Recordações do Alentejo
Que lindas eram as águas do Guadiana
Recordas-te ainda do medo
Que tinhas das cobras de água?
E nós na margem,
Onde a pesca era só um pretexto
Para estarmos ali.
E ao poço, as viagens eram longas,
Embora pouco mais de cem metros
E duas enfusas só para encher?
Que os olhos da mãe não podiam
Ser testemunha.
E a cumplicidade das estrelas
No céu limpo de Agosto?
E as quentes, abrasadoras tardes
Em que fingíamos dormir
E nós, acariciava-mo-nos, sós
Na escuridão do quarto interior?
Alves Fernandes, in Amo-te
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