sábado, fevereiro 28, 2009

1380. Ergo de novo a minha taça


Parabéns amor

Hoje fazes uma data de anos. Não vou dizer quantos porque a idade de uma senhora não é para se divulgar se não for autorizado. Hoje não é dia de vir para aqui dizer que te amo. Isso já tu sabes e as minhas amigas leitoras e os meus amigos leitores também o sabem, mas também não é por isso, é que eu gosto mais de to dizer em verso. Aroma de aniversário, venha do campo ou do mar, ceifeiro fosse ou corsário, eu nasci para te amar. Assim já seria capaz de vir aqui dizer que te amo. Mas hoje que fazes uma data de anos não é dia dos namorados. É o teu dia e é por isso que eu venho aqui te desejar que os teus desejos se cumpram. Porque sempre que completamos mais um ano fazemos mais votos. Viva o dia vinte oito, de Fevereiro o mês segundo, desejo para ti amor, o melhor que há no mundo. De quadras populares estamos conversados, só não falámos ainda do champanhe. Enquanto eu me esforço aqui a abrir esta Veuve Clicquot (a garrafa e não a viúva) apaga aí as 54 velinhas a ver se és capaz.

PS. Fui autorizado.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

1379. Pornografia ou arte, eis uma brácara questão


Desta vez ninguém me desafiou. Já o tinham feito, creio, em 2004, mas tenho constatado que em vários blogs corre este desafio. Abrir o livro que estiver mais à mão numa determinada página, transcrever o que se leu num certo parágrafo e passar a não sei quantos, segundo determinadas regras. Estava eu tão tristinho por não me terem desafiado e ainda mais por não ter nenhum livro à mão, já que dos três que ando a ler, dois estão na casa de banho e o outro na mesa-de-cabeceira, que resolvi ir à estante fechar os olhos e tirar um livro ao acaso. E por acaso, ou nem tanto, saquei um livro da Taschen chamado Arte Erótica. Abri então ao acaso e calharam-me as páginas 136 e 137. Na página 136 tem um longo extracto dos julgamentos de George Groz. Como seria chato transcrever e subjectivo para interpretar, passo à frente. A página 137 é apenas uma imagem. É uma serigrafia sobre tela, 230 x 150 cm de Jeff Koons de 1991, chamado Red Butt (Close Up). Não é mais nem menos que o butt ( o traseiro, claro) de Ilona mais conhecida por Cicciolina a ser penetrado por um erecto e bem dotado falo, num close up, de facto, muito bem fotografado. Ficou a descrição já que não posso colocar aqui uma fotografia da obra. Não que tenha medo que a PSP de Braga me venha apreender o blog, não é isso, é apenas porque tenho o scanner avariado. Em alternativa fui à net e encontrei a imagem que publico acima. Até estou coradinho de vergonha.

PS. Como é óbvio não revelo aqui a minha morada, nem em qual das estantes tenho o livro, porque se viessem cá a casa apreendê-lo não seria A Origem do Mundo, mas talvez o fim do mundo em cuecas. É que, ao contrário da Cicciolina, cá em casa quem tem cu tem medo.

1378. Obrigadinho



A Gotinha do Blogotinha, blog que sigo há vários anos, (andamos nestas andanças mais ou menos ao mesmo tempo) acha que eu tenho um blog maneiro e agraciou-me. É claro que tenho de agradecer publicamente a distinção. Quanto à repassagem, se os blogs que eu leio diariamente e que se podem constatar aqui ao lado não fossem maneiros eu não os lia. Portanto um selinho destes para cada um e vá, não se esqueçam de quem é amigo, tá?

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

1377. Cinco sentidos e nobre povo


Pôr um pé na rua, ou os dois, com a descontracção de quem anda a passear, aguça-nos os sentidos. É uma conversa que se ouve aqui ou ali e que nos faz rir ou até pensar, é um aroma que se descortina, seja o do rosmaninho a florir ou a de um borrego no forno que sai pela frincha da janela de uma cozinha qualquer, é a senhora da banca dos chouriços e dos queijos que, na feira, nos dá a provar um bocadinho daquele paio caseiro, assim meio a medo que a asae ande por perto, é o ar fresco da beira-mar que nos bate na cara em dia soalheiro e que nos transmite um prazer de respirar até à profundeza dos oceanos e é o que vemos por aqui e por ali, coisas boas e coisas más, uma mini-saia a passar que nos faz ficar com um torcicolo no pescoço, ou um cagalhão de cachorro no chão que nos faz dar um salto e ficar com uma entorse no tornozelo. E se eu acho, vou escrever sobre isso um dia destes, que no nosso hino nacional há tanta coisa errada na letra, essa do “Nobre Povo” deixa-me com os cabelinhos em pé. A maior das porcarias que o nosso nobre povo faz e deixa por essas ruas fora dava para escrever um milhão de posts. Ou dois!

terça-feira, fevereiro 24, 2009

1376. Às terças...


Partilhas

Passeamos à beira mar e abraçamo-nos.
Cheiramos a mistura do iodo
Com o cloreto de sódio
E escutamos o marulhar das ondas
Teimosas em nos invadir
De alva escuma.

Passeamos de mão dada e respiramos
O ar um do outro
Num terno beijo de sal.

Depois voltamos as costas à praia
E subimos a colina.
Tirei-te um retrato quando o Tejo
Te sussurrou ao ouvido algo que não ouvi.

E as gaivotas seguiam a traineira
E os pombos bebiam na fonte
E os gatos espreitavam o pardal
E uma estudante recitava o Cântico Negro
E um bebé tinha um nariz de palhaço
E o Carnaval acenava-nos um pesaroso adeus.

Porque me encheste o dia
Fiquei vazio
De talento para te dar.


Versos de PreDatado©2009
Foto: PreDatado, Costa da Caparica

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

1375. Quer frô?


Eu sei que as minhas leitoras e os meus leitores estavam à espera do meu post de hoje para me encherem a caixa de comentários com a sacramental pergunta, Então Pré quando é que te vamos ver a ti a receber o Óscar de Melhor Argumento Original?, portanto podem fazer a pergunta à vontade depois de lerem o que tenho para vos dizer. Não é, contudo, coisa com a qual a não tenha já sonhado amiúde e podem crer que até já tenho algumas linhas do discurso ensaiadas. Claro que os good evenings everybody não poderão faltar mas o que eu preparei vai para além disso, tem até um first of all i want to thanks my family e claro como não poderá deixar de ser também um agradecimento especial às melhores leitoras e aos melhores leitores do mundo que são as leitoras e os leitores do blog PreDatado. Podem ter a certezinha absoluta que não me esquecerei de nenhum de vós e direi, alto e bom som, o vosso nome um a um. Mas já estive mais longe do que estou da tal estatuetazinha, até porque já escrevi um argumento, se bem que tenha sido um argumento adaptado e portanto também poderia dar óscar, adaptação essa de um best-seller chamado A Minha Vizinha do Sétimo Esquerdo é uma Rosa Púrpura que, infelizmente e talvez por maldade, foi cair nas mãos de um qualquer produtor depravado que não conseguiu mais do que fazer um filme, classificado com três letrinhas X e ao qual lhe deu o nome bem português de Pernas abertas em V, onde aparecia um moçoila por acaso, não desfazendo, bem jeitosa em posições e actos obscenos. Se calhar foi por isso que eu não ganhei o Óscar. Também já escrevi um outro argumento (mais ou menos original, mais ou menos adaptado) para um filme infantil, que até era para sair em desenhos animados mas depois não foi feito assim, chamado Cinderela Foi Raptada Por Um Grande Bruto, mas que depois quando transformado em película foi distribuído com o título Cinderela e o Príncipe do Grão de Ervilha. Agora ando a escrever um outro, no qual eu deposito todas as minhas esperanças para ganhar o tal óscar, macacos me mordam se não vou ganhar, ou adaptando o dito popular a uma coisa mais em voga, eu seja um slumdog se não vou ganhar o Óscar. Esse sim, vai ser ao estilo bollywood, já que ninguém nunca se lembrou de atribuir um Óscar sequer a uma produção dessas, o que aumenta a minha chance. É o romance de uma esbelta indiana de alta casta, que vestia sari amarelo em seda pura de cashemira com um vendedor paquistanês de rosas em restaurantes. Mas não adianto nem mais uma linha porque não vim aqui para falar de filmes nem de óscares que é coisa que hoje, blog que não esteja de férias de carnaval, não deixou de escrever. Eu vim aqui falar do Carnaval, isso sim uma originalidade, pois aposto que ainda ninguém falou por estes dias.

Um certo Carnaval mascarei-me de indiana. Vestia um lindo sari amarelo de seda pura de cashemira quando por mero acaso, sentado(a) numa esplanada a tomar um descafeinado, se aproximou de mim uma linda e morena alentejana fantasiada de paquistanês com bigode e tudo, que me perguntou, Quer frô?

Foto PreDatado, 2008

sábado, fevereiro 21, 2009

1374. Lunch Time Blog em dia de derby


Eu bem sei que há um certo jeito português para misturar comida e futebol. Quem nunca parou numa daquelas, antigamente barracas, hoje roulottes que vendem de tudo da imperial ao tintol e da bifana ao coirato? Quando eu era miúdo, o meu pai parava sempre numa dessas, aqui para o garoto uma laranjada e para mim um morangueiro se faz favor, pedia. Comia-se uma bifaninha para o estômago ficar aconchegado e já dava para a malta chegar a casa, para lanchar como deve ser e preparar o jantar. Sim, o jantar porque nesses tempos jogava-se futebol às três da tarde, os clubes iam sobrevivendo sem terem de vender a alma às televisões e aos joaquins oliveiras e mesmo assim tinham eusébios e yazaldes, manueis fernandes e nenés, jordões e vitores baptitas. E quando entravamos nas bancadas em festa, onde não havia claques organizadas mas todo o estádio era uma claque, de vez em quando bem acalorada, não era raro andar tudo à batatada, mas rapidamente apaziguada com um copo de tinto a sair do garrafão, uma rodela de chouriço ou de paio e um naco de queijo. Oferecia-se sempre ao vizinho do lado, bom proveito obrigado, vá lá prove que deste nunca comeu é lá da minha terra, fiz trezentos quilómetros para ver o meu Benfica, coma um bocado desta broa vai ver que gosta.

Pois foram estes os tempos que me vieram à lembrança, hoje que é dia de derby e enquanto picava na 1-2-3, o chouriço, o bacon, a cebola, o alho, a salsa e o coentro, o piri-piri e o toucinho gordo e depois, misturava tudo com um salpico de colorau e um copo de vinho branco e esfregava a perna do peru para depois a regar com um fio de azeite e leva-la ao forno já aquecido, foi destes tempos do copo de morangueiro e da laranjada que me lembrei. E também dos frangos e dos perus que assisti ao longo dos tempos protagonizados pelos mais diversos guarda-redes que hoje me apetece homenagear, O Costa Pereira e o Carvalho, O Zé Henrique e o Damas, O Manuel Bento e o Botelho, o Michel Preu-Homme e o Peter Schmeickel, o Quim e o Ricardo.

E por falar em peru não sei se o Paulo Bento vai pôr a jogar o Rui Patrício ou o Tiago. Mas a qualquer deles, e como bom benfiquista que sou desejo-lhe uma noite de perus. Pode ser?


Foto: Isabel Cutileiro, encontrada em Google Imagens

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

1373. Arealva


Estou ligado à Arealva por laços familiares. Não de propriedade mas de emotividade. Conheço a Quinta da Arealva desde pequenito pois um tio meu trabalhou lá vários anos e uma prima minha trabalhou lá tantos anos que foi para lá de garota e fechou a Arealva praticamente com idade para a reforma. A Quinta da Arealva e os respectivos armazéns de vinho pertenciam à Sociedade Vinícola do Sul de Portugal de J. Serra & Sons e fica situada na margem sul do Tejo quase junto ao pilar da ponte 25 de Abril. Infelizmente hoje está praticamente ao abandono e apesar de pertencer a uma entidade privada (creio) acho que a Câmara Municipal de Almada deveria intervir para bem da salvaguarda do património cultural e industrial do Concelho (se calhar não pode, se calhar não quer, estou eu aqui a dar palpites). Mas a razão deste meu post é a excelente exposição fotográfica, patente no Fórum Romeu Correia, na Praça S. João Baptista em Almada. As fotos são do consagrado João Soeiro e enquadram-se num trabalho mais vasto que tem a ver com o levantamento “reportográfico” do património industrial do Concelho. Para quem mora por estas bandas digo que vale a pena perder meia hora do seu tempo e ir ver este excelente trabalho.

Foto: PreDatado, 2009
Extracto da garrafeira particular do autor – vinhos J Serra & Sons / Arealva

Mais referências a esta exposição podem ser encontradas aqui e aqui.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

1372. Uma fuga para casa


O cheiro do Aipo, o odor do manjericão, os perfumes do rosmaninho e do alecrim, o paladar do gengibre, o picante que nos vem de Cayenne, os poejos e o coentro, a textura da couve lombarda, o desafio da utilização das trufas, o corte do salmão e do arenque, as ovas do esturjão, os tintos alentejanos e os brancos de Palmela, a picanha e o acém, o lombo e a vazia, o pernil do porco e a sua orelha e de novo a couve roxa e a segurelha, o nabo e a cenoura, a cebola e o alho.

Foram eles acima descritos os grandes culpados. Eles e os escritores que nas suas fugas, nas suas voltas ao mundo, nas suas aventuras me incentivaram a descobrir, de Norte a Sul, outras cores e outros sabores. E se hoje não lamento um Rioja ou um Valdepeñas, um Bordeaux ou um Côte du Rône, um Val Maipo ou um Val Rapel, ou Napa Valley ou um Santa Clara quando tenho em frente um Terras do Sado, um Estremoz ou um Borba, um Cortes de Cima ou um Terras Durienses, não lamento também a demora que se faz sentir em me voltar a sentar à mesa com o goulash ou o bife tártaro, o fois gras ou o camembert, o eisbein ou a sauerkraut, a paella ou o cochinillo, o sushi ou a tempura. Tenho no Queijo da Serra e no de Azeitão, nas favas com entrecosto e no robalo na grelha, na caldeirada e na chanfana, os sabores mediterrânicos onde me estacionei. E tenho azeite, do mais puro que se come por esse mundo inteiro.

Mas tenho de agradecer, mais uma vez aos escritores todas estas descobertas. Hoje já velho e cansado, pousei os tachos e as facas e vivo dos prazeres que me trazem à mesa. E se agradeço ao meu amigo Hemingway me ter ajudado a descobrir o mojito e o daiquiri, peço-lhe desculpa por hoje não o acompanhar com Compay Segundo. Não tinha o disco à mão e o Camané sabe de um rio…
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Estava aqui o lindo PreDatado posto em sossego, dos meus anos colhendo doce blog, num engano de… onde é que eu já li isto? Quando o Finúrias, aliás o Sr. Ministro da Soltura, me e-mailou desafiando-me a partir de um texto que eu escrevesse outro. Fez este desafio a vários blogers e tem vindo a publicar lá no Ministério. O texto que ele me propôs e do qual saiu o que leram acima, foi o seguinte:

“Pois é, eu fugi de casa quando ainda não tinha vinte anos. Foram os escritores que me obrigaram. London, Dreiser, Sherwood Anderson, Thomas Wolfe, Hemingway, Fitzgerald, Silone, Hamsun, Steinbeck. Encurralado, barricado contra a escuridão e a solidão do vale, eu sentava-me à mesa da cozinha por trás de pilhas de livros da biblioteca e ouvia as vozes que de lá me chamavam para conhecer outras cidades.” In A Confraria do Vinho, John Fante


Saravah Tozé!

Foto encontrada na net sem designação de autor

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

1371. Eventos

Eventos
I. De Beja a Vila Real de Santo António são cerca de 120 kms. De Beja a Sines são cerca de 100 Kms. Assim grosso modo serão as distâncias mais perto do mar a que se encontrará Beja. Foi em Beja que vi o maior bando de gaivotas em toda a minha vida. E eu moro a 10 kms do mar.

II. A ponte internacional do Pomarão, que ligará esta localidade no concelho de Mértola, Distrito de Beja a El Granado em Espanha, Ayuntamiento de Huelva já está praticamente terminada. Será inaugurada no próximo dia 26, com toda a pompa e circunstância. A estrada de acesso, novinha em folha, no lado espanhol já está terminada. Do lado português nem a missa vai na metade. Como é costume.


III. O meu limoeiro está carregadinho de limões (vide fotos do Pre). Como estão quase todos os limoeiros, já que é essa a sua função. Para colhê-los, basta que eu suba ao muro. Para subir ao muro basta que eu suba ao poço. Tarefa fácil excepto quando se dá uma senhora cacetada com o joelho no dito. Um saco de gelo e pomadas, mas ainda ando à rasca.

IV. Ontem, como o faço habitualmente, tomei o pequeno-almoço numa pastelaria em Lisboa. Um copo de leite =0,70€ (2dl, a 0,60/l, equivale a cerca de 580% de mais-valia bruta), uma sandes de fiambre = 1,90€ (1 carcaça + 1 fatia finíssima de fiambre equivale a cerca de 520% de mais-valia bruta), um descafeinado = 0,65€ (para o cálculo utilizei o café em pacote mais caro que se usa cá em casa, o que daria cerca de 696% de mais-valia bruta). A mais-valia bruta média é então de 566%. Sendo o IVA da restauração 12%, teremos um lucro bruto de 506%. Pois claro que teremos de abater a água, a luz, a renda, os salários etc. Sendo que numa empresa bem gerida os custos gerais não ascendem normalmente a 30%, teríamos uma margem bruta antes de impostos (IRC) de 389%.Uma mina! Eu gostava de conhecer estatísticas de quantas destas firmas apresentam lucros ao fisco em cada final do ano.

Fotos: PreDatado, Beja, 14-02-2009
(A primeira foto, é apenas uma parte do bando que consegui fotografar. Em simultâneo, uma outra parte estava pousada como mostro na 2ª foto. Dispersas haveria outras tantas em pequenos bandos)



Entretanto, não deixem de ler o Diálogo de Monólogos. Só porque os episódios são espaçados, não se perdeu o élan.
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A Janette continua a ter um bom desempenho na sua Guerra de Travesseiro (com bolinha vermelha no cantinho).
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5 minutos de fama. O Vitorino publicou em Debaixo do Bulcão, alguns poemas do Pre. Grato.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

1370. Zé, abraça este ramo de flores


Ficaste

Deixaste um espaço livre na tua cama.
Deixaste uma cadeira vazia na tua mesa.
Deixaste (mais) um beijo por dar a cada filha.
Deixaste um carro parado à tua porta.
Deixaste um órfão em cada amigo teu.
Deixaste o púlpito vazio na tua igreja.
Deixaste um bocado de futuro para construir.
Deixaste uma anedota por contar.
Mas deixaste, também, preenchido um espaço nos nossos corações.

Para o meu cunhado Zé Manel, nosso mano, que se não tivesse partido tão cedo faria hoje 51 anos. O mano Zé Manel morreu a 26 de Fevereiro de 2008.

Foto PreDatado, 2009

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

1369. As mentiras reveladas ao meu querido povo


Regressado do fim de semana e dos afazeres previstos e imprevistos desta atribulada segunda-feira, vou hoje revelar as três frases não verdadeiras que deixei no desafio de sexta-feira passada.
1) Já escrevi um romance erótico mas nunca o publiquei;
Esta é VERDADE. Entre outras coisas que nunca divulguei publicamente está um romance erótico. Mas eu sou de ruborizar.

2) Já usei ceroulas em pleno Golfo Pérsico;
Esta é VERDADE. No Golfo Pérsico também há Inverno. Na casa da máquina de um petroleiro descem-se muitos andares abaixo do nível da água. E com a máquina parada, imaginem o briol. Debaixo do fato-macaco a providencial ceroulita.

3) Vi focas no Mar Mediterrâneo;
Esta é VERDADE. Já publiquei no Ante-e-Post uma crónica sobre o tema. Um dia destes repostarei aqui.

4) Divorciei-me 2 vezes antes do actual casamento;
Esta é MENTIRA. Houve até quem acreditasse que o Pre tivesse cometido o mesmo erro três vezes, mas não é verdade. Só casei uma vez e por acaso não foi um erro.

5) Já comi costeletas de crocodilo com molho de café;
Esta é MENTIRA. Já comi muitas iguarias mas costeletas de crocodilo com molho de café ainda não provei. Quiçá com outros molhos, mas essa ficará para outros desafios.

6) Nasci em 1955;
Reza a certidão de nascimento que esta é VERDADE. Foi no dia 17 de Agosto. Vá lá, comecem a fazer o mealheiro para a prenda; já não falta muito.

7) O meu filho mais velho tem 35 anos e é gago;
Esta é MENTIRA. O meu filho mais velho é uma filha fará 28 anos brevemente e não é gaga. O meu filho, homem, tem apenas 24 anos e também não é gago. O pai dos dois pelo contrário é zupinha de maza.

8) Este ano ainda não cortei o cabelo;
Esta é VERDADE, e lembrei-me de a escrever aqui exactamente porque momentos antes, o meu espelho quase me humilhou pela guedelha, ainda por cima desgrenhada com que me apresentei. Dentro de um ou dois dias poderá ser mentira, mas nem ao barbeiro prometo.

9) Tenho os meus impostos em dia.
E como é óbvio, dado que já foram reveladas as três mentiras, esta é VERDADE. Ai que raiva!

Talvez ainda post hoje de novo. A ver vamos.

Foto PreDatado – (Uma flor para o meu amigo ti João que faleceu ontem.)

sábado, fevereiro 14, 2009

1368. Um poema errado


Hoje é dia de S. Valentim, aliás S. Martinho, não, S. Valentim. Pois, S. Valentim é que é. Sabes, amor, depois de uma semana inteirinha a chover estes três dias de Sol e o aumento da temperatura baralharam-me todo e às tantas já pensava que estava no verão de S. Martinho. Daí até confundir as lendas foi só um passinho e escrever-te um poema errado, foi outro. Então, pé ante pé, quer dizer em dois passinhos e como quem não quer a coisa, porque o que conta mesma é a intenção, cá vai ele. E dois em um também não é para desaproveitar, pois não?


Tantos anos e ainda te namoro, amor.
E tu me namoras a mim.
Beleza que a simetria tece.
Mas não te namoro hoje por ser hoje
Nem tu me namoras hoje por ser hoje.
Ou por ser o dia de hoje, amor.
E para mais, amor, hoje não está frio.
E hoje eu não preciso te dar metade da minha capa, amor.
Mas mesmo assim, mesmo sem capa,
Hoje, amor, hoje eu sou o teu Valentim.

Versos de PreDatado©2009
Imagem algures da net, desconhecendo o autor.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

1367. Desafio Aceite


Como chamam os brasileiros, é um meme. Em português de Portugal é um desafio. Acho eu.
A Cris do blog Rascunhos de Vida desafiou-me a escrever aleatoriamente 9 coisas sobre mim das quais 3 devem ser mentira. Depois passar o desafio a outros e informá-los. Entretanto das 9 coisas que o desafiante falar sobre ele próprio, o desafiado terá de dizer no seu post quais as 3 que acha que são mentira. Pronto, explicadas as regras cá vai:

A Cris mentiu nos pontos 1) Chorei poucas vezes na minha vida 5) As duas coisas que olho em um homem logo de cara: dentes e mãos e 9) Já vi um OVNI.

As nove coisas sobre mim das quais 3 são mentiras são as seguintes:

1) Já escrevi um romance erótico mas nunca o publiquei;
2) Já usei ceroulas em pleno Golfo Pérsico;
3) Vi focas no Mar Mediterrâneo;
4) Divorciei-me 2 vezes antes do actual casamento;
5) Já comi costeletas de crocodilo com molho de café;
6) Nasci em 1955;
7) O meu filho mais velho tem 35 anos e é gago;
8) Este ano ainda não cortei o cabelo;
9) Tenho os meus impostos em dia.

Tenho uma certa curiosidade em conhecer a capacidade de aldrabar a gente:
A Janette do Guerra de Travesseiro.
A Maria-árvore do Chez03
A Mirian do Caldeirão da Bruxa
A Escarlate.due do Escarlatecom
O mfc do Pé-de-meia
A Korrosiva do Korrosão
O João Espinho do Praça da República
A Mariana do Muito Feminino
O Bilhas do Bilhas, o Bom da Fita

Foto: Jan Scholz via Imagens

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

1366. Abraão, 200 anos


Não podia deixar passar o dia sem fazer referência à passagem dos 200 anos do nascimento Abraham Lincoln, um dos homens que mais admiro na história do Estados Unidos da América.
É-lhe atrinbuida a frase "Nenhum homem é bom o bastante para governar os outros sem o seu consentimento". Portanto senhores ditadores ou candidatos a isso, mesmo que de pacotilha, tirem o cavalo da chuva.

1365. Mais uma cena para perder tempo


Hoje liguei-me ao twitter e ainda não me apercebi muito bem para que é que aquilo serve a não ser para mandar umas bocas e perder mais um bocado de tempo. Mas fazer o quê se eu sou viciado nestas coisas dos contactos, das mensagens, dos fora, dos chats, tenho orkut, hi5 (acho que até tenho 2), sonico, wayn.com e mais uma mão cheia deles que nem sei o nome, estou constantemente online no MSN, tenho o yahoo messenger, caixas de e-mail no hotmail, no gmail, na netcabo, no portugalmail, no yahoo e no diabo a quatro, de vez em quando dá-me a nostalgia dos velhos tempos e entro no IRC (reparei que tenho um registo na ptnet desde há quase 11 anos) e não tarda, ai não tarda não, estou espetado no facebook também. É claro que depois recebo uma data de reclamações de amigos a quem não respondo e-mails pois na realidade é preciso uma pachorra de cão em dias de sol para aceder a todos estes interfaces de conectividade. Vá lá, vá lá que o e-mail da netcabo é aberto todos os dias, às vezes mais do que uma vez por dia e quem já se apercebeu disso começa a endereçar-me por aí. Mas voltando ao twitter comecei hoje e já vou mandando uns palpites. Por enquanto quase exclusivamente para mim pois a minha rede de conectados é mínima. Mas já vi outros que têm redes de centenas de seguidores. Gente fina é outra coisa.

1364. Darwin, 200 anos



Obrigado Charles por me teres explicado que o meu tetravô era um chimpazé.

foto de primates.com

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

1363. Estou pior da miopia


Na semana passada fui finalmente ao oftalmologista. Andei a prometer a mim mesmo esta consulta há meses uma vez que já estou a sentir que vejo um pouco pior ao longe e que para ver ao perto preciso sempre tirar os óculos, principalmente para ler. Nunca me adaptei à posição de “perto” das minhas lentes progressivas apesar de já as usar há uns 6 anos. De modo que vou voltar ao velho esquema de uns óculos para o longe e outros para o perto e siga a marinha. Como era de esperar a minha graduação aumentou desde a última visita e, vaidoso como sou, ando a experimentar modelos novos, das mais conceituadas casas, gucci, rabanne, dior, d&g, prada, armani, bvlgari, sei lá a panóplia que já experimentei só para ver quais me deixam mais catita (catita é muito popularucho para aquelas marcas, não é?). Acabei de tirar uma foto, a que ilustra o post,aos últimos experimentados e gostaria de saber da vossa opinião. Gostam?

foto PreDatado, 2009

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não deixem de ler Diálogo de Monólogos

terça-feira, fevereiro 10, 2009

1362. Às terças...


Soneto dos idos de Agosto

Estava quente, o dia era de Agosto,
Quando Cristo-Rei decidiu abençoar
O beijo que sem papel p’ra firmar,
O nosso amor em selo ficou posto.

E quando vi o espanto em teu olhar
E que a alegria do momento reprimiste
O tremor que no peito tu sentiste
Era a sombra da ilusão a despertar.

Recordo o dia azul e o sol de mel
Cores que o tempo não amarelece
Momentos quentes de terna ternura.

E com todos os sentidos à flor da pele
Apenas de te amar, meu amor cresce,
Amor, paixão, desejo e até loucura.


Versos e foto de PreDatado©2009

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

1361. A equipa de todos eles


Eu sou benfiquista, todas as minhas leitoras e todos os meus leitores o sabem (ou deviam saber) desde há muito tempo. Este meu texto reflecte, sem dúvida, o meu benfiquismo o que, diga-se de passagem, é algo que muito me orgulha.
Embora eu ache que a história dos 6 milhões de benfiquistas não deva constituir mais do que um faits divers, ela serve apenas para que os nossos adversários a usem para nos achincalhar, o que prova que são fraquinhos em contas pois somos muito mais do que seis milhões não só aqui no rectângulo ibérico mas também por esse mundo fora.
Ora com mais milhão ou menos milhão, não há dúvida absolutamente nenhuma de que a maioria dos adeptos portugueses de futebol são benfiquistas. E é por esta razão que não se entende a provocação do Sr. Carlos Queirós de não ter convocado nenhum jogador do Benfica para a Selecção Nacional. Não me revejo nesta selecção, ela não me representa. E como este sentimento está na maioria dos benfiquistas que conheço, penso que posso generalizar e dizer que esta não é a equipa de todos nós.

domingo, fevereiro 08, 2009

1360. Afectado, eu?

Ontem tivemos festa cá em casa. A refeição, segundo os presentes estava deliciosa. Pontificou a massada de cherne, mas as entradas, como é habitual, não ficaram atrás. Aliás, eu próprio acho que os preliminares são tão importantes como o prato principal seja à mesa, seja noutras circunstâncias. Mas adiante que não é de outras circunstâncias que estamos aqui a escrever. Aliás, até podemos dizer que sim, que é, mas há que explicar quais. Quero eu, na minha, dizer que além do almoço também o convívio foi muito agradável e as conversas interessantes. E teve situações engraçadas já que entre os comensais estavam o Carlos, o Luís e o Rui. Ora não teria nada de extraordinário não fosse o facto de o Carlos não falar com o C (nem com o Q), do Luís não falar com o L, nem o Rui com o R, sendo que este o substitui por g. Engraçada foi mesmo a coincidência de termos ao mesmo tempo o arlos, o uís e o gui. Já disse que o gui substitui o r por g, e quando quegue falague depguessa é uma gaguegalhada pegada. Já o uís dá uma vouta tau à uingua que o éue paguece um u. Poguisso o uís que nasceu em uisboa não só não consegue dizegue o nome como também não o faz em gueuação ao uocau-e de nascimento. Já o arlos, não diz o quê e também não o substitui. Assim uando o agueos omeça a fauague om os outgos tguês paguece uma convegueça de paguevinhos. Eu que estive peguesente dugante uase toda a onvegueça estava a vegue ue saía de uá afé-etado e fauaguia sem as uêguetas todas. Guegaças a Deus não a-onteceu nada disso e eu pude tegueminague a onvegueça espui-ando ue ueiguia fi-ava nas maguegens do guiu uis. Ompeguendegam?
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É claro que o diálogo se continua a fazer de monólogos

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

1359. Cefaleia coital


Chamada a atenção aqui pelo mfc, fui ler o artigo do iol-online sobre o tema em epígrafe. É um tema que me interessa, já que também fui vítima de uma cefaleia destas. Como isto me aconteceu num fim-de-semana e a dor de cabeça persistiu de Sábado a Domingo, restando aquela sensação de “moinha”, na própria 2ª feira consultei um médico generalista que me aconselhou um neurologista, dos mais conceituados de Lisboa. Tive consulta no próprio dia, pudera, foi tudo a pagantes, que depois de me elucidar sobre as chamadas cefaleias pós-coitais me receitou uma caixa de comprimidos. Passei de imediato pela farmácia, comprei os comprimidos e fiz o que faço sempre: li a bula (literatura inclusa, costumam dizer as caixinhas).Nos efeitos secundários, chamou-me a atenção a referência “pode provocar dores de cabeça”. Foda-se, desculpem o palavrão, mas foi exactamente assim que reagi momento. É óbvio que não tomei nenhum. Na terça-feira já não tinha dores de cabeça mas pelo sim pelo não ainda fiz alguns mais exames complementares de diagnóstico que felizmente não apresentaram qualquer lesão.

PS. Só não entendi muito bem foi essa da cefaleia “antes de”. Será que o desejo, só por si, também pode provocar dor de cabeça? E se uma pessoa se queixar de dores de cabeça, por exemplo ao jantar, antes de ir para cama, isso é sinal de T…?
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entretanto não esquecer: Diálogo de monólogos

Foto daqui.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

1358. Histórias de viagens (iii)


Einbahnstraße

Falo com alguma fluência francês, leio sem muita dificuldade o inglês e, entendo os nuestros hermanos, como eles, na generalidade, não me conseguem entender a mim. A propósito, quase toda a gente tem a mania de dizer que os espanhóis não nos entendem porque não querem e não fazem o mínimo de esforço. De facto não concordo com isso e vem-me à ideia uma história com um amigo, colega da delegação madrilena da empresa onde trabalhavamos. Como a empresa era francesa, encontrávamo-nos cinco a seis vezes por ano em reuniões em Paris onde, só se falava francês. Nós que, durante mais de seis anos, sempre conversamos em francês, propusemo-nos falar cada um na sua língua mãe, eu em português e ele em castelhano, é claro. À mesa do jantar, o António não tirava os olhos do meu rosto, talvez tentando discernir no movimento dos lábios aquilo que os ouvidos não conseguiam entender. Pouco mais de cinco minutos depois, ele pedia-me encarecidamente “Biquetór por favor volvemos a hablar en francés porque yo no te entiendo nada”. Obviamente que ele não fez de propósito e eu reconheço-lhe o esforço que fez em tentar. Já tenho contado isto mais de uma vez e insistem em dizer que não, que na maioria são mesmo preguiçosos e até presunçosos. É nesta altura que me dá ganas de defender os nossos vizinhos e atiro-lhes com desdém una crema de afeitar sin brocha ou digo-lhes que hay la sospecha de que hay sido un coche trampa que tenga explotado. Se não souberes castelhano estás hodido que não vais entiender nada. Adelante.

Nem sei porque andei a vaguear na história anterior se não era nada disso que fazia tenção de referir na minha crónica de hoje. Talvez para dizer que se há tanta diferença nas línguas que têm as mesmas origens imaginemos as que basicamente têm raízes bastante diferentes como por exemplo, o alemão. Na verdade não sei mais do que uma meia dúzia de palavras em alemão incluindo, Telefunken e Vokswagen.

Ora a verdade é que, por instinto ou por verdadeiro sentido de orientação, sempre que me encontro em país estrangeiro vou fixando referências para poder voltar ao local de partida ou a outros locais a que me interesse voltar. E com tanta confiança de que os pontos de referência que normalmente tiro me valem praticamente em todas as ocasiões, quando me perguntou se eu saberia regressar ao hotel, depois de ter constatado de que me tinha esquecido da planta da cidade, respondi à minha mulher que apesar da sua localização ser meio incaracterística, sem uma igreja, um teatro ou um restaurante típico por perto eu não me esqueceria do nome da rua adjacente, que aliás fiz questão de fixar. Bastaria encontrar a Einbahnstraße e o hotel seria logo ali ao lado. Alguns minutos depois, com ar trocista, exclamou: “Que bom! Temos o nosso hotel espalhado por toda a cidade” E foi-me apontando pelo caminho várias Einbahnstraße iguaizinhas à ”minha”. Foi um fartote de rir, mas não foi por isso que deixamos de encontrar o hotel que ficava mesmo ao lado daquela pequena RUA DE SENTIDO ÚNICO.


Foto daqui

terça-feira, fevereiro 03, 2009

1357. Às terças...

















I. Conchas

Tu e eu, metades iguais
Do mesmo fruto
Que o mar, de paixão,
Salga.

E a concha se abre,
Bivalve moradia onde
Em teu corredor me esquivo.

E a concha se fecha
E de duas, uma só se faz.

Feita de tu e eu.

II. Jogos de salão

Cuidadoso aplica o giz azul. Boleando.
Deitou-a sobre a mesa de bilhar,
Os mamilos
Parecem-lhe dois pontos azuis no pano verde.

Os pontos no pano verde parecem-lhe mamilos azuis.

Risca a preceito o triângulo,
(como se fosse pélvico em negros reflexos de azul)
Sobre o pano verde.

O taco aponta para não falhar o embolse
(consumado)
Rasgado no pano verde.

III. Árvore de Fruto

Estremeceu quando
Um riacho de vida a invadiu.

(Estremeceram as margens quando
O rio de enchente se fez.
Fertilizam os campos de água
Encharcados. )

Nascerá o fruto de
Tão bem tratada árvore.

IV. Cio

Como um gato dissimulo-me
Por detrás das ramagens.
Aguardo-te a chegada distraída,
Confiado no silêncio do luar.
Cheiro-te a passagem de odor
Feito passaporte.
Ataco-te o cio num miado
Lancinante.


Versos: PreDatado©2009
Foto: Retirada deste site

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

1356. 24 Anos!


Esta é uma história na terceira pessoa. Em boa verdade em duas terceiras pessoas. A primeira das terceiras é ela, a Maria José, minha mulher e mãe dele. A segunda terceira pessoa é ele, João Pedro, o meu filho. Os dois são os protagonistas nesta história de terceiras pessoas.

Saímos de casa eu e ela logo pela manhã. Dirigimo-nos ao hospital onde ela deveria ter ficado. Deixei-a e fui trabalhar. A um sábado de manhã ninguém decente trabalharia com ela naquele delicado estado. Mas era nela que eu confiava e não em mim. Pouco depois telefonou-me, Vou almoçar contigo, Queres que te vá buscar, Não, vou a pé. Desceu a pé toda a avenida e comemos os dois. Uma coisa ligeira, ela não poderia comer muito nesse dia. Hoje não descreverei o repasto. Regressou sozinha a pé, de novo, até ao hospital; juntei-me a ela cerca das três horas da tarde. Estava a aproximar-se o momento, não havia mais calma para demonstrar. Mesmo querendo, um homem só é de ferro se for estátua. Depois acompanhei-a até à sala e fui fotografando cada momento. Sempre que lhe dizia, Vou-te ajudar, ela dizia-me para que me não preocupasse. Enquanto ela respirava compassadamente e soprava à voz de comando do Dr. Jorge Branco, beijei-lhe a testa e continuei a fotografar.

O João Pedro nasceu às 16h45m do dia 2 de Fevereiro de 1985. Tinha 3,0Kgs.

Parabéns meu filho. Feliz Aniversário!

Parabéns Maria José, meu amor.

PS.
Esta é a primeira garrafa de champanhe do ano, que vos falei há uns tempos.