477. Lunch Time Blog
O almoço tem dias mas não foi ao micro-ondas. Está calor que baste, não tem de ser aquecido. A travessa vem composta, o aspecto é agradável e ao sabor não se pode pôr defeito. Na mesa uma flor. Nunca vos disse que gosto de uma mesa com uma flor. Mas gosto. Há quem a tire para o lado. Eu prefiro tirar para o lado, o pão e a manteiga. Uma flor é uma coisa bonita. Uma bandeira também. A minha mesa tinha uma bandeira portuguesa. Ficou até ao final. A flor também. Não tirei os olhos da flor. Assim como que um fascínio. Minto, de vez em quando também olhava para a bandeira. Ando com uma pancada pela bandeira nacional. Mas este LTB hoje não terá política nem futebol. Só comida e flores. Algumas flores têm olhos. Estou a lembrar-me dos amores-perfeitos. Mas sempre que me lembro dos olhos deles, dá-me vontade de rir. Quando olho de frente um amor-perfeito reparo que tem bigode. Gosto de uma flor sem bigode. Gosto das margaridas, das rosas, das tulipas, das orquídeas. Gosto quando olho para elas e quando elas olham para mim. Têm olhos e têm nomes. As flores têm nome de mulher. As que não têm são cravos. Também são bonitos, mas eu gosto mais das outras. Não estou a falar de política. Na política gosto de cravos. Na mesa gosto de outros nomes. De flores com olhos bonitos, flores que enquanto como, como também com os olhos. Os olhos desta flor. Um dia destes, escreverei um LTB com tácticas de futebol. Mas hoje não falo de bola nem de política.
PS. O Schubert aqui ao meu lado, está farto de me morder os calcanhares e de miar. Mas eu estava tão embebido no meu almoço e na flor que nem lhe estava a ligar. Depois é que entendi a frase ‘desembucha, dono, diz lá o que é que comeste’. Pois sim, comi filetes de cherne, mas hoje não falo de política. O Schubert virou as costas, gosta mais de carne… ou então não gosta de política.
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