555. Ele há dias assim
Por acaso hoje tenho andado numa de falta de inspiração. Haviam tantos temas que eu gostaria de trazer para aqui, mas a maioria é demasiado séria para ser tratado com a ligeireza de um blog não especialista. Para isso há os blogs dos experts, dos que fazem análise política, económica, desportiva, social e por aí fora. Eu de vez em quando faço umas referências, mas não tenho nem a capacidade para ir ao fundo das questões, nem os necessários e suficientes conhecimentos. No desporto, sou apenas, mais um, treinador de bancada. Na política sou um activo participante, uma vez que voto em todas as eleições. E acho isso o quanto basta. A partir daí já não temos mais voto na matéria. Da vida social, estiveram, um dia destes, uns amigos meus a explicarem-me quem era um tal de José Castelo Branco. Confesso que parti a moca a rir. Mas no final percebi que estavam todos a gozar comigo. Olha, olha, eles a pensarem que eu acredito em marcianos. Da sociedade civil em geral, sou um observador mais ou menos atento, mas tenho dificuldade em tratar certos temas sem dizer uma dúzia de palavrões. Por exemplo, que nomes iria eu, aqui, chamar a um ministro que retira um subsídio de invalidez a um homem paralítico e acamado, porque a mulher resolveu ganhar 60 contos por mês para não morrerem de fome? E, finalmente, em economia sou um zero à esquerda, aliás um espelho fiel do que vale a nossa economia: zero. Talvez pudesse falar da Justiça, da Saúde e da Educação, mas só me vem à memória aquela história de quando o Santana Lopes se começou a rir porque o Presidente Suíço lhe apresentou o Ministro da Marinha, uma vez que, não tendo a Suiça mar, como é que tinham um ministro da Marinha? Ao que o Presidente Suíço lhe terá respondido “Isso não vale, Dr. Santana Lopes. Eu também não me desatei a rir quando o senhor me apresentou os Ministros da Saúde, da Justiça e da Educação”. Bom, talvez escreva sobre literatura. Afinal de contas, esta semana, já li a TV +, a TV 7 dias, a TV Guia, a Lux, a Maria, a Nova Gente, a Ana, A Ana mais atrevida, a Flash, a Hola, e outras boas publicações, pelo que sou quase um especialista. Mas não, não falo, cairia o Carmo e a Trindade: “Ó Pré tu isto, ó Pré tu aquilo”, fazendo-me de facto limitar-me à minha insignificância. Podia escrever um poema, mas para arranjar uma rima vejo-me aflitíssimo e só me vem à cabeça uma quadra por acaso que nem é de minha autoria e por isso nem vou reproduzir aqui. E se eu não rimar, vêm logo com a conversa, “Ó Pré, estás armado em pós-moderno, ou quê?’. E eu fico acabrunhado, já se vê. Portanto resta-me falar de ciência. Era uma vez um gajo chamado Einstein… O quê? Já conhecem? Já sabem quem era? Então está decidido. Hoje não escrevo post nenhum. Ele há dias assim.
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