409. Vergonha!
A vergonha e a falta de vergonha parecem contraditórias mas estão ambas instaladas. Em primeiro quero vos dizer que acho esta discriminação entre crianças de Cascais e crianças do resto do país uma infâmia. Considerar que há a possibilidade de serem violadas crianças fora do Concelho de Cascais e que as do Concelho de Cascais são imunes, só poderia ser em Portugal. Em segundo lugar, toda esta redução do número de crimes, pelos quais ficam indiciados e sujeitos a julgamento os arguidos do processo Casa Pia, se não fosse triste e dramático dar-me-ia vontade de rir. Actualmente num regime democrático e num estado dito de direito, um Ministério Público e uma Polícia Judiciária que investigaram, compilaram dados, juntaram provas, testemunhos etc etc, vêem todo esse trabalho, quase cair por terra, por uma única pessoa que conhece o processo há escassíssimos meses. Estamos em face de novas omnipotências incompreensíveis, a não ser pelos buracos todos que as nossas leis apresentam. Nisto tudo só acredito nas crianças molestadas. Eu já não acreditava na Justiça. Continuo rigorosamente no mesmo patamar, isto é, continuo a não acreditar.
segunda-feira, maio 31, 2004
408. Lunch Time Blog
Coitado do pato. Se um tipo cai numa armadilha, tem logo alguém à perna que lhe diz ‘caíste que nem um pato’. Se um indivíduo apresenta um comportamento provinciano (no sentido pejorativo), tem logo alguém a chamar-lhe ‘pato bravo’. Expressão idêntica serve para designar os construtores civis, ou alguém que conduzindo um Mercedes, apresente um ar bonacheirão ou conduza mal, aliás pior que os outros. Se alguém pagou o que eu devia pagar, a comida ‘soube-me a pato’. A única expressão simpática que conheço para o bichinho é quando, carinhosamente, a mãe, na praia, gaba a presença das crias na água ‘passam lá o dia todo, parecem uns patinhos’. Até os nossos irmãos brasileiros lhe trocaram o nome e chamam-lhes marrecos. Logo eu que gosto tanto destes corcundinhas desfiadinhos, misturados com arroz e cozinhados no forno. Hoje o meu almoço só pecava por a travessa não trazer uma pequena rodelinha de chouriço e uma pequena fatia de toucinho que, além do embelezamento do recipiente “fornífero”, deixa um aroma que as pituitárias agradecem. Repeti o Quinta da Caniça, tinto, por ter gostado antes e, porque em equipa que ganha não se mexe… às vezes.
PS. Schubert, estou com saudades tuas. Foi um fim-de-semana de grandes cumplicidades, ambos a subirmos as árvores. Imagina a cumplicidade quando tu tiveres idade de ires às gatas. Cala-te boca.
Coitado do pato. Se um tipo cai numa armadilha, tem logo alguém à perna que lhe diz ‘caíste que nem um pato’. Se um indivíduo apresenta um comportamento provinciano (no sentido pejorativo), tem logo alguém a chamar-lhe ‘pato bravo’. Expressão idêntica serve para designar os construtores civis, ou alguém que conduzindo um Mercedes, apresente um ar bonacheirão ou conduza mal, aliás pior que os outros. Se alguém pagou o que eu devia pagar, a comida ‘soube-me a pato’. A única expressão simpática que conheço para o bichinho é quando, carinhosamente, a mãe, na praia, gaba a presença das crias na água ‘passam lá o dia todo, parecem uns patinhos’. Até os nossos irmãos brasileiros lhe trocaram o nome e chamam-lhes marrecos. Logo eu que gosto tanto destes corcundinhas desfiadinhos, misturados com arroz e cozinhados no forno. Hoje o meu almoço só pecava por a travessa não trazer uma pequena rodelinha de chouriço e uma pequena fatia de toucinho que, além do embelezamento do recipiente “fornífero”, deixa um aroma que as pituitárias agradecem. Repeti o Quinta da Caniça, tinto, por ter gostado antes e, porque em equipa que ganha não se mexe… às vezes.
PS. Schubert, estou com saudades tuas. Foi um fim-de-semana de grandes cumplicidades, ambos a subirmos as árvores. Imagina a cumplicidade quando tu tiveres idade de ires às gatas. Cala-te boca.
407. Bom Dia!
Fomos de fim-de-semana ao Alentejo e eu tive saudades deste meu espacinho. Há uma relação entre mim e a folha de Word de há vários anos, mesmo antes de haver blogs na net, ou pelo menos antes de serem conhecidos, que me deixa quase em delirium tremens quando não a uso. Já me estou a imaginar na semana que vem, que vou passar inteirinha na Madeira, eu a tomar a minha metadona-block-notas de substituição. Se alguém conhecer algum centro tipo Viciados na Escrita Anónimos ou Centro de Recuperação dos Types, por favor avise-me. Por agora quero vos desejar, amigos leitores e amigas leitoras, um óptimo dia e, obviamente, uma estupenda semana.
PS. Por acaso não costumo escrever pêésses nos bons dias, mas desta vez, o inevitável Schubert merece também que eu lhe dê uma abraçode solidariedade pela perda da liberdade que usufruiu esta semana, quando ao ar livre fez novas descobertas, como a de andar à caça de gafanhotos, ou a aprender a subir às árvores. Gato que é gato tem tudo o que é felino nos genes mesmo que seja um gato caseiro. Bom dia Schubert!
Fomos de fim-de-semana ao Alentejo e eu tive saudades deste meu espacinho. Há uma relação entre mim e a folha de Word de há vários anos, mesmo antes de haver blogs na net, ou pelo menos antes de serem conhecidos, que me deixa quase em delirium tremens quando não a uso. Já me estou a imaginar na semana que vem, que vou passar inteirinha na Madeira, eu a tomar a minha metadona-block-notas de substituição. Se alguém conhecer algum centro tipo Viciados na Escrita Anónimos ou Centro de Recuperação dos Types, por favor avise-me. Por agora quero vos desejar, amigos leitores e amigas leitoras, um óptimo dia e, obviamente, uma estupenda semana.
PS. Por acaso não costumo escrever pêésses nos bons dias, mas desta vez, o inevitável Schubert merece também que eu lhe dê uma abraçode solidariedade pela perda da liberdade que usufruiu esta semana, quando ao ar livre fez novas descobertas, como a de andar à caça de gafanhotos, ou a aprender a subir às árvores. Gato que é gato tem tudo o que é felino nos genes mesmo que seja um gato caseiro. Bom dia Schubert!
sexta-feira, maio 28, 2004
406. Primos (por afinidade)
O João adoptou mais um gato. Lá deu uma voltinha na Internet e a ex-dona veio de Mafra trazê-lo ao Técnico, para dar ao João. O gatinho, que será primo do Schubert por afinidade já está em casa da avó. Da avó do João, é bom de ver. A minha mãe que já tem 8 netos e 1 bisneta tem agora um bisneto, por afinidade também. Ainda não sei qual vai ser o nome do bichano. Por mim seria Joan Sebastian Tarech, mas conhecido por Tareco. Mas será a avó, por afinidade, quem lhe escolherá o nome. Depois, eu aqui, nas minhas postagens irei dando notícias. Quanto ao Schubert não recebeu o primo (por afinidade) lá muito bem. Olhou com desconfiança, cheirou, cheirou e pfffffffffffff… Acho que era ciúme.
PS. Hoje almocei espetada de lulas. Estavam deliciosas. Amanhã irei para o Alentejo. Quem sabe o Lunch Time Blog regresse, hein? Sabem ando com pouca afinidade com a escrita.
O João adoptou mais um gato. Lá deu uma voltinha na Internet e a ex-dona veio de Mafra trazê-lo ao Técnico, para dar ao João. O gatinho, que será primo do Schubert por afinidade já está em casa da avó. Da avó do João, é bom de ver. A minha mãe que já tem 8 netos e 1 bisneta tem agora um bisneto, por afinidade também. Ainda não sei qual vai ser o nome do bichano. Por mim seria Joan Sebastian Tarech, mas conhecido por Tareco. Mas será a avó, por afinidade, quem lhe escolherá o nome. Depois, eu aqui, nas minhas postagens irei dando notícias. Quanto ao Schubert não recebeu o primo (por afinidade) lá muito bem. Olhou com desconfiança, cheirou, cheirou e pfffffffffffff… Acho que era ciúme.
PS. Hoje almocei espetada de lulas. Estavam deliciosas. Amanhã irei para o Alentejo. Quem sabe o Lunch Time Blog regresse, hein? Sabem ando com pouca afinidade com a escrita.
405. Bom Dia!
Depois da festa a gente acaba sempre por se sentir um pouco cansado. Mistura o whisky com o champanhe, empanturra-se de doces, dois dedos de conversa fora de horas e o inevitável arrumar da tralha. Por isso este vosso amigo acordou bem manhã dentro e só agora pode vir aqui desejar-vos um óptimo dia. Com a consolação da ciática não o estar a apoquentar. Deve estar ainda anestesiada.
Depois da festa a gente acaba sempre por se sentir um pouco cansado. Mistura o whisky com o champanhe, empanturra-se de doces, dois dedos de conversa fora de horas e o inevitável arrumar da tralha. Por isso este vosso amigo acordou bem manhã dentro e só agora pode vir aqui desejar-vos um óptimo dia. Com a consolação da ciática não o estar a apoquentar. Deve estar ainda anestesiada.
quinta-feira, maio 27, 2004
404. Bom Dia!
§ Parágrafo Único.
A enfermeira telefonou-lhe cerca das duas e meia da tarde. Ele estava a almoçar na cantina da Alfredo da Costa, pediu para a aguentarem um pouco, mas passados 10 minutos já estava a entrar na clínica. Perguntou-me se eu queria entrar. Não me senti suficientemente corajoso para o fazer. Fiquei na sala, andando de um lado para o outro, fumando cigarro atrás de cigarro. Os nervos à flor da pele, a ansiedade. Poucos minutos depois, a recepcionista informou-me, ‘nasceu, é uma menina’. Tremi ainda mais. Algumas lágrimas, de alegria, humedeciam-me os olhos . Depois as habituais perguntas, que ajudam a descansar a alma, ‘como correu? A mãe está bem? A menina está boa? Etc. etc.’ Aproximei-me do corredor, não sei bem como, talvez caminhando sobre algumas nuvens, a cama vinha já rolando em direcção à enfermaria. Mãe e filha lindas, lindas, lindas. ‘Se for tão difícil como foi, quero ter meia dúzia de filhos’. Estava feliz, um sorriso cobria-lhe todo o rosto. A menina vinha de olhinho fechado, colada a ela e era linda. Linda! Hoje, no dia 27 de Maio de 1981 este vosso amigo foi pai pela primeira vez. Ela continua linda e hoje, no dia do seu 23º aniversário, desejo-lhe um dia muito feliz. Parabéns minha querida filha!
PS único. Também para vós amigas leitoras e amigos leitores, desejo um óptimo dia, na partilha desta minha felicidade.
§ Parágrafo Único.
A enfermeira telefonou-lhe cerca das duas e meia da tarde. Ele estava a almoçar na cantina da Alfredo da Costa, pediu para a aguentarem um pouco, mas passados 10 minutos já estava a entrar na clínica. Perguntou-me se eu queria entrar. Não me senti suficientemente corajoso para o fazer. Fiquei na sala, andando de um lado para o outro, fumando cigarro atrás de cigarro. Os nervos à flor da pele, a ansiedade. Poucos minutos depois, a recepcionista informou-me, ‘nasceu, é uma menina’. Tremi ainda mais. Algumas lágrimas, de alegria, humedeciam-me os olhos . Depois as habituais perguntas, que ajudam a descansar a alma, ‘como correu? A mãe está bem? A menina está boa? Etc. etc.’ Aproximei-me do corredor, não sei bem como, talvez caminhando sobre algumas nuvens, a cama vinha já rolando em direcção à enfermaria. Mãe e filha lindas, lindas, lindas. ‘Se for tão difícil como foi, quero ter meia dúzia de filhos’. Estava feliz, um sorriso cobria-lhe todo o rosto. A menina vinha de olhinho fechado, colada a ela e era linda. Linda! Hoje, no dia 27 de Maio de 1981 este vosso amigo foi pai pela primeira vez. Ela continua linda e hoje, no dia do seu 23º aniversário, desejo-lhe um dia muito feliz. Parabéns minha querida filha!
PS único. Também para vós amigas leitoras e amigos leitores, desejo um óptimo dia, na partilha desta minha felicidade.
quarta-feira, maio 26, 2004
402. Datas!
Aquele garotinho filho de um amigo meu, de quem já vos tenho falado e que costuma dar puns, quando o Mourinho fala (este fim de semana surpreendeu-me, também estava a dar puns, enquanto passava um congresso, ou lá o que era aquilo, na televisão), tem a mania de me chamar tio.
Eu já lhe disse, ‘ó Diogo Gonçalo, o menino ou deixa de me chamar tio, ou pára de dar puns, isso não fica bem a um menino que mora em Telheiras’. Pois o DG (ai a mãe dele se ler isto… o que ela se irrita de eu chamar DG ao fedelho, ó tio Pré o menino é Diogo Gonçalo não é DG), como eu estava a contar, o DG ainda não fala muito bem e em vez de me chamar Tio Pré, chama-me tio puré. Eu que sou extremamente cuidadoso com a alimentação, peguei imediatamente na caixa da Knorr e ufa! até respirei de alivio: 4 / 6. Ainda estou dentro do prazo de validade.
PS. Isto é só para vocês verem, como o gajo é embirrento. Por acaso, lavo sempre as mãos antes de pegar em qualquer alimento, mesmo que seja em latas, pacotes ou caixas. E enquanto lavei as mãos, olhei para ele e ele mostra-me 6 do 4. Não é cretino o meu espelho?
Aquele garotinho filho de um amigo meu, de quem já vos tenho falado e que costuma dar puns, quando o Mourinho fala (este fim de semana surpreendeu-me, também estava a dar puns, enquanto passava um congresso, ou lá o que era aquilo, na televisão), tem a mania de me chamar tio.
Eu já lhe disse, ‘ó Diogo Gonçalo, o menino ou deixa de me chamar tio, ou pára de dar puns, isso não fica bem a um menino que mora em Telheiras’. Pois o DG (ai a mãe dele se ler isto… o que ela se irrita de eu chamar DG ao fedelho, ó tio Pré o menino é Diogo Gonçalo não é DG), como eu estava a contar, o DG ainda não fala muito bem e em vez de me chamar Tio Pré, chama-me tio puré. Eu que sou extremamente cuidadoso com a alimentação, peguei imediatamente na caixa da Knorr e ufa! até respirei de alivio: 4 / 6. Ainda estou dentro do prazo de validade.
PS. Isto é só para vocês verem, como o gajo é embirrento. Por acaso, lavo sempre as mãos antes de pegar em qualquer alimento, mesmo que seja em latas, pacotes ou caixas. E enquanto lavei as mãos, olhei para ele e ele mostra-me 6 do 4. Não é cretino o meu espelho?
401. Bom Dia!
Hoje estou a pensar em ir cortar o cabelo. Ainda não sei se vou. Estou com algum medo. A barbearia onde vou (o dono prefere que lhe chamemos cabeleireiro de homens, mas eu não me ajeito, sei lá) tem espelhos por tudo quanto é lado. E se eles desatam a falar comigo?
- Hoje vais cortar o cabelo…
- Vou, como é que sabes?
- Nunca reparaste na figura ridícula que me fazes fazer?
(Um espelho a achar-se ridículo! Onde já chegou a cretinice de um espelho se achar ridículo e principalmente onde chegou a insolência de me responsabilizar por tal),
- Tu? E eu não? – ripostei.
- Eu preocupo-me com a minha imagem.
Disse-me isto com um desdém que só me apeteceu pegar no frasco do after shave e atirar-lhe à cara. Depois pensei, ‘se o faço, parto-o e depois com quem é que eu vou conversar?’ Pousei o frasco lentamente sobre a bancada, apoiei as duas mãos sobre a bacia, olhei-o, olhos nos olhos, ambas as melenas completamente desgrenhadas e pensei de novo (ultimamente ando muito pensativo) ‘talvez melhoremos os dois de imagem, e assim todos bonitinhos poderemos desejar a uma só voz, muito bom dia às nossas amigas leitoras e aos nosso amigos leitores’.
Hoje estou a pensar em ir cortar o cabelo. Ainda não sei se vou. Estou com algum medo. A barbearia onde vou (o dono prefere que lhe chamemos cabeleireiro de homens, mas eu não me ajeito, sei lá) tem espelhos por tudo quanto é lado. E se eles desatam a falar comigo?
- Hoje vais cortar o cabelo…
- Vou, como é que sabes?
- Nunca reparaste na figura ridícula que me fazes fazer?
(Um espelho a achar-se ridículo! Onde já chegou a cretinice de um espelho se achar ridículo e principalmente onde chegou a insolência de me responsabilizar por tal),
- Tu? E eu não? – ripostei.
- Eu preocupo-me com a minha imagem.
Disse-me isto com um desdém que só me apeteceu pegar no frasco do after shave e atirar-lhe à cara. Depois pensei, ‘se o faço, parto-o e depois com quem é que eu vou conversar?’ Pousei o frasco lentamente sobre a bancada, apoiei as duas mãos sobre a bacia, olhei-o, olhos nos olhos, ambas as melenas completamente desgrenhadas e pensei de novo (ultimamente ando muito pensativo) ‘talvez melhoremos os dois de imagem, e assim todos bonitinhos poderemos desejar a uma só voz, muito bom dia às nossas amigas leitoras e aos nosso amigos leitores’.
400. Surpresa!
My dear thank you!!!!!! Eu não acredito, não acredito mesmo. Até fui ao espelho dar duas bofetadas na cara para ver se estava acordado. A vieira do mar, pôs como música de fundo Here Comes de Sun. Mais logo vai estar bom dia. Thank you my dear! Mereces o post 400, ai mereces, mereces.
My dear thank you!!!!!! Eu não acredito, não acredito mesmo. Até fui ao espelho dar duas bofetadas na cara para ver se estava acordado. A vieira do mar, pôs como música de fundo Here Comes de Sun. Mais logo vai estar bom dia. Thank you my dear! Mereces o post 400, ai mereces, mereces.
terça-feira, maio 25, 2004
399. Imperceptível
- De novo?
- Não posso?
- Podes!
Não percebo porque é que está sempre a meter-se comigo. De há uns dias a esta parte, não me posso aproximar dele. Está embirrento. Fui só cortar um pequeno pelo que me saía do ouvido direito.
- Cuidado!, gritou o espelho.
- O que é agora?
- Torces a espinha.
- O que tens com isso?
Não sabia que ele se preocupava tanto com a minha coluna. Ficou amuado coitado, ele que estava apenas a cuidar de mim. Virou-me as costas, não sem antes ter dito algo quase imperceptível. Fui ao Google, tentar perceber o que ele me tinha dito.
- De novo?
- Não posso?
- Podes!
Não percebo porque é que está sempre a meter-se comigo. De há uns dias a esta parte, não me posso aproximar dele. Está embirrento. Fui só cortar um pequeno pelo que me saía do ouvido direito.
- Cuidado!, gritou o espelho.
- O que é agora?
- Torces a espinha.
- O que tens com isso?
Não sabia que ele se preocupava tanto com a minha coluna. Ficou amuado coitado, ele que estava apenas a cuidar de mim. Virou-me as costas, não sem antes ter dito algo quase imperceptível. Fui ao Google, tentar perceber o que ele me tinha dito.
398. Espelhos
‘Duas namoradas que tive tinham gosto pela escrita…’ – Disperso – As minhas não, meu querido. Gostavam mais de oral.
‘É absolutamente proibido usar, neste Verão, chinelas de salto alto…’ – Papoila – Juro que não vou usar. Eu cumpro as leis.
‘Coloca à prova toda a tua cultura musical…’ – Robina – Sou um inculto compulsivo. Não acertei nenhuma.
‘Eu neste lugar exilium em mim…’ – Ágora – Vou estudar latim, começar em exilium e terminar em mim. Novo espelho?
‘You're looking kinda lonely girl…’ – Batukada – pelo blog parece. Será o blog um espelho?
‘O que teria acontecido a Guevara se não tivesse sido assassinado?...’ - Aviz - Não sou bruxo, mas vou fazer um exercício. Depois publico os resultados.
‘Já tenho o Moët et Chandon no gelo…’ – Desassossegada – para mim pode ser D. Pérignon? Se não puder diz, que eu não sou esquisito.
‘Duas namoradas que tive tinham gosto pela escrita…’ – Disperso – As minhas não, meu querido. Gostavam mais de oral.
‘É absolutamente proibido usar, neste Verão, chinelas de salto alto…’ – Papoila – Juro que não vou usar. Eu cumpro as leis.
‘Coloca à prova toda a tua cultura musical…’ – Robina – Sou um inculto compulsivo. Não acertei nenhuma.
‘Eu neste lugar exilium em mim…’ – Ágora – Vou estudar latim, começar em exilium e terminar em mim. Novo espelho?
‘You're looking kinda lonely girl…’ – Batukada – pelo blog parece. Será o blog um espelho?
‘O que teria acontecido a Guevara se não tivesse sido assassinado?...’ - Aviz - Não sou bruxo, mas vou fazer um exercício. Depois publico os resultados.
‘Já tenho o Moët et Chandon no gelo…’ – Desassossegada – para mim pode ser D. Pérignon? Se não puder diz, que eu não sou esquisito.
397. Simétrico
Entrei no carro e um barulho estranho emanou dos altifalantes. Não sei o que era, nem me preocupei em saber. Saía da track 5. Deve ter sido o João quem pôs o CD no leitor. Se o pôs é porque o queria ouvir, por isso não o tirei. Não tenho vontade de tirar discos do leitor de CDs. Um condutor não fez piscas na rotunda e apesar do som da track 5, adivinhei para onde ele queria ir. Provavelmente não estava com suficiente atenção ao som que saía da track 5. Eu não costumo adivinhar coisas. Já tentei mas estou com medo que me acusem de bruxaria. Ultimamente andam a acusar-me de muitas coisas, mas desta vez eu juro que não fui eu quem pôs aquele disco no leitor. Tive dificuldade em sair do carro, porque a perna teima em doer-me, mas saí. Não ía almoçar no carro, para não me acusarem de sujar os estofos. Não o vi entrar na porta do prédio, deve ter entrado sorrateiro. Só dei por ele quando entramos ao mesmo tempo no elevador. Não sei porque é que ele entrou pela porta das traseiras e se aproximou tanto de mim. Olhei-o e disse-lhe, ‘hoje não tens tantas borbulhas’. Ele mexeu os lábios mas não emitiu qualquer som. Pelo menos eu não o ouvi, porque só a minha voz acompanhou o barulho do motor na subida. A vitela estava boa e o Palmela óptimo. Só não sei porque é que ele usa o risco à direita.
Entrei no carro e um barulho estranho emanou dos altifalantes. Não sei o que era, nem me preocupei em saber. Saía da track 5. Deve ter sido o João quem pôs o CD no leitor. Se o pôs é porque o queria ouvir, por isso não o tirei. Não tenho vontade de tirar discos do leitor de CDs. Um condutor não fez piscas na rotunda e apesar do som da track 5, adivinhei para onde ele queria ir. Provavelmente não estava com suficiente atenção ao som que saía da track 5. Eu não costumo adivinhar coisas. Já tentei mas estou com medo que me acusem de bruxaria. Ultimamente andam a acusar-me de muitas coisas, mas desta vez eu juro que não fui eu quem pôs aquele disco no leitor. Tive dificuldade em sair do carro, porque a perna teima em doer-me, mas saí. Não ía almoçar no carro, para não me acusarem de sujar os estofos. Não o vi entrar na porta do prédio, deve ter entrado sorrateiro. Só dei por ele quando entramos ao mesmo tempo no elevador. Não sei porque é que ele entrou pela porta das traseiras e se aproximou tanto de mim. Olhei-o e disse-lhe, ‘hoje não tens tantas borbulhas’. Ele mexeu os lábios mas não emitiu qualquer som. Pelo menos eu não o ouvi, porque só a minha voz acompanhou o barulho do motor na subida. A vitela estava boa e o Palmela óptimo. Só não sei porque é que ele usa o risco à direita.
396. Bom Dia!
- Estás com uma cara horrível.
- Tu também, disse eu para o espelho.
- Mas a mim passa-me, basta que te vás embora.
O meu espelho a responder como se fosse gente. Logo o meu espelho que não pensa, a fazer um raciocínio lógico. Voltei para trás e fui-lhe responder à letra.
- És um insensível. Não sabes que não dormi esta noite?
Virei-lhe as costas. Este espelho irrita-me. A sua insensibilidade é aterradora. Só está bem comigo para me ajudar a ajeitar o nó da gravata. Até a pentear me contradiz. Faz sempre o risco no lado errado da cabeça. Mas nunca me vira as costas, é uma verdade. Ou se vira eu não vejo. Mas porque é que eu hoje acordei a embirrar com espelho? Que culpa é que ele tem da ciática não me ter deixado dormir? Que culpa é que ele tem de eu estar cheio de borbulhas?
E vós, amigas leitora e amigos leitores, que culpa é que tendes de eu hoje estar meio esfarrapado? Nenhuma evidentemente. Eu vim aqui para vos desejar um bom dia e, desculpem a sinceridade, também para me desejar um bom dia a mim próprio. É que bem preciso.
- Estás com uma cara horrível.
- Tu também, disse eu para o espelho.
- Mas a mim passa-me, basta que te vás embora.
O meu espelho a responder como se fosse gente. Logo o meu espelho que não pensa, a fazer um raciocínio lógico. Voltei para trás e fui-lhe responder à letra.
- És um insensível. Não sabes que não dormi esta noite?
Virei-lhe as costas. Este espelho irrita-me. A sua insensibilidade é aterradora. Só está bem comigo para me ajudar a ajeitar o nó da gravata. Até a pentear me contradiz. Faz sempre o risco no lado errado da cabeça. Mas nunca me vira as costas, é uma verdade. Ou se vira eu não vejo. Mas porque é que eu hoje acordei a embirrar com espelho? Que culpa é que ele tem da ciática não me ter deixado dormir? Que culpa é que ele tem de eu estar cheio de borbulhas?
E vós, amigas leitora e amigos leitores, que culpa é que tendes de eu hoje estar meio esfarrapado? Nenhuma evidentemente. Eu vim aqui para vos desejar um bom dia e, desculpem a sinceridade, também para me desejar um bom dia a mim próprio. É que bem preciso.
segunda-feira, maio 24, 2004
395. Sensações
Entrei no elevador, olhei para o espelho e senti-me um adolescente. Não, não é nada disso que podeis estar a pensar, não estou mais novo. Estou é com a testa e o rosto cheios de borbulhas.
Agora das duas, uma… ou então não. Poderá haver mais hipóteses. Mas pensei em duas. Poderá ser uma reacção alérgica a algum comprimido que tomei ou a algo que tenha comido. Poderá ser uma doença de criança, sei lá, tipo uma daquelas que a minha avó incluía na lenga-lenga ‘sarampo e sarampelo sete vezes vem ao pelo’. Mas que me lembre, já tive sarampo, varicela, rubéola, escarlatina e outras que não me lembro e até cálculos renais, hérnia discal (esta ainda tenho), hemorróidas e tosse convulsa, ou seja até tive bem mais de sete.
Vamos então pensar que possa ser a primeira hipótese. Suponhamos que é algum comprimido. Eu, excluindo a paroxetina (genérico), Triticum 100, Noctamide e Sedoxil, só tomo Pravacol, Nodulide e Nolotil. Claro, se não falar do Zurcal e do Ben-U-Ron e de umas fricções de Voltaren ou Bálsamo Analgésico, mas isso não são comprimidos. Ou quando me engano, como já aconteceu a semana passada o Micardis da minha Maria. Considerando que o Stodal é um mero xarope para a tosse, ainda por cima, homeopático, que apenas tomo uma vez por dia, ao deitar, nas noites em que me deito e, considerando ainda que lavo a cabeça sempre com o mesmo shampoo de aveia que compro no Lidl há mais de dois anos (não vale a pena fazer referência que ontem, experimentei o novo herbal, shampoo e acondicionador, cujas amostras promocionais me foram gentilmente deixadas na caixa do correio) e que o sabonete é Nívea creme, não estou a ver mesmo nenhuma razão para ter reacções alérgicas. A não ser que seja a segunda hipótese, algo que eu tenha comido. Mas tenho andado tão regrado. Só tenho comido carne de porco, enchidos e queijos, quase sempre alimentos grelhados ou fritos (os queijos não, evidentemente). Quase não tenho comido feijoadas, cozidos à portuguesa, favas com entrecosto e ervilhas com ovos. Assim não estou mesmo a ver o que possa ser. Devo precisar de alguma ajuda ou sugestão. Se algum médico me estiver a ler, dê-me uma pista por favor. Caso contrário, o melhor será ir à farmácia comprar um anti-alérgio, um anti-estamínico qualquer. Assim como assim, estou com a sensação que estou doente.
Entrei no elevador, olhei para o espelho e senti-me um adolescente. Não, não é nada disso que podeis estar a pensar, não estou mais novo. Estou é com a testa e o rosto cheios de borbulhas.
Agora das duas, uma… ou então não. Poderá haver mais hipóteses. Mas pensei em duas. Poderá ser uma reacção alérgica a algum comprimido que tomei ou a algo que tenha comido. Poderá ser uma doença de criança, sei lá, tipo uma daquelas que a minha avó incluía na lenga-lenga ‘sarampo e sarampelo sete vezes vem ao pelo’. Mas que me lembre, já tive sarampo, varicela, rubéola, escarlatina e outras que não me lembro e até cálculos renais, hérnia discal (esta ainda tenho), hemorróidas e tosse convulsa, ou seja até tive bem mais de sete.
Vamos então pensar que possa ser a primeira hipótese. Suponhamos que é algum comprimido. Eu, excluindo a paroxetina (genérico), Triticum 100, Noctamide e Sedoxil, só tomo Pravacol, Nodulide e Nolotil. Claro, se não falar do Zurcal e do Ben-U-Ron e de umas fricções de Voltaren ou Bálsamo Analgésico, mas isso não são comprimidos. Ou quando me engano, como já aconteceu a semana passada o Micardis da minha Maria. Considerando que o Stodal é um mero xarope para a tosse, ainda por cima, homeopático, que apenas tomo uma vez por dia, ao deitar, nas noites em que me deito e, considerando ainda que lavo a cabeça sempre com o mesmo shampoo de aveia que compro no Lidl há mais de dois anos (não vale a pena fazer referência que ontem, experimentei o novo herbal, shampoo e acondicionador, cujas amostras promocionais me foram gentilmente deixadas na caixa do correio) e que o sabonete é Nívea creme, não estou a ver mesmo nenhuma razão para ter reacções alérgicas. A não ser que seja a segunda hipótese, algo que eu tenha comido. Mas tenho andado tão regrado. Só tenho comido carne de porco, enchidos e queijos, quase sempre alimentos grelhados ou fritos (os queijos não, evidentemente). Quase não tenho comido feijoadas, cozidos à portuguesa, favas com entrecosto e ervilhas com ovos. Assim não estou mesmo a ver o que possa ser. Devo precisar de alguma ajuda ou sugestão. Se algum médico me estiver a ler, dê-me uma pista por favor. Caso contrário, o melhor será ir à farmácia comprar um anti-alérgio, um anti-estamínico qualquer. Assim como assim, estou com a sensação que estou doente.
394. Bom Dia!
Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
(…)
Eu que não sei cantar, que mal abro a boca os vizinhos começam a preencher um abaixo-assinado para me despejarem, que tenho de abrir as torneiras do chuveiro para que se pense que são as gotas de água a chorar quando solto os primeiros acordes, eu, dizia, acordei a cantar o fado. E não foi um fado qualquer, foi este bonito poema de Alexandre O’Neil. Começar o dia com poesia e com Lisboa só pode vir a ser um óptimo dia. E esses são os meus votos, hoje, para todos vós.
Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
(…)
Eu que não sei cantar, que mal abro a boca os vizinhos começam a preencher um abaixo-assinado para me despejarem, que tenho de abrir as torneiras do chuveiro para que se pense que são as gotas de água a chorar quando solto os primeiros acordes, eu, dizia, acordei a cantar o fado. E não foi um fado qualquer, foi este bonito poema de Alexandre O’Neil. Começar o dia com poesia e com Lisboa só pode vir a ser um óptimo dia. E esses são os meus votos, hoje, para todos vós.
domingo, maio 23, 2004
393. Domingo
Definitivamente o Domingo não é o meu dia de sair. Já não vou à missa e as praias nesta época apinham-se de gente. Na outra época chove. Levanto-me e faço a barba.
- Vais sair? Pergunta-me o espelho.
- Não, hoje não saio
- Estas a fazer a barba…
- É por causa de amanhã.
Acho que o espelho não entendeu. Esta incapacidade dos espelhos não entenderem agrada-me. Seriam dois num só único pensamento, entendendo ambos as mesmas coisas com interpretações simétricas. Seria a confusão total. O espelho é ordenado. Simétrico sim, mas ordenado. Nunca faz nada que o outro lado do espelho não faça, excepto pensar. E, ordenadamente vai-me trocando o lugar às coisas, numa simetria perfeita.
- Assim, à segunda-feira custa-me menos fazer a barba.
Dá um sorriso. Meio seco, como deve ser o sorriso de um espelho. E não vais sair? Pergunta-me de novo. Não, não gosto de sair aos Domingos. Os passeios de Domingo aborrecem-me, não são originais. Estão todos no shopping, mas também estão todos no campo e estão todos na praia e estão todos no passeio do rio. E estão todos nas esplanadas e nos jardins infantis e nos largos da cidade e no jardim zoológico.
- Tens medo das multidões?
Que espelho chato. Porque haveria de ter medo? Preocupo-me se me atraso. Se me atraso já está visto, já outros viram, já voltam e eu vou ver o já visto. Prefiro ouvir. Pouso a lâmina na bancada, passeio os dedos nas caixas e descubro Crosby, Stills, Nash and Young no meio da poeira do quase esquecimento. O disco gira sobre o dejá vu. Continuo a fazer a barba.
Definitivamente o Domingo não é o meu dia de sair. Já não vou à missa e as praias nesta época apinham-se de gente. Na outra época chove. Levanto-me e faço a barba.
- Vais sair? Pergunta-me o espelho.
- Não, hoje não saio
- Estas a fazer a barba…
- É por causa de amanhã.
Acho que o espelho não entendeu. Esta incapacidade dos espelhos não entenderem agrada-me. Seriam dois num só único pensamento, entendendo ambos as mesmas coisas com interpretações simétricas. Seria a confusão total. O espelho é ordenado. Simétrico sim, mas ordenado. Nunca faz nada que o outro lado do espelho não faça, excepto pensar. E, ordenadamente vai-me trocando o lugar às coisas, numa simetria perfeita.
- Assim, à segunda-feira custa-me menos fazer a barba.
Dá um sorriso. Meio seco, como deve ser o sorriso de um espelho. E não vais sair? Pergunta-me de novo. Não, não gosto de sair aos Domingos. Os passeios de Domingo aborrecem-me, não são originais. Estão todos no shopping, mas também estão todos no campo e estão todos na praia e estão todos no passeio do rio. E estão todos nas esplanadas e nos jardins infantis e nos largos da cidade e no jardim zoológico.
- Tens medo das multidões?
Que espelho chato. Porque haveria de ter medo? Preocupo-me se me atraso. Se me atraso já está visto, já outros viram, já voltam e eu vou ver o já visto. Prefiro ouvir. Pouso a lâmina na bancada, passeio os dedos nas caixas e descubro Crosby, Stills, Nash and Young no meio da poeira do quase esquecimento. O disco gira sobre o dejá vu. Continuo a fazer a barba.
392. Lunch Time Blog
Enquanto preparo o almoço, vejo as notícias. Entre desgraças e bodas…futebol. E imagino o futebol a comer.
O espectador come couratos.
O jogador come a relva.
O árbitro come por baixo da mesa.
O empresário come-os a todos.
Um ou outro distribui fruta.
A Federação come que se farta.
Nós somos comidos como gente grande.
Eu, indiferente a estas comezainas futebolísticas, adianto o churrasco. O Schubert, atento aos cheiros, mia. Pergunta-me se tem de ser árbitro. Não meu querido, não precisas de comer debaixo da mesa. A minha Maria prepara a salada. Pergunto-lhe se as folhas de alface, por serem verdes lhe fazem lembrar a relva dos estádios. Ela não “está, nem aí”. Não me consegue ler o pensamento. Afinal de contas ela não joga futebol. A filha começa a preparar as sobremesas. Hoje não há doces. Temos uvas, melão e morangos. Dispensamos as laranjas. Há três dias que não se vê outra cor na televisão. É ela, menina, delicada, frágil quem distribui fruta. Como se isso fosse possível. O filho aparece só à hora da comida. Sentamo-nos os quatro à mesa.Somos uma federação. Comemos que nos fartámos. Depois, à hora do café, falamos da vida, do Governo, do desgoverno, do que damos sem nada, ou quase nada, em troca. Somos comidos como gente grande. Somos apenas parte da boda. O vinho era da Estremadura. Da portuguesa. Olé!
PS. Schubert, eu sei que, nestas coisas da vida, és um mero espectador. Vai um courato? Tu respondes-me num tom que até parece brincadeira, mas penso que estavas a falar a sério. Não, hoje não, quando for grande quero ser empresário.
Enquanto preparo o almoço, vejo as notícias. Entre desgraças e bodas…futebol. E imagino o futebol a comer.
O espectador come couratos.
O jogador come a relva.
O árbitro come por baixo da mesa.
O empresário come-os a todos.
Um ou outro distribui fruta.
A Federação come que se farta.
Nós somos comidos como gente grande.
Eu, indiferente a estas comezainas futebolísticas, adianto o churrasco. O Schubert, atento aos cheiros, mia. Pergunta-me se tem de ser árbitro. Não meu querido, não precisas de comer debaixo da mesa. A minha Maria prepara a salada. Pergunto-lhe se as folhas de alface, por serem verdes lhe fazem lembrar a relva dos estádios. Ela não “está, nem aí”. Não me consegue ler o pensamento. Afinal de contas ela não joga futebol. A filha começa a preparar as sobremesas. Hoje não há doces. Temos uvas, melão e morangos. Dispensamos as laranjas. Há três dias que não se vê outra cor na televisão. É ela, menina, delicada, frágil quem distribui fruta. Como se isso fosse possível. O filho aparece só à hora da comida. Sentamo-nos os quatro à mesa.Somos uma federação. Comemos que nos fartámos. Depois, à hora do café, falamos da vida, do Governo, do desgoverno, do que damos sem nada, ou quase nada, em troca. Somos comidos como gente grande. Somos apenas parte da boda. O vinho era da Estremadura. Da portuguesa. Olé!
PS. Schubert, eu sei que, nestas coisas da vida, és um mero espectador. Vai um courato? Tu respondes-me num tom que até parece brincadeira, mas penso que estavas a falar a sério. Não, hoje não, quando for grande quero ser empresário.
390. Bom Dia!
Tome nota que esta é uma mensagem automática que é aqui escrita porque ou você leitora, ou você leitor a partir do seu computador ou de um IP emprestado merece que eu lhe deseje um óptimo dia.
Se você entrou aqui por engano, está deprimido, não quer ler, nem escutar ninguém, por favor ignore esta mensagem, ou deixe um comentário a informar que o dia é seu e que ninguém tem nada com isso.
Se esta mensagem aparecer repetidamente neste formato ou em outro qualquer com o mesmo objectivo, é apenas sinal de que eu gosto de vós e não deve ser considerado Spam,
Tome nota que esta é uma mensagem automática que é aqui escrita porque ou você leitora, ou você leitor a partir do seu computador ou de um IP emprestado merece que eu lhe deseje um óptimo dia.
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389. Janis
À noite, assim por estas horas tenho vontade de escrever. Nem sempre sei o que quero escrever, nem sempre sei se deva escrever. É certo que a maior parte das vezes são diálogos comigo próprios. Monólogos bipartidos.
- Porque não escreves?
- Não tenho nada para dizer
- Mas estás com vontade
- Estou…
E fico no silêncio das palavras pensadas. Rebobino as emoções, transponho-as em forma de pensamento, transporto-as de cá para lá.
-Escreve-as.
-Para quê?
-Para partilhá-las.
Coloco a máscara. Só uma dor física me é visível no rosto. Escondo-o, se me deprimo. Só partilho as boas emoções. A minha aura é para ser lida como de felicidade. Somar negativos dá sempre negativos. Até na aritmética.
- Então partilha as boas. Canta.
- Não tenho voz (e solto uma gargalhada)
- Conta uma anedota
- Não vês que não posso? Conto a quem?
Dizes isso porque nunca tiveste um motivo sério para seres triste. Sim já tive. E depois? Vou viver toda a vida triste? Lembras-te da última vez que fui à farmácia a quantidade de anti-depressivos, ansiolíticos e outras drogas para dormires? Lembro-me, sei que estás meio louco…
- E vais continuar a rir?
- Que adianta chorar?
- Então não escrevas, vai dormir.
(este é dos que pensa que só se escrevem coisas tristes…)
- A noite não foi feita para dormir.
Coloco um disco da Janis Joplin. A sua voz rouca e dengosa faz-me tremer. Nunca percebi porque tremo quando escuto uma voz rouca de mulher. Mas ainda assim, é uma emoção boa. Boa demais. E estou aqui a partilhar me and bobby mcgee. É uma coisa boa.
À noite, assim por estas horas tenho vontade de escrever. Nem sempre sei o que quero escrever, nem sempre sei se deva escrever. É certo que a maior parte das vezes são diálogos comigo próprios. Monólogos bipartidos.
- Porque não escreves?
- Não tenho nada para dizer
- Mas estás com vontade
- Estou…
E fico no silêncio das palavras pensadas. Rebobino as emoções, transponho-as em forma de pensamento, transporto-as de cá para lá.
-Escreve-as.
-Para quê?
-Para partilhá-las.
Coloco a máscara. Só uma dor física me é visível no rosto. Escondo-o, se me deprimo. Só partilho as boas emoções. A minha aura é para ser lida como de felicidade. Somar negativos dá sempre negativos. Até na aritmética.
- Então partilha as boas. Canta.
- Não tenho voz (e solto uma gargalhada)
- Conta uma anedota
- Não vês que não posso? Conto a quem?
Dizes isso porque nunca tiveste um motivo sério para seres triste. Sim já tive. E depois? Vou viver toda a vida triste? Lembras-te da última vez que fui à farmácia a quantidade de anti-depressivos, ansiolíticos e outras drogas para dormires? Lembro-me, sei que estás meio louco…
- E vais continuar a rir?
- Que adianta chorar?
- Então não escrevas, vai dormir.
(este é dos que pensa que só se escrevem coisas tristes…)
- A noite não foi feita para dormir.
Coloco um disco da Janis Joplin. A sua voz rouca e dengosa faz-me tremer. Nunca percebi porque tremo quando escuto uma voz rouca de mulher. Mas ainda assim, é uma emoção boa. Boa demais. E estou aqui a partilhar me and bobby mcgee. É uma coisa boa.
sábado, maio 22, 2004
388. Buenos Días!
Blanca y radiante va la novia…
Hoy es el día de la boda real. Yo no hay sido invitado, pero creo que hay sido solamente un pequeño error del protocolo. O entonces han creído que, solo porque yo soy del Benfica, no puedo tener la sangre azul. Mientras tanto, un bueno día para vosotros y, por supuesto, para Don Felipe y Doña Letizia.
Blanca y radiante va la novia…
Hoy es el día de la boda real. Yo no hay sido invitado, pero creo que hay sido solamente un pequeño error del protocolo. O entonces han creído que, solo porque yo soy del Benfica, no puedo tener la sangre azul. Mientras tanto, un bueno día para vosotros y, por supuesto, para Don Felipe y Doña Letizia.
sexta-feira, maio 21, 2004
387. PS
Eu não sei se valem pêésses desinseridos dos textos. Um pêésse é para complementar um texto, normalmente com outro, que não caberia no contexto em geral, mas que deveria ser dito naquele momento, sob pena de perder a oportunidade. Eu não sou especialista em letras e, portanto, não sei se o que disse acima é verdade, mas se a Charlotte ou a Batukada, elas sim especialistas, me quiserem ajudar, agradeço.
O meu amigo Branco comentou que descobriu que afinal não gosta do Lunch Time Blog sem o PS para o Schubert. Então cá vai ele:
Schubert ainda bem que não estavas presente nesta contenda. Tu ainda és bebé e ias ficar um bocado baralhado. Para ti , bolinhas de papel é o que tu gostas… e como tu jogas bem. Além disso não és muito amante de feijoadas.
Eu não sei se valem pêésses desinseridos dos textos. Um pêésse é para complementar um texto, normalmente com outro, que não caberia no contexto em geral, mas que deveria ser dito naquele momento, sob pena de perder a oportunidade. Eu não sou especialista em letras e, portanto, não sei se o que disse acima é verdade, mas se a Charlotte ou a Batukada, elas sim especialistas, me quiserem ajudar, agradeço.
O meu amigo Branco comentou que descobriu que afinal não gosta do Lunch Time Blog sem o PS para o Schubert. Então cá vai ele:
Schubert ainda bem que não estavas presente nesta contenda. Tu ainda és bebé e ias ficar um bocado baralhado. Para ti , bolinhas de papel é o que tu gostas… e como tu jogas bem. Além disso não és muito amante de feijoadas.
386. Curiosidades
Quase toda a gente que tem o sitemeter tem a possibilidade de ver, quando as entradas no seu blog provêm de search no google ou noutros motores. Alguns têm entradas que não lembram ao diacho. Eu, curiosamente, tirando casos muito esporádicos, não tenho tido entradas por pesquisas demasiado peculiares. Notei apenas que as pessoas pesquisam na net, várias vezes, camisas triple marfel e vão dar ao meu blog. Eu não sou nem fabricante, nem distribuidor, nem vendedor. Portanto, como não tenho oportunidade de vos oferecer as camisas ofereço-vos uma foto.
Quase toda a gente que tem o sitemeter tem a possibilidade de ver, quando as entradas no seu blog provêm de search no google ou noutros motores. Alguns têm entradas que não lembram ao diacho. Eu, curiosamente, tirando casos muito esporádicos, não tenho tido entradas por pesquisas demasiado peculiares. Notei apenas que as pessoas pesquisam na net, várias vezes, camisas triple marfel e vão dar ao meu blog. Eu não sou nem fabricante, nem distribuidor, nem vendedor. Portanto, como não tenho oportunidade de vos oferecer as camisas ofereço-vos uma foto.
385. Ciática
Enganei-me. Em vez do meu analgésico tomei o comprimido da tensão da minha Maria. As dores não passaram, mas em compensação estou com tensão tão pequenina, que nem vos conto. Mesmo assim deu para sair de casa e ir almoçar fora. Quando voltar para casa vingo-me. Tomo dois Nolotil e seja o que Deus quiser.
Enganei-me. Em vez do meu analgésico tomei o comprimido da tensão da minha Maria. As dores não passaram, mas em compensação estou com tensão tão pequenina, que nem vos conto. Mesmo assim deu para sair de casa e ir almoçar fora. Quando voltar para casa vingo-me. Tomo dois Nolotil e seja o que Deus quiser.
384. Lunch Time Blog
Hoje fui almoçar ao restaurante do meu amigo Carlos – Cabrinha II, Qta. do Serrado, via rápida da Costa da Caparica, saída Universidade, hein Carlos quanto não vale esta publicidade? – que não só é meu amigo, mas também parceiro de sueca do meu pai às terças feiras, dia em que o restaurante está fechado. Estes almoços no Carlos são simultaneamente ‘bem comidos’ e ‘bem jogados’. Atente-se à cronologia. ‘Boa tarde Carlos, estás bom?’ ‘Parabéns, ENGENHEIRO’ (este engenheiro foi mesmo dito em voz alta. Ó pá, dá reputação à casa não é? Já que o engenheiro foi de jeans e pólo, sem gravata nem nada e sapatos ténis, aquilo não é lugar de pelintras, então há que frisar bem que este gajo mal vestido é engenheiro). ‘A Judite não veio aqui à tua procura?’ ‘à minha?, porquê?’ ‘dizem que tu és co-autor do roubo do 3º lugar ao Benfica’ – tive de ser eu a abrir as hostilidades, estou farto de ouvir o Carlos dizer que o Sporting não ganha campeonatos por causa dos árbitros e ele até sabe as datas em que foram roubados, parece o Pôncio Monteiro), riu-se e aconselhou-me a feijoada de chocos. Estava boa, não se pode dizer o contrário ‘lá em casa é uma democracia, o puto é do Sporting desde que nasceu, fui logo inscrevê-lo como sócio’ , ‘oh Carlos democracia era trazeres-me a carta de vinhos’, veio um alentejano da Herdade dos Machados, Quinta da Caniça (fixei nem o nome?), escorreito, ficava na boca, 1-1, democracia versus vinho. Antes, tinha comido um queijinho fresco, vulgar, nada comparado aos queijos de ovelha que ele costuma trazer para a mesa, 1-2, ganho eu. ‘Se não fosse o sistema, ninguém nos parava este ano’. Vieram os chocos. Empate 2-2 , estavam muito apaladados. Na verdade devia ser 1-3, porque a cozinheira é a mulher do Carlos e é do Benfica. Mas sendo assim a democracia está a funcionar, anulo um golo a mim próprio e marco penalty a favor dele. Portanto o 2-2 está bem. Eu queria Cutty Sark ele impingiu-me Jamesons. Foi para a conta crescer 3-2 para ele. ‘O Mantorras nunca mais joga à bola’. Não gosto de bandarras, nem de nostradamus. Para mim é golo na própria baliza. 3-3. O Artur é que pagou a conta. Portanto 3-4 ganhei! Quase goleada. O Beira-Mar perdeu 0-1. Porque é que são sempre os clubes pequenos a pagar a factura?
Hoje fui almoçar ao restaurante do meu amigo Carlos – Cabrinha II, Qta. do Serrado, via rápida da Costa da Caparica, saída Universidade, hein Carlos quanto não vale esta publicidade? – que não só é meu amigo, mas também parceiro de sueca do meu pai às terças feiras, dia em que o restaurante está fechado. Estes almoços no Carlos são simultaneamente ‘bem comidos’ e ‘bem jogados’. Atente-se à cronologia. ‘Boa tarde Carlos, estás bom?’ ‘Parabéns, ENGENHEIRO’ (este engenheiro foi mesmo dito em voz alta. Ó pá, dá reputação à casa não é? Já que o engenheiro foi de jeans e pólo, sem gravata nem nada e sapatos ténis, aquilo não é lugar de pelintras, então há que frisar bem que este gajo mal vestido é engenheiro). ‘A Judite não veio aqui à tua procura?’ ‘à minha?, porquê?’ ‘dizem que tu és co-autor do roubo do 3º lugar ao Benfica’ – tive de ser eu a abrir as hostilidades, estou farto de ouvir o Carlos dizer que o Sporting não ganha campeonatos por causa dos árbitros e ele até sabe as datas em que foram roubados, parece o Pôncio Monteiro), riu-se e aconselhou-me a feijoada de chocos. Estava boa, não se pode dizer o contrário ‘lá em casa é uma democracia, o puto é do Sporting desde que nasceu, fui logo inscrevê-lo como sócio’ , ‘oh Carlos democracia era trazeres-me a carta de vinhos’, veio um alentejano da Herdade dos Machados, Quinta da Caniça (fixei nem o nome?), escorreito, ficava na boca, 1-1, democracia versus vinho. Antes, tinha comido um queijinho fresco, vulgar, nada comparado aos queijos de ovelha que ele costuma trazer para a mesa, 1-2, ganho eu. ‘Se não fosse o sistema, ninguém nos parava este ano’. Vieram os chocos. Empate 2-2 , estavam muito apaladados. Na verdade devia ser 1-3, porque a cozinheira é a mulher do Carlos e é do Benfica. Mas sendo assim a democracia está a funcionar, anulo um golo a mim próprio e marco penalty a favor dele. Portanto o 2-2 está bem. Eu queria Cutty Sark ele impingiu-me Jamesons. Foi para a conta crescer 3-2 para ele. ‘O Mantorras nunca mais joga à bola’. Não gosto de bandarras, nem de nostradamus. Para mim é golo na própria baliza. 3-3. O Artur é que pagou a conta. Portanto 3-4 ganhei! Quase goleada. O Beira-Mar perdeu 0-1. Porque é que são sempre os clubes pequenos a pagar a factura?
383. Bom Dia!
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro, O amor é uma companhia
Hoje não posso andar. Nem só, nem acompanhado. A ciática voltou a atacar, mas o belíssimo poema do Alberto Caeiro que tinha na cabeça obrigou-me a levantar da cama e vir partilha-lo convosco. Porque eu quero que todos vocês, amigas e amigos leitores, tenham um óptimo dia.
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro, O amor é uma companhia
Hoje não posso andar. Nem só, nem acompanhado. A ciática voltou a atacar, mas o belíssimo poema do Alberto Caeiro que tinha na cabeça obrigou-me a levantar da cama e vir partilha-lo convosco. Porque eu quero que todos vocês, amigas e amigos leitores, tenham um óptimo dia.
quinta-feira, maio 20, 2004
382. Comentários
Vou tentar fazer isto mais vezes. Faltavam 20 minutos para terminar o França x Brasil na TV. Desliguei a música e levantei o som da televisão. Depois anotei algumas frases dos comentadores. O itálico é meu.
Ele executou como pensou, é isto que faz com que haja jogadores e, jogadores (pois é há os que executam sem pensar e os pensam e não executam, são os .. e, jogadores)
Já se percebeu que as selecções estão não para perder, se possível ganhar (normalmente costuma ser o contrário; as selecções entram sempre para perder)
Um senhor grande jogador dentro e fora dos relvados (consta que compra sempre vários bilhetes de lotaria mal se dirige para o banco)
Júlio Batista um jogador já não muito jovem, 30 anos… (o outro, na sequência) este Júlio Batista, um jogador jovem, possante… (bom eu é que não sei se 30 anos é jovem ou não é jovem… em que é que ficamos?)
Vou tentar fazer isto mais vezes. Faltavam 20 minutos para terminar o França x Brasil na TV. Desliguei a música e levantei o som da televisão. Depois anotei algumas frases dos comentadores. O itálico é meu.
Ele executou como pensou, é isto que faz com que haja jogadores e, jogadores (pois é há os que executam sem pensar e os pensam e não executam, são os .. e, jogadores)
Já se percebeu que as selecções estão não para perder, se possível ganhar (normalmente costuma ser o contrário; as selecções entram sempre para perder)
Um senhor grande jogador dentro e fora dos relvados (consta que compra sempre vários bilhetes de lotaria mal se dirige para o banco)
Júlio Batista um jogador já não muito jovem, 30 anos… (o outro, na sequência) este Júlio Batista, um jogador jovem, possante… (bom eu é que não sei se 30 anos é jovem ou não é jovem… em que é que ficamos?)
381. Lunch Time Blog
Hoje não comi lagosta. Estou proibido pela Manuela.
Hoje não comi lasanha. Não estava nos dias em que me sinto Garfield.
Hoje não comi Cozido à Portuguesa. Não fazia parte da ementa.
Hoje não comi moqueca de peixe. Já tinha dançado o samba de manhã e a empregada não me chamou de ‘meu rei’.
Hoje não comi espetada de lulas, nem de chocos, nem de carne. Não comi nenhum tipo de espetadas. Hoje é dia de espiga, já tinha feito os meus espetos logo pela manhã.
Hoje não comi queijo da serra. Pedi ao João Garcia que me trouxesse um, lá bem do alto do Tibete, mas ele esqueceu-se.
Hoje não comi cerejas. Estão pela hora da morte, estou amealhando pró caixão.
Hoje não bebi vinho tinto. Devo estar doente.
Portanto, hoje não há Lunch Time Blog. Desculpem.
PS. O Schubert hoje foi ao veterinário. Está um gatinho saudável.
Hoje não comi lagosta. Estou proibido pela Manuela.
Hoje não comi lasanha. Não estava nos dias em que me sinto Garfield.
Hoje não comi Cozido à Portuguesa. Não fazia parte da ementa.
Hoje não comi moqueca de peixe. Já tinha dançado o samba de manhã e a empregada não me chamou de ‘meu rei’.
Hoje não comi espetada de lulas, nem de chocos, nem de carne. Não comi nenhum tipo de espetadas. Hoje é dia de espiga, já tinha feito os meus espetos logo pela manhã.
Hoje não comi queijo da serra. Pedi ao João Garcia que me trouxesse um, lá bem do alto do Tibete, mas ele esqueceu-se.
Hoje não comi cerejas. Estão pela hora da morte, estou amealhando pró caixão.
Hoje não bebi vinho tinto. Devo estar doente.
Portanto, hoje não há Lunch Time Blog. Desculpem.
PS. O Schubert hoje foi ao veterinário. Está um gatinho saudável.
380. Partidos
Em tempos de antanho fiz parte de um partido político. Daqueles que não tinham na base programática o centralismo democrático mas que o eram, obviamente. E só por isso, ou talvez por isso, eu fui militante desse partido. Hoje sou de esquerda, de pensamento livre, não engajado, por isso permito-me a todas as incoerências e não dou contas a ninguém a não ser à minha própria consciência. Sou assim mesmo, não há cura para o meu mal. É um mal que se eu fosse médico consideraria de bom colesterol. Mas isso também é ser juiz em causa própria, portanto deixemos de falar se estou certo ou estou errado. Mas ainda adianto algumas analogias. Um dia num fórum desportivo da TSF há alguns anos perguntava-se se sendo benfiquista declarado seria normal Fernando Santos ter aceite o cargo de treinador do FC Porto. A mim isso faz-me muita confusão, creiam. Sou pelas convicções. Ingenuidade, pensam os meus amigos. Eu prefiro essa ingenuidade a marcenarias. Hoje o meu clube está cheio de lagartos e tripeiros em cargos de direcção. Nem imaginam como isso me complica com os nervos.
Esta introdução vai longa para o texto que eu queria escrever, mas as palavras são como as cerejas. Ontem ouvi o Sr. Morais Saguemento dizer que a riqueza do PSD era a sua heterogeneidade de pensamento e de atitudes. Desculpem-me amigos mas isso não é um partido. É um conjunto de figurões à procura de lugares. É uma mão cheia de clubes, num só. É o senhor tripeiro Veiga na direcção do Benfica, é o senhor lagarto Vaz na direcção do Benfica. Pelo amor de Deus, quando é que será permitido um ateu consagrar uma eucaristia? Seria uma riqueza.
Em tempos de antanho fiz parte de um partido político. Daqueles que não tinham na base programática o centralismo democrático mas que o eram, obviamente. E só por isso, ou talvez por isso, eu fui militante desse partido. Hoje sou de esquerda, de pensamento livre, não engajado, por isso permito-me a todas as incoerências e não dou contas a ninguém a não ser à minha própria consciência. Sou assim mesmo, não há cura para o meu mal. É um mal que se eu fosse médico consideraria de bom colesterol. Mas isso também é ser juiz em causa própria, portanto deixemos de falar se estou certo ou estou errado. Mas ainda adianto algumas analogias. Um dia num fórum desportivo da TSF há alguns anos perguntava-se se sendo benfiquista declarado seria normal Fernando Santos ter aceite o cargo de treinador do FC Porto. A mim isso faz-me muita confusão, creiam. Sou pelas convicções. Ingenuidade, pensam os meus amigos. Eu prefiro essa ingenuidade a marcenarias. Hoje o meu clube está cheio de lagartos e tripeiros em cargos de direcção. Nem imaginam como isso me complica com os nervos.
Esta introdução vai longa para o texto que eu queria escrever, mas as palavras são como as cerejas. Ontem ouvi o Sr. Morais Saguemento dizer que a riqueza do PSD era a sua heterogeneidade de pensamento e de atitudes. Desculpem-me amigos mas isso não é um partido. É um conjunto de figurões à procura de lugares. É uma mão cheia de clubes, num só. É o senhor tripeiro Veiga na direcção do Benfica, é o senhor lagarto Vaz na direcção do Benfica. Pelo amor de Deus, quando é que será permitido um ateu consagrar uma eucaristia? Seria uma riqueza.
379. Bom Dia!
Olha o sapo tá cantando na lagoa
Sua toada improvisada em dez pés
- Tião!
- Oi!
- Fostes?
- Fui.
- Compraste?
- Comprei.
- Pagaste?
- Paguei.
- Me diz quanto foi.
- Foi quinhentos réis.
Mas como é bom morar lá na roça
Numa palhoça na beira do rio
A chuva cai e o sapo fica contente
Que até alegra a gente com seu desafio.
* Jackson do Pandeiro
Ontem à noite ouvi o sapo cantar, mas esta manhã ele calou-se e deu voz aos passarinhos. Passaram por mim um pintassilgo, dois pardais e um bico de lacre. Disseram-me bom dia e pediram-me para eu vos transmitir.
Olha o sapo tá cantando na lagoa
Sua toada improvisada em dez pés
- Tião!
- Oi!
- Fostes?
- Fui.
- Compraste?
- Comprei.
- Pagaste?
- Paguei.
- Me diz quanto foi.
- Foi quinhentos réis.
Mas como é bom morar lá na roça
Numa palhoça na beira do rio
A chuva cai e o sapo fica contente
Que até alegra a gente com seu desafio.
* Jackson do Pandeiro
Ontem à noite ouvi o sapo cantar, mas esta manhã ele calou-se e deu voz aos passarinhos. Passaram por mim um pintassilgo, dois pardais e um bico de lacre. Disseram-me bom dia e pediram-me para eu vos transmitir.
quarta-feira, maio 19, 2004
378. 100nada
“Conheço-a” (que cena começar com aspas e com parêntesis) há alguns meses. Num dia em que no 100nada ela achou curioso o meu pequeno círculo. Na minha lista de links só havia o meu filho e minha afilhada. Ela fez referência a isso lá no ex-100nada e eu, assim como assim, pus-me a ler aquilo. E aquilo era uma coisa com graça, com seriedade, com estilo, com diversidade. Eu ficava bem disposto quando lia aquilo. Depois vim a saber que o 100nada tinha sido inaugurado em Maio. Algures num comentário de um dos visitantes pareceu-me ter lido 19. Se não foi, desculpa minha amiga, mas não é relevante. Num vipe que eu não entendi, mas que não peço, obviamente, qualquer explicação, o “meu” 100nada, ficou efectivamente sem nada. Desapareceu. Puff! Não fez um ano, mas para mim ainda vive. É como que um post-mortem esta postagem, desculpem lá, mas eu tinha de recordar isso por aqui, hoje. Se não estou em erro agora vejo-a noutras paragens, às vezes até a andar de barco, de papel feito pantalha, mas são outras águas. Acho que um dia destes o 100nada poderá a voltar a ser o com-tudo. Ela é que sabe. Mas ela também sabe que eu tenho saudade. Não sabes Catarina?
“Conheço-a” (que cena começar com aspas e com parêntesis) há alguns meses. Num dia em que no 100nada ela achou curioso o meu pequeno círculo. Na minha lista de links só havia o meu filho e minha afilhada. Ela fez referência a isso lá no ex-100nada e eu, assim como assim, pus-me a ler aquilo. E aquilo era uma coisa com graça, com seriedade, com estilo, com diversidade. Eu ficava bem disposto quando lia aquilo. Depois vim a saber que o 100nada tinha sido inaugurado em Maio. Algures num comentário de um dos visitantes pareceu-me ter lido 19. Se não foi, desculpa minha amiga, mas não é relevante. Num vipe que eu não entendi, mas que não peço, obviamente, qualquer explicação, o “meu” 100nada, ficou efectivamente sem nada. Desapareceu. Puff! Não fez um ano, mas para mim ainda vive. É como que um post-mortem esta postagem, desculpem lá, mas eu tinha de recordar isso por aqui, hoje. Se não estou em erro agora vejo-a noutras paragens, às vezes até a andar de barco, de papel feito pantalha, mas são outras águas. Acho que um dia destes o 100nada poderá a voltar a ser o com-tudo. Ela é que sabe. Mas ela também sabe que eu tenho saudade. Não sabes Catarina?
377. Lunch Time Blog
A Fátima perguntou-me, antes de eu sair, se almoçava em casa. Disse-lhe que sim ao que ela me contrapôs, ‘a sô tora não me disse nada’. Eu disse-lhe que poderia fazer qualquer coisa, porque se não me agradasse eu viria aqui ao blog inventar um lavagante grelhado e isso. Quando pus a chave à porta e a entreabri (eu agora só entreabro, porque o Schubert desata a correr e sai que nem uma flecha, escada acima), uns odores que nos fazem abrir o apetite invadiam a casa. Eu sei que não é muito agradável o cheiro da comida pelas casas. Mas à hora que um gajo vem, “cheio da galga”, nem pensa nisso. Depois abrem-se as janelas, liga-se o exaustor, purifica-se o ar com um cheiro a limão directamente do frasco da essência, naqueles aspiradores que servem para aspirar e para estas mariquices e dá para cá 300 contos. A mistura do feijão verde e das cenouras, algumas batatas, os enchidos, o entrecosto e uma jardineira à maneira. Nem lhe perguntei como é que fez. Eu não falo enquanto como, porque sou muito educadinho e como sempre de boca fechada. Antes de me sentar fui à garrafeira buscar um tinto regional da Estremadura. Dom Mamede, para provar. Depois com calma falarei dele.
PS. Gostava que vissem como é que o Schubert come uma fatia de fiambre. Luta com ela como se fosse uma peça de caça acabada de aprisionar. Depois de a dilacerar é que a come. Um dia destes ainda ponho aqui um vídeo-clip.
A Fátima perguntou-me, antes de eu sair, se almoçava em casa. Disse-lhe que sim ao que ela me contrapôs, ‘a sô tora não me disse nada’. Eu disse-lhe que poderia fazer qualquer coisa, porque se não me agradasse eu viria aqui ao blog inventar um lavagante grelhado e isso. Quando pus a chave à porta e a entreabri (eu agora só entreabro, porque o Schubert desata a correr e sai que nem uma flecha, escada acima), uns odores que nos fazem abrir o apetite invadiam a casa. Eu sei que não é muito agradável o cheiro da comida pelas casas. Mas à hora que um gajo vem, “cheio da galga”, nem pensa nisso. Depois abrem-se as janelas, liga-se o exaustor, purifica-se o ar com um cheiro a limão directamente do frasco da essência, naqueles aspiradores que servem para aspirar e para estas mariquices e dá para cá 300 contos. A mistura do feijão verde e das cenouras, algumas batatas, os enchidos, o entrecosto e uma jardineira à maneira. Nem lhe perguntei como é que fez. Eu não falo enquanto como, porque sou muito educadinho e como sempre de boca fechada. Antes de me sentar fui à garrafeira buscar um tinto regional da Estremadura. Dom Mamede, para provar. Depois com calma falarei dele.
PS. Gostava que vissem como é que o Schubert come uma fatia de fiambre. Luta com ela como se fosse uma peça de caça acabada de aprisionar. Depois de a dilacerar é que a come. Um dia destes ainda ponho aqui um vídeo-clip.
376. Privatizações
Desta vez foi a água. Mas não vou reclamar muito porque concordo com os argumentos. A coisa pública é mal gerida, os gestores não prestam, são incompetentes. Só discordo do método. Acho que deveria ser top-down. Primeiro privatizava-se o Governo. A coisa pública está pejada de incompetentes. E o presidente do “conselho de administração” seria o primeiro a ser corrido.
Desta vez foi a água. Mas não vou reclamar muito porque concordo com os argumentos. A coisa pública é mal gerida, os gestores não prestam, são incompetentes. Só discordo do método. Acho que deveria ser top-down. Primeiro privatizava-se o Governo. A coisa pública está pejada de incompetentes. E o presidente do “conselho de administração” seria o primeiro a ser corrido.
375. Mudanças
Desde que a blogger decidiu fazer aquelas alterações todas que foi um rodopio de mudança de roupa. Alguns blogs alteraram o vestido com que se vestiam há anos (há anos?) e andam mais primaveris. Confesso que em alguns apreciei a mudança, ficaram mais arejados, mais frescos, sei lá. Noutros estranhei (depois entranha-se), por estar acostumado e os meus olhos custarem a habituar-se a novos brilhos. O PreDatado também já pensou em mudar de roupa, mas está sem dinheiro para ir às compras. Quem sabe espere pelos saldos e lá mais à frente, em fim de estação, aproveite. Claro está que vai vestir roupa igual à de muita outra gente.. é o problema dos saldos. Por agora fica com o mesmo penteado, a mesma camisinha e apenas despiu as calças para vestir calções. Fica mais jovial.
Desde que a blogger decidiu fazer aquelas alterações todas que foi um rodopio de mudança de roupa. Alguns blogs alteraram o vestido com que se vestiam há anos (há anos?) e andam mais primaveris. Confesso que em alguns apreciei a mudança, ficaram mais arejados, mais frescos, sei lá. Noutros estranhei (depois entranha-se), por estar acostumado e os meus olhos custarem a habituar-se a novos brilhos. O PreDatado também já pensou em mudar de roupa, mas está sem dinheiro para ir às compras. Quem sabe espere pelos saldos e lá mais à frente, em fim de estação, aproveite. Claro está que vai vestir roupa igual à de muita outra gente.. é o problema dos saldos. Por agora fica com o mesmo penteado, a mesma camisinha e apenas despiu as calças para vestir calções. Fica mais jovial.
374. Bom Dia!
Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.
Eugénio de Andrade, As Mãos e os Frutos
Vamos lá a ver amigas leitoras e amigos leitores. O poema é um tanto ou quanto pessimista. Mas quem acorda com um dia assim, em plena e luminosa primavera, só pode levantar-se do chão. Vamos comer fruta fresca e gritar um enorme bom dia! E estremecer se alguém nos pedir amor…
Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.
Eugénio de Andrade, As Mãos e os Frutos
Vamos lá a ver amigas leitoras e amigos leitores. O poema é um tanto ou quanto pessimista. Mas quem acorda com um dia assim, em plena e luminosa primavera, só pode levantar-se do chão. Vamos comer fruta fresca e gritar um enorme bom dia! E estremecer se alguém nos pedir amor…
terça-feira, maio 18, 2004
373. Aproveitando o tempo
Estava aqui entretido a navegar quando de repente, qual vaga alterosa virando o barco, a minha Internet afundou. Esperando pelo salva vidas resolvi fumar um cigarrinho e senta-me no sofá a ver TV, quando me apercebi que também não tinha televisão. Durante uma hora a TV Cabo foi interrompida aqui para estas bandas. Fez-me lembrar uma pequena história que li há tempos no jornal. Numa pequena vila de França a taxa de natalidade era muito superior à do resto do país. Depois de vários estudos verificou-se que a culpa era do comboio. Um comboio, que tinha um horário de passagem próximo das 5 da manhã, acordava toda a gente. Como era demasiado cedo para irem trabalhar e demasiado tarde para voltarem a adormecer, os habitantes da vila entretinham-se como podiam. Daí ao nascimento dos bebés era um passo. Ou seja nove meses. Aqui a vizinhança foi toda deitar ás 10 da noite. Esperemos para ver se dá frutos esta interrupção da TV.
Estava aqui entretido a navegar quando de repente, qual vaga alterosa virando o barco, a minha Internet afundou. Esperando pelo salva vidas resolvi fumar um cigarrinho e senta-me no sofá a ver TV, quando me apercebi que também não tinha televisão. Durante uma hora a TV Cabo foi interrompida aqui para estas bandas. Fez-me lembrar uma pequena história que li há tempos no jornal. Numa pequena vila de França a taxa de natalidade era muito superior à do resto do país. Depois de vários estudos verificou-se que a culpa era do comboio. Um comboio, que tinha um horário de passagem próximo das 5 da manhã, acordava toda a gente. Como era demasiado cedo para irem trabalhar e demasiado tarde para voltarem a adormecer, os habitantes da vila entretinham-se como podiam. Daí ao nascimento dos bebés era um passo. Ou seja nove meses. Aqui a vizinhança foi toda deitar ás 10 da noite. Esperemos para ver se dá frutos esta interrupção da TV.
372. Desprezo
O Governo, mais uma vez, desprezou os trabalhadores da Bombardier. Enquanto estes reivindicam apenas uma coisa, trabalho, o Governo anda a passear pelo Vaticano a gastar os impostos desses mesmos trabalhadores. Para assinar a isenção de impostos dos padres. Que não estão no desemprego…
O Governo, mais uma vez, desprezou os trabalhadores da Bombardier. Enquanto estes reivindicam apenas uma coisa, trabalho, o Governo anda a passear pelo Vaticano a gastar os impostos desses mesmos trabalhadores. Para assinar a isenção de impostos dos padres. Que não estão no desemprego…
371. Bom Dia!
(Finjo que não vejo as mulheres que passam, mas vejo)
De súbito, o diabinho que me dançava nos olhos,
mal viu a menina atravessar a rua,
saltou num ímpeto de besouro
e despiu-a toda...
E a Que-Sempre-Tanto-Se-Recata
ficou nua,
sonambulamente nua,
com um seio de ouro
e outro de prata.
José Gomes Ferreira
Ora cá está uma boa sugestão do José Gomes Ferreira. Sentar-me na mesa do café, fingir que não vejo as mulheres que passam, mas ver. E, enquanto saboreio o meu pequeno-almoço, dou de comer aos olhos. E as meninas também podem fazê-lo. Sem descriminação, sem pudores velhos e, assim, poderemos todos e todas começar um muito bom dia!
(Finjo que não vejo as mulheres que passam, mas vejo)
De súbito, o diabinho que me dançava nos olhos,
mal viu a menina atravessar a rua,
saltou num ímpeto de besouro
e despiu-a toda...
E a Que-Sempre-Tanto-Se-Recata
ficou nua,
sonambulamente nua,
com um seio de ouro
e outro de prata.
José Gomes Ferreira
Ora cá está uma boa sugestão do José Gomes Ferreira. Sentar-me na mesa do café, fingir que não vejo as mulheres que passam, mas ver. E, enquanto saboreio o meu pequeno-almoço, dou de comer aos olhos. E as meninas também podem fazê-lo. Sem descriminação, sem pudores velhos e, assim, poderemos todos e todas começar um muito bom dia!
segunda-feira, maio 17, 2004
370. Luar
Às vezes, a esta hora, quando o início da noite se prepara para me dar um banho de negro e luz de tungsténio olho a janela e sobe no meu peito uma vontade de outras coisas. Uma vontade de fazer não sei o quê, um vazio numa bolsa cheia de coisas de que tenho vontade. E quero escutar uma música que não sei qual é. Abro o armário, folheio, como se fosse um livro já lido, todas as páginas de CDs uma a uma, sopro uma poeira teimosa que resistiu à última flanela, como se não o ouvisse há muito, renuncio, ataca-me a nostalgia do vinil. Estupidamente tento descobrir um disco que já não tenho, há muito que desapareceu, não faço a mínima ideia se o emprestei. E lembro o “meu” Alentejo, as luzes da companhia apagadas e aí sim uma inundação de estrelas em noite que não faz luar. Mas o calor de hoje é mais intenso e os meus luares de Agosto rapidamente ofuscam as constelações lá longe, mesmo aquelas que na semana passada eu apontava, vê filha aquela é Orion, olha como se vê tão bem. E de repente, um clique, Catulo da Paixão Cearense, na voz de Paulo Tapajós, Paulinho Tapajós, talvez o primeiro disco que tive de música sertaneja, aquele “xorinho” do nordeste brasileiro onde nunca fui, mas de onde me chamam de “quirido” de onde me sinto ser rei. “ó meu rei” você nunca veio no Brasil? Nem sabe o que está perdendo. Quando a lua me chamar, volto ao Alentejo.
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Ó, que saudade do luar a minha terra
Lá na serra branquejando folhas
secas pelo chão
Esse luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão
Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata
Prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção e a lua cheia
A nos nascer no coração
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Coisa mais bela neste mundo não existe
Do que ouvir um galo triste
No sertão se faz luar
Parece até que alma da lua
É que diz, canta
Escondida na garganta
Desse galo a soluçar
Ah, quem me dera
Eu morresse lá na serra
Abraçado a minha terra
E dormindo de uma vez
Ser enterrado numa grota pequenina
Onde a tarde a sururina
Chora a sua viuvez
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Às vezes, a esta hora, quando o início da noite se prepara para me dar um banho de negro e luz de tungsténio olho a janela e sobe no meu peito uma vontade de outras coisas. Uma vontade de fazer não sei o quê, um vazio numa bolsa cheia de coisas de que tenho vontade. E quero escutar uma música que não sei qual é. Abro o armário, folheio, como se fosse um livro já lido, todas as páginas de CDs uma a uma, sopro uma poeira teimosa que resistiu à última flanela, como se não o ouvisse há muito, renuncio, ataca-me a nostalgia do vinil. Estupidamente tento descobrir um disco que já não tenho, há muito que desapareceu, não faço a mínima ideia se o emprestei. E lembro o “meu” Alentejo, as luzes da companhia apagadas e aí sim uma inundação de estrelas em noite que não faz luar. Mas o calor de hoje é mais intenso e os meus luares de Agosto rapidamente ofuscam as constelações lá longe, mesmo aquelas que na semana passada eu apontava, vê filha aquela é Orion, olha como se vê tão bem. E de repente, um clique, Catulo da Paixão Cearense, na voz de Paulo Tapajós, Paulinho Tapajós, talvez o primeiro disco que tive de música sertaneja, aquele “xorinho” do nordeste brasileiro onde nunca fui, mas de onde me chamam de “quirido” de onde me sinto ser rei. “ó meu rei” você nunca veio no Brasil? Nem sabe o que está perdendo. Quando a lua me chamar, volto ao Alentejo.
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Ó, que saudade do luar a minha terra
Lá na serra branquejando folhas
secas pelo chão
Esse luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão
Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata
Prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção e a lua cheia
A nos nascer no coração
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Coisa mais bela neste mundo não existe
Do que ouvir um galo triste
No sertão se faz luar
Parece até que alma da lua
É que diz, canta
Escondida na garganta
Desse galo a soluçar
Ah, quem me dera
Eu morresse lá na serra
Abraçado a minha terra
E dormindo de uma vez
Ser enterrado numa grota pequenina
Onde a tarde a sururina
Chora a sua viuvez
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
369. Parabéns.
Faz hoje um ano um dos blogs mais didádicos que conheço. Para o seu criador, Henrique Silveira, e para os que no Crítico Musical colaboram, os meus parabéns.
Faz hoje um ano um dos blogs mais didádicos que conheço. Para o seu criador, Henrique Silveira, e para os que no Crítico Musical colaboram, os meus parabéns.
domingo, maio 16, 2004
367. Oportunidade
Vós sabeis amigas leitoras e amigos leitores que eu não sou nada de contar intimidades. Mas não resisto a esta. Eu estava a escutar a conferência de imprensa do Mourinho, quando ouvi um ruído que não me parecia vir da televisão. Ao meu lado, o filho pequenino de um amigo meu deu um sorriso malandro, virou-se para ele e disse: "pai, di um pum!".
Vós sabeis amigas leitoras e amigos leitores que eu não sou nada de contar intimidades. Mas não resisto a esta. Eu estava a escutar a conferência de imprensa do Mourinho, quando ouvi um ruído que não me parecia vir da televisão. Ao meu lado, o filho pequenino de um amigo meu deu um sorriso malandro, virou-se para ele e disse: "pai, di um pum!".
365. Lunch Time Blog
Começamos com umas amêijoas à Bolhão Pato. Estavam gordinhas, eram de excelente qualidade, bem limpas e o molho estava excelente. As misturas dos azeites com as ervas e os alhos apaladavam qb. Depois os percebes e os camarões de espinho que, diga-se de passagem, me obrigam a não falar no preço da gasolina nos próximos dez minutos. E as sapateiras. A mariscada estava óptima, comemos que nem uns padres ‘sobremesamos’ a gosto. Acompanhei com cerveja, pois a sede não me aconselhava a outra bebida. Esperem, calma, há engano. Isto foi ontem, caraças. Depois da bênção das fitas. Eu não quis colocar a postagem, porque ontem o blog teve uma intenção particular. Hoje comemos em casa, ajudei a fazer o almoço que eu próprio sugeri. A Maria foi comprar uns escalopes ao talho do meu amigo Quim, muito tenrinhos, primeiríssima qualidade, como aliás toda a carne do seu talho. Depois as natas, os cogumelos e o vinho da Madeira, fizeram o favor de lhes dar aquele paladar que nos deliciou. É verdade, não poderia deixar de mencionar que os escalopes foram alourados, no verdadeiro, no puríssimo azeite de oliveira, português.
PS. Ó, Schubert, meu piratinha, nunca imaginei que gostasses de cogumelos. Quer dizer meu malandro, a ração que está quase tão cara como o camarão de espinho (mas menos do que os combustíveis) é para segundas núpcias?
Começamos com umas amêijoas à Bolhão Pato. Estavam gordinhas, eram de excelente qualidade, bem limpas e o molho estava excelente. As misturas dos azeites com as ervas e os alhos apaladavam qb. Depois os percebes e os camarões de espinho que, diga-se de passagem, me obrigam a não falar no preço da gasolina nos próximos dez minutos. E as sapateiras. A mariscada estava óptima, comemos que nem uns padres ‘sobremesamos’ a gosto. Acompanhei com cerveja, pois a sede não me aconselhava a outra bebida. Esperem, calma, há engano. Isto foi ontem, caraças. Depois da bênção das fitas. Eu não quis colocar a postagem, porque ontem o blog teve uma intenção particular. Hoje comemos em casa, ajudei a fazer o almoço que eu próprio sugeri. A Maria foi comprar uns escalopes ao talho do meu amigo Quim, muito tenrinhos, primeiríssima qualidade, como aliás toda a carne do seu talho. Depois as natas, os cogumelos e o vinho da Madeira, fizeram o favor de lhes dar aquele paladar que nos deliciou. É verdade, não poderia deixar de mencionar que os escalopes foram alourados, no verdadeiro, no puríssimo azeite de oliveira, português.
PS. Ó, Schubert, meu piratinha, nunca imaginei que gostasses de cogumelos. Quer dizer meu malandro, a ração que está quase tão cara como o camarão de espinho (mas menos do que os combustíveis) é para segundas núpcias?
364. Pub!
Há vários dias que ando para mencionar esta menina. Mas sou suspeito, porque ela é adepta do Glorioso, tal como eu, e poderiam pensar que era por isso. Mas não é. É porque gosto do blog dela. Gosto mesmo.
Há vários dias que ando para mencionar esta menina. Mas sou suspeito, porque ela é adepta do Glorioso, tal como eu, e poderiam pensar que era por isso. Mas não é. É porque gosto do blog dela. Gosto mesmo.
363. Bom Dia!
O beijo que de manhã te roubo
De sabor batôn inda mal seco,
Mistura de ácido e de salobro,
Ávido de um pecado que peco.
O beijo de batôn, mistura
De roubo com parte de manhã,
Salobro de líquido e secura,
Misturo de divino e de Satã.
O beijo de Satã ou de pecado
Ávido de manhã, seco de sabor,
Tod’o dia me faz acompanhado
Da vontade de ti, de ser Amor.
E quando à noite pecador eu volto
O beijo roubado, ainda há pouco
Com sabores de mistura, já to solto
Ácido, divino, feito louco.
E com pecado de sabor divino
Amamos de mistura e com o beijo
Louco de ser Amor, de ser destino,
Que destino é ser manhã, já te desejo.
AF, Devolução in Complexus
Toda a hora é hora de beijar. Se for com amor, com desejo, com paixão. Beijemos o dia lindo que este Domingo nos reserva e tenhamos todos, um muito bom dia!
O beijo que de manhã te roubo
De sabor batôn inda mal seco,
Mistura de ácido e de salobro,
Ávido de um pecado que peco.
O beijo de batôn, mistura
De roubo com parte de manhã,
Salobro de líquido e secura,
Misturo de divino e de Satã.
O beijo de Satã ou de pecado
Ávido de manhã, seco de sabor,
Tod’o dia me faz acompanhado
Da vontade de ti, de ser Amor.
E quando à noite pecador eu volto
O beijo roubado, ainda há pouco
Com sabores de mistura, já to solto
Ácido, divino, feito louco.
E com pecado de sabor divino
Amamos de mistura e com o beijo
Louco de ser Amor, de ser destino,
Que destino é ser manhã, já te desejo.
AF, Devolução in Complexus
Toda a hora é hora de beijar. Se for com amor, com desejo, com paixão. Beijemos o dia lindo que este Domingo nos reserva e tenhamos todos, um muito bom dia!
sábado, maio 15, 2004
361. Para ti Anita (III)
Lembro-me do dia em que te fui esperar ao aeroporto.
‘um gato que horror’
fiquei decepcionado, confesso.
Mas a pouco e pouco fui ganhando a tua confiança
E hoje sinto-me orgulhoso
Por te ter ajudado a minimizar o teu pânico aos
Animais.
Sei que ainda não fiz tudo.
Sei que precisas de umas mordidas
E de uns arranhões extras, para
Perceberes quanto de carinho nós pomos
Nas nossas atitudes e como nós somos diferentes.
Se eu pudesse, tiraria um curso:
“A engenharia da dentada durante a brincadeira, após a chateação e quando estou danado.”
Irias ver quanto há de diferença.
Depois pedir-te-ia para elaborares o modelo matemático
E me ajudares na minha tese de doutoramento gatal.
Mas isso é coisa de humanos! De gente como tu! E é por isso que te deixo o meu grande MIAU de felicidades!
Bem hajas Anita, dona!
Ass.: Schubert.
Lembro-me do dia em que te fui esperar ao aeroporto.
‘um gato que horror’
fiquei decepcionado, confesso.
Mas a pouco e pouco fui ganhando a tua confiança
E hoje sinto-me orgulhoso
Por te ter ajudado a minimizar o teu pânico aos
Animais.
Sei que ainda não fiz tudo.
Sei que precisas de umas mordidas
E de uns arranhões extras, para
Perceberes quanto de carinho nós pomos
Nas nossas atitudes e como nós somos diferentes.
Se eu pudesse, tiraria um curso:
“A engenharia da dentada durante a brincadeira, após a chateação e quando estou danado.”
Irias ver quanto há de diferença.
Depois pedir-te-ia para elaborares o modelo matemático
E me ajudares na minha tese de doutoramento gatal.
Mas isso é coisa de humanos! De gente como tu! E é por isso que te deixo o meu grande MIAU de felicidades!
Bem hajas Anita, dona!
Ass.: Schubert.
360. Para ti Anita (II)
As estradas da vida são como as estradas do chão. Sinuosas, com rotundas, com semáforos. As infra-estruturas nem sempre são as mais adequadas. Os engenheiros da vida são comos os engenheiros da técnica. Às vezes enganam-se. Não têm as tabelas perfeitas. Há as intempéries, alguém que não respeita as regras e os que tentam subvertê-las. Contigo tenho uma certeza. Não te deixarás nunca enredar nos cruzamentos. Bem hajas, minha pequena engenheirinha.
Amo-te porque amar
É do peito
De dentro, do coração.
Pergunta-lhe a ele, ao coração
Ele explica-te
Amo-te!
Ass.: Pai
As estradas da vida são como as estradas do chão. Sinuosas, com rotundas, com semáforos. As infra-estruturas nem sempre são as mais adequadas. Os engenheiros da vida são comos os engenheiros da técnica. Às vezes enganam-se. Não têm as tabelas perfeitas. Há as intempéries, alguém que não respeita as regras e os que tentam subvertê-las. Contigo tenho uma certeza. Não te deixarás nunca enredar nos cruzamentos. Bem hajas, minha pequena engenheirinha.
Amo-te porque amar
É do peito
De dentro, do coração.
Pergunta-lhe a ele, ao coração
Ele explica-te
Amo-te!
Ass.: Pai
359. Para ti Anita (I)
Esta fita que hoje te dedico é apenas do teu total merecimento. A tua inteligência aliada à dedicação que pões em tudo o que te empenhas fizeram-te atingir esta importante meta. É apenas uma, ou se quiseres, mais uma das que pela vida fora vais ter de atingir. Mas estou absolutamente convencido que se continuares com a confiança que tens demonstrado, um a um conseguirás atingir novos objectivos. Vais continuar a poder contar com o apoio que o pai te puder dar, embora cada vez menos tenhas precisado de andar de mão dada. Isso mostra o forte carácter, a forte personalidade e a tua auto-confiança. Felizmente para ti, os escolhos na tua caminhada não foram demasiados. Manter os dois olhos bem abertos e os pés assentes no chão permitir-te-ão no futuro ultrapassares com mais facilidade os novos problemas. E sorte, claro.
Ass: Pai
Esta fita que hoje te dedico é apenas do teu total merecimento. A tua inteligência aliada à dedicação que pões em tudo o que te empenhas fizeram-te atingir esta importante meta. É apenas uma, ou se quiseres, mais uma das que pela vida fora vais ter de atingir. Mas estou absolutamente convencido que se continuares com a confiança que tens demonstrado, um a um conseguirás atingir novos objectivos. Vais continuar a poder contar com o apoio que o pai te puder dar, embora cada vez menos tenhas precisado de andar de mão dada. Isso mostra o forte carácter, a forte personalidade e a tua auto-confiança. Felizmente para ti, os escolhos na tua caminhada não foram demasiados. Manter os dois olhos bem abertos e os pés assentes no chão permitir-te-ão no futuro ultrapassares com mais facilidade os novos problemas. E sorte, claro.
Ass: Pai
358. Bom Dia!
Tenho a certeza que há pessoas bonitas. Não estou a falar de mulheres bonitas, de homens bonitos, de crianças bonitas. Estou a falar de pessoas. Se não fosse lugar comum falaria de beleza interior. Assim falo de pessoas, no seu todo, nas suas atitudes em cada dia, em cada hora, em cada momento. Não estou também a falar nem de santos, nem de santas. Estou a falar de gente comum, de gente terrena, de gente que está no meio de nós. Nas nossas vidas, há sempre uma destas pessoas que nos marca. Ou mesmo mais do que uma. Na minha há várias, o que para mim constitui uma grande felicidade. Hoje quero destacar uma dessas pessoas, porque merece e porque eu lhe devo. Devo-lhe a gratidão de ser como é. Por tudo o que tu és minha filha, muito obrigado.
Quero desejar a todas as minhas leitoras e a todos os meus leitores um óptimo dia. Mas como esta mensagem é especial para mim, quero te desejar minha filha, um óptimo, um excelente, um maravilhoso dia. Que as tuas fitas sejam abençoadas!
Tenho a certeza que há pessoas bonitas. Não estou a falar de mulheres bonitas, de homens bonitos, de crianças bonitas. Estou a falar de pessoas. Se não fosse lugar comum falaria de beleza interior. Assim falo de pessoas, no seu todo, nas suas atitudes em cada dia, em cada hora, em cada momento. Não estou também a falar nem de santos, nem de santas. Estou a falar de gente comum, de gente terrena, de gente que está no meio de nós. Nas nossas vidas, há sempre uma destas pessoas que nos marca. Ou mesmo mais do que uma. Na minha há várias, o que para mim constitui uma grande felicidade. Hoje quero destacar uma dessas pessoas, porque merece e porque eu lhe devo. Devo-lhe a gratidão de ser como é. Por tudo o que tu és minha filha, muito obrigado.
Quero desejar a todas as minhas leitoras e a todos os meus leitores um óptimo dia. Mas como esta mensagem é especial para mim, quero te desejar minha filha, um óptimo, um excelente, um maravilhoso dia. Que as tuas fitas sejam abençoadas!
sexta-feira, maio 14, 2004
357. Mensiversário
O Schubert fez hoje 4 meses. Temos estado os dois a festejar o seu mensiversário. Sentamo-nos no sofá, ele abriu o presente e deu um miau de satisfação. Pusemos o CD no leitor e escutamos a 9ª Sinfonia de Beethoven. Pois a 8ª do Schubert estava incompleta, por isso não seria apropriada. Por outro lado o que é preciso é Alegria! Este Schubert é um hino.
PS. Quando eu disse ao Schubert que ía fazer esta postagem, ele perguntou-me no seu miau doce: Dono, achas que a malta vai comentar?
O Schubert fez hoje 4 meses. Temos estado os dois a festejar o seu mensiversário. Sentamo-nos no sofá, ele abriu o presente e deu um miau de satisfação. Pusemos o CD no leitor e escutamos a 9ª Sinfonia de Beethoven. Pois a 8ª do Schubert estava incompleta, por isso não seria apropriada. Por outro lado o que é preciso é Alegria! Este Schubert é um hino.
PS. Quando eu disse ao Schubert que ía fazer esta postagem, ele perguntou-me no seu miau doce: Dono, achas que a malta vai comentar?
356. E-mails
Meu Caro Francisco José Viegas
(sem ser por e-mail)
Acabei de ler a sua postagem sobre os e-mails que recebe. Como deve calcular eu queixo-me do mesmo, com uma pequena diferença, ainda não me propuseram comprar Viagra. Eu acho que é por causa do meu nome já constar no ficheiro de clientes. Mas adiante.
O objectivo desta minha postagem é mesmo fazer uma ligação ao seu blog, para que alguns dos meus leitores, que porventura não leiam o seu (ai meus deuses, quanto pretensiosismo), se possam também deliciar com essa prosa. E já agora, se o barco a motor é bom, avise-me que eu também quero comprar um. Cumprimentos para si e para a Ana Com.
PS1. Não me diga que Sinara Gatinha não é um bom nome para ter na lista de endereços.
PS2. Eu acho que é ANACOM, mas pelo sim pelo não, não vá a Ana ficar zangada…
Meu Caro Francisco José Viegas
(sem ser por e-mail)
Acabei de ler a sua postagem sobre os e-mails que recebe. Como deve calcular eu queixo-me do mesmo, com uma pequena diferença, ainda não me propuseram comprar Viagra. Eu acho que é por causa do meu nome já constar no ficheiro de clientes. Mas adiante.
O objectivo desta minha postagem é mesmo fazer uma ligação ao seu blog, para que alguns dos meus leitores, que porventura não leiam o seu (ai meus deuses, quanto pretensiosismo), se possam também deliciar com essa prosa. E já agora, se o barco a motor é bom, avise-me que eu também quero comprar um. Cumprimentos para si e para a Ana Com.
PS1. Não me diga que Sinara Gatinha não é um bom nome para ter na lista de endereços.
PS2. Eu acho que é ANACOM, mas pelo sim pelo não, não vá a Ana ficar zangada…
355. Maria-polego-preto
Maria-polego-preto, moça de 18 anos, era abundante de pêlos no pente.
A gente pagava pra ver o fenómeno.
A moça cobria o rosto com um lençol branco e deixava pra fora só o polego preto que se espalhava quase até pra cima do umbigo.
Era uma romaria chimite!
Na porta o pai entrevado recebendo as entradas…
Um senhor respeitável disse que aquilo era uma indignidae e um desrespeito às instituições da família e da Pátria!
Mas parece que era fome.
Manoel de Barros*, O Encantador de Palavras
* Poeta Brasileiro
Maria-polego-preto, moça de 18 anos, era abundante de pêlos no pente.
A gente pagava pra ver o fenómeno.
A moça cobria o rosto com um lençol branco e deixava pra fora só o polego preto que se espalhava quase até pra cima do umbigo.
Era uma romaria chimite!
Na porta o pai entrevado recebendo as entradas…
Um senhor respeitável disse que aquilo era uma indignidae e um desrespeito às instituições da família e da Pátria!
Mas parece que era fome.
Manoel de Barros*, O Encantador de Palavras
* Poeta Brasileiro
354. Bom Dia!
Deponho no processo do meu crime.
(Sou testemunha
E réu
E vítima
E juiz)
Juro
Que havia um muro,
E na face do muro uma palavra a giz.
Merda! – lembro-me bem.
– Crianças... – disse alguém
que ia a passar.
Mas voltei novamente a soletrar
O vocábulo indecente,
E de repente,
Como quem adivinha,
Numa tristeza já de penitente,
Vi que a letra era minha...
Miguel Torga, Depoimento
Não tenho o costume de começar as frases, nem escritas nem orais, com a expressão “é assim” dois pontos. Mas hoje não resisto. É assim: Tantas vezes me apetece dizer merda! e, fico-me no pegar do giz ou no procurar do muro. Mas de manhã não. De manhã não é isso que tenho vontade de dizer. De manhã gosto de dizer a todos vós: Bom Dia!
Deponho no processo do meu crime.
(Sou testemunha
E réu
E vítima
E juiz)
Juro
Que havia um muro,
E na face do muro uma palavra a giz.
Merda! – lembro-me bem.
– Crianças... – disse alguém
que ia a passar.
Mas voltei novamente a soletrar
O vocábulo indecente,
E de repente,
Como quem adivinha,
Numa tristeza já de penitente,
Vi que a letra era minha...
Miguel Torga, Depoimento
Não tenho o costume de começar as frases, nem escritas nem orais, com a expressão “é assim” dois pontos. Mas hoje não resisto. É assim: Tantas vezes me apetece dizer merda! e, fico-me no pegar do giz ou no procurar do muro. Mas de manhã não. De manhã não é isso que tenho vontade de dizer. De manhã gosto de dizer a todos vós: Bom Dia!
quinta-feira, maio 13, 2004
353. Lunch Time Blog
Fazem uma cama de cenoura ralada para ter volume. Depois cortam um tomate em gomos, colocam dois destes gomos sobre duas folhas de alface previamente colocadas sobre a cenoura, para dar altura. Duas rodelinhas de cebola e duas tiras de pimento. Não é exagero, é sempre duas, aos pares para parecerem muitas. Colocam na beira da travessa a enfeitar e até parece uma salada. Mas não é. Para mim é uma amostra. Serviria para mostruário, mas nunca para se servir à mesa. Vamos a mais pares. Duas meias batatas na outra ponta da travessa. E, três pares de sardinhas no meio. Mas isto é lá prato que se sirva? Salvou-se o facto das sardinhas serem frescas e gordas. Sai-se dali tão desconsolado. Mas era o restaurante que tinha mais à mão e o tempo para o almoço era pouco. Estais vendo caras amigas leitoras e amigos leitores que este vosso escriba às vezes também come mal?
PS. Schubert, espero que a Fátima te tenha tratado melhor do que eu fui tratado. Logo à noite conversamos.
Fazem uma cama de cenoura ralada para ter volume. Depois cortam um tomate em gomos, colocam dois destes gomos sobre duas folhas de alface previamente colocadas sobre a cenoura, para dar altura. Duas rodelinhas de cebola e duas tiras de pimento. Não é exagero, é sempre duas, aos pares para parecerem muitas. Colocam na beira da travessa a enfeitar e até parece uma salada. Mas não é. Para mim é uma amostra. Serviria para mostruário, mas nunca para se servir à mesa. Vamos a mais pares. Duas meias batatas na outra ponta da travessa. E, três pares de sardinhas no meio. Mas isto é lá prato que se sirva? Salvou-se o facto das sardinhas serem frescas e gordas. Sai-se dali tão desconsolado. Mas era o restaurante que tinha mais à mão e o tempo para o almoço era pouco. Estais vendo caras amigas leitoras e amigos leitores que este vosso escriba às vezes também come mal?
PS. Schubert, espero que a Fátima te tenha tratado melhor do que eu fui tratado. Logo à noite conversamos.
352. Ário – Uva
Parece estranho o título? Mas não é. Não é, não. Fui eu que descobri uma forma de rimar ário com uva. Como? Oram vejam: diário, canário, herbário, Mário, contrário, aquário, centenário, confessionário, dignatário, formulário, estatutário, estuário, itinerário, fontanário, mortuário, ordinário, missionário, preçário, solário. Bom estas eu escrevi em 2 minutos. Poderia escrever mais uma dúzia delas se tivesse mais 2 minutos. Ou mais uma vintena, ou até mesmo uma centena, bastaria para isso ir ao dicionário. Mas do ário que mais me orgulho é o de ser solidário. Agora quem pense que sou otário pode tirar o cavalinho da chuva.
Parece estranho o título? Mas não é. Não é, não. Fui eu que descobri uma forma de rimar ário com uva. Como? Oram vejam: diário, canário, herbário, Mário, contrário, aquário, centenário, confessionário, dignatário, formulário, estatutário, estuário, itinerário, fontanário, mortuário, ordinário, missionário, preçário, solário. Bom estas eu escrevi em 2 minutos. Poderia escrever mais uma dúzia delas se tivesse mais 2 minutos. Ou mais uma vintena, ou até mesmo uma centena, bastaria para isso ir ao dicionário. Mas do ário que mais me orgulho é o de ser solidário. Agora quem pense que sou otário pode tirar o cavalinho da chuva.
351. Bom Dia!
Caríssimas amigas leitoras e amigos leitores. “Yo no creo en brujas pero que las hay, hay”. Hoje, aquí nas voltinhas da Internet, resolvi ir ver coisas do meu signo. E encontrei em espanhol isto sobre o Leão:
Simboliza: La energía, la creatividad, los juegos, las especulaciones, el orgullo, la vanidad, la realeza, la diversión, los deportes, los espectáculos, la niñez, la educación, la elevación, la gloria, la fama, el poder.
Tirando la vanidad parece ser tudo verdade! Cá estão las brujas a funcionar.
Mas a semana seria:
Después de haber descansado y disfrutado de un muy buen fin de semana, regresas a tus actividades de siempre pero con más energías y, si sigues así, sacarás adelante los proyectos que se te presenten, los exámenes o los trabajos que tengas que entregar. Tendrás conflictos con tu pareja porque desde hace tiempo no se comunican como antes; si quieres que dure la relación, trata de hablar claro para que no pase más tiempo y se sigan acumulando cosas. Trata de salir al cine con tus amigos, de divertirte y distraerte porque concentras la mayor parte de ti en el trabajo o en la escuela. Habrá cambios dentro de tu casa que beneficiarán a todos.
Pelo menos até agora, desde que a semana começou, não tive nenhum conflito com a minha pareja. E além disso yo hablo sempre claro y comunico todos los dias.
Em que é que ficamos?
Bom, o melhor é desejar-vos um muito bom dia e ir comprar bilhetes para el cine. Hasta luego.
Caríssimas amigas leitoras e amigos leitores. “Yo no creo en brujas pero que las hay, hay”. Hoje, aquí nas voltinhas da Internet, resolvi ir ver coisas do meu signo. E encontrei em espanhol isto sobre o Leão:
Simboliza: La energía, la creatividad, los juegos, las especulaciones, el orgullo, la vanidad, la realeza, la diversión, los deportes, los espectáculos, la niñez, la educación, la elevación, la gloria, la fama, el poder.
Tirando la vanidad parece ser tudo verdade! Cá estão las brujas a funcionar.
Mas a semana seria:
Después de haber descansado y disfrutado de un muy buen fin de semana, regresas a tus actividades de siempre pero con más energías y, si sigues así, sacarás adelante los proyectos que se te presenten, los exámenes o los trabajos que tengas que entregar. Tendrás conflictos con tu pareja porque desde hace tiempo no se comunican como antes; si quieres que dure la relación, trata de hablar claro para que no pase más tiempo y se sigan acumulando cosas. Trata de salir al cine con tus amigos, de divertirte y distraerte porque concentras la mayor parte de ti en el trabajo o en la escuela. Habrá cambios dentro de tu casa que beneficiarán a todos.
Pelo menos até agora, desde que a semana começou, não tive nenhum conflito com a minha pareja. E além disso yo hablo sempre claro y comunico todos los dias.
Em que é que ficamos?
Bom, o melhor é desejar-vos um muito bom dia e ir comprar bilhetes para el cine. Hasta luego.
quarta-feira, maio 12, 2004
350. 5000
Eu sei que sou louco por números. Todas as semanas faço o totoloto, não com a esperança de ganhar algum prémio mas apenas porque aquilo tem números. Em casa somos 5, contando com o Schubert, tenho 16 portas, 11 janelas, e 3 talheres completos de 164 peças. A minha colecção de selos tem 28.342 exemplares, a minha garrafeira 4314 garrafas. Todos os dias faço 42 kms de carro e pago 1,10€ de portagem. Os cartazes que mais gosto são os da touradas, 6 touros 6, e o meu filho senta-se à mesa precisamente 97 cms á minha frente. Mas atingir 5000 visitas 5000, desde o dia 5 de Fevereiro, é que não estava nas minhas cogitações numéricas mais optimistas. Só mesmo uma loira, poderia ter sido a responsável por eu ter atingido esse número!!!!!
Eu sei que sou louco por números. Todas as semanas faço o totoloto, não com a esperança de ganhar algum prémio mas apenas porque aquilo tem números. Em casa somos 5, contando com o Schubert, tenho 16 portas, 11 janelas, e 3 talheres completos de 164 peças. A minha colecção de selos tem 28.342 exemplares, a minha garrafeira 4314 garrafas. Todos os dias faço 42 kms de carro e pago 1,10€ de portagem. Os cartazes que mais gosto são os da touradas, 6 touros 6, e o meu filho senta-se à mesa precisamente 97 cms á minha frente. Mas atingir 5000 visitas 5000, desde o dia 5 de Fevereiro, é que não estava nas minhas cogitações numéricas mais optimistas. Só mesmo uma loira, poderia ter sido a responsável por eu ter atingido esse número!!!!!
348. Cansaço
P1.3.3.3.1.01 ai não, P1-3-1-1-01, não, não é isso P1.3.3.1.1.01, agora está bem.
Pois associados ao P1.3.3.1.1.01 estão os modelos 01, 02 e 30, não espera o 30 não porque é do P1.3.3.2.01. Calma vamos lá rever isso tudo. Não eu não queria dizer 30, queria dizer 03. Ahhhh, 03 está bem.
Esta cena de a gente estar a escrever procedimentos com numerações deste tipo só cabe na cabeça de um tipo que eu cá sei. Adivinharam? Pois deste doido aqui. Cansa mesmo, acreditem.
P1.3.3.3.1.01 ai não, P1-3-1-1-01, não, não é isso P1.3.3.1.1.01, agora está bem.
Pois associados ao P1.3.3.1.1.01 estão os modelos 01, 02 e 30, não espera o 30 não porque é do P1.3.3.2.01. Calma vamos lá rever isso tudo. Não eu não queria dizer 30, queria dizer 03. Ahhhh, 03 está bem.
Esta cena de a gente estar a escrever procedimentos com numerações deste tipo só cabe na cabeça de um tipo que eu cá sei. Adivinharam? Pois deste doido aqui. Cansa mesmo, acreditem.
347. Bom Dia!
Aceitei o desafio da Gotinha. Ela pergunta se o mundo acabasse amanhã o que é que farias? Tentei escrever isto no comentário, mas tinha excesso de letras. Fica aqui, mesmo.
Comeria uma caldeirada, um cozido à portuguesa, uma feijoada à transmontana, umas migas com entrecosto, uma sardinhada assada, um bife com natas, uns choquinhos na grela, uma cabidela de galinha, uma espetada de gambas, duas lagostas e duas dúzias de lagostins, vinte e quatro ostras com limão, uma taça de morangos, 2 melões, 6 papaias, 2 mangas, um quilo de laranjas, um doce da avozinha, meia dúzia de pasteis de nata, uma lasanha, meio quilo de espargos, uma salada mista, um queijo da serra e outro de Azeitão, bebia uma garrafa de D. Perignon, comia caviar e fois gras, seis litros de vinho tinto das regiões demarcadas do Douro, Terras do Sado e Alentejo, dois Porto Vintage, um cálice de Madeira Malvasia, 28 bicas, e deixaria de fumar. Se me esquecesse de alguma coisa, pediria, a alguém que morresse algumas horas depois, que me fosse ao mercado comprar um polvo para eu fazer à lagareiro, duas postas de bacalhau, um leitão da Bairrada, e uma sala de pimentos e cebola e me pusesse na urna. Eu pagaria em euros celestes. Ai barriguinha cheia. Remataria com um queijinho fresco de cabra, duas cervejas sem sabor a limão e dançaria o samba, nem que fosse no caixão. Ai que poeta. Depois despedir-me-ia da família até daí a umas horas e fartava-me de rir quando o extracto do Visa chegasse ao Céu. Ai que divertido. Deixaria cá em baixo os anti-depressivos, os ansiolíticos, os comprimidos de dormir e um par de jeans. Daria os bons dias ao primeiro-ministro no cruzamento entre o Céu e o Inferno, apertava a mão à ministra das finanças tanto, tanto, tanto que lá no inferno ela não teria mão para escrever nenhuma lei que nos fosse aos bolsos. Escreveria 853 postagens no meu blog e enviaria o portátil numa nave espacial rumo à septuagésima milésima galáxia a contar da Via Láctea. Ai que força. Finalmente diria o ao meu psiquiatra que eu estava só a brincar com ele.
Como o mundo não acabará nem hoje, nem amanhã, desejo a todos vós um óptimo dia. Não abusem na comida, cuidado com o colesterol.
Aceitei o desafio da Gotinha. Ela pergunta se o mundo acabasse amanhã o que é que farias? Tentei escrever isto no comentário, mas tinha excesso de letras. Fica aqui, mesmo.
Comeria uma caldeirada, um cozido à portuguesa, uma feijoada à transmontana, umas migas com entrecosto, uma sardinhada assada, um bife com natas, uns choquinhos na grela, uma cabidela de galinha, uma espetada de gambas, duas lagostas e duas dúzias de lagostins, vinte e quatro ostras com limão, uma taça de morangos, 2 melões, 6 papaias, 2 mangas, um quilo de laranjas, um doce da avozinha, meia dúzia de pasteis de nata, uma lasanha, meio quilo de espargos, uma salada mista, um queijo da serra e outro de Azeitão, bebia uma garrafa de D. Perignon, comia caviar e fois gras, seis litros de vinho tinto das regiões demarcadas do Douro, Terras do Sado e Alentejo, dois Porto Vintage, um cálice de Madeira Malvasia, 28 bicas, e deixaria de fumar. Se me esquecesse de alguma coisa, pediria, a alguém que morresse algumas horas depois, que me fosse ao mercado comprar um polvo para eu fazer à lagareiro, duas postas de bacalhau, um leitão da Bairrada, e uma sala de pimentos e cebola e me pusesse na urna. Eu pagaria em euros celestes. Ai barriguinha cheia. Remataria com um queijinho fresco de cabra, duas cervejas sem sabor a limão e dançaria o samba, nem que fosse no caixão. Ai que poeta. Depois despedir-me-ia da família até daí a umas horas e fartava-me de rir quando o extracto do Visa chegasse ao Céu. Ai que divertido. Deixaria cá em baixo os anti-depressivos, os ansiolíticos, os comprimidos de dormir e um par de jeans. Daria os bons dias ao primeiro-ministro no cruzamento entre o Céu e o Inferno, apertava a mão à ministra das finanças tanto, tanto, tanto que lá no inferno ela não teria mão para escrever nenhuma lei que nos fosse aos bolsos. Escreveria 853 postagens no meu blog e enviaria o portátil numa nave espacial rumo à septuagésima milésima galáxia a contar da Via Láctea. Ai que força. Finalmente diria o ao meu psiquiatra que eu estava só a brincar com ele.
Como o mundo não acabará nem hoje, nem amanhã, desejo a todos vós um óptimo dia. Não abusem na comida, cuidado com o colesterol.
terça-feira, maio 11, 2004
Bom Dia!
Ouvia-se zumbir o arvoredo
Alguns silvos nas frinchas da janela
uma ligeira brisa, insistente.
Abri a porta quase a medo
No escuro, só a luz ténua duma vela
encontrei uma aragem sorridente.
AF, in Complexus
Ah isso foi ontem, porque hoje há luz, a manhã está calma e vocês vão ter um óptimo dia!
Ouvia-se zumbir o arvoredo
Alguns silvos nas frinchas da janela
uma ligeira brisa, insistente.
Abri a porta quase a medo
No escuro, só a luz ténua duma vela
encontrei uma aragem sorridente.
AF, in Complexus
Ah isso foi ontem, porque hoje há luz, a manhã está calma e vocês vão ter um óptimo dia!
segunda-feira, maio 10, 2004
Lunch Time Blog
(hoje com atraso até ao jantar)
Hoje não escrevi o texto em que registo o meu almoço diário. E não o fiz por duas razões. A primeira é que é pouco provável que eu volte a responder a um juiz que ‘nem me lembro o que comi ontem, quanto mais isso que o Sr. Dr. Juiz me está a perguntar’, pois esse tipo de resposta só se dá uma vez. A segunda, é, como vós sabeis amigas leitoras e amigos leitores, pelo facto de hoje ser segunda-feira. Quase me apetecia dizer como o Disperso. Uma comida que se liga e se desliga, assim tipo strog ON-OFF.
(hoje com atraso até ao jantar)
Hoje não escrevi o texto em que registo o meu almoço diário. E não o fiz por duas razões. A primeira é que é pouco provável que eu volte a responder a um juiz que ‘nem me lembro o que comi ontem, quanto mais isso que o Sr. Dr. Juiz me está a perguntar’, pois esse tipo de resposta só se dá uma vez. A segunda, é, como vós sabeis amigas leitoras e amigos leitores, pelo facto de hoje ser segunda-feira. Quase me apetecia dizer como o Disperso. Uma comida que se liga e se desliga, assim tipo strog ON-OFF.
Hipóteses
O Dr. José Pacheco Pereira, escreveu hoje assim no Abrupto (transcrevo com a devida vénia, pois a pergunta parece-me pertinente e como não sei se os meus leitores também são seus leitores, complementa-se um pouco a divulgação. Por outro lado a minha postagem não faria sentido se não o fizesse),
“Sempre me intrigou que uma pergunta nunca tenha sido feita. Ninguém contesta que houve violências sexuais sobre menores da Casa Pia. Este é um facto incontroverso. Ninguém pode presumir outra coisa que não seja a inocência dos arguidos, mas eles sairão do tribunal ou inocentados ou culpados. Imaginem que são, como muita gente pensa (e outra não), inocentes e nada tinham a ver com os crimes cometidos. Se for assim, quem é que os cometeu?”
Parece-me uma hipótese racional, mas...
Deixe-me acrescentar: Uma vez que se presumem inocentes, in extremis, poderão efectivamente sê-lo. Nesse caso temos de considerar que temos a pior polícia judiciária do mundo (não acertou um), a pior magistratura pública (levantou suspeitas a todos, errou a 100%), a pior investigação jornalística do mundo (não esqueça que a comunicação social foi responsável pelo “levantamento da lebre”), e o maior gang organizado de mentirosos infanto-juvenis do mundo (digno de figurar ad eternum em qualquer Guiness Book). E agora termino, eu, com uma pergunta. Alguém acredita nisso?
O Dr. José Pacheco Pereira, escreveu hoje assim no Abrupto (transcrevo com a devida vénia, pois a pergunta parece-me pertinente e como não sei se os meus leitores também são seus leitores, complementa-se um pouco a divulgação. Por outro lado a minha postagem não faria sentido se não o fizesse),
“Sempre me intrigou que uma pergunta nunca tenha sido feita. Ninguém contesta que houve violências sexuais sobre menores da Casa Pia. Este é um facto incontroverso. Ninguém pode presumir outra coisa que não seja a inocência dos arguidos, mas eles sairão do tribunal ou inocentados ou culpados. Imaginem que são, como muita gente pensa (e outra não), inocentes e nada tinham a ver com os crimes cometidos. Se for assim, quem é que os cometeu?”
Parece-me uma hipótese racional, mas...
Deixe-me acrescentar: Uma vez que se presumem inocentes, in extremis, poderão efectivamente sê-lo. Nesse caso temos de considerar que temos a pior polícia judiciária do mundo (não acertou um), a pior magistratura pública (levantou suspeitas a todos, errou a 100%), a pior investigação jornalística do mundo (não esqueça que a comunicação social foi responsável pelo “levantamento da lebre”), e o maior gang organizado de mentirosos infanto-juvenis do mundo (digno de figurar ad eternum em qualquer Guiness Book). E agora termino, eu, com uma pergunta. Alguém acredita nisso?
Velocidade
Convidaram-me para jogar futebol. Não posso aceitar o convite. Tenho alguns handicaps como por exemplo a minha ciática, que por acaso agora até nem me tem apoquentado muito (obrigado L4 e L5), os macitos diários de tabaco, que não digo quantos porque não sou gabarola, a vontade pois tenho andado um bocado em baixo de forma, no que respeita a força anímica e a velocidade. Quem me convidou é bem mais novo que eu uns 25 anos e correr campos e campos com a minha idade, quando eles estão no contra-ataque ainda eu não comecei o ataque da jogada anterior. E só pensar que já fui um dos espermatozóides mais rápido do mundo!
Convidaram-me para jogar futebol. Não posso aceitar o convite. Tenho alguns handicaps como por exemplo a minha ciática, que por acaso agora até nem me tem apoquentado muito (obrigado L4 e L5), os macitos diários de tabaco, que não digo quantos porque não sou gabarola, a vontade pois tenho andado um bocado em baixo de forma, no que respeita a força anímica e a velocidade. Quem me convidou é bem mais novo que eu uns 25 anos e correr campos e campos com a minha idade, quando eles estão no contra-ataque ainda eu não comecei o ataque da jogada anterior. E só pensar que já fui um dos espermatozóides mais rápido do mundo!
Espectáculo
Hoje tive oportunidade de ouvir um pouco o Fórum TSF, superiormente conduzido pelo Manuel Acácio. Das intervenções destaco as da jornalista Diana Andringa. O tema era a cobertura pelos media do caso Casa Pia. Dizia a Diana Andringa que este caso passou de jornalístico a espectáculo televisivo e atribuía a responsabilidade às empresas de comunicação social. Obviamente eu estou de acordo. A guerra de audiências é hoje em dia muito mais importante para as “empresas” do que a informação. Ainda hoje, entre as 14h00 e as 14h20 a SIC notícias só deu Casa Pia. Quantas novidades? Quanta informação útil? Zero. Esperemos que não lhe mudem o nome para SIC Paparazzi!
Hoje tive oportunidade de ouvir um pouco o Fórum TSF, superiormente conduzido pelo Manuel Acácio. Das intervenções destaco as da jornalista Diana Andringa. O tema era a cobertura pelos media do caso Casa Pia. Dizia a Diana Andringa que este caso passou de jornalístico a espectáculo televisivo e atribuía a responsabilidade às empresas de comunicação social. Obviamente eu estou de acordo. A guerra de audiências é hoje em dia muito mais importante para as “empresas” do que a informação. Ainda hoje, entre as 14h00 e as 14h20 a SIC notícias só deu Casa Pia. Quantas novidades? Quanta informação útil? Zero. Esperemos que não lhe mudem o nome para SIC Paparazzi!
Bom Dia!
Yo soy el cóndor, vuelo
sobre tí que caminas
y de pronto en un ruedo
de viento, pluma, garras,
te asalto y te levanto
en un ciclón silbante
de huracanado frio.
Y a mi torre de nieve,
a mi guarida negra
te llevo y sola vives,
y te llenas de plumas
y vuelas sobre el mundo,
inmóvil, en la altura.
Hembra cóndor, saltemos
sobre esta presa roja,
desgarremos la vida
que pasa palpitando
y levantemos juntos
nuestro vuelo salvaje.
Pablo Neruda, El Condor
Vá amigas e amigos, o dia está lindo e convida a levantar voo. Hoje vou ser selvagem e bater a asa. Venham também e tenham um óptimo dia!
Yo soy el cóndor, vuelo
sobre tí que caminas
y de pronto en un ruedo
de viento, pluma, garras,
te asalto y te levanto
en un ciclón silbante
de huracanado frio.
Y a mi torre de nieve,
a mi guarida negra
te llevo y sola vives,
y te llenas de plumas
y vuelas sobre el mundo,
inmóvil, en la altura.
Hembra cóndor, saltemos
sobre esta presa roja,
desgarremos la vida
que pasa palpitando
y levantemos juntos
nuestro vuelo salvaje.
Pablo Neruda, El Condor
Vá amigas e amigos, o dia está lindo e convida a levantar voo. Hoje vou ser selvagem e bater a asa. Venham também e tenham um óptimo dia!
domingo, maio 09, 2004
Reuters
BMW drivers have more sex according to car magazine survey
02.05.2004
BERLIN - BMW drivers have more sex than owners of any other cars and are much more active than Porsche drivers, a new German car magazine has found.
The German magazine "Men's Car" found in a survey of 2253 motorists aged 20 to 50 published in its inaugural May issue that male BMW drivers say they have sex on average 2.2 times each week while Porsche drivers have sex 1.4 times per week.
Following BMW drivers were Audi (2.1), Volkswagen (1.9), Ford (1.7) and Mercedes (1.6). Drivers of foreign car makes were also behind BMW with Italian cars (2.0), French (1.9), Japanese (1.8), Swedish (1.6) and Korean cars (1.5) trailing after.
Among women, French car drivers were top with 2.1 times per week followed by Audi (2.0), Italian (2.0), and BMW (1.9) with Porsche again at the bottom of the scale at 1.2 times per week.
- REUTERS
Eu tenho dois Audis! E mais não digo...
BMW drivers have more sex according to car magazine survey
02.05.2004
BERLIN - BMW drivers have more sex than owners of any other cars and are much more active than Porsche drivers, a new German car magazine has found.
The German magazine "Men's Car" found in a survey of 2253 motorists aged 20 to 50 published in its inaugural May issue that male BMW drivers say they have sex on average 2.2 times each week while Porsche drivers have sex 1.4 times per week.
Following BMW drivers were Audi (2.1), Volkswagen (1.9), Ford (1.7) and Mercedes (1.6). Drivers of foreign car makes were also behind BMW with Italian cars (2.0), French (1.9), Japanese (1.8), Swedish (1.6) and Korean cars (1.5) trailing after.
Among women, French car drivers were top with 2.1 times per week followed by Audi (2.0), Italian (2.0), and BMW (1.9) with Porsche again at the bottom of the scale at 1.2 times per week.
- REUTERS
Eu tenho dois Audis! E mais não digo...
Foi Bom
Eu sei que ficar em segundo é sempre ser o primeiro dos últimos. Mas na actual conjuntura, onde se sabe que pelo seu poderio, Europa dixit, o FCP não permitiria, esta época, a mais ninguém atingir o primeiro lugar, restava-nos obter a melhor classificação. E a melhor seria o segundo lugar. Todos sabemos que a direcção do Benfica tem feito um enorme esforço para recuperar um clube que, por culpa de todos nós, Benfiquistas, tem sido mal gerido e delapidado aos poucos. Eu digo por nossa culpa, porque o Benfica sempre foi um clube democrático e se por ele têm passado direcções que mais não fizeram que foi destruir este Glorioso clube, essas direcções foram eleitas por Benfiquistas. Recuperar o clube e dar-lhe o título em simultâneo, reconheçamos é tarefa ciclópica, praticamente impossível, que o digam os 20 anos que o FCP esteve sem ganhar um título e os 18 anos do SCP. Os adeptos desses clubes entenderão o que eu quero dizer e é por isso que considero que a classificação deste ano não poderia ter sido melhor. Para a direcção, equipa técnica, jogadores e para toda a Família Benfiquistas, onde me incluo há quase 49 anos, os meus parabéns. Agora falta o Jamor. Força rapaziada, vamos ganhar essa Taça.
Eu sei que ficar em segundo é sempre ser o primeiro dos últimos. Mas na actual conjuntura, onde se sabe que pelo seu poderio, Europa dixit, o FCP não permitiria, esta época, a mais ninguém atingir o primeiro lugar, restava-nos obter a melhor classificação. E a melhor seria o segundo lugar. Todos sabemos que a direcção do Benfica tem feito um enorme esforço para recuperar um clube que, por culpa de todos nós, Benfiquistas, tem sido mal gerido e delapidado aos poucos. Eu digo por nossa culpa, porque o Benfica sempre foi um clube democrático e se por ele têm passado direcções que mais não fizeram que foi destruir este Glorioso clube, essas direcções foram eleitas por Benfiquistas. Recuperar o clube e dar-lhe o título em simultâneo, reconheçamos é tarefa ciclópica, praticamente impossível, que o digam os 20 anos que o FCP esteve sem ganhar um título e os 18 anos do SCP. Os adeptos desses clubes entenderão o que eu quero dizer e é por isso que considero que a classificação deste ano não poderia ter sido melhor. Para a direcção, equipa técnica, jogadores e para toda a Família Benfiquistas, onde me incluo há quase 49 anos, os meus parabéns. Agora falta o Jamor. Força rapaziada, vamos ganhar essa Taça.
Lunch Time Blog
Quando eu era garoto usava uma pasta para ir à escola, costume esse hoje já quase banido devido à sistemática utilização de mochilas. Na universidade usava-se naquele tempo uma pasta tipo James Bond e quando, já a trabalhar, necessitava de andar com a papelada de um lado para o outro tinha uma pasta bem chic que me vou escusar dizer a marca já que ninguém me paga para fazer publicidade. Hoje quase todos os ministros abraçam uma pasta e quando não têm uma específica, são adjuntos. Houve um tempo em que era vulgar ouvir falar de Fulano de Tal, ministro sem pasta. Sem pasta andava eu quase sempre na minha adolescência e durante algum tempo pós-adolescência. Nem dava para o bilhete do cinema. Nem sei porque é que fui buscar estas coisas. A minha cabeça anda ultimamente muito confusa. Eu só vos queria dizer que hoje almocei uma pasta deliciosa. Lasagna!!!! Capicci?
PS. Schubert, admirado? Nunca tinhas provado? Gostaste não foi meu gulosinho? Tá certo, tens direito a uma goluseima. Mas tu não te chamas Garfield...
Quando eu era garoto usava uma pasta para ir à escola, costume esse hoje já quase banido devido à sistemática utilização de mochilas. Na universidade usava-se naquele tempo uma pasta tipo James Bond e quando, já a trabalhar, necessitava de andar com a papelada de um lado para o outro tinha uma pasta bem chic que me vou escusar dizer a marca já que ninguém me paga para fazer publicidade. Hoje quase todos os ministros abraçam uma pasta e quando não têm uma específica, são adjuntos. Houve um tempo em que era vulgar ouvir falar de Fulano de Tal, ministro sem pasta. Sem pasta andava eu quase sempre na minha adolescência e durante algum tempo pós-adolescência. Nem dava para o bilhete do cinema. Nem sei porque é que fui buscar estas coisas. A minha cabeça anda ultimamente muito confusa. Eu só vos queria dizer que hoje almocei uma pasta deliciosa. Lasagna!!!! Capicci?
PS. Schubert, admirado? Nunca tinhas provado? Gostaste não foi meu gulosinho? Tá certo, tens direito a uma goluseima. Mas tu não te chamas Garfield...
Bom Dia!
Lá fora chove. Acordei com o corpo húmido, mas com a alma enxuta. Não choro como o tempo, por causa do tempo. Abro as janelas, fechadas há dias, e vejo as gotas baterem na janela. Na terra uma formiga, sozinha, perdida do carreiro, escorrega em cada passo, luta com cada gota, arrasta-se no enlameado. Mas segue o seu caminho. Não tomou hoje o seu Sedoxil porque a sua ansiedade não se combate com químicos, apenas com a força da vontade de voltar ao carreiro. No entanto parece-me ver cair-lhe uma pequena lágrima a encharcar mais o já encharcado corpo de formiga. Vou tentar copiá-la para poder voltar a ter um bom dia. E a vós, formigas ou não, com rumo ou à procura dele, esperando que o ansiolítico actue por vossa conta ou lutando sós contra a intempérie, à espera que melhores dias cheguem, hoje desejo-vos um óptimo dia.
Lá fora chove. Acordei com o corpo húmido, mas com a alma enxuta. Não choro como o tempo, por causa do tempo. Abro as janelas, fechadas há dias, e vejo as gotas baterem na janela. Na terra uma formiga, sozinha, perdida do carreiro, escorrega em cada passo, luta com cada gota, arrasta-se no enlameado. Mas segue o seu caminho. Não tomou hoje o seu Sedoxil porque a sua ansiedade não se combate com químicos, apenas com a força da vontade de voltar ao carreiro. No entanto parece-me ver cair-lhe uma pequena lágrima a encharcar mais o já encharcado corpo de formiga. Vou tentar copiá-la para poder voltar a ter um bom dia. E a vós, formigas ou não, com rumo ou à procura dele, esperando que o ansiolítico actue por vossa conta ou lutando sós contra a intempérie, à espera que melhores dias cheguem, hoje desejo-vos um óptimo dia.
sábado, maio 08, 2004
Lunch Time Blog
Não tem tudo que ser carne ou peixe. Branco ou preto. Oito ou oitenta. Ou, numa lógica binária, zero ou um. Mas confesso, eu que não sou vegan, uma refeição para mim tem (ou melhor, deve) ter sempre carne ou peixe. Sinto-me incompleto, vazio. Quando não, só me apetece passar a tarde a mastigar. Mas aos Sábados, minhas amigas leitoras e meus amigos leitores, os meus almoços têm privilegiado o peixe. Não é tradição, não é mania. Talvez seja disponibilidade para ir ao mercado, com tempo, olhar com olhos de ver, escolher e comprar. Gosto de fazer as saladas e dar-lhes o toque de orégãos. Gosto de temperar calmamente o peixe grelhado com um fiozinho de azeite. Gosto de, com a pontinha da faca, ir separando os lombos da espinha, e ver aquela polpa branquinha a chamar o garfo. Gosto de saborear calmamente cada garfada, sem pressas, os sabores de mar se entranhando. Gosto de misturar os sabores ficados com os sabores pingados. Tomar um gole de vinho e ficar a apreciar a mistura. Gosto de dois dedos de conversa que não me retire do objectivo principal, que versem a frescura, a textura, o sabor, o cheiro. Não se discute política, não se fala em futebol, não há facto social. Há uma espécie de sagrado em torno do prato. Até à sobremesa que hoje foi só de fruta diversa, não em salada mas em cortes, num misto de tropicalidade e sabores do sul.
PS. O Schubert acompanhou o ritual. Nem ele miou. No final lambeu-se.
Não tem tudo que ser carne ou peixe. Branco ou preto. Oito ou oitenta. Ou, numa lógica binária, zero ou um. Mas confesso, eu que não sou vegan, uma refeição para mim tem (ou melhor, deve) ter sempre carne ou peixe. Sinto-me incompleto, vazio. Quando não, só me apetece passar a tarde a mastigar. Mas aos Sábados, minhas amigas leitoras e meus amigos leitores, os meus almoços têm privilegiado o peixe. Não é tradição, não é mania. Talvez seja disponibilidade para ir ao mercado, com tempo, olhar com olhos de ver, escolher e comprar. Gosto de fazer as saladas e dar-lhes o toque de orégãos. Gosto de temperar calmamente o peixe grelhado com um fiozinho de azeite. Gosto de, com a pontinha da faca, ir separando os lombos da espinha, e ver aquela polpa branquinha a chamar o garfo. Gosto de saborear calmamente cada garfada, sem pressas, os sabores de mar se entranhando. Gosto de misturar os sabores ficados com os sabores pingados. Tomar um gole de vinho e ficar a apreciar a mistura. Gosto de dois dedos de conversa que não me retire do objectivo principal, que versem a frescura, a textura, o sabor, o cheiro. Não se discute política, não se fala em futebol, não há facto social. Há uma espécie de sagrado em torno do prato. Até à sobremesa que hoje foi só de fruta diversa, não em salada mas em cortes, num misto de tropicalidade e sabores do sul.
PS. O Schubert acompanhou o ritual. Nem ele miou. No final lambeu-se.
Justiça
A Espectacologica num comentário a uma postagem que fiz ontem com o título “Notícia” perguntava-me se eu já tinha lido a Constituição da República Portuguesa. Minha cara amiga, como eu sou daqueles que tenho dúvidas e às vezes até me engano, fui buscar o texto, li e reli e depois voltei a ler, e confesso-te que não encontrei nenhum artigo, nenhum mesmo, que dissesse: “Aplique-se a justiça conforme o saldo da conta bancária”. Será que tenho de ler de novo?
A Espectacologica num comentário a uma postagem que fiz ontem com o título “Notícia” perguntava-me se eu já tinha lido a Constituição da República Portuguesa. Minha cara amiga, como eu sou daqueles que tenho dúvidas e às vezes até me engano, fui buscar o texto, li e reli e depois voltei a ler, e confesso-te que não encontrei nenhum artigo, nenhum mesmo, que dissesse: “Aplique-se a justiça conforme o saldo da conta bancária”. Será que tenho de ler de novo?
Bom Dia!
A Natureza é tão perfeita,
No entanto, há o caos.
Alguém, Superior, não quis
Que a Natureza fosse superior
A Si.
Por isso ela cria os bons e os maus.
Mas a Ordem, sim a Ordem,
Elimina os fracos.
O que vai ser de ti?
AF, in Complexus
O dia acordou pedindo-me para eu ir beijar a Natureza. Sem medo da Ordem, mostrando à Ordem que não sou fraco, incentivando os meus companheiros a enfrentar a Ordem. Bom dia companheiros!
A Natureza é tão perfeita,
No entanto, há o caos.
Alguém, Superior, não quis
Que a Natureza fosse superior
A Si.
Por isso ela cria os bons e os maus.
Mas a Ordem, sim a Ordem,
Elimina os fracos.
O que vai ser de ti?
AF, in Complexus
O dia acordou pedindo-me para eu ir beijar a Natureza. Sem medo da Ordem, mostrando à Ordem que não sou fraco, incentivando os meus companheiros a enfrentar a Ordem. Bom dia companheiros!
sexta-feira, maio 07, 2004
Taxi
Suponhamos que esta notícia do Público é verdadeira. Pronto, por mim, já supus que sim. Sendo assim e tendo em conta que uma parte dos meus impostos são para pagar o táxi do governo que o partido do senhor ministro da defesa pôs à disposição dos dirigentes do seu partido, já NÃO vou aqui criticar a utilização de parte dos meus impostos para pagar aquela multidão de polícias que estava a empurrar os jornalistas quando o senhor cruz foi mandado para casa. Mas ainda tenho uma dúvida. Porque é que o senhor cruz teve direito àquela escolta toda? Passou a ser um gajo importante por estar putativamente envolvido num caso de pedofilia ou por apresentar o um, dois, três?
Suponhamos que esta notícia do Público é verdadeira. Pronto, por mim, já supus que sim. Sendo assim e tendo em conta que uma parte dos meus impostos são para pagar o táxi do governo que o partido do senhor ministro da defesa pôs à disposição dos dirigentes do seu partido, já NÃO vou aqui criticar a utilização de parte dos meus impostos para pagar aquela multidão de polícias que estava a empurrar os jornalistas quando o senhor cruz foi mandado para casa. Mas ainda tenho uma dúvida. Porque é que o senhor cruz teve direito àquela escolta toda? Passou a ser um gajo importante por estar putativamente envolvido num caso de pedofilia ou por apresentar o um, dois, três?
Hoje ouvi…
Os Sinais do Fernando Alves na TSF… fox!
A Maria dizer-me "Amo-te"... há palavra mais bonita?
Falar do João Pinto umas dez vezes… ufa!
Um taxista a buzinar porque à frente ia uma mulher a guiar… olha quem buzina.
Nove comunicações, nove, sem adormecer… um homem sem sono.
Um professor doutor, dizer: “eu intervi” … que tal uma reciclagem em português?
Dizer que o “The Economist” exigia na capa a demissão do Rumsfeld… é verdade?
O miar do Schubert a cumprimentar-me mal cheguei a casa… adoro-te bicho.
A Katchia dizer-me no seminário: “Se eu adormecer me cotuca”… acho que entendi.
A Maria Rita e o Vitorino no carro… confesso que prefiro o português.
O excelente “Resistir é vencer” de José Mário Branco… depois disto vou tapar os ouvidos. Ver o Fujiama e morrer.
Os Sinais do Fernando Alves na TSF… fox!
A Maria dizer-me "Amo-te"... há palavra mais bonita?
Falar do João Pinto umas dez vezes… ufa!
Um taxista a buzinar porque à frente ia uma mulher a guiar… olha quem buzina.
Nove comunicações, nove, sem adormecer… um homem sem sono.
Um professor doutor, dizer: “eu intervi” … que tal uma reciclagem em português?
Dizer que o “The Economist” exigia na capa a demissão do Rumsfeld… é verdade?
O miar do Schubert a cumprimentar-me mal cheguei a casa… adoro-te bicho.
A Katchia dizer-me no seminário: “Se eu adormecer me cotuca”… acho que entendi.
A Maria Rita e o Vitorino no carro… confesso que prefiro o português.
O excelente “Resistir é vencer” de José Mário Branco… depois disto vou tapar os ouvidos. Ver o Fujiama e morrer.
Notícia
Notícia? Já não é notícia, a saída do tal Abrantes da prisa. Só falta o BiBi. Mas pelo sim pelo não, srs. juízes, façam o favor de começar a meter os miúdos na cadeia. Mesmo que não encontrem motivo, parece que nunca encontram motivo para nada, talvez seja mais seguro para as crianças. Com os outros todos cá fora, nunca se sabe...
Notícia? Já não é notícia, a saída do tal Abrantes da prisa. Só falta o BiBi. Mas pelo sim pelo não, srs. juízes, façam o favor de começar a meter os miúdos na cadeia. Mesmo que não encontrem motivo, parece que nunca encontram motivo para nada, talvez seja mais seguro para as crianças. Com os outros todos cá fora, nunca se sabe...
Garfield
O Garfield é louco por lasagna. Isso não é novidade para quem conhece Garfield. Se quiserem ver como o Grafield as come (às lasagnas) cliquem aqui. Divirtam-se.
O Garfield é louco por lasagna. Isso não é novidade para quem conhece Garfield. Se quiserem ver como o Grafield as come (às lasagnas) cliquem aqui. Divirtam-se.
Seminário
Nem tempo tive para vos dar os bons dias. Vós sabeis amigas leitoras e amigos leitores que eu nunca me olvido de vós. Só que com o desgraçado do tempo que estava esta manhã, o trânsito a deixar-nos a cabeça em parafuso, um Seminário (ehehehe, sobre ISPS), nem tempo tive para vir aqui. Mas nunca é tarde! Um resto de tarde feliz, uma noite de sexta-feira cheia de “movida” e viva o fim-de-semana.
Nem tempo tive para vos dar os bons dias. Vós sabeis amigas leitoras e amigos leitores que eu nunca me olvido de vós. Só que com o desgraçado do tempo que estava esta manhã, o trânsito a deixar-nos a cabeça em parafuso, um Seminário (ehehehe, sobre ISPS), nem tempo tive para vir aqui. Mas nunca é tarde! Um resto de tarde feliz, uma noite de sexta-feira cheia de “movida” e viva o fim-de-semana.
Paranóia
Sabem o que é o código ISPS? Não sabem? Então eu digo: International Ship and Port facilty Security code. As coisas que eu sei. Os americanos andam em paranóia por causa do terrorismo. Olá se andam. E como eles é que mandam no mundo, toca a mandar os outros a fazerem como eles querem. Senão vão tentar fazer da Europa uma enorme Cuba. Embargam-nos os portos, os navios, as exportações. Pode ser que algum árabe suicida vá lá dentro e faça os peixinhos irem pelos ares. Tá bem tá… Como não sabem tomar conta da casa deles, os outros é que têm de pôr fechaduras na portas. Pronto. Foi a minha postagem política da semana. Também tenho direito a meter a minha opinião em terrorismos alheios.
Sabem o que é o código ISPS? Não sabem? Então eu digo: International Ship and Port facilty Security code. As coisas que eu sei. Os americanos andam em paranóia por causa do terrorismo. Olá se andam. E como eles é que mandam no mundo, toca a mandar os outros a fazerem como eles querem. Senão vão tentar fazer da Europa uma enorme Cuba. Embargam-nos os portos, os navios, as exportações. Pode ser que algum árabe suicida vá lá dentro e faça os peixinhos irem pelos ares. Tá bem tá… Como não sabem tomar conta da casa deles, os outros é que têm de pôr fechaduras na portas. Pronto. Foi a minha postagem política da semana. Também tenho direito a meter a minha opinião em terrorismos alheios.
quinta-feira, maio 06, 2004
Parabéns
Devo ser o milésimo quadragésimo quinto a escrever isto, ou a mandar e-mails para dar os parabéns pelo aniversário do blog Abrupto. Quase todos, uma cambada de engraxadores, claro. Eu não espero nada em troca. Dou os parabéns pela manutenção de um ano de blog, onde estou quase sempre em desacordo com a opinião política e quase sempre embevecido com as pinturas e os poemas escolhidos.
PS. Caro Dr. José Pacheco Pereira, não leve a minha postagem assim tão a sério quando eu digo que não espero nada em troca. Veja lá se me arranja um empregosito, não é pedir muito pois não?
Devo ser o milésimo quadragésimo quinto a escrever isto, ou a mandar e-mails para dar os parabéns pelo aniversário do blog Abrupto. Quase todos, uma cambada de engraxadores, claro. Eu não espero nada em troca. Dou os parabéns pela manutenção de um ano de blog, onde estou quase sempre em desacordo com a opinião política e quase sempre embevecido com as pinturas e os poemas escolhidos.
PS. Caro Dr. José Pacheco Pereira, não leve a minha postagem assim tão a sério quando eu digo que não espero nada em troca. Veja lá se me arranja um empregosito, não é pedir muito pois não?
Lunch Time Blog
Em inglês peru diz-se turkey, Os ingleses chamam Turkey à Turquia. Ou seja, quando os ingleses se referem à Turkey efectivamente estão a chamar-lhes peru. Nós conhecemos um país mundialmente designado por Peru. Os ingleses também lhe chamam Peru, sem lhe chamar turkey. Porque para eles, Peru não é turkey, mas sim Peru. Assim, quando nós pensamos em Peru viramos os nossos olhos para a América do Sul. Quando os ingleses pensam em Turkey viram os olhos para a Ásia Menor. Mas quando nós pensamos em peru e eles em turkey, provavelmente olhamos para o mesmo prato. Não tinha jeito nenhum que estando nós praticamente no mesmo meridiano quando o empregado perguntasse ‘posso servir o peru’ ‘may I serve the turkey’ (deve ser assim, se não for avisem-me), o inglês olhasse para a direita e eu olhasse para a esquerda (do mapa-mundi, of course). Até porque, honrando o mais antigo tratado do mundo, DB e TB não estão de costas voltadas e vão ambos sair pela mesma porta. A um, desejo umas boas férias no Peru, ao outro, na Turkey. Pois hoje meus amigos almocei peru, enquanto dava uma vista de olhos num jornal da semana passada que referia que a Turkey ainda não era desta que se juntaria a nós. Baralhei o almoço todo, mas não dispensei o vinho. Querem tomar um copo comigo? Why not? (não é wine hot. Apesar de tudo, bebo o tinto sempre à temperatura ambiente).
PS1. Bem tentei explicar a diferença ao Schubert. No final da retórica, afincou-me um valente miau. Traduzi isso por ‘deixa-te de tretas e dá cá a minha ração à base de turkey’.
PS2. Já sei que estão a pensar que estou a abusar dos pêésses, mas será por textos como estes que a médica me receitou anti-depressivos e ansióliticos?
PS3. Noites em branco. Desculpem qualquer coisinha.
Em inglês peru diz-se turkey, Os ingleses chamam Turkey à Turquia. Ou seja, quando os ingleses se referem à Turkey efectivamente estão a chamar-lhes peru. Nós conhecemos um país mundialmente designado por Peru. Os ingleses também lhe chamam Peru, sem lhe chamar turkey. Porque para eles, Peru não é turkey, mas sim Peru. Assim, quando nós pensamos em Peru viramos os nossos olhos para a América do Sul. Quando os ingleses pensam em Turkey viram os olhos para a Ásia Menor. Mas quando nós pensamos em peru e eles em turkey, provavelmente olhamos para o mesmo prato. Não tinha jeito nenhum que estando nós praticamente no mesmo meridiano quando o empregado perguntasse ‘posso servir o peru’ ‘may I serve the turkey’ (deve ser assim, se não for avisem-me), o inglês olhasse para a direita e eu olhasse para a esquerda (do mapa-mundi, of course). Até porque, honrando o mais antigo tratado do mundo, DB e TB não estão de costas voltadas e vão ambos sair pela mesma porta. A um, desejo umas boas férias no Peru, ao outro, na Turkey. Pois hoje meus amigos almocei peru, enquanto dava uma vista de olhos num jornal da semana passada que referia que a Turkey ainda não era desta que se juntaria a nós. Baralhei o almoço todo, mas não dispensei o vinho. Querem tomar um copo comigo? Why not? (não é wine hot. Apesar de tudo, bebo o tinto sempre à temperatura ambiente).
PS1. Bem tentei explicar a diferença ao Schubert. No final da retórica, afincou-me um valente miau. Traduzi isso por ‘deixa-te de tretas e dá cá a minha ração à base de turkey’.
PS2. Já sei que estão a pensar que estou a abusar dos pêésses, mas será por textos como estes que a médica me receitou anti-depressivos e ansióliticos?
PS3. Noites em branco. Desculpem qualquer coisinha.
Bom dia!
Abomino a formiga:
Ordenada, carneirada.
Abomino o carneiro:
Seguidista, cabisbaixo.
Abomino o casmurro:
Antipático, anti tudo.
Viva a desordem!
O caos, anti manada
Viva o dinheiro!
(o que sai debaixo?)
Gosto de dizer num sussurro:
Como amo o surdo-mudo.
AF, in Complexus
Branca. Esta noite foi branca. A próxima mato-a. Com Noctamid! Espero, ao menos que seja um Bom Dia!
Abomino a formiga:
Ordenada, carneirada.
Abomino o carneiro:
Seguidista, cabisbaixo.
Abomino o casmurro:
Antipático, anti tudo.
Viva a desordem!
O caos, anti manada
Viva o dinheiro!
(o que sai debaixo?)
Gosto de dizer num sussurro:
Como amo o surdo-mudo.
AF, in Complexus
Branca. Esta noite foi branca. A próxima mato-a. Com Noctamid! Espero, ao menos que seja um Bom Dia!
quarta-feira, maio 05, 2004
Frases
Uma olhadinha no blog deste gajo e lá estou eu a fazer o mesmo. Ele também viu neste blog e resolveu dar continuidade embora com alterações. Eu segui mais o desafio dele, porque achei mais engraçado.
As 5 frases que mais repito:
1. Estás a perceber? (claro que não está a perceber peva… com sorte está a ouvir)
2. Tomemos como exemplo… (as pessoas já perceberam e se não perceberam não é com os exemplos estúpidos que eu dou que vão perceber)
3. O que é que há para jantar? (é invariável… acho que há quase 50 anos que digo esta frase todos os dias)
4. SLB SLB SLB, SLB SLB SLB, Glorioso SLB, Glorioso SLB (em uma hora e meia sou capaz de dizer esta frase 30 vezes… depois digo-a por dia 3 vezes, ao pequeno almoço, ao almoço e ao jantar. Sempre antes das refeições. Há quem diga Obrigado meu Deus pela refeição que me vais conceder. Mas eu tenho uma fé inabalável no Glorioso)
5. Puta que o pariu (desculpem a baixaria, mas é tão bom… alivia tanto)
As 5 frases que mais detesto ouvir:
1. Estás a perceber? (mas eu sou algum mentecapto ou quê?)
2. Tomemos como exemplo… (bem quando me dizem isto até me passo… se não percebo à primeira é porque o tipo/a é suficientemente estúpido para lá não ir, nem com exemplo)
3. Não tirei nada hoje para o jantar (isto diz-se? Um gajo nem à noite se pode livrar do empregado do restaurante: ‘Então Sr. V. lá ganharam com mais um penaltesinho inventado plo Simão’… não há pachorra!)
4. Em cada lampião um cabrão (vão gozar com a vossa mãezinha tá? Vocês conhecem-me de algum lado? Sabem o que é que a minha mulher anda a fazer? A não ser que eu seja o último a saber…)
5. Puta que o pariu (plágios não vale, ou pagam direitos de autor ou não usem essa frase ao pé de mim, entendido?)
As 5 frases que já ouvi este ano por 38 vezes:
1. Ai..ai…ai..ai..ai..
2. Huummm..hummmm..hummmm.hummm
3. Mais, mais, mais, mais, mais
4. Mais fundo, com força, simmmmmmm
5. Sempre a refilar, sempre a refilar mas no final acabas sempre por fazer bem
(Breve explicação destas ultimas cinco frases: a n.1 deve ser lida em tom de quem está a ralhar ‘ai ai ai ai, estou a ver que não queres ir colocar os cortinados’; a n.2 deve ser lida com ar de desconfiança: ‘Já está direito o varão?’ ‘Humm humm humm e hummm’ e no final, ‘chega o lado direito 2 cms para cima’. A n.3 Mais mais mais mais é quando eu pergunto: vê lá se já está na altura certa’; n.4 tentativa de ajuda quando estou de chave de parafusos na mão, como se fosse o timoneiro num shell de quatro; n5 missão cumprida. E agora perguntam vocês? Trinta e oito vezes?? Pois! Este ano já tive de colocar cortinados em 6 salas cá em casa, 4 na casa dos sogros, 4 na casa dos pais, 3 na casa dos cunhados, 5 na casa de férias, 26 em casa de amigos. Façam as contas!)
Uma olhadinha no blog deste gajo e lá estou eu a fazer o mesmo. Ele também viu neste blog e resolveu dar continuidade embora com alterações. Eu segui mais o desafio dele, porque achei mais engraçado.
As 5 frases que mais repito:
1. Estás a perceber? (claro que não está a perceber peva… com sorte está a ouvir)
2. Tomemos como exemplo… (as pessoas já perceberam e se não perceberam não é com os exemplos estúpidos que eu dou que vão perceber)
3. O que é que há para jantar? (é invariável… acho que há quase 50 anos que digo esta frase todos os dias)
4. SLB SLB SLB, SLB SLB SLB, Glorioso SLB, Glorioso SLB (em uma hora e meia sou capaz de dizer esta frase 30 vezes… depois digo-a por dia 3 vezes, ao pequeno almoço, ao almoço e ao jantar. Sempre antes das refeições. Há quem diga Obrigado meu Deus pela refeição que me vais conceder. Mas eu tenho uma fé inabalável no Glorioso)
5. Puta que o pariu (desculpem a baixaria, mas é tão bom… alivia tanto)
As 5 frases que mais detesto ouvir:
1. Estás a perceber? (mas eu sou algum mentecapto ou quê?)
2. Tomemos como exemplo… (bem quando me dizem isto até me passo… se não percebo à primeira é porque o tipo/a é suficientemente estúpido para lá não ir, nem com exemplo)
3. Não tirei nada hoje para o jantar (isto diz-se? Um gajo nem à noite se pode livrar do empregado do restaurante: ‘Então Sr. V. lá ganharam com mais um penaltesinho inventado plo Simão’… não há pachorra!)
4. Em cada lampião um cabrão (vão gozar com a vossa mãezinha tá? Vocês conhecem-me de algum lado? Sabem o que é que a minha mulher anda a fazer? A não ser que eu seja o último a saber…)
5. Puta que o pariu (plágios não vale, ou pagam direitos de autor ou não usem essa frase ao pé de mim, entendido?)
As 5 frases que já ouvi este ano por 38 vezes:
1. Ai..ai…ai..ai..ai..
2. Huummm..hummmm..hummmm.hummm
3. Mais, mais, mais, mais, mais
4. Mais fundo, com força, simmmmmmm
5. Sempre a refilar, sempre a refilar mas no final acabas sempre por fazer bem
(Breve explicação destas ultimas cinco frases: a n.1 deve ser lida em tom de quem está a ralhar ‘ai ai ai ai, estou a ver que não queres ir colocar os cortinados’; a n.2 deve ser lida com ar de desconfiança: ‘Já está direito o varão?’ ‘Humm humm humm e hummm’ e no final, ‘chega o lado direito 2 cms para cima’. A n.3 Mais mais mais mais é quando eu pergunto: vê lá se já está na altura certa’; n.4 tentativa de ajuda quando estou de chave de parafusos na mão, como se fosse o timoneiro num shell de quatro; n5 missão cumprida. E agora perguntam vocês? Trinta e oito vezes?? Pois! Este ano já tive de colocar cortinados em 6 salas cá em casa, 4 na casa dos sogros, 4 na casa dos pais, 3 na casa dos cunhados, 5 na casa de férias, 26 em casa de amigos. Façam as contas!)
Vertigem
Outro blog novo que descobri ontem e que também estou a gostar. Hoje vai passar para a minha coluna da direita. dos links, claro.
Outro blog novo que descobri ontem e que também estou a gostar. Hoje vai passar para a minha coluna da direita. dos links, claro.
Bom Dia!
“… Sentiu a atmosfera impregnada de um mistério onírico quase insondável, perturbador; invadiu-a um desejo imperioso, concupiscente de o desvendar. Que lugar era aquele? Outro tempo? Outra dimensão? (…) Não desejara aquilo e no entanto não sabia resistir-lhe. Obcecados, os seus passos dirigiam-se, dia após dia, para o Café, para aquele espaço onde, sabia, poderia encontrar-se ou perder-se irremediavelmente”
Maria Teresa Loureiro, Um olhar mil abismos
Todos os dias caminho para este meu café. Tornou-se irresistível, quase uma obsessão. Mas tenho aqui aqueles com quem falo, aqueles que me “ouvem” e aqueles que eu “oiço”. E é tão bom quando entro, sentir o cheiro das vossas presenças e dizer em voz alta: Bom Dia!
“… Sentiu a atmosfera impregnada de um mistério onírico quase insondável, perturbador; invadiu-a um desejo imperioso, concupiscente de o desvendar. Que lugar era aquele? Outro tempo? Outra dimensão? (…) Não desejara aquilo e no entanto não sabia resistir-lhe. Obcecados, os seus passos dirigiam-se, dia após dia, para o Café, para aquele espaço onde, sabia, poderia encontrar-se ou perder-se irremediavelmente”
Maria Teresa Loureiro, Um olhar mil abismos
Todos os dias caminho para este meu café. Tornou-se irresistível, quase uma obsessão. Mas tenho aqui aqueles com quem falo, aqueles que me “ouvem” e aqueles que eu “oiço”. E é tão bom quando entro, sentir o cheiro das vossas presenças e dizer em voz alta: Bom Dia!
terça-feira, maio 04, 2004
Amparo
A propósito de uma postagem que li hoje com o título ‘… tirou a carta na farinha amparo’ e cujo título mais correcto deveria ser ‘… saiu-lhe a carta na farinha Amparo’ vou contar para os mais novos porque é que se usa essa expressão.
Quando eu era menino as farmácias não vendiam Bledine, os super mercados não existiam e os cereais e farinhas da Nestlé eram só para alguns bolsos. As camadas menos favorecidas da população (quase todos) recorriam a algumas farinhas mais populares para dar aos filhos. A mais popular de todas era, sem dúvida, a farinha Amparo. Só que as caixinhas onde os pacotes de farinha vinham tinham uma característica muito especial. Traziam sempre um brinde. A minha primeira colecção de índios e cowboys de plástico saiu-me na farinha Amparo. A partir daí, era usual, quando não pretendíamos dizer a real origem das “coisas” afirmarmos que tinham saído na farinha Amparo. Como deve ser perceptível, até pela acessibilidade da compra, os brindes da farinha Amparo não poderiam ser de grande qualidade. Daí que certas cartas de condução que alguns “choferes” das nossas estradas ostentam, só podem mesmo ‘ter saído na farinha Amparo’.
PS. Dedico esta postagem à Vertigem, com carinho.
A propósito de uma postagem que li hoje com o título ‘… tirou a carta na farinha amparo’ e cujo título mais correcto deveria ser ‘… saiu-lhe a carta na farinha Amparo’ vou contar para os mais novos porque é que se usa essa expressão.
Quando eu era menino as farmácias não vendiam Bledine, os super mercados não existiam e os cereais e farinhas da Nestlé eram só para alguns bolsos. As camadas menos favorecidas da população (quase todos) recorriam a algumas farinhas mais populares para dar aos filhos. A mais popular de todas era, sem dúvida, a farinha Amparo. Só que as caixinhas onde os pacotes de farinha vinham tinham uma característica muito especial. Traziam sempre um brinde. A minha primeira colecção de índios e cowboys de plástico saiu-me na farinha Amparo. A partir daí, era usual, quando não pretendíamos dizer a real origem das “coisas” afirmarmos que tinham saído na farinha Amparo. Como deve ser perceptível, até pela acessibilidade da compra, os brindes da farinha Amparo não poderiam ser de grande qualidade. Daí que certas cartas de condução que alguns “choferes” das nossas estradas ostentam, só podem mesmo ‘ter saído na farinha Amparo’.
PS. Dedico esta postagem à Vertigem, com carinho.
Lunch Time Blog
Vamos lá a ver se nos entendemos. O Estádio da Luz era um inferno. Desde os meus tempos de miúdo que vou ao futebol e sempre se fez a festa. Eu nasci nos anos 50. Já sou velhote nestas andanças. Tendo em conta que os diabos vermelhos, a claque do Benfica, nasceu no início dos anos 80, não vale a pena virem para aí dizer que são as claques que fazem a festa e dão cor ao futebol. Isso é treta. Vem isto a propósito da Juve Leo ter invadido o estádio. Coitaditos, são claque, fazem a festa, devem ser desculpados. Além disso quem teve a culpa foram dois jogadores do Benfica que resolveram festejar um golo da sua equipa. Meninos, quando marcarmos um golo, que nos dê uma vitória, façam o favor de começar a chorar. Se não souberem, contratem carpideiras. Deixem as festas para as claques. Pois é, amigas leitoras e amigos leitores, esta introdução é só para dizer que nem estas aleivosidades me tiram a vontade de comer. O arroz de coelho estava simplesmente delicioso. E o vinho? Nem vale a pena falar. Maravilhoso. Esta foi uma refeição e peras.
PS. Schubert, meu malandro, vá almoçar. Deixe lá o jornal e esses comunicados das claques que não enchem barriga. Para a mesa já!
Vamos lá a ver se nos entendemos. O Estádio da Luz era um inferno. Desde os meus tempos de miúdo que vou ao futebol e sempre se fez a festa. Eu nasci nos anos 50. Já sou velhote nestas andanças. Tendo em conta que os diabos vermelhos, a claque do Benfica, nasceu no início dos anos 80, não vale a pena virem para aí dizer que são as claques que fazem a festa e dão cor ao futebol. Isso é treta. Vem isto a propósito da Juve Leo ter invadido o estádio. Coitaditos, são claque, fazem a festa, devem ser desculpados. Além disso quem teve a culpa foram dois jogadores do Benfica que resolveram festejar um golo da sua equipa. Meninos, quando marcarmos um golo, que nos dê uma vitória, façam o favor de começar a chorar. Se não souberem, contratem carpideiras. Deixem as festas para as claques. Pois é, amigas leitoras e amigos leitores, esta introdução é só para dizer que nem estas aleivosidades me tiram a vontade de comer. O arroz de coelho estava simplesmente delicioso. E o vinho? Nem vale a pena falar. Maravilhoso. Esta foi uma refeição e peras.
PS. Schubert, meu malandro, vá almoçar. Deixe lá o jornal e esses comunicados das claques que não enchem barriga. Para a mesa já!
Bom Dia!
Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge.
Mas finge sem fingimento.
Nada 'speres que em ti já não exista,
Cada um consigo é triste.
Tens sol se há sol, ramos se ramos buscas,
Sorte se a sorte é dada.
Ricardo Reis
Hoje quero desejar Bom Sorte para vocês todos. Mas não dispenso de vos desejar um Bom Dia!
Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge.
Mas finge sem fingimento.
Nada 'speres que em ti já não exista,
Cada um consigo é triste.
Tens sol se há sol, ramos se ramos buscas,
Sorte se a sorte é dada.
Ricardo Reis
Hoje quero desejar Bom Sorte para vocês todos. Mas não dispenso de vos desejar um Bom Dia!
segunda-feira, maio 03, 2004
Apoiado
O João no seu blog, decidiu retirar os comentários. Entendo perfeitamente o seu estado de espírito. Ninguém conhece o João melhor do que eu. Eu também li os comentários a que ele se refere. Quem tem um sistema de comentários como eu tenho e como ele tinha sujeita-se a tudo. Mas há quem intrinsecamente não se sujeite. Felizmente quem me visita é gente de alto nível. Se um dia alguém tiver a covardia suficiente para no meu sistema de comentários, sob a capa do anonimato, tentar achincalhar o meu blog, os meus amigos ou os meus leitores, simplesmente apago esses comentários. Sem explicações. Ninguém tem o direito de ofender gratuitamente nem a mim nem a ninguém que eu estimo. Apoio sem qualquer reserva a tua decisão, Disperso.
O João no seu blog, decidiu retirar os comentários. Entendo perfeitamente o seu estado de espírito. Ninguém conhece o João melhor do que eu. Eu também li os comentários a que ele se refere. Quem tem um sistema de comentários como eu tenho e como ele tinha sujeita-se a tudo. Mas há quem intrinsecamente não se sujeite. Felizmente quem me visita é gente de alto nível. Se um dia alguém tiver a covardia suficiente para no meu sistema de comentários, sob a capa do anonimato, tentar achincalhar o meu blog, os meus amigos ou os meus leitores, simplesmente apago esses comentários. Sem explicações. Ninguém tem o direito de ofender gratuitamente nem a mim nem a ninguém que eu estimo. Apoio sem qualquer reserva a tua decisão, Disperso.
Lunch Time Blog
Chego a casa e perguntam-me o que quero comer. Tem um óptimo cardápio ao seu dispor. Bife com batata frita. Bifanas de porco com batata frita. Costeletas com batata frita. Omoleta de queijo ou fiambre. Hoje não há camarão. Faço-lhe uma salada para acompanhar. De repente lembro-me que é segunda-feira. Por favor! Não se pode abolir as 2ªs feiras da minha hora de almoço?
PS. Schubert hoje não tens direito nem a uma linha no pêésse. Quem tem um dono com segundas-feiras, o melhor é mesmo aproveitar a tua ração. Posso?
Chego a casa e perguntam-me o que quero comer. Tem um óptimo cardápio ao seu dispor. Bife com batata frita. Bifanas de porco com batata frita. Costeletas com batata frita. Omoleta de queijo ou fiambre. Hoje não há camarão. Faço-lhe uma salada para acompanhar. De repente lembro-me que é segunda-feira. Por favor! Não se pode abolir as 2ªs feiras da minha hora de almoço?
PS. Schubert hoje não tens direito nem a uma linha no pêésse. Quem tem um dono com segundas-feiras, o melhor é mesmo aproveitar a tua ração. Posso?
Brasileiros
Em português do Brasil e aqui mesmo na minha coluna de ligações à direita: Ágora, Batata Trangénica, Diário de Lisboa, Digressiva Maria, Estrada de Côco, Raio de Luz.
Saravah!
Em português do Brasil e aqui mesmo na minha coluna de ligações à direita: Ágora, Batata Trangénica, Diário de Lisboa, Digressiva Maria, Estrada de Côco, Raio de Luz.
Saravah!
Submissão
Submeto-me frequentemente às invasões linguísticas estrangeiras. Estou a escrever esta postagem como nota de rodapé a uma outra que o Francisco José Viegas escreveu com o título de Linguagem, ontem, no seu, nunca é demais dizer, excelente blog. É devido a essa minha submissão que uso expressões francesas tais como fait-divers ou noblesse oblige ou palavras inglesas tais como timming, leader ou mais recentemente blog. Para todas elas existe a sua tradução, à letra ou com a utilização do galicismo ou anglicismo correspondente, mas que não deixa de ser português. Quando eu era estudante universitário, alguns dos livros, se os queríamos ler em Português, só os encontrávamos em traduções brasileiras da MacGrwHill. Como opinião geral, péssimas traduções. Ou pior termos que gramar os embricados del inducido nas edições espanholas. Bom mesmo, era obtermos as obras no seu original. Em inglês ou francês. Tal como o “ogirinal” francês do Piskonov (tradução francesa da edição russa). Desculpem a ironia. Pois bem, eu discordo totalmente disso. Prefiro mil vezes ler em português do Brasil do que ter de ler em inglês. O nosso nível cultural e a nossa literacia são substancialmente inferiores à maioria dos países da união europeia e eu não creio (falta provarem-me) que os Húngaros, os Checos ou os Noruegueses, tenham de ter estudado em versões inglesas para poderem fazer os seus cursos. Ou que os Brasileiros tenham desenvolvido a indústria aeronáutica, uma das mais fortes do mundo, pondo de parte as “péssimas” traduções brasileiras. Por isso, aqui neste espaço eu sou um blogueiro, ou sou um bloguista, mas recuso-me a ser um blogger. Ah é verdade, o que acabei de escrever foi uma postagem.
Submeto-me frequentemente às invasões linguísticas estrangeiras. Estou a escrever esta postagem como nota de rodapé a uma outra que o Francisco José Viegas escreveu com o título de Linguagem, ontem, no seu, nunca é demais dizer, excelente blog. É devido a essa minha submissão que uso expressões francesas tais como fait-divers ou noblesse oblige ou palavras inglesas tais como timming, leader ou mais recentemente blog. Para todas elas existe a sua tradução, à letra ou com a utilização do galicismo ou anglicismo correspondente, mas que não deixa de ser português. Quando eu era estudante universitário, alguns dos livros, se os queríamos ler em Português, só os encontrávamos em traduções brasileiras da MacGrwHill. Como opinião geral, péssimas traduções. Ou pior termos que gramar os embricados del inducido nas edições espanholas. Bom mesmo, era obtermos as obras no seu original. Em inglês ou francês. Tal como o “ogirinal” francês do Piskonov (tradução francesa da edição russa). Desculpem a ironia. Pois bem, eu discordo totalmente disso. Prefiro mil vezes ler em português do Brasil do que ter de ler em inglês. O nosso nível cultural e a nossa literacia são substancialmente inferiores à maioria dos países da união europeia e eu não creio (falta provarem-me) que os Húngaros, os Checos ou os Noruegueses, tenham de ter estudado em versões inglesas para poderem fazer os seus cursos. Ou que os Brasileiros tenham desenvolvido a indústria aeronáutica, uma das mais fortes do mundo, pondo de parte as “péssimas” traduções brasileiras. Por isso, aqui neste espaço eu sou um blogueiro, ou sou um bloguista, mas recuso-me a ser um blogger. Ah é verdade, o que acabei de escrever foi uma postagem.
Bom dia!
Glorioso
Não podemos embandeirar em arco. Ainda falta um jogo para terminar o campeonato e ainda falta um jogo da Taça de Portugal. Devemos festejar a vitória de ontem, porque foi nossa. As vitórias devem ser festejadas. Os pés, esses devem estar bem assentes no chão. Eu sou um homem de fé. Por isso acredito que possamos manter o 2º lugar no campeonato. É verdade que é o primeiro dos últimos. Mas tirando o chapéu ao FCP que desde o primeiro minuto deste campeonato, mandou os outros lutarem pelo 2º, esta será a melhor classificação que se pode obter. E o Glorioso vai obtê-la. Quanto à Taça, a minha fé é inabalável. Vamos ao Jamor ganhar!
Para todos os benfiquistas os meus parabéns e um desejo de um muito bom dia. Para os derrotados de ontem, toda a minha simpatia e um muito bom dia também!
Glorioso
Não podemos embandeirar em arco. Ainda falta um jogo para terminar o campeonato e ainda falta um jogo da Taça de Portugal. Devemos festejar a vitória de ontem, porque foi nossa. As vitórias devem ser festejadas. Os pés, esses devem estar bem assentes no chão. Eu sou um homem de fé. Por isso acredito que possamos manter o 2º lugar no campeonato. É verdade que é o primeiro dos últimos. Mas tirando o chapéu ao FCP que desde o primeiro minuto deste campeonato, mandou os outros lutarem pelo 2º, esta será a melhor classificação que se pode obter. E o Glorioso vai obtê-la. Quanto à Taça, a minha fé é inabalável. Vamos ao Jamor ganhar!
Para todos os benfiquistas os meus parabéns e um desejo de um muito bom dia. Para os derrotados de ontem, toda a minha simpatia e um muito bom dia também!
domingo, maio 02, 2004
Bom dia!
Mãe
Eu levantava-me todos os dias rabugento. Ainda acontece. Não falava com ninguém que encontrasse acordado. Preferia mesmo que ninguém estivesse a pé. Nessa época eu não fumava, por isso ao contrário de hoje, a primeira coisa que fazia não era fumar um cigarro. Dirigia-me à casa de banho. As torneiras abertas e o estado permanente de alerta, faziam com que ela se levantasse. Sei que não era por espírito de contradição. Sei que era por me amar. Tinha sempre de me ir dar os bons dias. Eu nem respondia. Depois ia para a cozinha preparar-me o pequeno-almoço. Eu ignorava. Ou melhor não ignorava. Barafustava em pensamento umas vezes, outras entre dentes. Resmungando. Ela queria saber o que eu estava a dizer. Eu não respondia. Ou respondia torto. Depois olhava para o relógio. Como sempre rés-vés Campo de Ourique. Era vestir-me à pressa. Ela atrás de mim, com o café com leite. Filho, ao menos só o cafezinho, filho. Não quero nada disso. Vestia-me, pegava nos livros, abria a porta. E ela atrás de mim. Leva a torrada vai comendo pelo caminho. Não quero nada disso. Dava-lhe um beijo na cara. Até logo. Bebe o café filho. E vinha até à escada com a caneca na mão. E eu a descer a escada, com uma cara de mau. E uma lágrima a correr-lhe pelos olhos. Era assim, invariavelmente. Só tu mãe. Só tu. Sabes que ás vezes sinto saudades destas pequenas discussões matinais? Hoje vou aí a casa dar-te aquele beijo. Não é por ser dia da mãe. É porque eu também te amo.
Para todas as mães que a esta hora me estão a ler, um beijinho e o desejo de um óptimo dia!
Mãe
Eu levantava-me todos os dias rabugento. Ainda acontece. Não falava com ninguém que encontrasse acordado. Preferia mesmo que ninguém estivesse a pé. Nessa época eu não fumava, por isso ao contrário de hoje, a primeira coisa que fazia não era fumar um cigarro. Dirigia-me à casa de banho. As torneiras abertas e o estado permanente de alerta, faziam com que ela se levantasse. Sei que não era por espírito de contradição. Sei que era por me amar. Tinha sempre de me ir dar os bons dias. Eu nem respondia. Depois ia para a cozinha preparar-me o pequeno-almoço. Eu ignorava. Ou melhor não ignorava. Barafustava em pensamento umas vezes, outras entre dentes. Resmungando. Ela queria saber o que eu estava a dizer. Eu não respondia. Ou respondia torto. Depois olhava para o relógio. Como sempre rés-vés Campo de Ourique. Era vestir-me à pressa. Ela atrás de mim, com o café com leite. Filho, ao menos só o cafezinho, filho. Não quero nada disso. Vestia-me, pegava nos livros, abria a porta. E ela atrás de mim. Leva a torrada vai comendo pelo caminho. Não quero nada disso. Dava-lhe um beijo na cara. Até logo. Bebe o café filho. E vinha até à escada com a caneca na mão. E eu a descer a escada, com uma cara de mau. E uma lágrima a correr-lhe pelos olhos. Era assim, invariavelmente. Só tu mãe. Só tu. Sabes que ás vezes sinto saudades destas pequenas discussões matinais? Hoje vou aí a casa dar-te aquele beijo. Não é por ser dia da mãe. É porque eu também te amo.
Para todas as mães que a esta hora me estão a ler, um beijinho e o desejo de um óptimo dia!
sábado, maio 01, 2004
Lunch Time Blog
O tamboril é definitivamente um dos peixes mais feios que eu conheço. Mas é também um dos mais apreciados. Quando não há dinheiro para lagosta, come-se tamboril. Não vou aqui descrever a morfologia do peixe, nem o seu habitat e quase me recusaria a escrever o seu nome científico não fosse eu gostar tanto dele(s). Lophius piscatorius e Lophius budegassa, são as duas espécies à venda em Portugal. Quando a minha mulher foi cozinhar hoje, já o tinha “esfolado” e cortado aos pedaços. Fiquei sem saber qual das duas espécies comi. Ai, que raiva! Nem um Lunch Time Blog sabe tão bem assim. Mas paciência…A receita? Bom fiquem-se com os ingredientes do arrozinho de tamboril com gambas. A receita teria de a pedir à minha mulher. Ela não está aqui por perto, mas confesso que ela faz um arroz de tamboril maravilhoso. Tamboril, arroz, tomate maduro, cebola picada, louro, pimento coentros, vinho branco, sal q.b., piri-piri q.b. e gambas é claro. Dizem que é para acompanhar com um branco fresco. Eu acompanhei. De vinhos brancos estamos falados.
PS. O Schubert gostou!
Desvantagem
Se perdermos não culpem o Camacho. Culpem o S. Pedro. Diz a meteorologia que este fim-de-semana é de chuva. E como por aqui não neva, prevejo que seja de água. E se é de água, como é que uma equipa de futebol pode rivalizar com uma equipa de mergulhadores profissionais? Culpem o S. Pedro se faz favor.
Se perdermos não culpem o Camacho. Culpem o S. Pedro. Diz a meteorologia que este fim-de-semana é de chuva. E como por aqui não neva, prevejo que seja de água. E se é de água, como é que uma equipa de futebol pode rivalizar com uma equipa de mergulhadores profissionais? Culpem o S. Pedro se faz favor.
Errata
Na minha postagem de ontem, sob o título Livros, escrevi '... vide colecção Vampiro'. Deveria ter escrito 'vide Rififi'. Acho que foi A mão direita do diabo, quem me atraiçoou. Obrigado pela ajuda, Francisco.
Na minha postagem de ontem, sob o título Livros, escrevi '... vide colecção Vampiro'. Deveria ter escrito 'vide Rififi'. Acho que foi A mão direita do diabo, quem me atraiçoou. Obrigado pela ajuda, Francisco.
Bom Dia!
Maio maduro Maio, quem te pintou
Quem te quebrou o encanto, nunca te amou
Raiava o sol já no Sul,
E uma falua vinha lá de Istambul
Sempre depois da sesta chamando as flores
Era o dia da festa Maio de amores
Era o dia de cantar,
E uma falua andava ao longe a varar
Maio com meu amigo quem dera já
Sempre no mês do trigo se cantará
Qu’importa a fúria do mar,
Que a voz não te esmoreça vamos lutar
Numa rua comprida El-rei pastor
Vende o soro da vida que mata a dor
Anda ver, Maio nasceu,
Que a voz não te esmoreça a turba rompeu.
José Afonso, Maio Maduro Maio
Hoje é o 1º dia de Maio. Vejam como ele nasceu bonito. “Anda ver, Maio nasceu”. Para quem está a trabalhar, para quem está a gozar o merecido feriado, para os trabalhadores do mundo inteiro, desejo um óptimo, óptimo dia!
Maio maduro Maio, quem te pintou
Quem te quebrou o encanto, nunca te amou
Raiava o sol já no Sul,
E uma falua vinha lá de Istambul
Sempre depois da sesta chamando as flores
Era o dia da festa Maio de amores
Era o dia de cantar,
E uma falua andava ao longe a varar
Maio com meu amigo quem dera já
Sempre no mês do trigo se cantará
Qu’importa a fúria do mar,
Que a voz não te esmoreça vamos lutar
Numa rua comprida El-rei pastor
Vende o soro da vida que mata a dor
Anda ver, Maio nasceu,
Que a voz não te esmoreça a turba rompeu.
José Afonso, Maio Maduro Maio
Hoje é o 1º dia de Maio. Vejam como ele nasceu bonito. “Anda ver, Maio nasceu”. Para quem está a trabalhar, para quem está a gozar o merecido feriado, para os trabalhadores do mundo inteiro, desejo um óptimo, óptimo dia!
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