. A decoração é simples. As paredes são em camadas de rocha. Cada sala tem um nome. A “farmácia”, onde se expõem os vinhos e as sobremesas. A “sala de operações”, onde se come, o “laboratório” que é a cozinha. A “desinfecção”, onde podemos lavar as mãos. Ah e a “sala de torturas”, onde temos de pagar a conta. As paredes decoradas com pequenos quadros. De gente famosa que visitou o Aleixo e de muitos recortes de jornais que o mencionam. De novo, não tive oportunidade de comer o célebre cabritinho no forno. Só servem à sexta à noite. Talvez da próxima vez. Mas não percam os filetes. Desta vez comi filetes de polvo acompanhado de um arrozinho do dito. Estavam deliciosos. E depois uma vitela acompanhada de batatinha nova. Estava divinal. E um vinho do Douro, maduro, tinto, é claro. Esteva 2001. Uma aletria doce de sobremesa. Um café e o segundo golo de Portugal. No Porto detesta-se Scolari. E Ricardo... bom, Ricardo é um frangueiro.
Gosto de ir comer ao Aleixo. Na Campanhã. É um restaurante muito agradável, onde, se come muito bem. A decoração é simples. As paredes são em camadas de rocha. Cada sala tem um nome. A “farmácia”, onde se expõem os vinhos e as sobremesas. A “sala de operações”, onde se come, o “laboratório” que é a cozinha. A “desinfecção”, onde podemos lavar as mãos. Ah e a “sala de torturas”, onde temos de pagar a conta. As paredes decoradas com pequenos quadros. De gente famosa que visitou o Aleixo e de muitos recortes de jornais que o mencionam. De novo, não tive oportunidade de comer o célebre cabritinho no forno. Só servem à sexta à noite. Talvez da próxima vez. Mas não percam os filetes. Desta vez comi filetes de polvo acompanhado de um arrozinho do dito. Estavam deliciosos. E depois uma vitela acompanhada de batatinha nova. Estava divinal. E um vinho do Douro, maduro, tinto, é claro. Esteva 2001. Uma aletria doce de sobremesa. Um café e o segundo golo de Portugal. No Porto detesta-se Scolari. E Ricardo... bom, Ricardo é um frangueiro.
Porto
Acabei de voltar. Obrigado a quem me desejou boa viagem. A quem mandou beijinhos ao Porto, confesso que não me ajoelhei para beijar o chão, só porque tenho uma hérnia e não porque eu tenha alguma coisa contra o Papa. Mas mandei beijinhos para o ar.
Eu não vou muitas vezes ao Porto e, das vezes que lá vou, raramente tenho tempo para passear. Ontem cheguei ás 7 da tarde, mas ainda deu para um pequeno passeio. Do hotel até à Batalha, a pé, não é longe. Mais abaixo uma espreitadela ao Douro. No miradouro, claro. Mas voltando à Batalha. Ainda lá continua, quase em ruínas, o Águia D’Ouro. E também o Chave D’Ouro. E o velhinho “mijadouro” (sim sei que não se escreve assim). Mas está lá! Depois descer as escadinhas dos Guindais. Onde uma menina tratava dos seus oito gatos, ou gatas, ou ambos. Sim oito e todos bonitos. Onde, a meio, uma bicicleta estava estacionada, amarrada com correntes e cadeados ao corrimão. Quem subirá ou descerá aquela escadaria toda de bicicleta? Só se for promessa. Parar três vezes para tirar um cigarro para dar. ‘Desculpe, arranja-me um cigarrinho?’. Com certeza. Eu sei que é mau fumar. Mas não consigo negar um cigarro a quem me pede. Chegar à ponte D. Luís. Em obras, para que o metro passe até Gaia. Ler do lado de lá, os nomes todos das caves e pensar se já bebi um Porto de cada uma daquelas marcas. E descer um pouco até à Ribeira, Para ver in loco, o que costumo ver na TV. O D. Tonho, O Presuntisco, e outros. A hora do jantar estava próxima, um táxi levou-nos ao Aleixo.
Acabei de voltar. Obrigado a quem me desejou boa viagem. A quem mandou beijinhos ao Porto, confesso que não me ajoelhei para beijar o chão, só porque tenho uma hérnia e não porque eu tenha alguma coisa contra o Papa. Mas mandei beijinhos para o ar.
Eu não vou muitas vezes ao Porto e, das vezes que lá vou, raramente tenho tempo para passear. Ontem cheguei ás 7 da tarde, mas ainda deu para um pequeno passeio. Do hotel até à Batalha, a pé, não é longe. Mais abaixo uma espreitadela ao Douro. No miradouro, claro. Mas voltando à Batalha. Ainda lá continua, quase em ruínas, o Águia D’Ouro. E também o Chave D’Ouro. E o velhinho “mijadouro” (sim sei que não se escreve assim). Mas está lá! Depois descer as escadinhas dos Guindais. Onde uma menina tratava dos seus oito gatos, ou gatas, ou ambos. Sim oito e todos bonitos. Onde, a meio, uma bicicleta estava estacionada, amarrada com correntes e cadeados ao corrimão. Quem subirá ou descerá aquela escadaria toda de bicicleta? Só se for promessa. Parar três vezes para tirar um cigarro para dar. ‘Desculpe, arranja-me um cigarrinho?’. Com certeza. Eu sei que é mau fumar. Mas não consigo negar um cigarro a quem me pede. Chegar à ponte D. Luís. Em obras, para que o metro passe até Gaia. Ler do lado de lá, os nomes todos das caves e pensar se já bebi um Porto de cada uma daquelas marcas. E descer um pouco até à Ribeira, Para ver in loco, o que costumo ver na TV. O D. Tonho, O Presuntisco, e outros. A hora do jantar estava próxima, um táxi levou-nos ao Aleixo.
quarta-feira, abril 28, 2004
Já volto
Vou até ali ao Porto e já volto. Amanhã à noite, entrarei em contacto convosco. Entretanto não chorem. Eu sei que sou bom, mas não sou tanto assim não é?
PS. Hoje almocei cozido á portuguesa. Nem ao Schubert contei. Amanhã com calma trocarei impressões com ele sobre a influência da unha de porco na felicidade dos gastromaníacos.
Vou até ali ao Porto e já volto. Amanhã à noite, entrarei em contacto convosco. Entretanto não chorem. Eu sei que sou bom, mas não sou tanto assim não é?
PS. Hoje almocei cozido á portuguesa. Nem ao Schubert contei. Amanhã com calma trocarei impressões com ele sobre a influência da unha de porco na felicidade dos gastromaníacos.
Bom Dia!
De tarde
Naquele pic-nic de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
Cesário Verde, O Livro de Cesário Verde
Podemos acordar de manhã a pensar na tarde. A congeminar pic-nics, burgueses ou não. A lembrar que na Primavera as papoulas “sangram” os granzoais. A imaginar seios cobertos de rendas. Só não podemos é deixar uma manhã partir sem vos desejar um muito bom dia!
De tarde
Naquele pic-nic de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
Cesário Verde, O Livro de Cesário Verde
Podemos acordar de manhã a pensar na tarde. A congeminar pic-nics, burgueses ou não. A lembrar que na Primavera as papoulas “sangram” os granzoais. A imaginar seios cobertos de rendas. Só não podemos é deixar uma manhã partir sem vos desejar um muito bom dia!
terça-feira, abril 27, 2004
Lunch Time Blog
Tive um colega de trabalho, numa das empresas por onde passei, que acompanhava as suas refeições com arroz. Todas. Lembro-me de ele, à minha frente na fila do self-service, pedir sardinhas assadas, sem batata, sem salada, só com arroz. Outros hão, como o meu cunhado, que quem lhes tira as batatas fritas, estraga-lhes a refeição. Estou à espera do dia em que nos sentemos à mesa para comer um bacalhau com todos e ele queira substituir, a batata, as hortaliças, a cenoura, o ovo, por batatas fritas. Eu para acompanhamento, sinceramente gosto de variar. E gosto de fazê-lo consoante a refeição. As saladas são as minhas preferidas. Mistas ou individualizadas, tanto faz. Uma bela salada de alface picadinha com as favas e entrecosto. Uma salada de pimentos com as sardinhas. Uma salada de tomate, quando como um churrasco seja de que carnes for. Uma salada completa de tomate, alface, cebola, milho, aipo e palmito, um pouco de queijo de cabra. Não como acompanhamento, mas ela de per si a servir de refeição. Depois vêm as frutas. Qualquer que seja a refeição eu sou capaz de a acompanhar com fruta, sendo que, com a bela picanha na pedra, nunca dispenso. Os espargos são outras das minhas preferências. Um pouco de manteiga derretida, pego no espargo com a mão, já sei, vão dizer, que horror, mas é mesmo assim que faço, e vou molhando as pontinhas e acompanhando o prato. As castanhas e o seu puré. Qualquer puré, batata, castanha, maçã, me delicia como acompanhamento. Não dispenso um arroz de “cascas” como eu costumo dizer, cá em casa, em private, para acompanhar peixe frito. Entenda-se como “cascas”, os mariscos bivalves, seja amêijoa, seja conquilha mas, fundamentalmente lingueirão.
Hoje o acompanhamento foi à viola e à guitarra. Camané cantava o fado. No gira-discos.
PS. O Schubert gosta de estar acompanhado quando come. De quando em vez, levanta o focinhito do prato e olha em redor. Se vê alguém, diz umas palavras em dialecto gatês, mostrando a sua satisfação e continua. Gosta também de ser acompanhado com uma carícia no lombo.
Tive um colega de trabalho, numa das empresas por onde passei, que acompanhava as suas refeições com arroz. Todas. Lembro-me de ele, à minha frente na fila do self-service, pedir sardinhas assadas, sem batata, sem salada, só com arroz. Outros hão, como o meu cunhado, que quem lhes tira as batatas fritas, estraga-lhes a refeição. Estou à espera do dia em que nos sentemos à mesa para comer um bacalhau com todos e ele queira substituir, a batata, as hortaliças, a cenoura, o ovo, por batatas fritas. Eu para acompanhamento, sinceramente gosto de variar. E gosto de fazê-lo consoante a refeição. As saladas são as minhas preferidas. Mistas ou individualizadas, tanto faz. Uma bela salada de alface picadinha com as favas e entrecosto. Uma salada de pimentos com as sardinhas. Uma salada de tomate, quando como um churrasco seja de que carnes for. Uma salada completa de tomate, alface, cebola, milho, aipo e palmito, um pouco de queijo de cabra. Não como acompanhamento, mas ela de per si a servir de refeição. Depois vêm as frutas. Qualquer que seja a refeição eu sou capaz de a acompanhar com fruta, sendo que, com a bela picanha na pedra, nunca dispenso. Os espargos são outras das minhas preferências. Um pouco de manteiga derretida, pego no espargo com a mão, já sei, vão dizer, que horror, mas é mesmo assim que faço, e vou molhando as pontinhas e acompanhando o prato. As castanhas e o seu puré. Qualquer puré, batata, castanha, maçã, me delicia como acompanhamento. Não dispenso um arroz de “cascas” como eu costumo dizer, cá em casa, em private, para acompanhar peixe frito. Entenda-se como “cascas”, os mariscos bivalves, seja amêijoa, seja conquilha mas, fundamentalmente lingueirão.
Hoje o acompanhamento foi à viola e à guitarra. Camané cantava o fado. No gira-discos.
PS. O Schubert gosta de estar acompanhado quando come. De quando em vez, levanta o focinhito do prato e olha em redor. Se vê alguém, diz umas palavras em dialecto gatês, mostrando a sua satisfação e continua. Gosta também de ser acompanhado com uma carícia no lombo.
Bom dia!
Não te Amo
Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
Almeida Garrett, in Folhas Caídas
Os homens! Em todas as épocas, de todas as condições. Os homens! Para todos os homens e mulheres que amam ou que apenas querem, a todos e a todas os meus desejos de um muito bom dia!
Não te Amo
Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
Almeida Garrett, in Folhas Caídas
Os homens! Em todas as épocas, de todas as condições. Os homens! Para todos os homens e mulheres que amam ou que apenas querem, a todos e a todas os meus desejos de um muito bom dia!
segunda-feira, abril 26, 2004
Ágora
A minha amiga Kachia (não é sotaque que eu estou transcrevendo, não, ela não é Catia se lendo Kachia, é Kachia mesmo), também já tem um blog. Ela escreve em português do Brasil, que é como quem diz, só cá para nós que ninguém nos ouve, em brasileiro. Vai daí tive dificuldade em ler o título de uma postagem. Ela escreveu “correção” e eu pensei que o título era uma incorrecção. Afinal lá naquele português deles, correto é correcto e não está incorrecto. Vamos lá ler? Eu já fui e já a coloquei aqui na lista do lado direito.
PS. Ágora é grego e é o nome do blog da Kachia. Quem explica bem, essas coisas de grego, é a Carla de Almeida no seu blog bomba-inteligente. Não sei se antes de eu ser um bloguisteiro ela já deu uma explicação de Ágora. Se não deu ficarei à espera.
A minha amiga Kachia (não é sotaque que eu estou transcrevendo, não, ela não é Catia se lendo Kachia, é Kachia mesmo), também já tem um blog. Ela escreve em português do Brasil, que é como quem diz, só cá para nós que ninguém nos ouve, em brasileiro. Vai daí tive dificuldade em ler o título de uma postagem. Ela escreveu “correção” e eu pensei que o título era uma incorrecção. Afinal lá naquele português deles, correto é correcto e não está incorrecto. Vamos lá ler? Eu já fui e já a coloquei aqui na lista do lado direito.
PS. Ágora é grego e é o nome do blog da Kachia. Quem explica bem, essas coisas de grego, é a Carla de Almeida no seu blog bomba-inteligente. Não sei se antes de eu ser um bloguisteiro ela já deu uma explicação de Ágora. Se não deu ficarei à espera.
Lunch Time Blog
As segundas-feiras nunca são dias muito bons para se falar de comida. Em primeiro lugar, porque ainda estamos de ressaca das petiscadas e bebedeiras de Domingo. Em segundo (e falo do meu caso) ainda estou meio a dormir para ter suficiente discernimento para não escrever disparates. E, finalmente, esta é que é a razão principal é que eu às segundas, não só ainda estou a pensar no fim-de-semana acabado, mas também já estou a pensar no próximo fim-de-semana, do que vem aí de prazeres gastronómicos e, qualquer coisa que se coma hoje é incomparavelmente pior que o desejo do futuro e saudade do passado. Se comemos em casa, aliviamos o estômago dos antecedentes exageros e começamos a prepará-lo para os vindouros. Se comemos fora, torcemos o nariz à ementa, desconfiamos do peixe, e pensamos os dias de frigorífico que aquela carne já tem. Temos o bacalhau, penseis bem vós, amigas leitoras e amigos leitores. Bacalhau não é carne e nunca foi peixe. Mas eu gosto de bacalhau por prazer e não por alternativa, portanto está fora de questão comer bacalhau à segunda-feira. Poderíeis argumentar, alguns de vós, algo do tipo interrogativo: ‘mas este gajo não sabe o que é fast food? Ele ia ao gajo das galinhas de kentucky, ou ao marques donalde ou à piza telefónica e pronto, não vinha para aqui encher a postagem de cheiros e sabores’. Pois sabeis bem o que eu respondo a isso, nem preciso dizer. Se escrever pqp à ideia, vós sabeis o que eu quero dizer. Portanto pelas razões apontadas, decidi, hoje, não escrever a minha postagem denominada Lunch Time Blog. Não é birra, não. É que não tenho tema.
PS.
1. Schubert, não leias o que escrevi acima. Vamos à contagem? Primeiro porque eu não escrevi nada.
Segundo porque mesmo que tivesse escrito estaria cheio de termos em estrangeiro e tu não irias
perceber nada.
2. A água e o AlkaSeltzer estavam deliciosos.
3. Estou cansadíssimo de NÃO ler comentários. Vós sois cá uns cortes.
4. Tenho descoberto uns blogs muito fixes. Um dia destes faço aqui mais um pouco de publicidade aos ditos.
5. No escândalo da Brisa não há culpados. Deve ter sido mais um acto da natureza. Uma brisa que passou por ali.
As segundas-feiras nunca são dias muito bons para se falar de comida. Em primeiro lugar, porque ainda estamos de ressaca das petiscadas e bebedeiras de Domingo. Em segundo (e falo do meu caso) ainda estou meio a dormir para ter suficiente discernimento para não escrever disparates. E, finalmente, esta é que é a razão principal é que eu às segundas, não só ainda estou a pensar no fim-de-semana acabado, mas também já estou a pensar no próximo fim-de-semana, do que vem aí de prazeres gastronómicos e, qualquer coisa que se coma hoje é incomparavelmente pior que o desejo do futuro e saudade do passado. Se comemos em casa, aliviamos o estômago dos antecedentes exageros e começamos a prepará-lo para os vindouros. Se comemos fora, torcemos o nariz à ementa, desconfiamos do peixe, e pensamos os dias de frigorífico que aquela carne já tem. Temos o bacalhau, penseis bem vós, amigas leitoras e amigos leitores. Bacalhau não é carne e nunca foi peixe. Mas eu gosto de bacalhau por prazer e não por alternativa, portanto está fora de questão comer bacalhau à segunda-feira. Poderíeis argumentar, alguns de vós, algo do tipo interrogativo: ‘mas este gajo não sabe o que é fast food? Ele ia ao gajo das galinhas de kentucky, ou ao marques donalde ou à piza telefónica e pronto, não vinha para aqui encher a postagem de cheiros e sabores’. Pois sabeis bem o que eu respondo a isso, nem preciso dizer. Se escrever pqp à ideia, vós sabeis o que eu quero dizer. Portanto pelas razões apontadas, decidi, hoje, não escrever a minha postagem denominada Lunch Time Blog. Não é birra, não. É que não tenho tema.
PS.
1. Schubert, não leias o que escrevi acima. Vamos à contagem? Primeiro porque eu não escrevi nada.
Segundo porque mesmo que tivesse escrito estaria cheio de termos em estrangeiro e tu não irias
perceber nada.
2. A água e o AlkaSeltzer estavam deliciosos.
3. Estou cansadíssimo de NÃO ler comentários. Vós sois cá uns cortes.
4. Tenho descoberto uns blogs muito fixes. Um dia destes faço aqui mais um pouco de publicidade aos ditos.
5. No escândalo da Brisa não há culpados. Deve ter sido mais um acto da natureza. Uma brisa que passou por ali.
Bom Dia!
"... Por isso, estes contos são crueis. Diz-se às vezes que há muito de amor do mal no evocá-lo e referi-lo. E que é disso que ele se perpetua. O mal não se perpetua senão no pertender-se que não existe, ou que excessivo para a nossa delicadeza, há que deixá-lo num discreto limbo. "
Jorge de Sena, Prefácio de 1971 a Os Grão-Capitães
Que é como quem diz 'perdo-o, mas não esqueço', o que na verdade é uma grande hipocrisia. E como eu não sou hipócrita não esqueço, nem perdoo-o o mal. Mas a todos os que são de bem eu desejo um grande Bom Dia!
"... Por isso, estes contos são crueis. Diz-se às vezes que há muito de amor do mal no evocá-lo e referi-lo. E que é disso que ele se perpetua. O mal não se perpetua senão no pertender-se que não existe, ou que excessivo para a nossa delicadeza, há que deixá-lo num discreto limbo. "
Jorge de Sena, Prefácio de 1971 a Os Grão-Capitães
Que é como quem diz 'perdo-o, mas não esqueço', o que na verdade é uma grande hipocrisia. E como eu não sou hipócrita não esqueço, nem perdoo-o o mal. Mas a todos os que são de bem eu desejo um grande Bom Dia!
domingo, abril 25, 2004
Contributo
Durante o último mês tentei dar o meu contributo, através de uma visão pessoal do enquadramento do 25 de Abril, na situação antes e na evolução que teve a Revolução durante o primeiro ano, para a comemoração dos 30 anos do 25 de Abril. Como referi no dia em que iniciei a escrita desse pequeno romance, não tive nenhuma pretensão de escrever uma “obra”, mas apenas proporcionar, principalmente aos mais novos, o conhecimento da época em que vivíamos, época em que alguns dos meus leitores ainda não eram nascidos. Verifico me mais de 270 pessoas acederam ao meu texto, pese embora tenha consciência que nem todos terão lido o texto completo. Ainda assim, acho que valeu a pena. Quem ainda tiver curiosidade de o ler pode encontrá-lo aqui nesta morada: Livro de Contos.
Durante o último mês tentei dar o meu contributo, através de uma visão pessoal do enquadramento do 25 de Abril, na situação antes e na evolução que teve a Revolução durante o primeiro ano, para a comemoração dos 30 anos do 25 de Abril. Como referi no dia em que iniciei a escrita desse pequeno romance, não tive nenhuma pretensão de escrever uma “obra”, mas apenas proporcionar, principalmente aos mais novos, o conhecimento da época em que vivíamos, época em que alguns dos meus leitores ainda não eram nascidos. Verifico me mais de 270 pessoas acederam ao meu texto, pese embora tenha consciência que nem todos terão lido o texto completo. Ainda assim, acho que valeu a pena. Quem ainda tiver curiosidade de o ler pode encontrá-lo aqui nesta morada: Livro de Contos.
sábado, abril 24, 2004
Memória III
Durante a manhã, fiquei pelo Bairro. Reuníamos no muro comentando. Um ouviu isto na rádio, outro ouviu aquilo, entretanto chegavam uns, partiam outros, a confusão era grande, as notícias incoerentes, os boatos, muitos.
Almocei algo nervoso. O meu irmão e o meu pai tinham saído para o trabalho e a preocupação no rosto da minha mãe era indisfarçável. Eu tinha decidido não ir ao Técnico, já que as recomendações eram para não sair de casa. Por outro lado, não estava disposto a que a minha mãe ficasse só. Fui apenas a Almada, comprar jornais. Todos os que consegui. Quando Marcelo saiu na Chamite, do Quartel do Carmo, as lágrimas correram-me de emoção. Na esquina, eu e um amigo abraçamo-nos. Apenas. Fortemente. E dissemos em uníssono: Ganhámos!
Durante a manhã, fiquei pelo Bairro. Reuníamos no muro comentando. Um ouviu isto na rádio, outro ouviu aquilo, entretanto chegavam uns, partiam outros, a confusão era grande, as notícias incoerentes, os boatos, muitos.
Almocei algo nervoso. O meu irmão e o meu pai tinham saído para o trabalho e a preocupação no rosto da minha mãe era indisfarçável. Eu tinha decidido não ir ao Técnico, já que as recomendações eram para não sair de casa. Por outro lado, não estava disposto a que a minha mãe ficasse só. Fui apenas a Almada, comprar jornais. Todos os que consegui. Quando Marcelo saiu na Chamite, do Quartel do Carmo, as lágrimas correram-me de emoção. Na esquina, eu e um amigo abraçamo-nos. Apenas. Fortemente. E dissemos em uníssono: Ganhámos!
Lunch Time Blog
O meu amigo Manel tem um rebanho de ovelhas. Mas ao contrário de certos pastores que é Ó Violeta, psiuuuuuu, Ó Mimosa vem cá, pcheeeeetttttttt Papoila, Ó Malhadiiiiiinhaaaa, o meu amigo Manel não põe nomes aos animais. Ele diz, com razão, que bicho com nome não se come. Eu também acho que ele está completamente certo. E é por isso que quando eu quero um borrego, acabadinho de matar, o encomendo ao meu amigo Manel. Ao menos assim, sei que não estou a comer o Careca, nem a Florzinha, nem a Manquita, mesmo que o animal coxeie de uma pata. Mas confesso que, ainda assim, prefiro os carapaus. A um cardume de uns bons milhares seria impossível pôr o nome um a um. E mesmo que o pescador o fizesse, haja imaginação, a peixeira não teria tempo de decorar. A propósito, será que um carapau em francês é visage-batôn? E em inglês será stick-face? É que o molho, que eu ponho por cima, ninguém tem dúvidas: spanish style sauce. Só que ás vezes a cebola faz-me chorar dos olhos.
PS. Schubert conta lá ao pessoal se os carapaus não estavam bons. Conta, vai, não fiques assim acanhado. Gato que é gato não se envergonha.
O meu amigo Manel tem um rebanho de ovelhas. Mas ao contrário de certos pastores que é Ó Violeta, psiuuuuuu, Ó Mimosa vem cá, pcheeeeetttttttt Papoila, Ó Malhadiiiiiinhaaaa, o meu amigo Manel não põe nomes aos animais. Ele diz, com razão, que bicho com nome não se come. Eu também acho que ele está completamente certo. E é por isso que quando eu quero um borrego, acabadinho de matar, o encomendo ao meu amigo Manel. Ao menos assim, sei que não estou a comer o Careca, nem a Florzinha, nem a Manquita, mesmo que o animal coxeie de uma pata. Mas confesso que, ainda assim, prefiro os carapaus. A um cardume de uns bons milhares seria impossível pôr o nome um a um. E mesmo que o pescador o fizesse, haja imaginação, a peixeira não teria tempo de decorar. A propósito, será que um carapau em francês é visage-batôn? E em inglês será stick-face? É que o molho, que eu ponho por cima, ninguém tem dúvidas: spanish style sauce. Só que ás vezes a cebola faz-me chorar dos olhos.
PS. Schubert conta lá ao pessoal se os carapaus não estavam bons. Conta, vai, não fiques assim acanhado. Gato que é gato não se envergonha.
Ruivas
Nunca entendi porque é contam anedotas de loiras. Para mim, uma anedota, é uma pequena história caricata, normalmente inventada e que quase sempre faz rir. Ora se é inventada, não faz sentido contar-se anedotas de loiras. Porque são sempre verdade. Ah, mas com as ruivas é diferente. E é por isso que esta Ruiva não é uma anedota. É uma miúda genial, que eu conheço e que faz umas postagens muito interessantes. São coisas de ruiva, eu sei, mas são giras.
Nunca entendi porque é contam anedotas de loiras. Para mim, uma anedota, é uma pequena história caricata, normalmente inventada e que quase sempre faz rir. Ora se é inventada, não faz sentido contar-se anedotas de loiras. Porque são sempre verdade. Ah, mas com as ruivas é diferente. E é por isso que esta Ruiva não é uma anedota. É uma miúda genial, que eu conheço e que faz umas postagens muito interessantes. São coisas de ruiva, eu sei, mas são giras.
Restaurantes
Ao meu amigo Zacarias, de quem já vos contei algumas histórias, acontece-lhe cada uma… Como quase todas as sextas-feiras, encontramo-nos à noite no café para dois dedos de conversa e uma cerveja. “Parabéns Zac, foram 10 não foram?”. Não tinha a certeza, mas pelas minhas contas ele tinha acabado de fazer 10 anos de casado. “Então onde foi a comemoração?”. Bom, que foram a um novo restaurante francês que abriu em Lisboa, por sinal muito bom, mas caríssimo, que lhe ia dando um traique-livaique. Mas segundo ele, acabou por nem pagar muito. Então contou-me o que eu vou transcrever em diálogo:
- Zacarias (Z) : 140 Euros? Você está doido ou quê? O que é isto couvert? Nós não comemos couvert nenhum.
- Empregado (E) : O couvert estava aí, você não comeu porque não quis.
- Z : E este champanhe que nem sei ler o nome? Também não bebemos champanhe nenhum.
- E: Estava aí, o senhor não tomou porque não quis.
- Z: Sobremesas? Nós não comemos estas sobremesas todas.
- E: Mas estavam aí, à disposição. Você não comeu por que não quis.
- Z: Bom está bem, você tem razão. Então 140 Euros, subtraindo 100 por você ter feito amor com a minha mulher, dá 40 e é só isso que eu vou pagar.
- E: Eu? Mas isso é um absurdo. Eu nem olhei sequer para a sua esposa.
Zacarias levantou-se, deixou os 40 Euros em cima da mesa, olhou o empregado com desdém e respondeu-lhe:
- Estava aí, você não comeu porque não quis.
Ao meu amigo Zacarias, de quem já vos contei algumas histórias, acontece-lhe cada uma… Como quase todas as sextas-feiras, encontramo-nos à noite no café para dois dedos de conversa e uma cerveja. “Parabéns Zac, foram 10 não foram?”. Não tinha a certeza, mas pelas minhas contas ele tinha acabado de fazer 10 anos de casado. “Então onde foi a comemoração?”. Bom, que foram a um novo restaurante francês que abriu em Lisboa, por sinal muito bom, mas caríssimo, que lhe ia dando um traique-livaique. Mas segundo ele, acabou por nem pagar muito. Então contou-me o que eu vou transcrever em diálogo:
- Zacarias (Z) : 140 Euros? Você está doido ou quê? O que é isto couvert? Nós não comemos couvert nenhum.
- Empregado (E) : O couvert estava aí, você não comeu porque não quis.
- Z : E este champanhe que nem sei ler o nome? Também não bebemos champanhe nenhum.
- E: Estava aí, o senhor não tomou porque não quis.
- Z: Sobremesas? Nós não comemos estas sobremesas todas.
- E: Mas estavam aí, à disposição. Você não comeu por que não quis.
- Z: Bom está bem, você tem razão. Então 140 Euros, subtraindo 100 por você ter feito amor com a minha mulher, dá 40 e é só isso que eu vou pagar.
- E: Eu? Mas isso é um absurdo. Eu nem olhei sequer para a sua esposa.
Zacarias levantou-se, deixou os 40 Euros em cima da mesa, olhou o empregado com desdém e respondeu-lhe:
- Estava aí, você não comeu porque não quis.
Bom Dia!
"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história"
Carlos Drummond de Andrade, Quadrilha
E há por aí muitas outras quadrilhas. Vocês sabem que eu sei que vocês sabem que há por aí muitas quadrilhas. Ó, Ó, se há! Tenham um muito Bom Dia!
"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história"
Carlos Drummond de Andrade, Quadrilha
E há por aí muitas outras quadrilhas. Vocês sabem que eu sei que vocês sabem que há por aí muitas quadrilhas. Ó, Ó, se há! Tenham um muito Bom Dia!
sexta-feira, abril 23, 2004
Perisemples
A Espectacológica hoje fez uma postagem a dizer que "morrer é um alívio". Eu tive a oportunidade de lhe deixar um comentário que aqui reproduzo: "Opá, mas se um gajo morre.. assim perisemples.. um gajo morre não é? E pode levar um computador para ler os berlogues? E assim também, perisemples, pode fazer comentários?".
Mas se fosse só para dizer isso, bastava pedir-lhes para irem lá ler o comentário. Mas não é. É que depois fiquei a pensar, assim também perisemples, um gajo morre, prontes, alivia não é? E como é que quem fica cá sabe se um gajo alivia se um gajo morre e não pode dizer? Pois é, agentes morre, não é? E depois a gentes vai para o céu não é? Então se agentes vai para o céu, porque é que agentes não cai? É só porque a gentes perde 21 gramas e fica assim mais levezinho? Oh pá perisemples, eu vou pensar um bocadinho nisso e já volto.
É que eu não estou nada com vontade de aliviar ainda. Eu acho que ainda posso aguentar mais um bocadinho, assim, perisemples, se não me obrigarem a ver a TVI, nem me derem iscas ao almoço, não acham?
A Espectacológica hoje fez uma postagem a dizer que "morrer é um alívio". Eu tive a oportunidade de lhe deixar um comentário que aqui reproduzo: "Opá, mas se um gajo morre.. assim perisemples.. um gajo morre não é? E pode levar um computador para ler os berlogues? E assim também, perisemples, pode fazer comentários?".
Mas se fosse só para dizer isso, bastava pedir-lhes para irem lá ler o comentário. Mas não é. É que depois fiquei a pensar, assim também perisemples, um gajo morre, prontes, alivia não é? E como é que quem fica cá sabe se um gajo alivia se um gajo morre e não pode dizer? Pois é, agentes morre, não é? E depois a gentes vai para o céu não é? Então se agentes vai para o céu, porque é que agentes não cai? É só porque a gentes perde 21 gramas e fica assim mais levezinho? Oh pá perisemples, eu vou pensar um bocadinho nisso e já volto.
É que eu não estou nada com vontade de aliviar ainda. Eu acho que ainda posso aguentar mais um bocadinho, assim, perisemples, se não me obrigarem a ver a TVI, nem me derem iscas ao almoço, não acham?
Siglas
Desde que me desempreguei há 2 anos que tenho apresentado o meu CV às mais diversas entidades. Alguns ER agradecem o envio e informam-me que passarei a constar dos seus ficheiros para uma oportunidade. Outros dão-me uns documentos para preencher que não são mais que um TPC em modo interrogativo. No final verifica-se que o meu QI é quase zero e lá vou eu borda fora. Claro que nem me atrevo a chamar-lhes FDP. Eles sabem que são.
Glossário
CV Curriculum Vitae
ER Executive Researcher
TPC Ter Portentosa Cunha
QI Quem Indique
FDP Todos sabem
Desde que me desempreguei há 2 anos que tenho apresentado o meu CV às mais diversas entidades. Alguns ER agradecem o envio e informam-me que passarei a constar dos seus ficheiros para uma oportunidade. Outros dão-me uns documentos para preencher que não são mais que um TPC em modo interrogativo. No final verifica-se que o meu QI é quase zero e lá vou eu borda fora. Claro que nem me atrevo a chamar-lhes FDP. Eles sabem que são.
Glossário
CV Curriculum Vitae
ER Executive Researcher
TPC Ter Portentosa Cunha
QI Quem Indique
FDP Todos sabem
Lunch Time Blog
O Schubert sentou-se comigo à mesa. Pôs o babete para não sujar o laço, olhou para mim e disse-me:
- Miau!
- Ó tonto, não vês que não preciso. Não estou de gravata.
- Miau!
- Faca e garfo? Para quê? Tu ainda não sabes comer de talher, só tens 3 meses.
- Miau!
- Porque tem alhos.
- Miau!
- Natas. Não sabes o que são natas? Estás a ver o teu leitinho? É assim parecido, só que mais espesso.
- Miau!
- Cogumelos.
- Miau!
- Claro que não tens rapaz. A veterinária disse que podias comer um bife, mas teria de ser grelhado e sem temperos.
- Miau!
- Se gostares, sim, posso te fazer uma bica.
- Miau!
- Primeiro a sobremesa? Claro. Gostas de morangos? Se gostares eu dou-te.
- Miau!
- Só do molho com açúcar? Isso é a tua dona, eu não como morangos com açúcar.
- Miau!
- Que gostaste da refeição sei eu, és um guloso.
- Miaurrrerrrerrre.
- Schubert!!!!! Não precisas arrotar à mesa!
PS. Querias um pêésse só para ti? Não te chega a atenção que te dei ao almoço?
O Schubert sentou-se comigo à mesa. Pôs o babete para não sujar o laço, olhou para mim e disse-me:
- Miau!
- Ó tonto, não vês que não preciso. Não estou de gravata.
- Miau!
- Faca e garfo? Para quê? Tu ainda não sabes comer de talher, só tens 3 meses.
- Miau!
- Porque tem alhos.
- Miau!
- Natas. Não sabes o que são natas? Estás a ver o teu leitinho? É assim parecido, só que mais espesso.
- Miau!
- Cogumelos.
- Miau!
- Claro que não tens rapaz. A veterinária disse que podias comer um bife, mas teria de ser grelhado e sem temperos.
- Miau!
- Se gostares, sim, posso te fazer uma bica.
- Miau!
- Primeiro a sobremesa? Claro. Gostas de morangos? Se gostares eu dou-te.
- Miau!
- Só do molho com açúcar? Isso é a tua dona, eu não como morangos com açúcar.
- Miau!
- Que gostaste da refeição sei eu, és um guloso.
- Miaurrrerrrerrre.
- Schubert!!!!! Não precisas arrotar à mesa!
PS. Querias um pêésse só para ti? Não te chega a atenção que te dei ao almoço?
Bom Dia!
“Uma coisa é estar convencido e outra estar disposto a convencer-se; é aos desta classe que me dirijo, e não aos que julgam humilhação vir escutar o que eles chamam ilusões. Com estes eu não me ocupo, absolutamente”.
Allan Kardec, O que é o espiritismo.
Neste parágrafo, Kardec refere-se aos que consideram a existência de espíritos uma ilusão. O pensamento é bom mesmo que aplicado a “outras coisas” da vida. Eu não me ocupo absolutamente de quem não quer aprender. Aos atentados à inteligência eu não deixo o meu desejo de Bom Dia. Nem me obrigará a dizer obrigado, ariel.
“Uma coisa é estar convencido e outra estar disposto a convencer-se; é aos desta classe que me dirijo, e não aos que julgam humilhação vir escutar o que eles chamam ilusões. Com estes eu não me ocupo, absolutamente”.
Allan Kardec, O que é o espiritismo.
Neste parágrafo, Kardec refere-se aos que consideram a existência de espíritos uma ilusão. O pensamento é bom mesmo que aplicado a “outras coisas” da vida. Eu não me ocupo absolutamente de quem não quer aprender. Aos atentados à inteligência eu não deixo o meu desejo de Bom Dia. Nem me obrigará a dizer obrigado, ariel.
Visitei
Visitei o blog Estrada do Coco. Está publicado um excelente extracto referenciado como : Ruben Braga [1913-1990], Pequena Antologia do Braga, Editora Record, 7.ª Edição, 2004.
Só porque falamos a mesma língua, vale a pena ler. Eu, por ter muitos amigos e amigas brasileiras e por ler muitos autores brasileiros, já conhecia a maioria das expressões. E ainda não está, escarrapachada a gíria, que para nós é calão. Porque essa é quase in-traduzível. Não podemos esquecer a dimensão do Brasil e “as gírias” regionais. Não é só esta postagem que vale a pena ler. Eu por mim, estacionei (aparquei?, parqueei?) por lá longos minutos. Gostei.
Visitei o blog Estrada do Coco. Está publicado um excelente extracto referenciado como : Ruben Braga [1913-1990], Pequena Antologia do Braga, Editora Record, 7.ª Edição, 2004.
Só porque falamos a mesma língua, vale a pena ler. Eu, por ter muitos amigos e amigas brasileiras e por ler muitos autores brasileiros, já conhecia a maioria das expressões. E ainda não está, escarrapachada a gíria, que para nós é calão. Porque essa é quase in-traduzível. Não podemos esquecer a dimensão do Brasil e “as gírias” regionais. Não é só esta postagem que vale a pena ler. Eu por mim, estacionei (aparquei?, parqueei?) por lá longos minutos. Gostei.
Estacionamento
Prometi-te, cá vai a história. Eu já fui assistir a uma sessão do Parlamento. Ao vivo! Parece cretino que, ao fim de trinta anos de democracia, eu esteja aqui a dizer que já assisti a uma reunião plenária dos nossos representantes. Mas é verdade, fui só a uma e fui forçado. Já assisti a horas e horas a fio de debate parlamentar, mas, ao vivo, nunca lá tinha estado. Tudo por causa do estacionamento. Fui almoçar a S. Bento, ao restaurante de uma ex-colega de uma das empresas onde trabalhei. Naquele tempo, no tempo em que eu ainda estava empregado, tinha um bom carro. Marca “nobre”, alta cilindrada, ainda brilhante de novo, poderia ser o carro de um deputado. Voltas e mais voltas e lugar para estacionar, népias. Vai já para ali. Um carro destes pode estacionar no parque da AR que ninguém desconfia. Os outros que lá estavam, tinha um dístico identificador. Mas caramba, um deputado da nação tem direito a ter um esquecimento, ou não? Quando regressei do almoço, tinha a bloquear-me, o carro, este sim de um senhor deputado. E agora? Não poderia ir chamar a polícia. Seria lata a mais. E dinheiro a menos, pois sem multa não passaria. E além disso, alguém iria dizer lá, no parlamento, aos microfones: “O Sr. ou Sra. Deputada que tem o carro a bloquear a saída de um pacato cidadão que acabou de almoçar, faça o favor de ir retirá-lo”? Aguentei-me à bronca. Tomei um táxi e fui trabalhar. Às sete da tarde, o meu carro ainda estava bloqueado. Fui então assistir ao resto do debate parlamentar. Discutia-se votava-se o “totonegócio”. Só quando o Dr. Almeida Santos deu por terminada a sessão, já passava largamente das oito, é que toda a gente debandou da sala. O Sr. Deputado, dono do carro bloqueador, chegou primeiro do que eu, ao parque. Depois saí calmamente a assobiar, como se nada fosse comigo.
Prometi-te, cá vai a história. Eu já fui assistir a uma sessão do Parlamento. Ao vivo! Parece cretino que, ao fim de trinta anos de democracia, eu esteja aqui a dizer que já assisti a uma reunião plenária dos nossos representantes. Mas é verdade, fui só a uma e fui forçado. Já assisti a horas e horas a fio de debate parlamentar, mas, ao vivo, nunca lá tinha estado. Tudo por causa do estacionamento. Fui almoçar a S. Bento, ao restaurante de uma ex-colega de uma das empresas onde trabalhei. Naquele tempo, no tempo em que eu ainda estava empregado, tinha um bom carro. Marca “nobre”, alta cilindrada, ainda brilhante de novo, poderia ser o carro de um deputado. Voltas e mais voltas e lugar para estacionar, népias. Vai já para ali. Um carro destes pode estacionar no parque da AR que ninguém desconfia. Os outros que lá estavam, tinha um dístico identificador. Mas caramba, um deputado da nação tem direito a ter um esquecimento, ou não? Quando regressei do almoço, tinha a bloquear-me, o carro, este sim de um senhor deputado. E agora? Não poderia ir chamar a polícia. Seria lata a mais. E dinheiro a menos, pois sem multa não passaria. E além disso, alguém iria dizer lá, no parlamento, aos microfones: “O Sr. ou Sra. Deputada que tem o carro a bloquear a saída de um pacato cidadão que acabou de almoçar, faça o favor de ir retirá-lo”? Aguentei-me à bronca. Tomei um táxi e fui trabalhar. Às sete da tarde, o meu carro ainda estava bloqueado. Fui então assistir ao resto do debate parlamentar. Discutia-se votava-se o “totonegócio”. Só quando o Dr. Almeida Santos deu por terminada a sessão, já passava largamente das oito, é que toda a gente debandou da sala. O Sr. Deputado, dono do carro bloqueador, chegou primeiro do que eu, ao parque. Depois saí calmamente a assobiar, como se nada fosse comigo.
Memória II
São sete da manhã e o telefone toca. Ainda não me tinha levantado apesar de nem me ter deitado tarde. Contra o costume estava a dormir havia, por aí, umas 6 horas. O meu tio António nascera perfeito durante a guerra de 1914-18, poucas semanas depois de o meu avô ter partido para França. Quando regressou, libertado pelos alemães, por quem tinha sido capturado na célebre batalha de La Lis, encontrou um filho, o seu primeiro filho, cego por um surto de bexigas. O meu tio António, era no ramo paterno, a pessoa mais esclarecida da família, talvez a mais culta e certamente a que melhor “via” o país e a sociedade.
- Estás acordado?
- Agora estou, tio. Há algum problema?
- Ainda não ouviste notícias?
- Não tio, acordei com o telefone. O que há?
- Bom, filho. Não saias de casa. Liga a telefonia. Até agora parece que os nossos estão a controlar. Mas é preciso dar tempo.
- Está bem tio, obrigado. Mais tarde eu ligo-lhe.
Desligamos, acendi a telefonia, não voltei para a cama. Os nossos? Não me lembro de ter alguma vez, abertamente discutido política com o meu tio. Não me lembro se alguma vez me “descaí” sobre as minhas opções. Mas o meu tio António apesar de cego, não tinha só quatro sentidos. Ele sabia, que a mim, poderia dizer: os nossos.
São sete da manhã e o telefone toca. Ainda não me tinha levantado apesar de nem me ter deitado tarde. Contra o costume estava a dormir havia, por aí, umas 6 horas. O meu tio António nascera perfeito durante a guerra de 1914-18, poucas semanas depois de o meu avô ter partido para França. Quando regressou, libertado pelos alemães, por quem tinha sido capturado na célebre batalha de La Lis, encontrou um filho, o seu primeiro filho, cego por um surto de bexigas. O meu tio António, era no ramo paterno, a pessoa mais esclarecida da família, talvez a mais culta e certamente a que melhor “via” o país e a sociedade.
- Estás acordado?
- Agora estou, tio. Há algum problema?
- Ainda não ouviste notícias?
- Não tio, acordei com o telefone. O que há?
- Bom, filho. Não saias de casa. Liga a telefonia. Até agora parece que os nossos estão a controlar. Mas é preciso dar tempo.
- Está bem tio, obrigado. Mais tarde eu ligo-lhe.
Desligamos, acendi a telefonia, não voltei para a cama. Os nossos? Não me lembro de ter alguma vez, abertamente discutido política com o meu tio. Não me lembro se alguma vez me “descaí” sobre as minhas opções. Mas o meu tio António apesar de cego, não tinha só quatro sentidos. Ele sabia, que a mim, poderia dizer: os nossos.
quinta-feira, abril 22, 2004
Lunch Time Blog
Um dia destes o meu compadre Anastácio, numa daquelas informações que ele me costuma dar e que eu vou guardando na agenda para quando me fizerem falta, se é que fazem, disse-me que a maneira de descobrir, quando dois borregos, um branco e um preto, já estão mortos e esfolados, qual dele é o branco ou qual deles é o preto, é pela língua. Pronto está bem, fica a informação. Não faço a mínima ideia se esta observação se aplica aos porcos. Não chegamos a falar disso. Mas uma coisa é certa. Gosto muito mais de porco preto do que de porco branco. As costeletas são mais tenrinhas, o sabor é delicioso e este que comi hoje, dizem, foi alimentado a bolota. Não só não deu para lhe perguntar, porque o porco já estava morto, mas também, mesmo que vivo o javardo se encontrasse, não acredito que me respondesse. A predominância das castas Tinta Roriz e Tinta Branca, Touriga Franca e Touriga Nacional neste Douro fê-lo deixar-me ficar na boca por uns bons momentos de prazer. Não foi uma refeição e peras, mas para um dia de semana, apresentava-se escorreita. Comi uma laranja que eu próprio descasquei. Adoro comê-las em gomos irregulares.
PS. Não te deu o cheiro Schubert? Hoje não me foste visitar à sala de jantar. Estás feito um dorminhoco não é? Acho que quem vai dormir a seta agora sou eu.
Um dia destes o meu compadre Anastácio, numa daquelas informações que ele me costuma dar e que eu vou guardando na agenda para quando me fizerem falta, se é que fazem, disse-me que a maneira de descobrir, quando dois borregos, um branco e um preto, já estão mortos e esfolados, qual dele é o branco ou qual deles é o preto, é pela língua. Pronto está bem, fica a informação. Não faço a mínima ideia se esta observação se aplica aos porcos. Não chegamos a falar disso. Mas uma coisa é certa. Gosto muito mais de porco preto do que de porco branco. As costeletas são mais tenrinhas, o sabor é delicioso e este que comi hoje, dizem, foi alimentado a bolota. Não só não deu para lhe perguntar, porque o porco já estava morto, mas também, mesmo que vivo o javardo se encontrasse, não acredito que me respondesse. A predominância das castas Tinta Roriz e Tinta Branca, Touriga Franca e Touriga Nacional neste Douro fê-lo deixar-me ficar na boca por uns bons momentos de prazer. Não foi uma refeição e peras, mas para um dia de semana, apresentava-se escorreita. Comi uma laranja que eu próprio descasquei. Adoro comê-las em gomos irregulares.
PS. Não te deu o cheiro Schubert? Hoje não me foste visitar à sala de jantar. Estás feito um dorminhoco não é? Acho que quem vai dormir a seta agora sou eu.
Publicidade
1. Eu tenho de fazer publicidade do que gosto não é? Até porque vocês ainda não sabem quanto é que ela deixa de gorjeta, na bandeja. Um dia quando ela descobrir a relação entre o PreDatado e aquele empregado de café, onde ela toma a bica e compra a almofadinha de carne para o menino…descobre. É que não há publicidades de borla (era almoços não era?). Pois desta vez, ela foi buscar um enlatado, abriu-o, e serviu-nos em postagem. É assim algo como Tramo-te. É tudo uma questão de abre-latas.
2. Ele diz assim: "NÃO MUDES A TUA NATUREZA SE ALGUÉM TE MAGOAR. APENAS TOMA PRECAUÇÕES." Uma historia de sábios e escorpiões. Quem não conhece pode ir lá ler.
3. Esta menina disse que ía acabar com o blog dela e eu fiquei triste.
4. A Caínha escreve contos bonitos. Demora um pouco para publicar, mas eu gosto de ir lá ler.
5. Com três letrinhas apenas / se escreve a palavra Ana / é uma das mais pequenas / mas olhem que vale a pana. (É vale a pena, mas não encontrei um jeito de rimar).
Quando eu estiver inspirado refirirei mais berlogues que gosto. Agora vou dormir que já se está fazendo cedo.
1. Eu tenho de fazer publicidade do que gosto não é? Até porque vocês ainda não sabem quanto é que ela deixa de gorjeta, na bandeja. Um dia quando ela descobrir a relação entre o PreDatado e aquele empregado de café, onde ela toma a bica e compra a almofadinha de carne para o menino…descobre. É que não há publicidades de borla (era almoços não era?). Pois desta vez, ela foi buscar um enlatado, abriu-o, e serviu-nos em postagem. É assim algo como Tramo-te. É tudo uma questão de abre-latas.
2. Ele diz assim: "NÃO MUDES A TUA NATUREZA SE ALGUÉM TE MAGOAR. APENAS TOMA PRECAUÇÕES." Uma historia de sábios e escorpiões. Quem não conhece pode ir lá ler.
3. Esta menina disse que ía acabar com o blog dela e eu fiquei triste.
4. A Caínha escreve contos bonitos. Demora um pouco para publicar, mas eu gosto de ir lá ler.
5. Com três letrinhas apenas / se escreve a palavra Ana / é uma das mais pequenas / mas olhem que vale a pana. (É vale a pena, mas não encontrei um jeito de rimar).
Quando eu estiver inspirado refirirei mais berlogues que gosto. Agora vou dormir que já se está fazendo cedo.
Memória I
A noite para mim sempre se fez dia. Desde há muito. O sol não desaparece. Está apenas a banhar a outra face. E eu na face de cá, sebenta de Química I aberta na mesa, RR a tocar baixinho, um ouvido no burro, um olho no cigano, que é como quem diz, ouve-se e estuda-se, às vezes só se lê, outras só se escuta. Uma voz pausada (não tenho a certeza do nome, seria o Carlos Albino?) diz: “Grândola, vila morena / terra da fraternidade / o povo é quem mais ordena / dentro de ti ó cidade”. Parei de olhar para a sebenta, no preciso momento em que o locutor do “Limite” diz a quadra. Um arrepio atravessou-me o corpo. O meu irmão chega nesse preciso momento da rua. Seria pouco mais de meia-noite (hoje sei que eram 00:20). “Entra e cala-te”. Zeca Afonso já estava a cantar. Terminou, desliguei o rádio, fechei a sebenta, lavei os dentes e fui dormir.
A noite para mim sempre se fez dia. Desde há muito. O sol não desaparece. Está apenas a banhar a outra face. E eu na face de cá, sebenta de Química I aberta na mesa, RR a tocar baixinho, um ouvido no burro, um olho no cigano, que é como quem diz, ouve-se e estuda-se, às vezes só se lê, outras só se escuta. Uma voz pausada (não tenho a certeza do nome, seria o Carlos Albino?) diz: “Grândola, vila morena / terra da fraternidade / o povo é quem mais ordena / dentro de ti ó cidade”. Parei de olhar para a sebenta, no preciso momento em que o locutor do “Limite” diz a quadra. Um arrepio atravessou-me o corpo. O meu irmão chega nesse preciso momento da rua. Seria pouco mais de meia-noite (hoje sei que eram 00:20). “Entra e cala-te”. Zeca Afonso já estava a cantar. Terminou, desliguei o rádio, fechei a sebenta, lavei os dentes e fui dormir.
Na 2
Estou a acabar de ver um programa na 2 sobre o 25 de Abril. Participam Carlos Antunes, José Mário Silva, António Marques Bessa e Pedro Lomba. Os dois últimos que citei são professores universitários. Dou graças a Deus por os meus filhos não serem alunos deles.
Estou a acabar de ver um programa na 2 sobre o 25 de Abril. Participam Carlos Antunes, José Mário Silva, António Marques Bessa e Pedro Lomba. Os dois últimos que citei são professores universitários. Dou graças a Deus por os meus filhos não serem alunos deles.
quarta-feira, abril 21, 2004
4 dias
Faltam 4 dias para o 25 Abril. De hoje até lá todos as minhas postagens serão debruadas a cravo. Para quem gosta e para quem não gosta. Viva a Liberdade.
PS. Roubei, este cravo do blog da Catarina. Desculpa, mas quem rouba por bem, não deve ser castigado. Não é Robina dos Bosques?
Faltam 4 dias para o 25 Abril. De hoje até lá todos as minhas postagens serão debruadas a cravo. Para quem gosta e para quem não gosta. Viva a Liberdade.
PS. Roubei, este cravo do blog da Catarina. Desculpa, mas quem rouba por bem, não deve ser castigado. Não é Robina dos Bosques?
Bom dia!
“E o futebol?, pergunta você. O futebol só existe de vez em quando, nos estádios, de vez em quando, muito de vez em quando. Sei que o pus perante uma divisão terrível, mas não queria competir com o futebol.
- Sabia isso quando casou.
- Não, não sabia. Nem ninguém sabe. Ninguém sabe ao certo como o futebol é, quantas jogadas se perdem fora de campo por se terem ganho outras na relva. Como é que aquilo nos rói por dentro. O futebol, propriamente dito, não existe.
- O futebol é o espectáculo mais bonito da Terra.
- Ele dizia isso – concordou ela”
Francisco José Viegas, morte no estádio
Ontem em quatro postagens, directa ou indirectamente, referi o caso do dia. Fui “levado”, literalmente, pelos barulhos feito nos media. O Futebol, aquele desporto que eu gosto, não saiu bem tratado, nem sairá, seja qual for o desfecho deste caso. Por mim, até à decisão dos juízes, não penso voltar a referir-me ao caso. Tenham um bom dia.
“E o futebol?, pergunta você. O futebol só existe de vez em quando, nos estádios, de vez em quando, muito de vez em quando. Sei que o pus perante uma divisão terrível, mas não queria competir com o futebol.
- Sabia isso quando casou.
- Não, não sabia. Nem ninguém sabe. Ninguém sabe ao certo como o futebol é, quantas jogadas se perdem fora de campo por se terem ganho outras na relva. Como é que aquilo nos rói por dentro. O futebol, propriamente dito, não existe.
- O futebol é o espectáculo mais bonito da Terra.
- Ele dizia isso – concordou ela”
Francisco José Viegas, morte no estádio
Ontem em quatro postagens, directa ou indirectamente, referi o caso do dia. Fui “levado”, literalmente, pelos barulhos feito nos media. O Futebol, aquele desporto que eu gosto, não saiu bem tratado, nem sairá, seja qual for o desfecho deste caso. Por mim, até à decisão dos juízes, não penso voltar a referir-me ao caso. Tenham um bom dia.
terça-feira, abril 20, 2004
Trabalho
Estive a conversar um pouco com o Stéphane do Caca no Calçante. É um boy divertido, mas como todos os curiosos, perguntou-me o que é que eu fazia na vida. Ficou deliciado com a minha profissão de desempregado. Falei-lhe que ía lavar vidros prós sinais do Marquês de Pombal. Ele aconselhou-me a ir arrumar carros. Ofereceu-se para me oferecer (passe a repetitividade) um jornalinho enrolado. Agradeci muito, mandei agradecer à família e no final ele já me começou a ensinar os primeiros passos da profissão. É assim: "destroce, destroce". Estou quase, quase empregado.
Estive a conversar um pouco com o Stéphane do Caca no Calçante. É um boy divertido, mas como todos os curiosos, perguntou-me o que é que eu fazia na vida. Ficou deliciado com a minha profissão de desempregado. Falei-lhe que ía lavar vidros prós sinais do Marquês de Pombal. Ele aconselhou-me a ir arrumar carros. Ofereceu-se para me oferecer (passe a repetitividade) um jornalinho enrolado. Agradeci muito, mandei agradecer à família e no final ele já me começou a ensinar os primeiros passos da profissão. É assim: "destroce, destroce". Estou quase, quase empregado.
Apitos
O polícia tem um apito.
O árbitro tem um apito.
O segurança tem um apito.
O amestrador dos golfinhos tem um apito. O treinador de cães também.
O guarda-nocturno tem um apito.
O sambista tem um apito.
O comboio tem um apito.
A fábrica tem um apito.
A chaleira tem um apito. A panela de pressão também.
Hoje decorreu uma operação policial chamada “Apito Dourado”. Quem foi de cana quem foi? Que embirrantes! Em Portugal só se sabe falar de arbitragem?
O polícia tem um apito.
O árbitro tem um apito.
O segurança tem um apito.
O amestrador dos golfinhos tem um apito. O treinador de cães também.
O guarda-nocturno tem um apito.
O sambista tem um apito.
O comboio tem um apito.
A fábrica tem um apito.
A chaleira tem um apito. A panela de pressão também.
Hoje decorreu uma operação policial chamada “Apito Dourado”. Quem foi de cana quem foi? Que embirrantes! Em Portugal só se sabe falar de arbitragem?
Gargalhada
Dei uma valente gargalhada ao ler um comentário Anonymous na minha postagem abaixo. Às tantas ele diz: “quanto muito podes tirar uns números aos autocarros...”. Pronto, decidi contar-vos um dos meus desblogueadores de stress. Quando era um ‘tinazer inconciente’ e certas aulas no Técnico não me davam pica nenhuma, descia a Alameda, sentava-me na esplanada do Pão de Açúcar (será que ainda existe?) e ficava a ver passar os autocarros da Carris e a apontar os números. Depois, numa de intelectual aplicava-lhe os métodos estatísticos. Querem saber quantas vezes por mês, em média (kekekekeke), passava o 745? Há duas hipóteses: ou apesar das minhas tentativas de anonimato o Anonymous conhece-me de ginjeira, ou então utilizava o mesmo desblogueador para dessetressar e aprender estatística. Querem saber a nota que tive na cadeira? Não digo, pronto… Eu não sou tudo inconfidências né?
Dei uma valente gargalhada ao ler um comentário Anonymous na minha postagem abaixo. Às tantas ele diz: “quanto muito podes tirar uns números aos autocarros...”. Pronto, decidi contar-vos um dos meus desblogueadores de stress. Quando era um ‘tinazer inconciente’ e certas aulas no Técnico não me davam pica nenhuma, descia a Alameda, sentava-me na esplanada do Pão de Açúcar (será que ainda existe?) e ficava a ver passar os autocarros da Carris e a apontar os números. Depois, numa de intelectual aplicava-lhe os métodos estatísticos. Querem saber quantas vezes por mês, em média (kekekekeke), passava o 745? Há duas hipóteses: ou apesar das minhas tentativas de anonimato o Anonymous conhece-me de ginjeira, ou então utilizava o mesmo desblogueador para dessetressar e aprender estatística. Querem saber a nota que tive na cadeira? Não digo, pronto… Eu não sou tudo inconfidências né?
Lunch Time Blog
Hoje não escrevo o meu lunch time blog. Estou agoniado. Depois da detenção do valentim loureiro comecei a retrospectivar. Esta semana, a semana dos 30 anos do 25 de Abril fazem-me pensar muita coisa. Vejo os processos do fundo social europeu caducarem, ninguém é culpado. Vejo a nomeação de spínola a marechal. Vejo os hemofílicos contaminados com o vírus da SIDA ainda a morrer, ninguém é culpado. Vejo os caldeiras e os belezas nos jets cada vez mais oito e por aí. Vejo Entre-Rios ser um fenómeno da natureza e ninguém é culpado. Vejo os “nem mais um soldado para as colónias” a governarem este país com soldados no iraque. Vejo os mellos, os champalimauds, os espíritos santos cada vez mais ricos. Vejo as bombardieres a fecharem, os cinco meses de salário em atraso nos têxteis. Vejo-me há 2 anos à procura de emprego. Vejo os pedrosos a saírem da pildra em ombros. E os rittos. Vejo aquelas barracas ali, junto à linha do comboio, os meninos com o ranho no nariz. Vejo o insucesso escolar, mas também vejo cinco jogos de futebol na televisão todas as semanas em estádios faustosamente novos. Vejo os funcionários públicos como os grandes responsáveis dos problemas do país. Vejo 13 cêntimos por dia a “engordarem” a riqueza dos reformados. Cada vez estou a sentir-me mais agoniado. Cada vez penso mais no 25 de Novembro, esta que é a semana de Abril. Vejo re-ensinarem a escrever português, falaem sem os ées paa justificaem a evolução. Vejo ali na minha prateleira uma conserva de sardinhas. Espanhola. Vou comê-la e já volto. Hoje vou beber coca-cola. São precisas mais armas para o iraque.
PS. Schubert, desculpa o meu estado de espírito. Também sei que estás um pouco murchinho porque foste ao veterinário tomar vacinas. Queres partilhar comigo a conserva?
Hoje não escrevo o meu lunch time blog. Estou agoniado. Depois da detenção do valentim loureiro comecei a retrospectivar. Esta semana, a semana dos 30 anos do 25 de Abril fazem-me pensar muita coisa. Vejo os processos do fundo social europeu caducarem, ninguém é culpado. Vejo a nomeação de spínola a marechal. Vejo os hemofílicos contaminados com o vírus da SIDA ainda a morrer, ninguém é culpado. Vejo os caldeiras e os belezas nos jets cada vez mais oito e por aí. Vejo Entre-Rios ser um fenómeno da natureza e ninguém é culpado. Vejo os “nem mais um soldado para as colónias” a governarem este país com soldados no iraque. Vejo os mellos, os champalimauds, os espíritos santos cada vez mais ricos. Vejo as bombardieres a fecharem, os cinco meses de salário em atraso nos têxteis. Vejo-me há 2 anos à procura de emprego. Vejo os pedrosos a saírem da pildra em ombros. E os rittos. Vejo aquelas barracas ali, junto à linha do comboio, os meninos com o ranho no nariz. Vejo o insucesso escolar, mas também vejo cinco jogos de futebol na televisão todas as semanas em estádios faustosamente novos. Vejo os funcionários públicos como os grandes responsáveis dos problemas do país. Vejo 13 cêntimos por dia a “engordarem” a riqueza dos reformados. Cada vez estou a sentir-me mais agoniado. Cada vez penso mais no 25 de Novembro, esta que é a semana de Abril. Vejo re-ensinarem a escrever português, falaem sem os ées paa justificaem a evolução. Vejo ali na minha prateleira uma conserva de sardinhas. Espanhola. Vou comê-la e já volto. Hoje vou beber coca-cola. São precisas mais armas para o iraque.
PS. Schubert, desculpa o meu estado de espírito. Também sei que estás um pouco murchinho porque foste ao veterinário tomar vacinas. Queres partilhar comigo a conserva?
Apostas
Foram detidos uns quantos tubarões do futebol, relacionados com suspeitas de corrupção na arbitragem, falsificação de documentos e influência de resultados desportivos. Vai uma aposta que de que nenhum dos gajos com influência política ou "grande" na área do desporto vai ser punido? Daqui a uns meses falamos. Mas não esqueçam a aposta, tá?
Foram detidos uns quantos tubarões do futebol, relacionados com suspeitas de corrupção na arbitragem, falsificação de documentos e influência de resultados desportivos. Vai uma aposta que de que nenhum dos gajos com influência política ou "grande" na área do desporto vai ser punido? Daqui a uns meses falamos. Mas não esqueçam a aposta, tá?
Bom Dia!
Drls? Faço meu amor em vidrotil
nossos coitos são de modernfold
até que a lança de interflex
vipax nos separe
em clavilux
camabel camabel o vale ecoa
sobre o vazio ondalit
a noite asfáltica
plkx.
Carlos Drummond de Andrade, Os Materiais da vida.
Lá fora estão 15 graus Celsius e a manhã plumbea. Soltam-se alguns dourados beijando o acrílico e aluminio das janelas. Recolherei algumas fibras transformadas de eucalípto, um pouco de carbono e vou desenhar para o mar. Salpicar de sal esta manhã de baquelite. Bom dia.
Drls? Faço meu amor em vidrotil
nossos coitos são de modernfold
até que a lança de interflex
vipax nos separe
em clavilux
camabel camabel o vale ecoa
sobre o vazio ondalit
a noite asfáltica
plkx.
Carlos Drummond de Andrade, Os Materiais da vida.
Lá fora estão 15 graus Celsius e a manhã plumbea. Soltam-se alguns dourados beijando o acrílico e aluminio das janelas. Recolherei algumas fibras transformadas de eucalípto, um pouco de carbono e vou desenhar para o mar. Salpicar de sal esta manhã de baquelite. Bom dia.
segunda-feira, abril 19, 2004
Médias
Os portugueses estão a baixo da média europeia. Sei lá em quê não foi para isso que escrevi esta postagem. A minha média de entrada na universidade foi 17,75. Se fosse 17,85 teria entrado para a faculdade que eu mais gostava. Ninguém se importou que uma disciplina, que não aquece nem arrefece para o meu curso, lixou-me a caca da média. Quero lá saber, não foi para isso que escrevi esta postagem. Podemos dizer que em média 52 duas pessoas visitam, diariamente, o meu blog. E quantas o lêem? Também não é coisa que neste momento me esteja queimar os neurónios, porque não é a razão de ser desta postagem. O meu primo costumava sempre dizer que, comilão como ele era, se sentava à minha frente e enquanto ele devorava dois frangos de churrasco, ainda eu não tinha tido tempo de pegar nos talheres, mas que em compensação toda a gente sabia que nós os dois comíamos em média um frango cada. Muito bom proveito, ó Jeremias, mas eu não escrevi esta postagem para te estares a gabar que és um devorador de frangos, pá.
Eu só vim aqui dizer que há pouco, experimentei pôr a cabeça no frigorífico e os pés no forno da cozinha e a minha barriga ficou morna. Como média está certo assim, ou não?
Os portugueses estão a baixo da média europeia. Sei lá em quê não foi para isso que escrevi esta postagem. A minha média de entrada na universidade foi 17,75. Se fosse 17,85 teria entrado para a faculdade que eu mais gostava. Ninguém se importou que uma disciplina, que não aquece nem arrefece para o meu curso, lixou-me a caca da média. Quero lá saber, não foi para isso que escrevi esta postagem. Podemos dizer que em média 52 duas pessoas visitam, diariamente, o meu blog. E quantas o lêem? Também não é coisa que neste momento me esteja queimar os neurónios, porque não é a razão de ser desta postagem. O meu primo costumava sempre dizer que, comilão como ele era, se sentava à minha frente e enquanto ele devorava dois frangos de churrasco, ainda eu não tinha tido tempo de pegar nos talheres, mas que em compensação toda a gente sabia que nós os dois comíamos em média um frango cada. Muito bom proveito, ó Jeremias, mas eu não escrevi esta postagem para te estares a gabar que és um devorador de frangos, pá.
Eu só vim aqui dizer que há pouco, experimentei pôr a cabeça no frigorífico e os pés no forno da cozinha e a minha barriga ficou morna. Como média está certo assim, ou não?
Lunch Time Blog
Não sei se isto é algum reflexo condicionado. Vou ler melhor Pavlov para entender, mas cá por mim, assim à primeira vista, parece-me que sim. Nos dias que não tomo pequeno-almoço apetece-me um bife. Hoje acordei tarde, como pode ser comprovado pela hora a que desejei um bom dia Urbi et Orbi. Vai daí, como eu nunca como mal me levanto, apenas um café, o resto só uma hora depois é que o meu estômago fica preparado para receber alimentação, não daria jeito nenhum juntar matar o bicho junto à hora de almoço. Portanto, fiquei mesmo com vontade de comer um bife. Não sei como é que a Fátima o cozinha, que aquele molho e aqueles alhos estão sempre à maneira. Soculento, comi-o “à point”. Antigamente eu só conseguia tragar um bife se viesse para a mesa realmente “saignant”. Mas desde que as vacas loucas me assustaram, primeiro deixei de comer bife, depois achei isso uma parvoíce e retornei aos prazeres da carne. Agora é mais “à point”.
PS. Schubert sempre ouvi dizer que, água mole em pedra dura tanto dá até que fura. Onde é que aprendeste o ditado para te teres também refastelado com um bifinho?
Não sei se isto é algum reflexo condicionado. Vou ler melhor Pavlov para entender, mas cá por mim, assim à primeira vista, parece-me que sim. Nos dias que não tomo pequeno-almoço apetece-me um bife. Hoje acordei tarde, como pode ser comprovado pela hora a que desejei um bom dia Urbi et Orbi. Vai daí, como eu nunca como mal me levanto, apenas um café, o resto só uma hora depois é que o meu estômago fica preparado para receber alimentação, não daria jeito nenhum juntar matar o bicho junto à hora de almoço. Portanto, fiquei mesmo com vontade de comer um bife. Não sei como é que a Fátima o cozinha, que aquele molho e aqueles alhos estão sempre à maneira. Soculento, comi-o “à point”. Antigamente eu só conseguia tragar um bife se viesse para a mesa realmente “saignant”. Mas desde que as vacas loucas me assustaram, primeiro deixei de comer bife, depois achei isso uma parvoíce e retornei aos prazeres da carne. Agora é mais “à point”.
PS. Schubert sempre ouvi dizer que, água mole em pedra dura tanto dá até que fura. Onde é que aprendeste o ditado para te teres também refastelado com um bifinho?
Importantes
Nos meus ecléticos passeios pela Internet, descobri esta edição da Time, onde foram, por esta revista escolhidas as 100 figuras mais importantes do século. São cinco as categorias: "Liders and Revolucionaries", "Artists and Entreteiners", "Builders and Titans", "Scientists and Thinkers" e "Heroes and Icons". Fiquei contente que, para figura do século, tenha sido escolhida Albert Einstein. Talvez porque entre os 100 nomes, talvez fosse quem eu elegeria. A par de Mandela.
Nos meus ecléticos passeios pela Internet, descobri esta edição da Time, onde foram, por esta revista escolhidas as 100 figuras mais importantes do século. São cinco as categorias: "Liders and Revolucionaries", "Artists and Entreteiners", "Builders and Titans", "Scientists and Thinkers" e "Heroes and Icons". Fiquei contente que, para figura do século, tenha sido escolhida Albert Einstein. Talvez porque entre os 100 nomes, talvez fosse quem eu elegeria. A par de Mandela.
domingo, abril 18, 2004
Lunch Time Blog
Voltei ao normal. Já não era sem tempo, e hoje, como chove lá fora, houve tempo para o requinte. Aloirar, calmamente, a cebola, o alho, amolecer os pimentos, verdes e vermelhos (patrioticamente), dar-lhe um cheirinho de louro, em azeite puro de oliveira, requer tempo. Tempo, carinho e bom gosto. Juntar depois o tomate, um ou dois chilies, e deixar apurar. Direitinhas, deitar as postas de cherne e o vinho branco, reapurar o gosto q.b. Estufando calmamente, o testo no tacho, os cheiros invadindo as pituitárias mais famintas, o apetite crescendo. Depois retiramos o peixe já cozido e os cotovelos vão para o banho que se acrescenta de água para fazer caldinho. Cozidas que estão estas italianas curvas, o peixe, cá fora, invejoso de perfumes, pede para se unir. Entra no tacho com a mesma vontade que da primeira vez. Os vapores fazem o resto. Eu gosto de, no prato, polvilhar com uns grãos de pimenta-preta moídos grossos, directamente do moinho de madeira. Eu descrevi, a minha alma gémea cozinhou. Aqui a devida vénia. O vinho hoje foi branco, um Douro fresquinho, acompanhou bem. Não destoou, já não é chita.
PS. Schubert, meu lindo, eu sei que a dona te encheu de mimos antes do nosso almoço e te deu a provar um bom pedaço de peixe. Estás a progredir na carreira. Um dia destes vais dizer que ração é para gato vadio, eu sei.
Voltei ao normal. Já não era sem tempo, e hoje, como chove lá fora, houve tempo para o requinte. Aloirar, calmamente, a cebola, o alho, amolecer os pimentos, verdes e vermelhos (patrioticamente), dar-lhe um cheirinho de louro, em azeite puro de oliveira, requer tempo. Tempo, carinho e bom gosto. Juntar depois o tomate, um ou dois chilies, e deixar apurar. Direitinhas, deitar as postas de cherne e o vinho branco, reapurar o gosto q.b. Estufando calmamente, o testo no tacho, os cheiros invadindo as pituitárias mais famintas, o apetite crescendo. Depois retiramos o peixe já cozido e os cotovelos vão para o banho que se acrescenta de água para fazer caldinho. Cozidas que estão estas italianas curvas, o peixe, cá fora, invejoso de perfumes, pede para se unir. Entra no tacho com a mesma vontade que da primeira vez. Os vapores fazem o resto. Eu gosto de, no prato, polvilhar com uns grãos de pimenta-preta moídos grossos, directamente do moinho de madeira. Eu descrevi, a minha alma gémea cozinhou. Aqui a devida vénia. O vinho hoje foi branco, um Douro fresquinho, acompanhou bem. Não destoou, já não é chita.
PS. Schubert, meu lindo, eu sei que a dona te encheu de mimos antes do nosso almoço e te deu a provar um bom pedaço de peixe. Estás a progredir na carreira. Um dia destes vais dizer que ração é para gato vadio, eu sei.
Bom dia!
" A abelha foi apanhada pela chuva: vergastadas, impulsos, fios do aguaceiro a enredá-la, golpes de vento a ferirem-lhe o voo. Deu com as asas em terra e uma bátega mais forte espezinhou-a. Arrastou-se no saibro, debateu-se ainda, mas a voragem acabou por levá-la com as folhas mortas"
Carlos de Oliveira, Uma Abelha na Chuva
Acordei chovido. Não vejo as abelhas, nem as formigas, nem os passáros. Céus por favor mandem-me uma andorinha. Quero planar na tua liberdade.
" A abelha foi apanhada pela chuva: vergastadas, impulsos, fios do aguaceiro a enredá-la, golpes de vento a ferirem-lhe o voo. Deu com as asas em terra e uma bátega mais forte espezinhou-a. Arrastou-se no saibro, debateu-se ainda, mas a voragem acabou por levá-la com as folhas mortas"
Carlos de Oliveira, Uma Abelha na Chuva
Acordei chovido. Não vejo as abelhas, nem as formigas, nem os passáros. Céus por favor mandem-me uma andorinha. Quero planar na tua liberdade.
Perspectivas
Publiquei anteriormente uma postagem com uma fotografia de umas colunas, em que se olhando sobre determinada perspectiva parecia que as colunas eram cilíndricas, mas o desenho fora concebido para também poderem ser vistas como tivessem a forma de paralelepípedo.
Lembrei-me da perspectiva de quem olha para uma garrafa meia de whisky, que se for o dono da mesma pensa que já está meia vazia, se for o convidado, que ainda estará meia cheia. O meu pai na brincadeira sempre que completa um ano de aniversário costuma dizer, eu ainda só tenho 74 anos. Aqui o Joaquim é que já tem 74.
Poderia dar imensos exemplos, mas não foi para dar exemplos que decidi escrever este texto. Ontem à noite encontrei no café o Zacarias (nome fictício, como hoje é costume escrever nos jornais, como se tivessem escrito o nome próprio a gente viesse a saber quem é… coisas da moda), dizia eu o Zacarias. Depois do abraço, e do oh pá há tanto tempo que não te via etc. e tal, perguntei-lhe pela família e como ia o casamento. Ao que ele me contou a deliciosa história que reproduzo:
A semana passada surpreendi a minha mulher em casa na cama com outro... Devagar fui à sala buscar uma pistola que costumo ter escondida numa gaveta, com a intenção de matar os dois… parei para pensar e fui percebendo como a minha vida de casado tinha melhorado nos últimos tempos. A minha mulher já me não pedia dinheiro para comprar carne, aliás, nem para comprar vestidos, jóias e sapatos, apesar de todos os dias aparecer com um vestido novo, uma jóia nova ou uma sandalinha da moda. Os meus filhos mudaram da escola oficial para o externato mais fino lá da zona. Só para veres, ela trocou de carro, apesar de eu estar há quatro anos sem aumento e ter decidido dar um corte radical na mesada que lhe costumava dar. Quanto a despensa recheada nem se fala. Lá em casa nunca tivemos tanta fartura quanto ultimamente. E as contas da luz, água, gás, telefone, internet, telemóvel e cartão de crédito, faz tempo que ela não me pede um tostão e está sempre tudo pago. A verdade é a que a minha mulher está mesmo um avião, a gaja nunca esteve tão boa nem tão apresentável em toda a vida dela.
Resolvi guardar de novo a arma. Saí, pé ante pé para não incomodar nenhum deles e, escada a baixo, vim a pensar sozinho: O tipo paga o empréstimo da casa ao banco, o supermercado, a escola das crianças, as contas da casa, o carro, o shopping, todas as despesas e eu ainda vou para cama com ela todos os dias... Concluí, meu caro Pre, que o corno afinal é ele pá.
Demos aquela bacalhauzada, despedimo-nos, então até à próxima Zac e agora quem saiu, devagarinho, a pensar fui eu, ‘perspectivas, pá’.
Publiquei anteriormente uma postagem com uma fotografia de umas colunas, em que se olhando sobre determinada perspectiva parecia que as colunas eram cilíndricas, mas o desenho fora concebido para também poderem ser vistas como tivessem a forma de paralelepípedo.
Lembrei-me da perspectiva de quem olha para uma garrafa meia de whisky, que se for o dono da mesma pensa que já está meia vazia, se for o convidado, que ainda estará meia cheia. O meu pai na brincadeira sempre que completa um ano de aniversário costuma dizer, eu ainda só tenho 74 anos. Aqui o Joaquim é que já tem 74.
Poderia dar imensos exemplos, mas não foi para dar exemplos que decidi escrever este texto. Ontem à noite encontrei no café o Zacarias (nome fictício, como hoje é costume escrever nos jornais, como se tivessem escrito o nome próprio a gente viesse a saber quem é… coisas da moda), dizia eu o Zacarias. Depois do abraço, e do oh pá há tanto tempo que não te via etc. e tal, perguntei-lhe pela família e como ia o casamento. Ao que ele me contou a deliciosa história que reproduzo:
A semana passada surpreendi a minha mulher em casa na cama com outro... Devagar fui à sala buscar uma pistola que costumo ter escondida numa gaveta, com a intenção de matar os dois… parei para pensar e fui percebendo como a minha vida de casado tinha melhorado nos últimos tempos. A minha mulher já me não pedia dinheiro para comprar carne, aliás, nem para comprar vestidos, jóias e sapatos, apesar de todos os dias aparecer com um vestido novo, uma jóia nova ou uma sandalinha da moda. Os meus filhos mudaram da escola oficial para o externato mais fino lá da zona. Só para veres, ela trocou de carro, apesar de eu estar há quatro anos sem aumento e ter decidido dar um corte radical na mesada que lhe costumava dar. Quanto a despensa recheada nem se fala. Lá em casa nunca tivemos tanta fartura quanto ultimamente. E as contas da luz, água, gás, telefone, internet, telemóvel e cartão de crédito, faz tempo que ela não me pede um tostão e está sempre tudo pago. A verdade é a que a minha mulher está mesmo um avião, a gaja nunca esteve tão boa nem tão apresentável em toda a vida dela.
Resolvi guardar de novo a arma. Saí, pé ante pé para não incomodar nenhum deles e, escada a baixo, vim a pensar sozinho: O tipo paga o empréstimo da casa ao banco, o supermercado, a escola das crianças, as contas da casa, o carro, o shopping, todas as despesas e eu ainda vou para cama com ela todos os dias... Concluí, meu caro Pre, que o corno afinal é ele pá.
Demos aquela bacalhauzada, despedimo-nos, então até à próxima Zac e agora quem saiu, devagarinho, a pensar fui eu, ‘perspectivas, pá’.
sábado, abril 17, 2004
Resistência
No dia 29 de Outubro, inaugurei a minha escrita em forma de blog. Fará seis míseros mesitos em breve. Em Fevereiro, o meu filho ensinou-me a colocar um contador de visitas. Passei a saber que alguém o lia e a minha responsabilidade, em ter de dizer uma coisa séria por cada mil quatrocentas e trinta e duas parvoíces, aumentou. Mas sempre resisti a ter comentários por duas razões fundamentais:
1. O que está dar são os chamados blogs políticos. Ou para-políticos. Aí a guerra de comentários faz algum sentido. Sem falsas modéstias, acho que o meu blog não acrescenta nada ao panorama da escrita nacional (certeza absoluta!), mas essencialmente diverte-me (nova certeza absoluta!). A quem mais poderia divertir que levasse a que o comentassem?
2. Na remota hipótese de alguém perder tempo a deixar um comentário, eu ver-me-ía na obrigação, por uma questão de educação e por consideração a quem tem a pachorra de aqui vir, de dar uma, mesmo que pequena, resposta ou agradecimento. Na realidade não previ ainda se tenho essa capacidade, quer em termos qualitativos (novamente, juro, sem falsa modéstia), quer em quantidade de tempo.
No entanto, ultimamente, têm-me chovido (literalmente) e-mails a solicitarem-me que colocasse uma caixinha de comentários para me puderem dizer algo sobre o que escrevo. Além disso, tenho reparado em comentários noutros blogs, referindo o meu e lamentando o facto de não o poderem fazer aqui mesmo.
A minha resistência foi-se. Não sejam maus / más para mim!
No dia 29 de Outubro, inaugurei a minha escrita em forma de blog. Fará seis míseros mesitos em breve. Em Fevereiro, o meu filho ensinou-me a colocar um contador de visitas. Passei a saber que alguém o lia e a minha responsabilidade, em ter de dizer uma coisa séria por cada mil quatrocentas e trinta e duas parvoíces, aumentou. Mas sempre resisti a ter comentários por duas razões fundamentais:
1. O que está dar são os chamados blogs políticos. Ou para-políticos. Aí a guerra de comentários faz algum sentido. Sem falsas modéstias, acho que o meu blog não acrescenta nada ao panorama da escrita nacional (certeza absoluta!), mas essencialmente diverte-me (nova certeza absoluta!). A quem mais poderia divertir que levasse a que o comentassem?
2. Na remota hipótese de alguém perder tempo a deixar um comentário, eu ver-me-ía na obrigação, por uma questão de educação e por consideração a quem tem a pachorra de aqui vir, de dar uma, mesmo que pequena, resposta ou agradecimento. Na realidade não previ ainda se tenho essa capacidade, quer em termos qualitativos (novamente, juro, sem falsa modéstia), quer em quantidade de tempo.
No entanto, ultimamente, têm-me chovido (literalmente) e-mails a solicitarem-me que colocasse uma caixinha de comentários para me puderem dizer algo sobre o que escrevo. Além disso, tenho reparado em comentários noutros blogs, referindo o meu e lamentando o facto de não o poderem fazer aqui mesmo.
A minha resistência foi-se. Não sejam maus / más para mim!
Mentira
A minha amiga Catarina, convidou-me para ver o PC novo dela. De facto é uma bomba. Depois conversa para aqui conversa para acolá, lá fomos falando do velho laptop sem acentos.
- Sabes Pré, estive quase para colocar o meu velho lap no lixo…
- Não o fizeste Cat?
- Não! Que é isso, meu? Ainda vale umas coroas.
- Os PCs usados não valem nada Cat.
- Mas eu dei um jeitinho nele. Queres ver?
- Mostra lá essa peça de museu, pedi eu sem qualquer real interesse.
- Vê como está lindinho. A partir de hoje, a Lili não o dispensará jamais.
PS. Como o próprio título indica.
A minha amiga Catarina, convidou-me para ver o PC novo dela. De facto é uma bomba. Depois conversa para aqui conversa para acolá, lá fomos falando do velho laptop sem acentos.
- Sabes Pré, estive quase para colocar o meu velho lap no lixo…
- Não o fizeste Cat?
- Não! Que é isso, meu? Ainda vale umas coroas.
- Os PCs usados não valem nada Cat.
- Mas eu dei um jeitinho nele. Queres ver?
- Mostra lá essa peça de museu, pedi eu sem qualquer real interesse.
- Vê como está lindinho. A partir de hoje, a Lili não o dispensará jamais.
PS. Como o próprio título indica.
Lunch Time Blog
Detesto. Detesto entrar no restaurante à hora que deveria estar a sair do dito. Vós sabeis amigas leitoras e amigos leitores que eu não sou nada de protestar. Nadinha mesmo. Mas quando me dão os azeites, aí, vós podereis vir a conhecer o verdadeiro PreDatado. E não é dos azeites puros de oliveira que eu costumo falar neste meu querido blog. Não, não. São os outros… os que parecem mostarda no nariz. Para começar as mesas estão cheias. Gente a mastigar, uns com a boca aberta, outros não e a gente ali a olhar para aquilo. Depois são eles, coitados a tentarem despachar-se porque estão para ali, uns pobres esfomeados a precisarem de mesa. Nem comem descansados. Com a boca aberta ou não. Isto, os que reparam. Porque os que não reparam, porque ainda estão a discutir se a jogada de há quinze dias foi penalty ou não e, os que fingem que ninguém está à espera, ainda me dão mais nervos. Então não se vê logo que estamos a morrer de fome, seus homicidas involuntários de um raio? E os empregados a correrem de um lado para o outro a atravessarem o meio da fila dos famélicos “é só um jeitinho faxavor”. Um jeitinho uma ova. Ai meus deuses, que pensamento, que raiva. Ova? De pescada com grelos e o tal fio de azeite puro de oliveira? Ai que eu desmaio. Finalmente a mesa. Ufa… e “o qué que vocelências vão desejar?”. Olhe amigo, eu desejo que não me chateie e espere, que agora é a minha vez, está bem? Ou eu não tenho o direito de fazer esperar ninguém.? Que almoço! O vinho para começar vinha fresco. Mas esta gente não sabe que refrescar o vinho tinto para trazer para a mesa é crime? Bom, eu não sou jurista, nem legislador, mas se o fosse, isso já estaria pespegado no Código Penal. No mínimo 3 semanas de cadeia a pão e ÁGUA! Depois o peixe e, a pedido, as batatinhas… deslavadas. Salvaram-se as petingas. Gordinhas. Até deu para molhar o pão na gordura da travessa. Vou ali tomar um digestivo no bar da esquina e já volto.
PS. Schubert amigo, de que cena te livraste. E tu que mias por tudo e por nada, não te estou nada a ver na fila de espera por uma mesinha. Ia ser o bom e o bonito. Uma sinfonia de Schubert em miau maior.
Detesto. Detesto entrar no restaurante à hora que deveria estar a sair do dito. Vós sabeis amigas leitoras e amigos leitores que eu não sou nada de protestar. Nadinha mesmo. Mas quando me dão os azeites, aí, vós podereis vir a conhecer o verdadeiro PreDatado. E não é dos azeites puros de oliveira que eu costumo falar neste meu querido blog. Não, não. São os outros… os que parecem mostarda no nariz. Para começar as mesas estão cheias. Gente a mastigar, uns com a boca aberta, outros não e a gente ali a olhar para aquilo. Depois são eles, coitados a tentarem despachar-se porque estão para ali, uns pobres esfomeados a precisarem de mesa. Nem comem descansados. Com a boca aberta ou não. Isto, os que reparam. Porque os que não reparam, porque ainda estão a discutir se a jogada de há quinze dias foi penalty ou não e, os que fingem que ninguém está à espera, ainda me dão mais nervos. Então não se vê logo que estamos a morrer de fome, seus homicidas involuntários de um raio? E os empregados a correrem de um lado para o outro a atravessarem o meio da fila dos famélicos “é só um jeitinho faxavor”. Um jeitinho uma ova. Ai meus deuses, que pensamento, que raiva. Ova? De pescada com grelos e o tal fio de azeite puro de oliveira? Ai que eu desmaio. Finalmente a mesa. Ufa… e “o qué que vocelências vão desejar?”. Olhe amigo, eu desejo que não me chateie e espere, que agora é a minha vez, está bem? Ou eu não tenho o direito de fazer esperar ninguém.? Que almoço! O vinho para começar vinha fresco. Mas esta gente não sabe que refrescar o vinho tinto para trazer para a mesa é crime? Bom, eu não sou jurista, nem legislador, mas se o fosse, isso já estaria pespegado no Código Penal. No mínimo 3 semanas de cadeia a pão e ÁGUA! Depois o peixe e, a pedido, as batatinhas… deslavadas. Salvaram-se as petingas. Gordinhas. Até deu para molhar o pão na gordura da travessa. Vou ali tomar um digestivo no bar da esquina e já volto.
PS. Schubert amigo, de que cena te livraste. E tu que mias por tudo e por nada, não te estou nada a ver na fila de espera por uma mesinha. Ia ser o bom e o bonito. Uma sinfonia de Schubert em miau maior.
Gatos
A esta hora na net, na hora dos gatos. Tenham um bom Sábado que eu vou dormir. Fiquem com The Song of the Jellicles:
Jellicle Cats come out tonight,
Jellicle Cats come one come all:
The Jellicle Moon is shining bright--
Jellicles come to the Jellicle Ball.
Jellicle Cats are black and white,
Jellicle Cats are rather small;
Jellicle Cats are merry and bright,
And pleasant to hear when they caterwaul.
Jellicle Cats have cheerful faces,
Jellicle Cats have bright black eyes;
They like to practise their airs and graces
And wait for the Jellicle Moon to rise.
Jellicle Cats develop slowly,
Jellicle Cats are not too big;
Jellicle Cats are roly-poly,
They know how to dance a gavotte and a jig.
Until the Jellicle Moon appears
They make their toilette and take their repose:
Jellicles wash behind their ears,
Jellicles dry between their toes.
Jellicle Cats are white and black,
Jellicle Cats are of moderate size;
Jellicles jump like a jumping-jack,
Jellicle Cats have moonlit eyes.
They're quiet enough in the morning hours,
They're quiet enough in the afternoon,
Reserving their terpsichorean powers
To dance by the light of the Jellicle Moon.
Jellicle Cats are black and white,
Jellicle Cats (as I said) are small;
If it happens to be a stormy night
They will practise a caper or two in the hall.
If it happens the sun is shining bright
You would say they had nothing to do at all:
They are resting and saving themselves to be right
For the Jellicle Moon and the Jellicle Ball.
in Old Possum's Book of Practical Cats, T.S. Eliot
A esta hora na net, na hora dos gatos. Tenham um bom Sábado que eu vou dormir. Fiquem com The Song of the Jellicles:
Jellicle Cats come out tonight,
Jellicle Cats come one come all:
The Jellicle Moon is shining bright--
Jellicles come to the Jellicle Ball.
Jellicle Cats are black and white,
Jellicle Cats are rather small;
Jellicle Cats are merry and bright,
And pleasant to hear when they caterwaul.
Jellicle Cats have cheerful faces,
Jellicle Cats have bright black eyes;
They like to practise their airs and graces
And wait for the Jellicle Moon to rise.
Jellicle Cats develop slowly,
Jellicle Cats are not too big;
Jellicle Cats are roly-poly,
They know how to dance a gavotte and a jig.
Until the Jellicle Moon appears
They make their toilette and take their repose:
Jellicles wash behind their ears,
Jellicles dry between their toes.
Jellicle Cats are white and black,
Jellicle Cats are of moderate size;
Jellicles jump like a jumping-jack,
Jellicle Cats have moonlit eyes.
They're quiet enough in the morning hours,
They're quiet enough in the afternoon,
Reserving their terpsichorean powers
To dance by the light of the Jellicle Moon.
Jellicle Cats are black and white,
Jellicle Cats (as I said) are small;
If it happens to be a stormy night
They will practise a caper or two in the hall.
If it happens the sun is shining bright
You would say they had nothing to do at all:
They are resting and saving themselves to be right
For the Jellicle Moon and the Jellicle Ball.
in Old Possum's Book of Practical Cats, T.S. Eliot
sexta-feira, abril 16, 2004
Almada
Esta foto foi tirada no Concelho de Almada, numa zona perto do cemitério do Feijó. Para que não se ponham por aí a adivinhar e não pensem que a trouxe de um país subdsenvolvido na África ou Extremo Oriente. Feito que foi o esclarecimento, devo dizer que fui buscá-la ao fotoblog do Artur, ao qual solicitei autorização, uma vez que foi ele próprio quem a tirou. Com a devida vénia a reproduzo. Já sei que vou irritar o meu irmão, indefectível apoiante da edilidade Almadense, mas eu é mais cabeça, menos coração. Portanto, como diz o povo "o que é bom é pra se ver", cá vai disto. Vós, amigas leitoras e amigos leitoras ides me perdoar, mas não vou fazer comentários.
Esta foto foi tirada no Concelho de Almada, numa zona perto do cemitério do Feijó. Para que não se ponham por aí a adivinhar e não pensem que a trouxe de um país subdsenvolvido na África ou Extremo Oriente. Feito que foi o esclarecimento, devo dizer que fui buscá-la ao fotoblog do Artur, ao qual solicitei autorização, uma vez que foi ele próprio quem a tirou. Com a devida vénia a reproduzo. Já sei que vou irritar o meu irmão, indefectível apoiante da edilidade Almadense, mas eu é mais cabeça, menos coração. Portanto, como diz o povo "o que é bom é pra se ver", cá vai disto. Vós, amigas leitoras e amigos leitoras ides me perdoar, mas não vou fazer comentários.
Lunch Time Blog
A fase das canjinhas já lá vai. O ritmo gastronómico do bem comer e bem beber há-de recomeçar em breve. Coisas ligeiras, grelhadas. Hoje foi um bifinho tártaro (que grande eufemismo para hambúrguer, biaaaccc), com um arrozinho branco. Estão a ver como eu estou atinadinho? Acompanhei com uma reserva do Luso, 2004. Sim porque eu tenho sempre aguinha de reserva para estas crises. Ai que saudades ai, ai…
PS 1. Enquanto almocei, o Schubert sentou-se no meu colo para me dar mimos. Nota-se no ficinhito do bichano, o quanto ele anda com dó de mim.
PS 2. As minhas amigas leitoras e os meus amigos leitores sabem que eu não sou nada de diminutivos. Nadinha mesmo. Mas a quantidade de inhos e itos que esta postagenzita e respectivos pêésses têm, dá para vós verdes quanto eu ando carente de uma bela feijoada e de um bom tinto da talha. Ai que carinhoso que é o feijanito e o tintinho.
A fase das canjinhas já lá vai. O ritmo gastronómico do bem comer e bem beber há-de recomeçar em breve. Coisas ligeiras, grelhadas. Hoje foi um bifinho tártaro (que grande eufemismo para hambúrguer, biaaaccc), com um arrozinho branco. Estão a ver como eu estou atinadinho? Acompanhei com uma reserva do Luso, 2004. Sim porque eu tenho sempre aguinha de reserva para estas crises. Ai que saudades ai, ai…
PS 1. Enquanto almocei, o Schubert sentou-se no meu colo para me dar mimos. Nota-se no ficinhito do bichano, o quanto ele anda com dó de mim.
PS 2. As minhas amigas leitoras e os meus amigos leitores sabem que eu não sou nada de diminutivos. Nadinha mesmo. Mas a quantidade de inhos e itos que esta postagenzita e respectivos pêésses têm, dá para vós verdes quanto eu ando carente de uma bela feijoada e de um bom tinto da talha. Ai que carinhoso que é o feijanito e o tintinho.
Ao Acaso
1. Pegue no livro que estiver mais perto de si.
2. Abra-o na página 31.
3. Sublinhe a lápis a primeira frase completa que encontrar.
4. Publique-a no seu blog, juntamente com estas instruções.
No meu caso, o livro mais perto de mim tem como título Kama Sutra da autoria de Vatsyayana. E a 1ª frase completa da 31ª página é esta:
"Tudo isto deve ser rigorosamente executado e o cuidado deverá ir ao ponto de eliminar das axilas o cheiro a suor".
Encontrei na Duende que o encontrou no Canto do Melro que o encontrou no Substracto que, por sua vez, o encontrou em Caterina.net.
1. Pegue no livro que estiver mais perto de si.
2. Abra-o na página 31.
3. Sublinhe a lápis a primeira frase completa que encontrar.
4. Publique-a no seu blog, juntamente com estas instruções.
No meu caso, o livro mais perto de mim tem como título Kama Sutra da autoria de Vatsyayana. E a 1ª frase completa da 31ª página é esta:
"Tudo isto deve ser rigorosamente executado e o cuidado deverá ir ao ponto de eliminar das axilas o cheiro a suor".
Encontrei na Duende que o encontrou no Canto do Melro que o encontrou no Substracto que, por sua vez, o encontrou em Caterina.net.
Terminei
Acabei hoje de escrever o último parágrafo deste pequeno romance. Não tem nenhuma pretensão especial. Foi escrito com um objectivo concreto. Passo a reproduzir a postagem que coloquei no dia 18 de Março quando me atrevi a esta tarefa:
Hoje acordei com vontade de escrever a sério. Vamos ver como me vou sair desta. O 25 de Abril fará este ano 30 anos que aconteceu. Apesar da pompa e da circunstância que as comemorações oficiais irão, pela certa, ter, a memória já é quase só de alguns. Em anos anteriores aborreceu-me ao ver na televisão e ler em jornais um conjunto de entrevistas aos mais jovens, àqueles que nasceram já depois do 25 de Abril de 1974, a ignorância demonstrada sobre o que foi. Tão mau como não saber o que aconteceu no 25 de Abril, é também a percepção do desconhecimento do seu enquadramento. Nessas entrevistas, a certos jovens cheguei a ouvir respostas arrepiantes do tipo, “o 25 de Abril foi uma revolução para o Marcelo Caetano derrubar o Salazar”, “Pide? Não nunca ouvi falar”, “parece que havia um regime comunista do Salazar que a esquerda quis derrubar”, “havia uma guerra entre Portugal e Angola e então deu-se a descolonização em 25 de Abril”, entre outras aberrações. O que vou escrever nos próximos dias, e espero que não me falte a inspiração, não pretende explicar o 25 de Abril a ninguém em geral. É para oferecer a duas pessoas em particular. Aos meus filhos, à Ana, 22 anos e ao João, 19 anos que, obviamente, nasceram depois do 25 de Abril. E embora eles o saibam, porque várias vezes temos conversado sobre isso, cá em casa, talvez sirva para mais tarde eles, ao relerem, os ajudar a explicar o que foi, aos seus próprios filhos.
No entanto o Predatado não irá ter qualquer alteração aos seus hábitos de escrita de coisas comuns do quotidiano, do jeito que eu mais gosto de fazer. Por isso decidi criar uma outra página onde a “estória” que vou contar irá evoluindo ao longo dos dias. Chama-se Livro De Contos e está aqui nesta morada.
Gostaria de lhe dar um título. “Sonho Lindo”. Sei que politicamente muitas das minhas leitoras e muitos dos meus leitores, mesmo que se identificando com o 25 de Abril de 1974, não se identificarão comigo, na quebra do sonho. Mas como Martin Luther King, “eu (também) tive um sonho”.
Acabei hoje de escrever o último parágrafo deste pequeno romance. Não tem nenhuma pretensão especial. Foi escrito com um objectivo concreto. Passo a reproduzir a postagem que coloquei no dia 18 de Março quando me atrevi a esta tarefa:
Hoje acordei com vontade de escrever a sério. Vamos ver como me vou sair desta. O 25 de Abril fará este ano 30 anos que aconteceu. Apesar da pompa e da circunstância que as comemorações oficiais irão, pela certa, ter, a memória já é quase só de alguns. Em anos anteriores aborreceu-me ao ver na televisão e ler em jornais um conjunto de entrevistas aos mais jovens, àqueles que nasceram já depois do 25 de Abril de 1974, a ignorância demonstrada sobre o que foi. Tão mau como não saber o que aconteceu no 25 de Abril, é também a percepção do desconhecimento do seu enquadramento. Nessas entrevistas, a certos jovens cheguei a ouvir respostas arrepiantes do tipo, “o 25 de Abril foi uma revolução para o Marcelo Caetano derrubar o Salazar”, “Pide? Não nunca ouvi falar”, “parece que havia um regime comunista do Salazar que a esquerda quis derrubar”, “havia uma guerra entre Portugal e Angola e então deu-se a descolonização em 25 de Abril”, entre outras aberrações. O que vou escrever nos próximos dias, e espero que não me falte a inspiração, não pretende explicar o 25 de Abril a ninguém em geral. É para oferecer a duas pessoas em particular. Aos meus filhos, à Ana, 22 anos e ao João, 19 anos que, obviamente, nasceram depois do 25 de Abril. E embora eles o saibam, porque várias vezes temos conversado sobre isso, cá em casa, talvez sirva para mais tarde eles, ao relerem, os ajudar a explicar o que foi, aos seus próprios filhos.
No entanto o Predatado não irá ter qualquer alteração aos seus hábitos de escrita de coisas comuns do quotidiano, do jeito que eu mais gosto de fazer. Por isso decidi criar uma outra página onde a “estória” que vou contar irá evoluindo ao longo dos dias. Chama-se Livro De Contos e está aqui nesta morada.
Gostaria de lhe dar um título. “Sonho Lindo”. Sei que politicamente muitas das minhas leitoras e muitos dos meus leitores, mesmo que se identificando com o 25 de Abril de 1974, não se identificarão comigo, na quebra do sonho. Mas como Martin Luther King, “eu (também) tive um sonho”.
Estranho
Até ontem entrar no meu blog através de www.predatado.blogspot.com ou predatado.blogspot.com era completamente indiferente. Hoje reparei que a entrada via www.predatado.blogspot.com apenas me apresenta os posts colocados até dia 15, embora entrando por predatado.blogspot.com o blog aparece actualizado.
Se alguma ou algum dos meus leitores conhecer uma explicação para o facto ou uma forma de solucionar agradecia informação para o meu e-mail: vmaf_2002@msn.com
Muito Obrigado
Até ontem entrar no meu blog através de www.predatado.blogspot.com ou predatado.blogspot.com era completamente indiferente. Hoje reparei que a entrada via www.predatado.blogspot.com apenas me apresenta os posts colocados até dia 15, embora entrando por predatado.blogspot.com o blog aparece actualizado.
Se alguma ou algum dos meus leitores conhecer uma explicação para o facto ou uma forma de solucionar agradecia informação para o meu e-mail: vmaf_2002@msn.com
Muito Obrigado
quinta-feira, abril 15, 2004
Livro das Artes
Algumas leitoras e alguns leitores perguntaram-me, via e-mail, quem era AF e que Livro da Artes era aquele de onde eu extraía os textos. Respondi a todos individualmente, como, aliás, sempre faço, até que, um deles, me sugeriu que eu criasse um lugar onde os pudesse publicar juntos, sem interferência de outras postagens. Então, para uma explicação mais completa, AF sou eu próprio (não se vê logo que AF tem tudo a ver com PreDatado?) e, portanto, os textos são meus. O Livro das Artes é uma compilação desses textos. Aceitando a sugestão desse meu leitor, reuni-os neste espaço. O conjunto, que foi publicado durante vários dias aqui no PreDatado, já lá está todo. Em breve, publicarei o resto da sequência, mas agora só mesmo lá, nesse cantinho. O link está aqui ao lado direito.
Algumas leitoras e alguns leitores perguntaram-me, via e-mail, quem era AF e que Livro da Artes era aquele de onde eu extraía os textos. Respondi a todos individualmente, como, aliás, sempre faço, até que, um deles, me sugeriu que eu criasse um lugar onde os pudesse publicar juntos, sem interferência de outras postagens. Então, para uma explicação mais completa, AF sou eu próprio (não se vê logo que AF tem tudo a ver com PreDatado?) e, portanto, os textos são meus. O Livro das Artes é uma compilação desses textos. Aceitando a sugestão desse meu leitor, reuni-os neste espaço. O conjunto, que foi publicado durante vários dias aqui no PreDatado, já lá está todo. Em breve, publicarei o resto da sequência, mas agora só mesmo lá, nesse cantinho. O link está aqui ao lado direito.
Bom dia!
Hoje acordei muito bem disposto. Os raios de Sol invadiram o meu quarto, ultrapassando as barreiras do cortinado. Está revolucionário este Sol, desafiador, como que a dizer, ‘vai, levanta-te faz qualquer coisa’. É preciso não ficar com as mãos nos bolsos, reagir, colocar a cabeça no ar. A acção contra a reacção. Como toca a tuna, ‘vá vamos embora que esperar não é saber / quem sabe faz a hora não espera acontecer’. E de repente veio-me à cabeça aquele poema de Manuel da Fonseca onde no final, para quem não quer que a tuna morra ele diz:
“… Ó meus amigos desgraçados
se a vida é curta e a morte infinita
despertemos e vamos
eia!
Vamos fazer qualquer coisa de louco e heróico
como era a Tuna do Zé Jacinto
tocando a marcha Almadanim!”
Vamos?
Hoje acordei muito bem disposto. Os raios de Sol invadiram o meu quarto, ultrapassando as barreiras do cortinado. Está revolucionário este Sol, desafiador, como que a dizer, ‘vai, levanta-te faz qualquer coisa’. É preciso não ficar com as mãos nos bolsos, reagir, colocar a cabeça no ar. A acção contra a reacção. Como toca a tuna, ‘vá vamos embora que esperar não é saber / quem sabe faz a hora não espera acontecer’. E de repente veio-me à cabeça aquele poema de Manuel da Fonseca onde no final, para quem não quer que a tuna morra ele diz:
“… Ó meus amigos desgraçados
se a vida é curta e a morte infinita
despertemos e vamos
eia!
Vamos fazer qualquer coisa de louco e heróico
como era a Tuna do Zé Jacinto
tocando a marcha Almadanim!”
Vamos?
quarta-feira, abril 14, 2004
Referência
Se o meu blog se chamasse ÁGUA as minhas postagens deveriam ter no final - posted by Torneira - tal é o número de postagens que aqui fiz hoje. Mas quando se fica em casa o dia inteiro, por força das circunstâncias, tem de se usar o tempo para fazer algo diferente. E, como não podia deixar de ser, dar uma volta mais completa na blogosfera e ler blogs que nunca tinha lido. Como disse a minha amiga Catarina no seu 100nada, ontem, alguns não terão qualidade para serem referidos (provavelmente o meu até será um deles, não do ponto de vista da Catarina, isso eu sei, mas, confesso, não sou o meu melhor crítico). No entanto outros hão que não posso deixar em claro. Já ontem acrescentei na minha lista, aqui à direita, alguns dos que visitava a partir da minha lista de favoritos a saber:
Desassossegada
Lugar da Incerteza
Meia Volta
Rotflol e
Café
cujos estilos, bem diferentes, ajudam a completar a minha voltinha diária.
No entanto, não por ser mais especial que qualquer dos que aqui tenho ao lado, mas porque me impressionou a qualidade do template, a gestão do espaço, a clareza da leitura e o interesse dos temas, fait-divers do nosso quotidiano e que muitas vezes nos passam despercebidos. Hoje foi a primeira vez que o visitei, parece-me ser um blog novo, com pouco mais e um mês e que em tão pouco tempo já atingiu o milhar de hits. Se continuar assim vai ser ainda mais visitado. Por isso esta referência particular a Luz & Sombra.
Se o meu blog se chamasse ÁGUA as minhas postagens deveriam ter no final - posted by Torneira - tal é o número de postagens que aqui fiz hoje. Mas quando se fica em casa o dia inteiro, por força das circunstâncias, tem de se usar o tempo para fazer algo diferente. E, como não podia deixar de ser, dar uma volta mais completa na blogosfera e ler blogs que nunca tinha lido. Como disse a minha amiga Catarina no seu 100nada, ontem, alguns não terão qualidade para serem referidos (provavelmente o meu até será um deles, não do ponto de vista da Catarina, isso eu sei, mas, confesso, não sou o meu melhor crítico). No entanto outros hão que não posso deixar em claro. Já ontem acrescentei na minha lista, aqui à direita, alguns dos que visitava a partir da minha lista de favoritos a saber:
Desassossegada
Lugar da Incerteza
Meia Volta
Rotflol e
Café
cujos estilos, bem diferentes, ajudam a completar a minha voltinha diária.
No entanto, não por ser mais especial que qualquer dos que aqui tenho ao lado, mas porque me impressionou a qualidade do template, a gestão do espaço, a clareza da leitura e o interesse dos temas, fait-divers do nosso quotidiano e que muitas vezes nos passam despercebidos. Hoje foi a primeira vez que o visitei, parece-me ser um blog novo, com pouco mais e um mês e que em tão pouco tempo já atingiu o milhar de hits. Se continuar assim vai ser ainda mais visitado. Por isso esta referência particular a Luz & Sombra.
À Tarde
No dia 14 de Abril de 1980 rumamos, por indicação de um amigo, a um lugarzinho calmo entre a cidade e o rio. A zona não era muito habitada e as casas tinham qualidade. O preço era bom e como ficamos por aqui quase a tarde inteira, tivemos oportunidade de ver o pôr-do-sol por entre os pinheiros. Olhamos um para o outro e sorrimos. Estávamos para casar e o sol vermelho por detrás das árvores, quase a cair no firmamento convidava ao romance. O vendedor, sempre muito diligente e “conhecedor” de todo o projecto, lá nos ”informou” de que ali não iria ser construído mais nada, que nada seria autorizado porque estragaria a paisagem. E nós a fingirmos que “comíamos”. Mesmo assim comprámos. Não pela paisagem. Pela construção, pelo local e essencialmente pelo preço. Hoje lembrei-me disto por fazer exactamente 24 anos. Fui à janela. A serra da Arrábida, mesmo ao longe ninguém ma tira. E também já me ofereceram a paisagem sobre a auto-estrada e a linha férrea. E o sol continua lá. Em dias como os de hoje. Por detrás dos telhados. Os pássaros já não cantam no arvoredo. O arvoredo nasceu da terra e em cinza se desfez… ou na folha de papel onde não escrevi estas linhas.
No dia 14 de Abril de 1980 rumamos, por indicação de um amigo, a um lugarzinho calmo entre a cidade e o rio. A zona não era muito habitada e as casas tinham qualidade. O preço era bom e como ficamos por aqui quase a tarde inteira, tivemos oportunidade de ver o pôr-do-sol por entre os pinheiros. Olhamos um para o outro e sorrimos. Estávamos para casar e o sol vermelho por detrás das árvores, quase a cair no firmamento convidava ao romance. O vendedor, sempre muito diligente e “conhecedor” de todo o projecto, lá nos ”informou” de que ali não iria ser construído mais nada, que nada seria autorizado porque estragaria a paisagem. E nós a fingirmos que “comíamos”. Mesmo assim comprámos. Não pela paisagem. Pela construção, pelo local e essencialmente pelo preço. Hoje lembrei-me disto por fazer exactamente 24 anos. Fui à janela. A serra da Arrábida, mesmo ao longe ninguém ma tira. E também já me ofereceram a paisagem sobre a auto-estrada e a linha férrea. E o sol continua lá. Em dias como os de hoje. Por detrás dos telhados. Os pássaros já não cantam no arvoredo. O arvoredo nasceu da terra e em cinza se desfez… ou na folha de papel onde não escrevi estas linhas.
Ouguela
Recebi, como provavelmente muitos de vós amigas leitoras e amigos leitores, um simpático e-mail da escola da Ouguela que passo a reproduzir:
Caro amigo,
Os nossos parabéns pelo trabalho fantástico que tem desenvolvido no sentido de democratizar o acesso à cultura através deste seu espaço de liberdade...
Escrevo-lhe para lhe apresentar o nosso Blog - "Ouguela com Vida" - da Escola de Ouguela - Campo Maior - Portugal, onde 5 alunos e uma comunidade, procuram mostrar um pouco da sua cultura....
www.ouguela.blogspot.com
Contamos com a ajuda de V. Exa. e de todos os amigos desta comunidade, para voltarmos a ver " Ouguela com Vida...."
Um abraço,
(em nome dos alunos e da comunidade de Ouguela)
O professor
Antonio Mendes
www.eb1-ouguela.rcts.pt - o site da escola
Espero que façam muitas visitas ao site destes nossos amigos. Eu por mim farei a minha visita diária e por isso também criei uma ligação na minha coluna da direita.
Recebi, como provavelmente muitos de vós amigas leitoras e amigos leitores, um simpático e-mail da escola da Ouguela que passo a reproduzir:
Caro amigo,
Os nossos parabéns pelo trabalho fantástico que tem desenvolvido no sentido de democratizar o acesso à cultura através deste seu espaço de liberdade...
Escrevo-lhe para lhe apresentar o nosso Blog - "Ouguela com Vida" - da Escola de Ouguela - Campo Maior - Portugal, onde 5 alunos e uma comunidade, procuram mostrar um pouco da sua cultura....
www.ouguela.blogspot.com
Contamos com a ajuda de V. Exa. e de todos os amigos desta comunidade, para voltarmos a ver " Ouguela com Vida...."
Um abraço,
(em nome dos alunos e da comunidade de Ouguela)
O professor
Antonio Mendes
www.eb1-ouguela.rcts.pt - o site da escola
Espero que façam muitas visitas ao site destes nossos amigos. Eu por mim farei a minha visita diária e por isso também criei uma ligação na minha coluna da direita.
Yupiiiii
Melhorei! Acho que foi de pensar que teria de ir horas para a fila das urgências que o mal se foi embora. Faz-me lembrar, e vou transcrever com a devida vénia ao poeta, aquele versinho de M. M. B du Bocage:
Lavrou chibante receita
Um doutor com todo o esmero;
Era para certa moça,
Que ficou sã como um pero.
"Tão cedo! É milagre!"
A mãe (que de gosto chora)
"Minha mãe, não é milagre,
Deitei o remédio fora!"
Melhorei! Acho que foi de pensar que teria de ir horas para a fila das urgências que o mal se foi embora. Faz-me lembrar, e vou transcrever com a devida vénia ao poeta, aquele versinho de M. M. B du Bocage:
Lavrou chibante receita
Um doutor com todo o esmero;
Era para certa moça,
Que ficou sã como um pero.
"Tão cedo! É milagre!"
A mãe (que de gosto chora)
"Minha mãe, não é milagre,
Deitei o remédio fora!"
Choro
Estou fartinho de chorar. Ontem, como não podia sair de casa, não fui comprar A BOLA. Hoje fui ler a crónica de Miguel Sousa Tavares na Internet (só disponível no dia seguinte) e fartei-me de chorar. A habitual ladainha do esforço a que são submetidos os jogadores do seu FCP. Ai que pena, que nervos, que crises lacrimejantes. Não vou falar de mim, pois como vós sabeis amigas leitoras e amigos leitores eu não sou nada de falar de mim. Nem vou falar dos operários da construção civil, dos estaleiros navais, da limpeza do lixo, nada disso. Porque falar deles teria de falar dos contratos chorudos que têm. Ainda há pouco, um cantoneiro da CM aqui da região foi contratado por 3 anos num esforço terrível do presidente da respectiva edilidade por milhões de euros por época, que eu nem me atrevo a dizer. E não me venham com a indústria do futebol. Com as receitas geradas. A última empresa em que eu trabalhei, facturava 300 milhões de contos (eu disse contos, não disse euros) e nem o seu presidente tem o ordenado do Deco. Eu aqui a ler o Miguel Sousa Tavares e a chorar que nem carpideira em noite de velório. Vou ali limpar as lágrimas e já volto.
Estou fartinho de chorar. Ontem, como não podia sair de casa, não fui comprar A BOLA. Hoje fui ler a crónica de Miguel Sousa Tavares na Internet (só disponível no dia seguinte) e fartei-me de chorar. A habitual ladainha do esforço a que são submetidos os jogadores do seu FCP. Ai que pena, que nervos, que crises lacrimejantes. Não vou falar de mim, pois como vós sabeis amigas leitoras e amigos leitores eu não sou nada de falar de mim. Nem vou falar dos operários da construção civil, dos estaleiros navais, da limpeza do lixo, nada disso. Porque falar deles teria de falar dos contratos chorudos que têm. Ainda há pouco, um cantoneiro da CM aqui da região foi contratado por 3 anos num esforço terrível do presidente da respectiva edilidade por milhões de euros por época, que eu nem me atrevo a dizer. E não me venham com a indústria do futebol. Com as receitas geradas. A última empresa em que eu trabalhei, facturava 300 milhões de contos (eu disse contos, não disse euros) e nem o seu presidente tem o ordenado do Deco. Eu aqui a ler o Miguel Sousa Tavares e a chorar que nem carpideira em noite de velório. Vou ali limpar as lágrimas e já volto.
Público
Ontem ao ler o Editorial do Publico pensei, cá com as teclas do meu computador, que se eu fosse presidente do grupo New York Times convidaria o jornalista José Manuel Fernandes para director do NYT ou, se eu fosse presidente da Sony, Nintendo ou Sega convidava-o o para escrever novos jogos para computador. Mas hoje ao ler o Editorial do mesmo jornal penso que o senhor jornalista deveria mesmo era ir para director da CIA. Este mundo estaria muito mais seguro e nós por cá livres de tanta parvoíce.
Ontem ao ler o Editorial do Publico pensei, cá com as teclas do meu computador, que se eu fosse presidente do grupo New York Times convidaria o jornalista José Manuel Fernandes para director do NYT ou, se eu fosse presidente da Sony, Nintendo ou Sega convidava-o o para escrever novos jogos para computador. Mas hoje ao ler o Editorial do mesmo jornal penso que o senhor jornalista deveria mesmo era ir para director da CIA. Este mundo estaria muito mais seguro e nós por cá livres de tanta parvoíce.
Desisto
Pronto! Desta vez é que é. Definitivamente desisto de procurar emprego. Na verdade só estou desempregado há 2 anos, nem é muito tempo pois não? Mas agora desisto de continuar a procurar. A pensão de reforma da minha mãe foi amentada 13 cêntimos por dia. Já nem sabe onde gastar tanto dinheiro. Pois que gaste comigo!
Pronto! Desta vez é que é. Definitivamente desisto de procurar emprego. Na verdade só estou desempregado há 2 anos, nem é muito tempo pois não? Mas agora desisto de continuar a procurar. A pensão de reforma da minha mãe foi amentada 13 cêntimos por dia. Já nem sabe onde gastar tanto dinheiro. Pois que gaste comigo!
terça-feira, abril 13, 2004
Hummmm…
Éramos oito no fim-de-semana. Aliás nove porque o Schubert também é gente. Claro que o Schubert não teve direito ao mesmo tipo de iguarias. Mas não se perdeu, descansem. Porque éramos oito e porque fomos alimentados com a mesma comida é que eu tenho estado aqui a dar voltas à cabeça, no que me poderia ter caído tão mal. Agora os meus Lunch Time Blogs irão ter que parar por uns dias. Não faz sentido nenhum passar o tempo o descrever uma taça de chá ou um bife grelhado com arroz de manteiga. Mas para compensar decidi (apesar do mau estar que, só de pensar em comida, me provoca) partilhar convosco algumas das alegrias deste fim-de-semana.
Na sexta-feira não se comeu carne. Ao almoço foi o belo arroz de marisco cozinhado pela minha mulher e à noite o meu cunhado encarregou-se de fazer estas belíssimas espetadas de lulas:
No sábado continuamos nos grelhados. As espetadas e as entremeadas vieram directamente do Talho 30 no Laranjeiro, dos meus amigos Fua e Quim. É o talho que nos abastece há vários anos e sempre com produto de primeiríssima qualidade.
Quem tratou do forno de lenha fui eu próprio, enquanto os outros amassavam o pão, faziam os folares e as pupias.
No Domingo de Páscoa, o belo Borrego, também assado em forno de lenha, não poderia faltar:
e, finalmente, vejam só o desbaste que levou a garrafeira:
Das sobremesas, onde a indispensável fruta esteve sempre presente terei de destacar, o bolo de bolacha, o pudim de ananás, a mousse de chocolate, obras de arte sempre confeccionadas pela minha cunhada. Todos comemos de tudo, por isso só uma coisa me intriga. Porque é que eu adoeci? Será que exagerei?
Éramos oito no fim-de-semana. Aliás nove porque o Schubert também é gente. Claro que o Schubert não teve direito ao mesmo tipo de iguarias. Mas não se perdeu, descansem. Porque éramos oito e porque fomos alimentados com a mesma comida é que eu tenho estado aqui a dar voltas à cabeça, no que me poderia ter caído tão mal. Agora os meus Lunch Time Blogs irão ter que parar por uns dias. Não faz sentido nenhum passar o tempo o descrever uma taça de chá ou um bife grelhado com arroz de manteiga. Mas para compensar decidi (apesar do mau estar que, só de pensar em comida, me provoca) partilhar convosco algumas das alegrias deste fim-de-semana.
Na sexta-feira não se comeu carne. Ao almoço foi o belo arroz de marisco cozinhado pela minha mulher e à noite o meu cunhado encarregou-se de fazer estas belíssimas espetadas de lulas:
No sábado continuamos nos grelhados. As espetadas e as entremeadas vieram directamente do Talho 30 no Laranjeiro, dos meus amigos Fua e Quim. É o talho que nos abastece há vários anos e sempre com produto de primeiríssima qualidade.
Quem tratou do forno de lenha fui eu próprio, enquanto os outros amassavam o pão, faziam os folares e as pupias.
No Domingo de Páscoa, o belo Borrego, também assado em forno de lenha, não poderia faltar:
e, finalmente, vejam só o desbaste que levou a garrafeira:
Das sobremesas, onde a indispensável fruta esteve sempre presente terei de destacar, o bolo de bolacha, o pudim de ananás, a mousse de chocolate, obras de arte sempre confeccionadas pela minha cunhada. Todos comemos de tudo, por isso só uma coisa me intriga. Porque é que eu adoeci? Será que exagerei?
segunda-feira, abril 12, 2004
quinta-feira, abril 08, 2004
Páscoa
Como deverá também acontecer às minhas amigas leitoras e aos meus amigos leitores, o período Pascal é quase sempre um período de folga. Eu vou até ao meu Alentejo (por adopção) e provavelmente não terei oportunidade de vos importunar durante alguns dias. Se o tiver atacarei, sorrateiramente, felinamente como o Schubert. A todos vós e vossas excelentíssimas famílias, incluindo animais de estimação (esta foi o Schubert que mandou escrever) desejo uma Páscoa muito feliz. Beijinhos e abraços.
Como deverá também acontecer às minhas amigas leitoras e aos meus amigos leitores, o período Pascal é quase sempre um período de folga. Eu vou até ao meu Alentejo (por adopção) e provavelmente não terei oportunidade de vos importunar durante alguns dias. Se o tiver atacarei, sorrateiramente, felinamente como o Schubert. A todos vós e vossas excelentíssimas famílias, incluindo animais de estimação (esta foi o Schubert que mandou escrever) desejo uma Páscoa muito feliz. Beijinhos e abraços.
Lunch Time Blog
Troquei o meu quase almoço, por um almoço quase igual. Quando finalmente me lembrei de telefonar para casa para avisar que não iria almoçar, tomei conhecimento que estava em preparação uma feijoada de chocos com gambas. Quando cheguei à Cabrinha 2, a sugestão do chefe era feijoada de gambas. Com estas trocas e baldrocas fiquei a perder nos chocos. O Rui começou logo por dizer que o feijão estava cru. Se o Rui não metesse defeitos na comida é que eu me admirava. Conheço-o há trinta anos e, embora não tenhamos ultimamente almoçado muitas vezes juntos, ainda há-de vir o dia em que a comida não precise de um pouco mais de sal, um pouco menos de picante, uma rodelinha de chouriço, mais isto ou menos aquilo. Ah, mas o Artur é que não é homem de se ficar atrás, não. Pois claro, o que estava crua era mesmo a cenoura. Pois eu, minhas amigas leitoras e meus amigos leitores, como vós bem sabeis, não sou nada de pôr defeitos nem na comida, nem no vinho. Ainda me lembro quando o escanção de um célebre restaurante de Lisboa, que obviamente não vou dizer o nome, contra um protesto meu sobre o estado de uma garrafa de vinho me fazia ver que era escanção havia 20 anos. Eu respondi-lhe, pois meu caro senhor, eu sou cliente há 20 minutos. Ele entendeu o recado e uma irmã gémea da tal garrafa apareceu, como que por magia, na mesa. Só que era gémea falsa, não era do mesmo óvulo e esta, ao menos, tinha nascido perfeitinha. E por aqui me fico que o almoço, hoje, não deveria ter merecido tanta atenção. Mas como as verdades têm de ser ditas, foi-nos oferecida uma bagaceira, caseira, de se lhe tirar o chapéu! E eu tirei-o.
PS. Schubert, meu amigo, espero que te tenhas divertido a comer os chocos que eram para mim. Também te digo, meu caro gatinho, se não o fizeste, fizeste mal. Gato que se preze não vira as costas a uma feijoada.
Troquei o meu quase almoço, por um almoço quase igual. Quando finalmente me lembrei de telefonar para casa para avisar que não iria almoçar, tomei conhecimento que estava em preparação uma feijoada de chocos com gambas. Quando cheguei à Cabrinha 2, a sugestão do chefe era feijoada de gambas. Com estas trocas e baldrocas fiquei a perder nos chocos. O Rui começou logo por dizer que o feijão estava cru. Se o Rui não metesse defeitos na comida é que eu me admirava. Conheço-o há trinta anos e, embora não tenhamos ultimamente almoçado muitas vezes juntos, ainda há-de vir o dia em que a comida não precise de um pouco mais de sal, um pouco menos de picante, uma rodelinha de chouriço, mais isto ou menos aquilo. Ah, mas o Artur é que não é homem de se ficar atrás, não. Pois claro, o que estava crua era mesmo a cenoura. Pois eu, minhas amigas leitoras e meus amigos leitores, como vós bem sabeis, não sou nada de pôr defeitos nem na comida, nem no vinho. Ainda me lembro quando o escanção de um célebre restaurante de Lisboa, que obviamente não vou dizer o nome, contra um protesto meu sobre o estado de uma garrafa de vinho me fazia ver que era escanção havia 20 anos. Eu respondi-lhe, pois meu caro senhor, eu sou cliente há 20 minutos. Ele entendeu o recado e uma irmã gémea da tal garrafa apareceu, como que por magia, na mesa. Só que era gémea falsa, não era do mesmo óvulo e esta, ao menos, tinha nascido perfeitinha. E por aqui me fico que o almoço, hoje, não deveria ter merecido tanta atenção. Mas como as verdades têm de ser ditas, foi-nos oferecida uma bagaceira, caseira, de se lhe tirar o chapéu! E eu tirei-o.
PS. Schubert, meu amigo, espero que te tenhas divertido a comer os chocos que eram para mim. Também te digo, meu caro gatinho, se não o fizeste, fizeste mal. Gato que se preze não vira as costas a uma feijoada.
Quase
Estamos quase na Páscoa e como o Durão não aumentou os funcionários públicos deu-lhes a quinta à tarde. Quase que os deixou satisfeitos. E como a minha dama é funcionária pública, eu também quase que ganhei com isso. Eu só digo quase, porque quando me levantei estava com uma vontade enorme de ir buscá-la ao emprego para dar-mos uma voltinha na praia. Mas o S. Pedro quase que nos ía lixando porque o tempo de manhã estava quase a ameaçar chuva. Assim eu que estive quase para fazer uma tarde de praia resolvi não ir. Então, fui até ao escritório do Artur, o tal do fotoblog, e acabei por ser convidado para almoçar. Quase que me esquecia de avisar que não almoçaria em casa, pelo que, o almoço, que já estava quase pronto, acabou por sobrar. E como o nosso amigo Rui apareceu para se juntar à mesa connosco quando eu estava ainda a meio de escrever este post, quase que não o terminava. E vós, queridas amigas e queridos amigos leitores, estiveram quase a perder esta pérola de literatura.
Estamos quase na Páscoa e como o Durão não aumentou os funcionários públicos deu-lhes a quinta à tarde. Quase que os deixou satisfeitos. E como a minha dama é funcionária pública, eu também quase que ganhei com isso. Eu só digo quase, porque quando me levantei estava com uma vontade enorme de ir buscá-la ao emprego para dar-mos uma voltinha na praia. Mas o S. Pedro quase que nos ía lixando porque o tempo de manhã estava quase a ameaçar chuva. Assim eu que estive quase para fazer uma tarde de praia resolvi não ir. Então, fui até ao escritório do Artur, o tal do fotoblog, e acabei por ser convidado para almoçar. Quase que me esquecia de avisar que não almoçaria em casa, pelo que, o almoço, que já estava quase pronto, acabou por sobrar. E como o nosso amigo Rui apareceu para se juntar à mesa connosco quando eu estava ainda a meio de escrever este post, quase que não o terminava. E vós, queridas amigas e queridos amigos leitores, estiveram quase a perder esta pérola de literatura.
quarta-feira, abril 07, 2004
Comemoração
Ele há dias mundiais de quase tudo. Aposto que qualquer dia também haverá o Dia Mundial do Blog. Não se esqueçam, se vier a haver, de virem aqui dar-me os parabéns por eu estar já a PreDatar esse evento. Mas hoje é o Dia Mundial da Saúde. Para comemorá-lo eu quase me atreveria aqui a falar bem do nosso Sistema Nacional de Saúde, de como é fácil obter uma consulta na Caixa, como são baratos os medicamentos em Portugal, como são bem geridos os nossos Hospitais, da inexistência de listas de espera para Operações, que o tempo dos 2 anos à espera de uma consulta foi chão que já deu uvas, das aberturas dos Telejornais a dizerem, que hoje se comemora o 45º aniversário da última vez que alguém foi acusado de negligência médica, que os doentes que vão aos hospitais não morrem estupidamente com infecções que lá apanham, seja em Guimarães ou seja em Portalegre e não morrem no bloco operatório por causas desconhecidas quando vão tirar um quisto. Mas não. Não vou falar de todas estas coisas boas que se passam aqui em Portugal porque eu, minhas amigas leitoras e meus amigos leitores não sou nada de dar graxa a ninguém. Nadinha mesmo. Se está tudo tão bem porque não vamos todos é cantar:
Fui ao jardim da Celeste giroflé, giroflá…
Ele há dias mundiais de quase tudo. Aposto que qualquer dia também haverá o Dia Mundial do Blog. Não se esqueçam, se vier a haver, de virem aqui dar-me os parabéns por eu estar já a PreDatar esse evento. Mas hoje é o Dia Mundial da Saúde. Para comemorá-lo eu quase me atreveria aqui a falar bem do nosso Sistema Nacional de Saúde, de como é fácil obter uma consulta na Caixa, como são baratos os medicamentos em Portugal, como são bem geridos os nossos Hospitais, da inexistência de listas de espera para Operações, que o tempo dos 2 anos à espera de uma consulta foi chão que já deu uvas, das aberturas dos Telejornais a dizerem, que hoje se comemora o 45º aniversário da última vez que alguém foi acusado de negligência médica, que os doentes que vão aos hospitais não morrem estupidamente com infecções que lá apanham, seja em Guimarães ou seja em Portalegre e não morrem no bloco operatório por causas desconhecidas quando vão tirar um quisto. Mas não. Não vou falar de todas estas coisas boas que se passam aqui em Portugal porque eu, minhas amigas leitoras e meus amigos leitores não sou nada de dar graxa a ninguém. Nadinha mesmo. Se está tudo tão bem porque não vamos todos é cantar:
Fui ao jardim da Celeste giroflé, giroflá…
Lunch Time Blog
Finalmente de regresso à carne. Depois de uma viagem ao fundo do mar, onde passei pelos chocos, pelos carapaus, pelo espadarte, pelo pargo, pelas sardinhas, pelo cherne, eis-me regressado aos prazeres da carne. Hoje não vou entrar em descrições, nem em receitas, pois seria uma repetição. É que eu não faço 365 almoços diferentes por ano. E há alguns pitéus que eu seria capaz de comer nem que fosse uma semana seguida. Eu não sou de enjoar. Homem do mar, é assim. Mas preparem-se porque o meu fim-de-semana na província vai ser de arromba. Vou também voltar a ver o meu compadre Anastácio, quero ver se ele tem histórias novas para me contar. Entretanto fiquem só com uma informaçãozinha de fazer inveja: Tapada de Chaves, Alentejo, 1999. Custou-me os olhos da cara. Comemorar um regresso à carne, tens os seus custos. Mas é merecido ou não é?
PS. Pronto, amigo Schubert! Estás satisfeito? O teu dono gosta da frase “A Deus o que é de Deus, a César o que é de César”. Ah gatinho e há mais uma coisa que te quero dizer, embora eu creia que tu já o sabes. Só para dizer que gosto muito da palavra, informaçãozinha.
Finalmente de regresso à carne. Depois de uma viagem ao fundo do mar, onde passei pelos chocos, pelos carapaus, pelo espadarte, pelo pargo, pelas sardinhas, pelo cherne, eis-me regressado aos prazeres da carne. Hoje não vou entrar em descrições, nem em receitas, pois seria uma repetição. É que eu não faço 365 almoços diferentes por ano. E há alguns pitéus que eu seria capaz de comer nem que fosse uma semana seguida. Eu não sou de enjoar. Homem do mar, é assim. Mas preparem-se porque o meu fim-de-semana na província vai ser de arromba. Vou também voltar a ver o meu compadre Anastácio, quero ver se ele tem histórias novas para me contar. Entretanto fiquem só com uma informaçãozinha de fazer inveja: Tapada de Chaves, Alentejo, 1999. Custou-me os olhos da cara. Comemorar um regresso à carne, tens os seus custos. Mas é merecido ou não é?
PS. Pronto, amigo Schubert! Estás satisfeito? O teu dono gosta da frase “A Deus o que é de Deus, a César o que é de César”. Ah gatinho e há mais uma coisa que te quero dizer, embora eu creia que tu já o sabes. Só para dizer que gosto muito da palavra, informaçãozinha.
Cinema
Imagem, cor, efeitos
Desenho, luzes, roupa
Actor, câmara, montagem.
O homem ficou na fila
Esperando a sua vez
De comprar o ingresso.
Entrou, na sala sentou-se
E as luzes apagaram-se
Adormeceu.
Sonhou com o céu, com a lua,
Com o firmamento.
Escreveu a crítica no jornal.
Atribui-lhe cinco estrelas.
AF in O Livro das Artes
Imagem, cor, efeitos
Desenho, luzes, roupa
Actor, câmara, montagem.
O homem ficou na fila
Esperando a sua vez
De comprar o ingresso.
Entrou, na sala sentou-se
E as luzes apagaram-se
Adormeceu.
Sonhou com o céu, com a lua,
Com o firmamento.
Escreveu a crítica no jornal.
Atribui-lhe cinco estrelas.
AF in O Livro das Artes
terça-feira, abril 06, 2004
Lunch Time Blog
Apesar de ainda estarmos em Abril as sardinhas já começam a estar gordinhas. Não eram muito grandes, poderíamos chamar-lhe só petingas. Um calor de cada lado e estavam prontas para comer. Uma salada mista acompanhou a dúzia delas.
PS. O Schubert telefonou-me para me dizer que queria ser um humano como eu, que come peixe demais
Apesar de ainda estarmos em Abril as sardinhas já começam a estar gordinhas. Não eram muito grandes, poderíamos chamar-lhe só petingas. Um calor de cada lado e estavam prontas para comer. Uma salada mista acompanhou a dúzia delas.
PS. O Schubert telefonou-me para me dizer que queria ser um humano como eu, que come peixe demais
segunda-feira, abril 05, 2004
Concurso
Ai meus Deuses. Eu nem sei se hei-de escrever isto ou não. Vós sabeis minhas amigas leitoras e meus amigos leitores que eu não sou nada de brejeirices. Até estou envergonhado, mas quando o Malato perguntou: "Fácil ou Díficil?" e ela respondeu "Díficil" eu pedi-lhe para me colocar as pernas nos ombros. Ai meus Deuses...olhem eu tão coradinho.
Ai meus Deuses. Eu nem sei se hei-de escrever isto ou não. Vós sabeis minhas amigas leitoras e meus amigos leitores que eu não sou nada de brejeirices. Até estou envergonhado, mas quando o Malato perguntou: "Fácil ou Díficil?" e ela respondeu "Díficil" eu pedi-lhe para me colocar as pernas nos ombros. Ai meus Deuses...olhem eu tão coradinho.
Saramago
Confissão 1: Ainda não comprei nem li o último livro de José Saramago.
Duvida 1: Depois do que li e ouvi, já quase o conheço. Não sei se valerá a pena comprar.
Constatação 1: O livro é uma merda, as ideias são uma merda, o homem é uma merda.
Constatação 2: Há duas semanas que os jornais, as rádios, as televisões entrevistam o Saramago, fazem debates, emitem opiniões, reflectem, criticam.
Duvida 2: Se é uma merda assim, porque perder tanto tempo com ele?
Dúvida 3: Porque é que perdem tanto tempo assim com ele e não com o “emplastro”?
Confissão 2: Eu gosto de ler Saramago, “prontes”!
Confissão 3 e última: Eu não voto em branco.
PS. Como vós sabeis amigas leitoras e amigos leitores eu não sou nada de me referir a escritores e muito menos de me meter em política. Mas não resisti em ironizar um pouco toda esta polémica à volta de um romance. As opiniões valem o que valem, agora a hipocrisia de se andar a bater numa pessoa só porque ela tem ideias diferentes daqueles que dominam os media em Portugal e ainda por cima desvalorizando a pessoa, o escritor e as ideias, é que me parece de um mau gosto execrável. Eu quando não gosto não como e principalmente se não gosto do restaurante não vou lá. Eu também não vejo a TVI e não venho para aqui falar mal dela. Não vejo e pronto. Se fosse um escritor de direita a escrever as “aleivosidades” que são atribuídas ao Saramago, será que esta polémica teria a mesma repercussão? Ao que isto chegou. E digo ainda mais, não vi uma única crítica literária sobre o livro. E digo também ainda mais. Ainda esta semana na quebradura do círculo da SIC Notícias, vi, dos tristes comentadores desse programa, dois deles a cagarem (literalmente) postas de pescada sobre o livro e a confessarem que não o tinham lido. Ao que isto chegou.
Confissão 1: Ainda não comprei nem li o último livro de José Saramago.
Duvida 1: Depois do que li e ouvi, já quase o conheço. Não sei se valerá a pena comprar.
Constatação 1: O livro é uma merda, as ideias são uma merda, o homem é uma merda.
Constatação 2: Há duas semanas que os jornais, as rádios, as televisões entrevistam o Saramago, fazem debates, emitem opiniões, reflectem, criticam.
Duvida 2: Se é uma merda assim, porque perder tanto tempo com ele?
Dúvida 3: Porque é que perdem tanto tempo assim com ele e não com o “emplastro”?
Confissão 2: Eu gosto de ler Saramago, “prontes”!
Confissão 3 e última: Eu não voto em branco.
PS. Como vós sabeis amigas leitoras e amigos leitores eu não sou nada de me referir a escritores e muito menos de me meter em política. Mas não resisti em ironizar um pouco toda esta polémica à volta de um romance. As opiniões valem o que valem, agora a hipocrisia de se andar a bater numa pessoa só porque ela tem ideias diferentes daqueles que dominam os media em Portugal e ainda por cima desvalorizando a pessoa, o escritor e as ideias, é que me parece de um mau gosto execrável. Eu quando não gosto não como e principalmente se não gosto do restaurante não vou lá. Eu também não vejo a TVI e não venho para aqui falar mal dela. Não vejo e pronto. Se fosse um escritor de direita a escrever as “aleivosidades” que são atribuídas ao Saramago, será que esta polémica teria a mesma repercussão? Ao que isto chegou. E digo ainda mais, não vi uma única crítica literária sobre o livro. E digo também ainda mais. Ainda esta semana na quebradura do círculo da SIC Notícias, vi, dos tristes comentadores desse programa, dois deles a cagarem (literalmente) postas de pescada sobre o livro e a confessarem que não o tinham lido. Ao que isto chegou.
Lunch Time Blog
PV. Perguntei ao empregado porque é que o espadarte era PV. Ele disse-me que era ao Kg. Olhei para as postas, pareciam-me todas iguais. Está bem, pode pesar essa. Grelhado e uma salada de alface. Perguntei-lhe depois se ele amukinou a alface. Não percebeu. Eu também não estive para explicações (não vi ninguém espirrar). Comi a salada. Acho que ando a ver publicidade a mais. Estou admirado como é que há tantos meses não ponho uma nódoa na gravata. Para eles me trazerem o Johnsson? Se a publicidade tivesse cheiro…
PS. Schubert estou a ficar mais gato do que tu.
PV. Perguntei ao empregado porque é que o espadarte era PV. Ele disse-me que era ao Kg. Olhei para as postas, pareciam-me todas iguais. Está bem, pode pesar essa. Grelhado e uma salada de alface. Perguntei-lhe depois se ele amukinou a alface. Não percebeu. Eu também não estive para explicações (não vi ninguém espirrar). Comi a salada. Acho que ando a ver publicidade a mais. Estou admirado como é que há tantos meses não ponho uma nódoa na gravata. Para eles me trazerem o Johnsson? Se a publicidade tivesse cheiro…
PS. Schubert estou a ficar mais gato do que tu.
Continua
Terminei hoje o Capitulo II. Amanhã iniciarei o terceiro e último. Espero terminar este conto dentro de uma semana, portanto, antes do 25 de Abril. Como tinha prometido.
Terminei hoje o Capitulo II. Amanhã iniciarei o terceiro e último. Espero terminar este conto dentro de uma semana, portanto, antes do 25 de Abril. Como tinha prometido.
Ilusionismo
Tirou um coelho de uma cartola.
Um ramo de flores de uma jarra.
Dois ases de copas de um só baralho.
Encheu uma garrafa com Curaçao azul
A partir de um jarro de água.
Espetou seis espadas na caixa
Da contorcionista.
Tirou do bolso um rolo de papel higiénico,
Uma tesoura e começou a recortar.
No final apresentou como resultado
Da sua obra de arte
Uma página de papel de jornal
Com uma frase a criticar
O Ministério da Cultura.
Dois partenaires de fato escuro,
Gabardina e óculos de sol,
Arrastaram-no consigo.
Nunca se conseguiu fazer aparecer.
AF in O Livro das Artes
Tirou um coelho de uma cartola.
Um ramo de flores de uma jarra.
Dois ases de copas de um só baralho.
Encheu uma garrafa com Curaçao azul
A partir de um jarro de água.
Espetou seis espadas na caixa
Da contorcionista.
Tirou do bolso um rolo de papel higiénico,
Uma tesoura e começou a recortar.
No final apresentou como resultado
Da sua obra de arte
Uma página de papel de jornal
Com uma frase a criticar
O Ministério da Cultura.
Dois partenaires de fato escuro,
Gabardina e óculos de sol,
Arrastaram-no consigo.
Nunca se conseguiu fazer aparecer.
AF in O Livro das Artes
domingo, abril 04, 2004
Higiene
Embora ainda o seja, hoje foi Domingo. Aos Domingos armo-me em snob, e decido ser diferente. Por isso, hoje fiz a barba, não fui comprar o jornal em pijama e roupão, não vesti o fato de treino, não foi ao supermercado passear o dito, não fui dar uma volta pelos shoppings, não me meti na fila de trânsito de nenhuma A, não fui passear pelo paredão da Costa da Caparica, não vi o Jornal Nacional da TVI nem o inevitável Marcelo e não vou ver o Herman na SIC.
Ai como estou muito lavadinho.
Embora ainda o seja, hoje foi Domingo. Aos Domingos armo-me em snob, e decido ser diferente. Por isso, hoje fiz a barba, não fui comprar o jornal em pijama e roupão, não vesti o fato de treino, não foi ao supermercado passear o dito, não fui dar uma volta pelos shoppings, não me meti na fila de trânsito de nenhuma A, não fui passear pelo paredão da Costa da Caparica, não vi o Jornal Nacional da TVI nem o inevitável Marcelo e não vou ver o Herman na SIC.
Ai como estou muito lavadinho.
Lunch Time Blog
Cebola às rodelas, alho laminado, pimentos vermelhos e verdes cortados às tirinhas, tomate cortado às rodelas, chouriço cortado aos quadradinhos pequenos (hoje foi usado, de porco preto de Barrancos), um piri-piri, uma folha de louro, um raminho de salsa, um pouco de azeite puro de oliveira no fundo da frigideira (pode-se usar uma caçarola de fundo largo) e vinho branco. Estufamos em lume brando. Este foi o molho / tempero que o pargo previamente deitado no fundo de um tabuleiro de barro ganhou, ao fim de algumas horas de descanso em sal e sumo de limão. Depois cortamos as batatinhas em quadrados e cercamos o pargo por todos os lados, não antes de as termos feito rolar num alguidarzinho com sal, q.b. e azeite. Foi ao forno e assou lentamente em lume brando. Cerca de duas horas naquele calorzinho, qual garina no solário e regado de 15 em 15 minutos com o próprio molho, para não secar. O vinho, hoje, optou-se por um branco alentejano. Conventual da Adega Cooperativa de Portalegre. Citrino e de aroma frutado, portou-se à altura de tão faustoso repasto. Os morangos no final deram aquele agridoce que se impunha à mistura dos azeites e das leguminosas. Um café moído na altura e um charuto que acabei agora mesmo de fumar, vão-me deixar a tarde em ponto rebuçado. Como eu gosto. Calma, tranquila que a semana é já amanhã.
PS. O filho de um amigo meu, um dia que almoçamos juntos, ao chegar a hora da sobremesa e depois de ter comido, sozinho, um bife à casa para duas pessoas, pediu como sobremesa, uma sandes de fiambre e um galão. O Schubert já tinha almoçado. A sua ração sólida para gatinhos misturada com uma goluseima das latinhas da Whiskas. Como sobremesa, uns pedacinhos de pargo, minuciosamente escolhidos. Sem espinhas, nem temperos. Ai puto gato, que qualquer dia não cabes nas portas!
Cebola às rodelas, alho laminado, pimentos vermelhos e verdes cortados às tirinhas, tomate cortado às rodelas, chouriço cortado aos quadradinhos pequenos (hoje foi usado, de porco preto de Barrancos), um piri-piri, uma folha de louro, um raminho de salsa, um pouco de azeite puro de oliveira no fundo da frigideira (pode-se usar uma caçarola de fundo largo) e vinho branco. Estufamos em lume brando. Este foi o molho / tempero que o pargo previamente deitado no fundo de um tabuleiro de barro ganhou, ao fim de algumas horas de descanso em sal e sumo de limão. Depois cortamos as batatinhas em quadrados e cercamos o pargo por todos os lados, não antes de as termos feito rolar num alguidarzinho com sal, q.b. e azeite. Foi ao forno e assou lentamente em lume brando. Cerca de duas horas naquele calorzinho, qual garina no solário e regado de 15 em 15 minutos com o próprio molho, para não secar. O vinho, hoje, optou-se por um branco alentejano. Conventual da Adega Cooperativa de Portalegre. Citrino e de aroma frutado, portou-se à altura de tão faustoso repasto. Os morangos no final deram aquele agridoce que se impunha à mistura dos azeites e das leguminosas. Um café moído na altura e um charuto que acabei agora mesmo de fumar, vão-me deixar a tarde em ponto rebuçado. Como eu gosto. Calma, tranquila que a semana é já amanhã.
PS. O filho de um amigo meu, um dia que almoçamos juntos, ao chegar a hora da sobremesa e depois de ter comido, sozinho, um bife à casa para duas pessoas, pediu como sobremesa, uma sandes de fiambre e um galão. O Schubert já tinha almoçado. A sua ração sólida para gatinhos misturada com uma goluseima das latinhas da Whiskas. Como sobremesa, uns pedacinhos de pargo, minuciosamente escolhidos. Sem espinhas, nem temperos. Ai puto gato, que qualquer dia não cabes nas portas!
Frangos
Definitivamente, Vítor Baía não gosta de Pinto da Costa. Na passada terça-feira, Moreira guarda-redes da selecção de esperanças é altamente responsável por um dos golos sofridos pela selecção portuguesa. Na quarta-feira, Ricardo dá um frango monumental no jogo da selecção A. Depois da derrota contra a Itália, ninguém calou o presidente do FêCêPê. Apesar de não o ter argumentado, todos sabemos, que a origem desta animosidade contra Scolari tem a ver com a não convocação de Vítor Baía. Então não é que o guarda-redes do Porto se lembrou ontem de dar uma bofetada ao Pintinho da Costa? Toma lá dois frangalhões que é para aprenderes. Pela boca morre o peixe. E nem os tubarões duram para sempre.
Definitivamente, Vítor Baía não gosta de Pinto da Costa. Na passada terça-feira, Moreira guarda-redes da selecção de esperanças é altamente responsável por um dos golos sofridos pela selecção portuguesa. Na quarta-feira, Ricardo dá um frango monumental no jogo da selecção A. Depois da derrota contra a Itália, ninguém calou o presidente do FêCêPê. Apesar de não o ter argumentado, todos sabemos, que a origem desta animosidade contra Scolari tem a ver com a não convocação de Vítor Baía. Então não é que o guarda-redes do Porto se lembrou ontem de dar uma bofetada ao Pintinho da Costa? Toma lá dois frangalhões que é para aprenderes. Pela boca morre o peixe. E nem os tubarões duram para sempre.
Música
Tinha uma paixão.
Sentou-se,
Aqueceu os dedos.
Alguns estalidos ecoaram no silêncio da sala.
Atacou o piano
Com Chopin.
Os primeiros acordes de Nocturnos op. 48
Faziam-se agora ouvir.
Primeiro em Do menor,
Depois em Fa sustenido.
Doze minutos e vinte segundos depois
Ouviram-se as primeiras palmas.
Ainda não estava suficientemente excitado.
Entre a op. 55 parte um, em Fa menor e
A parte dois em Mi bemol maior
Começou a arfar.
O suor escorria-lhe pela face
E só a respiração ofegante
Atrapalhava a melodia.
Parou um pouco.
Na plateia nem um ruído.
Tirou de uma caixinha de meia dúzia,
Um preservativo.
Colocou-o no piano (não no órgão) e teve um orgasmo.
AF in O Livro das Artes
Tinha uma paixão.
Sentou-se,
Aqueceu os dedos.
Alguns estalidos ecoaram no silêncio da sala.
Atacou o piano
Com Chopin.
Os primeiros acordes de Nocturnos op. 48
Faziam-se agora ouvir.
Primeiro em Do menor,
Depois em Fa sustenido.
Doze minutos e vinte segundos depois
Ouviram-se as primeiras palmas.
Ainda não estava suficientemente excitado.
Entre a op. 55 parte um, em Fa menor e
A parte dois em Mi bemol maior
Começou a arfar.
O suor escorria-lhe pela face
E só a respiração ofegante
Atrapalhava a melodia.
Parou um pouco.
Na plateia nem um ruído.
Tirou de uma caixinha de meia dúzia,
Um preservativo.
Colocou-o no piano (não no órgão) e teve um orgasmo.
AF in O Livro das Artes
sábado, abril 03, 2004
Lunch Time Blog
Afazeres de carácter social, amizade e solidariedade, não deram tempo para um almoço de Sábado como o que seria de prever. Ainda assim, as natas estavam bem cremosas, os cogumelos (as minhas leitoras e os meus leitores mais chiques, leiam champignons por favor), eram de primeiríssima qualidade, e os escalopes tenros, como só o meu amigo do Talho 30 no Laranjeiro é capaz de vender. Mergulhados naquele molho que me encheu de pão (depois queixo-me das calças me deixarem de servir), a triglicémia a rir à gargalhada, o colesterol a bater palmas, o meu alfaiate a esfregar as mãos de contente, lá estavam os escalopinhos calmos, indiferentes, sem darem por nada e sem se queixarem a cada golpe de faca. Hoje apenas bebi um copo de vinho tinto, um excelente Douro, porque o tempo era pouco e não pude ficar no repasto. Mas fiquei de barriguinha cheia.
PS. Schubert seu guloso. Hoje foi dia de festa hein? Comeste um escalope grelhado, feito especialmente para ti. Agora vai-te queixar à veterinária que os teus donos só te dão ração, que eu te meto a pão e água durante vinte e quatro horas.
Afazeres de carácter social, amizade e solidariedade, não deram tempo para um almoço de Sábado como o que seria de prever. Ainda assim, as natas estavam bem cremosas, os cogumelos (as minhas leitoras e os meus leitores mais chiques, leiam champignons por favor), eram de primeiríssima qualidade, e os escalopes tenros, como só o meu amigo do Talho 30 no Laranjeiro é capaz de vender. Mergulhados naquele molho que me encheu de pão (depois queixo-me das calças me deixarem de servir), a triglicémia a rir à gargalhada, o colesterol a bater palmas, o meu alfaiate a esfregar as mãos de contente, lá estavam os escalopinhos calmos, indiferentes, sem darem por nada e sem se queixarem a cada golpe de faca. Hoje apenas bebi um copo de vinho tinto, um excelente Douro, porque o tempo era pouco e não pude ficar no repasto. Mas fiquei de barriguinha cheia.
PS. Schubert seu guloso. Hoje foi dia de festa hein? Comeste um escalope grelhado, feito especialmente para ti. Agora vai-te queixar à veterinária que os teus donos só te dão ração, que eu te meto a pão e água durante vinte e quatro horas.
Vendo
Uma motorizada em segunda mão.
Dois rolos de fotografia 35mm, quase novos.
Seis pares de calças, que me deixaram de servir (tenho umas um pouco coçadas nos joelhos, faço bom preço).
Uma caixa tuperware cheia de berlindes.
Quatro conjuntos de gillette sensor, por estrear.
27 balões de água para brincar ao Carnaval.
Uma batedeira eléctrica novíssima.
Mas não vendo nem macela, nem a respectiva infusão.
Por isso pergunto quem é que no google se lembra de vir ao meu blog à procura de “onde comprar macela em Portugal”!
Agora digam lá se não tenho leitores tão ecléticos.
Uma motorizada em segunda mão.
Dois rolos de fotografia 35mm, quase novos.
Seis pares de calças, que me deixaram de servir (tenho umas um pouco coçadas nos joelhos, faço bom preço).
Uma caixa tuperware cheia de berlindes.
Quatro conjuntos de gillette sensor, por estrear.
27 balões de água para brincar ao Carnaval.
Uma batedeira eléctrica novíssima.
Mas não vendo nem macela, nem a respectiva infusão.
Por isso pergunto quem é que no google se lembra de vir ao meu blog à procura de “onde comprar macela em Portugal”!
Agora digam lá se não tenho leitores tão ecléticos.
Pintura
Dois riscos, a trincha grossa vermelha sobre a tela.
Ao longe, ouvia-se uma valsa de Strauss.
Os pincéis valsavam aqui, ali e de novo aqui.
Compondo a obra.
Na parede não se ouve nada.
Olha-se. E os pincéis, incansáveis
Continuam, agora mais lentamente,
A valsar.
O pintor morreu em valsa lenta.
AF in O Livro das Artes
Dois riscos, a trincha grossa vermelha sobre a tela.
Ao longe, ouvia-se uma valsa de Strauss.
Os pincéis valsavam aqui, ali e de novo aqui.
Compondo a obra.
Na parede não se ouve nada.
Olha-se. E os pincéis, incansáveis
Continuam, agora mais lentamente,
A valsar.
O pintor morreu em valsa lenta.
AF in O Livro das Artes
sexta-feira, abril 02, 2004
Crónicas
Graças a uma atribuição de prémios aqui pela escrita bloguistica descobri um estupendo site. Para a autora o meu aplauso. Também pelo prémio, mas especialmente pelo blog. Bravo!
Graças a uma atribuição de prémios aqui pela escrita bloguistica descobri um estupendo site. Para a autora o meu aplauso. Também pelo prémio, mas especialmente pelo blog. Bravo!
Lunch Time Blog
Querida leitora e, barra ou, querido leitor. Imaginem uma grande travessa. Daquelas capazes de comportar um leitão inteiro, daqueles que a gente vê nas festas, com limão na boca e raminho de salsa no nariz. Imaginem à volta o feijão verde sedoso, a cenoura cortada longitudinalmente em gomos de quatro. Imaginem as batatinhas cozidas e os ovos. Também cozidos. Agora no meio coloquem, com os olhos bem brilhantes uma enorme cabeça garoupa. Até os ossinhos se chupam. Agora imaginem um tipo que só gosta dos lombinhos do peixe. Aqueles muito fresquinhos, assim a saltarem da parte posterior da cabeça do peixe. Onde não há espinhas, parece tudo uma febra. Bom, se já imaginaram tudo vamos cair na realidade. O tipo que só gosta dos lombos, sou eu. Os outros deliciavam-se com o que eles dizem que é o melhor. Se calhar até é. E eu ralado. Não sou gato.
PS. Falar em gato. Oh Schubert vê lá se cresces e apareces para te sentares à mesa connosco nestes pitéus. É que gato que é macho, não dispensa uma cabeça de garoupa, pá!
Querida leitora e, barra ou, querido leitor. Imaginem uma grande travessa. Daquelas capazes de comportar um leitão inteiro, daqueles que a gente vê nas festas, com limão na boca e raminho de salsa no nariz. Imaginem à volta o feijão verde sedoso, a cenoura cortada longitudinalmente em gomos de quatro. Imaginem as batatinhas cozidas e os ovos. Também cozidos. Agora no meio coloquem, com os olhos bem brilhantes uma enorme cabeça garoupa. Até os ossinhos se chupam. Agora imaginem um tipo que só gosta dos lombinhos do peixe. Aqueles muito fresquinhos, assim a saltarem da parte posterior da cabeça do peixe. Onde não há espinhas, parece tudo uma febra. Bom, se já imaginaram tudo vamos cair na realidade. O tipo que só gosta dos lombos, sou eu. Os outros deliciavam-se com o que eles dizem que é o melhor. Se calhar até é. E eu ralado. Não sou gato.
PS. Falar em gato. Oh Schubert vê lá se cresces e apareces para te sentares à mesa connosco nestes pitéus. É que gato que é macho, não dispensa uma cabeça de garoupa, pá!
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