1286. Espelhos escondidos com cauda à vista
- Miau, ouvi de repente sem estar à espera.
(virei-me e não vi nenhum dos meus gatos; talvez não fosse cá em casa)
- Miaaaaauuuuuu, agora sim era um gato da casa.
(inclinei-me e procurei por debaixo do móvel . Até abri as portas que escondem toalhas e acessórios)
Levantei-me lentamente, olhei em frente e lá estava o Schubert, ao fundo da casa, no parapeito, cauda de espanador e orelhas espetadas para trás. Um pombo que pousou no lado de fora da janela tinha-o assustado. O espelho ria, baixinho, de gozo. Tinha sido ele próprio a miar sem que eu tenha dado por isso. Olhei-o, olhos nos olhos:
- És mesmo um macaquinho de imitação!
(acho que até agora o meu espelho ainda se deverá estar a interrogar porque é que lhe chamei macaco se ele apenas reproduziu o som de um gato. Bem feito. Ainda te hei-de chamar pior.)
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