segunda-feira, maio 24, 2004

394. Bom Dia!

Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

(…)

Eu que não sei cantar, que mal abro a boca os vizinhos começam a preencher um abaixo-assinado para me despejarem, que tenho de abrir as torneiras do chuveiro para que se pense que são as gotas de água a chorar quando solto os primeiros acordes, eu, dizia, acordei a cantar o fado. E não foi um fado qualquer, foi este bonito poema de Alexandre O’Neil. Começar o dia com poesia e com Lisboa só pode vir a ser um óptimo dia. E esses são os meus votos, hoje, para todos vós.

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