Amparo
A propósito de uma postagem que li hoje com o título ‘… tirou a carta na farinha amparo’ e cujo título mais correcto deveria ser ‘… saiu-lhe a carta na farinha Amparo’ vou contar para os mais novos porque é que se usa essa expressão.
Quando eu era menino as farmácias não vendiam Bledine, os super mercados não existiam e os cereais e farinhas da Nestlé eram só para alguns bolsos. As camadas menos favorecidas da população (quase todos) recorriam a algumas farinhas mais populares para dar aos filhos. A mais popular de todas era, sem dúvida, a farinha Amparo. Só que as caixinhas onde os pacotes de farinha vinham tinham uma característica muito especial. Traziam sempre um brinde. A minha primeira colecção de índios e cowboys de plástico saiu-me na farinha Amparo. A partir daí, era usual, quando não pretendíamos dizer a real origem das “coisas” afirmarmos que tinham saído na farinha Amparo. Como deve ser perceptível, até pela acessibilidade da compra, os brindes da farinha Amparo não poderiam ser de grande qualidade. Daí que certas cartas de condução que alguns “choferes” das nossas estradas ostentam, só podem mesmo ‘ter saído na farinha Amparo’.
PS. Dedico esta postagem à Vertigem, com carinho.
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