sexta-feira, setembro 10, 2004

571. Almoço animado

Hoje tive um almoço bastante animado. Não, amigas leitoras e amigos leitores, não é o que vós pensais. Não foi do álcool, até porque este vosso amigo agora dedicou-se às águas minerais e seus derivados. Entenda-se por derivados todas as bebidas que precisam do precioso líquido para se constituírem, como por exemplo o Capilé. Falou-se em reforma e na possibilidade de um indivíduo poder ser reformado se uma junta médica o considerasse gagá de todo. Estava eu a tentar congeminar uma táctica que me pudesse ser útil neste desiderato, quando um amigo meu me sugeriu: ‘porque é que não nomeias o Santana Lopes como primeiro-ministro?’ Terias a reforma garantida.

Mas ao almoço falou-se de mais coisas. Na reintegração das minorias étnicas. Na possibilidade de recuperarmos os trinta e tal anos de atraso que temos em relação a outros países acolhedores de emigrantes. O mesmo amigo achou que se deveria eleger Pinto da Costa para chefe do governo. Ele venderia 10 ao Chelsea, 8 ao Barcelona, alguns ao Manchester, quiçá ao Real Madrid. Em breve teríamos um número bem mais fácil de gerir. E equilibrávamos a balança de transações. Em alternativa, sugeriu que se denunciasse que todas as gajas que pertencessem às minorias fazem aborto. Aí o Paulo Portas mandava um tanque de guerra, um submarino ou um F-16 para a porta delas e elas seriam obrigadas a voltar para casa. Os gajos, naturalmente, acompanharem.

Falamos também das eleições para secretário-geral do PS. E fizemos apostas. A única dúvida, que o meu amigo tinha, era entre o poder da comunidade gay e o da comunidade maçónica. Convenhamos que não percebi nada do que ele queria dizer. Se alguém me puder ajudar, agradeço.

Finalmente, e já cheios de capilés, uns e, de groselhas, outros, não conseguimos especular sobre qual seria o próximo juiz de turno que iria anular todas as decisões dos anteriores no processo da Casa Pia. Pudera. Ele com quatro groselhas no bucho e eu com três capilés já não tínhamos discernimento para falar da Justiça em Portugal. Andamos todos bêbados, é o que é.

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