577. Juro que não sou supersticioso
A propósito de nada lembro-me de histórias. Passo alguns bons bocados do meu tempo no escritório do meu amigo Rocha. Num desses dias, ele convidou-me a visitar um navio e, como é das normas de segurança e protecção pessoal, ele ofereceu-me umas luvas. Deixei-as em cima de uma secretária que costumo utilizar quando vou ao escritório. Um dia destes as instalações foram assaltadas. Vidros partidos, gavetas e armários revoltos, coisas pelo chão e outras que “voaram”. Vieram as autoridades, espalharam por aqui e por acolá o produto e… não havia impressões digitais. Sabemos quanto os ladrões, hoje em dia, são prevenidos. Alguns dias depois, no balanço do falta não falta, entre muitíssimas outras coisas, faltavam, também, as minhas luvas. Não bastava o jardineiro ter deixado a escada, com que sobe às árvores, à mão de semear, quanto mais eu deixar as luvas prontinhas a não deixar vestígios. Hoje, olhei para cima da secretária e vi que estavam lá umas luvas novas. Corri à janela para ver se o jardineiro tinha guardado as escadas. Não vá o diabo tecê-las.
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