terça-feira, julho 27, 2004

518. Redacção – O palavrão

Eu gosto muito de palavrões. Quando eu era miúdo, ouvia-os e nem sabia o que eram. Hoje acho que ainda não sei o significado de muitos. Há palavrões que a moda cria. Por exemplo, os comentadores políticos utilizam, exaustivamente, de há uns tempos para cá, a palavra PUTATIVO. Ora eu que gosto tanto de palavrões pensei logo que isso tivesse alguma coisa a ver com as meninas que frequentavam os arredores da minha faculdade, fora das horas de aulas. Mas para isso, a palavra teria de ser PUTATIVA. E esta ouve-se menos, porque, diz a minha professora, nós somos muito MACHISTAS. Aqui está outro palavrão. Se nós fossemos machistas queria dizer que defendíamos mais os machos do que as fêmeas. E isso não é verdade, porque várias vezes oiço o meu tio referir-se a este ou aquele GAIJO, de quem não gosta, (ele diz gaijo, mesmo, deve ser um palavrão), dizendo que a pessoa é um cavalo e, no entanto, desata à bofetada à minha tia. Eu perguntei-lhe “tio, o senhor bate na tia porque o senhor é machista?” e ele responde-me sempre que não, que é porque bebe uns copos a mais, mas, na verdade, ela, a minha tia, é a sua égua preferida. Isso quer dizer que ele deve ter mais éguas e portanto não pode ser machista, dado esta protecção que falei atrás. Mas há mais palavrões que eu gosto, mas não posso escrever aqui, porque tem duas desvantagens a saber:

1. Quando viessem procurar esse palavrão ao Google, cairiam aqui que nem tordos. Isso só serviria para eu, mais tarde, me regozijar que o meu contador de visitas tinha bué, mas não serviria os meus intentos de ser lido por quem eu gosto que me leia.
2. Se eu escrever palavrões, as pessoas vão pensar uma de duas coisas que referirei:

a)      Este gajo quer é que a gente comente muito (toda a gente faz pelo menos 50 comentários a um foda-se, imaginem se se escrevessem palavrões aqui);
b)      Este gajo é um descaradíssimo mal-educado mas o melhor é ir ler o Pipi, que é bem mais explícito.

(abro aqui um parêntesis para referir dois pequenos pormenores que os mais atentos já terão reparado:

i.                     Utilizei o palavrão bué, porque é bué de giro;
ii.                   Concatenei duas vezes e, agora, uma terceira porque gosto bué de concatenar.

parêntesis fechado).

Mas para além do putativo e da respectiva fêmea, há outro palavrão que eu gosto muito de dizer, que é o palavrão DEFICIT. E pergunta a senhora professora (SP), porque é que eu gosto tanto do palavrão deficit.

- SP : Porque é que gostas tanto do palavrão deficit?
- Eu: Porque sim.

Acho que a senhora professora não vai entender a minha resposta, mas quem está a ler esta redacção já conseguiu descortinar que, quem não tem nada para escrever, inventa qualquer coisa. E fica aqui escarrapachado que este texto tem um deficit de não sei quê.
Aliás como muitos que eu leio e a malta ri-se muito. E porque a gente se ri é que eu gosto de palavrões.  

PS. Este não é um pêésse à redacção supra. É apenas para informar que o Schubert, tem sofrido tanto com o calor como nós, mas que ao contrário de nós, não escreve posts sobre o calor. Limita-se a miar e de vez em quando, quando está mais chateado faz ffffff…… (será que está a querer dizer algum palavrão?)

Sem comentários: